Miguel Gomes Dinis
Veterano
Ora bom, quis o destino que esta história começasse assim:
Confuso? Nem por isso.
Este carro veio-me parar às mãos por uma dívida incobrável. Sabe bem quem me conhece que a minha garagem é povoada por outras castas, e foi até interessante privar cerca de um ano com o exemplar acima.
Serviu acima de tudo para confirmar tudo aquilo que pensava. A coisa até nem é má, mas ficou sempre a sensação de se tratar de um casaco que nunca caiu bem no corpo. O tecido é bom, o corte até não era dos piores, os acabamentos bem executados e o padrão nunca comprometeu. Mas quando olhava para o espelho com ele vestido, ficou sempre a imagem de outra pessoa que não eu. E por vezes é mesmo bom trocar olhares com outra,... para confirmarmos que efectivamente quem temos em casa nos seduz e desafia todos os dias bem mais do que uma troca de olhares na caixa de supermercado com a loira que chocou connosco na secção de ménage. O tempo passou... e passando vingou a ideia de converter o pequeno Porsche numa parte recuperável capaz de pagar parte da tal dívida nunca paga. Isto porque de Arese já moram uns quantos na garagem, e mais um da Baviera (oportunamente deixarei o registo de cada um deles aqui...ou ali nos mais antigos no caso de alguns). Portanto o plano não passava de todo por acrescentar membros à família, mas de converter a posse em alimento para as montadas que já vivem em outras garagens.
Acontece que quem padece desta infeliz condição de voyeur automóvel, de andar sistematicamente nos sites do costume a ver o que não deve, acaba invariável e fatalmente como o destino em acrescentar disparate ao já disparatado e pouco racional plano de encher garagens.
Volta e meia estes passeios vagabundos pelos cantos da net, acalentavam a secreta esperança de encontrar um 916 GTV 3.0 V6. A missão era de difícil execução pela raridade do espécime, e dai a tranquilidade com que vagueava pelos tais cantos do costume, pois estava bastante consciente da probabilidade de insucesso na materialização do desejo. Foram muito poucas as unidades vendidas, ficando a cargo do 2.0 V6 turbo a maioria dos 916 Busso que se encontram no mercado nacional... e eu até já tenho um 2.0 V6 Turbo e Busso, mas montado noutra longuilínea criatura de 4 portas da marca de Arese (será formalmente apresentada como convém num outro tópico a respeito).
Ora se de um unicórnio se tratava, um outro mais raro ainda acabaria por dar à costa. Neste caso não seria o 3.0 V6 aspirado, mas antes a última iteração deste, o 3.2, o último da linhagem do célebre violino de Arese. E se no caso do 916 GTV as unidades vendidas em mercado nacional foram poucas, neste caso que se saiba foram 2, trazidas pelo importador para o nosso mercado a pedido, tanto que o modelo não figurava no portfólio de venda do modelo em Portugal.
A assim repouso os olhos nisto:
(Continua...)
Confuso? Nem por isso.
Este carro veio-me parar às mãos por uma dívida incobrável. Sabe bem quem me conhece que a minha garagem é povoada por outras castas, e foi até interessante privar cerca de um ano com o exemplar acima.
Serviu acima de tudo para confirmar tudo aquilo que pensava. A coisa até nem é má, mas ficou sempre a sensação de se tratar de um casaco que nunca caiu bem no corpo. O tecido é bom, o corte até não era dos piores, os acabamentos bem executados e o padrão nunca comprometeu. Mas quando olhava para o espelho com ele vestido, ficou sempre a imagem de outra pessoa que não eu. E por vezes é mesmo bom trocar olhares com outra,... para confirmarmos que efectivamente quem temos em casa nos seduz e desafia todos os dias bem mais do que uma troca de olhares na caixa de supermercado com a loira que chocou connosco na secção de ménage. O tempo passou... e passando vingou a ideia de converter o pequeno Porsche numa parte recuperável capaz de pagar parte da tal dívida nunca paga. Isto porque de Arese já moram uns quantos na garagem, e mais um da Baviera (oportunamente deixarei o registo de cada um deles aqui...ou ali nos mais antigos no caso de alguns). Portanto o plano não passava de todo por acrescentar membros à família, mas de converter a posse em alimento para as montadas que já vivem em outras garagens.
Acontece que quem padece desta infeliz condição de voyeur automóvel, de andar sistematicamente nos sites do costume a ver o que não deve, acaba invariável e fatalmente como o destino em acrescentar disparate ao já disparatado e pouco racional plano de encher garagens.
Volta e meia estes passeios vagabundos pelos cantos da net, acalentavam a secreta esperança de encontrar um 916 GTV 3.0 V6. A missão era de difícil execução pela raridade do espécime, e dai a tranquilidade com que vagueava pelos tais cantos do costume, pois estava bastante consciente da probabilidade de insucesso na materialização do desejo. Foram muito poucas as unidades vendidas, ficando a cargo do 2.0 V6 turbo a maioria dos 916 Busso que se encontram no mercado nacional... e eu até já tenho um 2.0 V6 Turbo e Busso, mas montado noutra longuilínea criatura de 4 portas da marca de Arese (será formalmente apresentada como convém num outro tópico a respeito).
Ora se de um unicórnio se tratava, um outro mais raro ainda acabaria por dar à costa. Neste caso não seria o 3.0 V6 aspirado, mas antes a última iteração deste, o 3.2, o último da linhagem do célebre violino de Arese. E se no caso do 916 GTV as unidades vendidas em mercado nacional foram poucas, neste caso que se saiba foram 2, trazidas pelo importador para o nosso mercado a pedido, tanto que o modelo não figurava no portfólio de venda do modelo em Portugal.
A assim repouso os olhos nisto:
(Continua...)
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