restauro de uma Casal K260

Trago-vos hoje o restauro que estou a realizar a esta máquina. Trata-se de uma Casal K260 de 125cc.

Para quem não conhece foi o primeiro modelo de 125cc produzido pela Metalurgia Casal. Nos dias de hoje é uma mota rarissima pois vendeu-se apenas no ano de 1972. O projecto dela é de 1968 e foi sendo sucessivamente adiado o seu lançamento no mercado, até a decidirem lançar em 1972. Só que já se tinham passado uns anos entre a data que deveria ter sido a de lançamento e a data de lançamento, fazendo com que a mota quando foi lançada já estivesse com uma linha um pouco antiquada. Foi decidido então na Metalurgia Casal substituir a K260 pelo modelo K270, esta sim com uma linha muito mais jovem e desportiva..

Estas e outras curiosidades poderão ser lidas no meu site www.motorizadas50.com !

Esta Casal K260 veio parar-me às mãos um pouco por acaso. Na altura tinha acabado de mandar restaurar a minha Casal K270 e troquei umas informações com um sr. dos Açores que possuia esta K260. Fui trocando uns mails regularmente com esse sr. e ele queixou-se que iria ter muita dificuldade em restaurar a mota, devido à falta de peças nos Açores e também por estar mais virado para as motas Inglesas...

Então lá consegui adquirir a mota que veio de barco dos Açores até Leixões e eu fui lá com o meu atrelado buscar a mota.

À vinda para Aveiro era grande o espanto das pessoas que viam uma mota deitada numa palete ( foi assim que ela veio de barco) e foi assim que a coloquei no meu atrelado de transportar motas!

A minha mãe torceu um pouco o nariz com o estado da mota, mas lá lhe disse que a mota era muito rara e que valia a pena o restauro. O meu pai como já lhe tinha contado o sucedido, riu-se quando viu a mota mas lá foi dizendo que tudo se repara...

O estado da mota não é lá muito famoso,( já sabia como ela estava pois vi fotos da motas antes de fechar negócio) mas conforme a fui desmontado fui vendo que o estado dela nem é tão mau assim. Tem bastantes podres na zona da forqueta ( que está irreparável).
O resto tem uns podrezitos no depósito( na zona onde encosta o banco) que são perfeitamente reparáveis, assim como no guarda lamas da frente.
O resto é alumínio que felizmente resguardou muito bem o tubo de aço do quadro..
Estou à mais deum ano a desmontar a mota pois está muito calcinada e tem andado a levar muito banho de WD40 o spray milagroso. Depois é preciso ter muita calma e lá indo desapertar mais um parafusito pois se forçar o mesmo acaba por moer!
Tem sido o jogo da paciência, mas felizmente lá tem andado a andar. Muito não se acreditaram neste restauro, dizendo que não iria conseguir, mas felizmente mostrei que com muita força de vontade e muito amor a estas máquinas nacionais, tudo é possivel...
Deixo-vos fotos!
 

Anexos

  • pasta minha motas 009.jpg
    pasta minha motas 009.jpg
    76.3 KB · Vistos: 144
  • fotos scanner 002.jpg
    fotos scanner 002.jpg
    45.8 KB · Vistos: 119
  • fotos scanner 003.jpg
    fotos scanner 003.jpg
    68.6 KB · Vistos: 110
  • DSC00087.JPG
    DSC00087.JPG
    35.6 KB · Vistos: 101
  • DSC00094.JPG
    DSC00094.JPG
    44.4 KB · Vistos: 88

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
caro Gustavo,

Parabens pelo site que já visitei anteriormente, obrigado pela partilha e força no restauro que para alem do gozo pessoal contribuirá para a preservação do património.

Lembro-me vagamente da K260, quando era teenager achava a K270 "xunga" e a 260 estava no escalão a baixo nessa escala . Bem era uma época em que se me afirmassem que eu hoje ouviria musica classica, teria feito uma enorme careta.

Tive varias Casal, era a minha camisola na guerra de marcas nacionais no meu circulo de amigos em Gaia, o meu irmão por exemplo só Sachs e as hostes dividiam-se entre estas duas maracs com um adepto da Zundapp. A Casal de 5 era a que normalmente andava menos (bing 19...platinados) mas tinha melhores quadros e travões, até que chegou a Casal de "6". ai foi a desforra.

Tive diversas casais, todas muito alteradas na aparencia e ciclistica mas muito pouco na mecânica e comas quais viagem muito por portugal com diversos Porto/Algarve no activo.

Se lhe interessarem as fotos poderei mandar. Alterei uma K181 num estilo que fez escola local, mas a minha perdição eram a Trial e como nunca tive dinheiro para uma nova usava bases Casal com os mesmo quadros e suspenções.

Quando era puto e teen passei muitas férias e Aveiro e como não podia deixar de ser apareci na Casal e pedi para visitar a fábrica. Forma simpatiquissimos e azar não ter levado uma maquina fotográfica.

Disponha

nuno g
 

paulo válega

Fisgante
Boas :

Sendo um grande apreciador das grandes Casaleiras 125, aproveito esta forma para lhe dar os parbens por a recuperação e restauração deste belissimo exemplar, pois como sei dar o valor a este tipo de trabalho e tambem sei muito bem que por muitas vezes até se pode ter muito dinheiro mas o problema é a escasez das peças, e então é ai que começa a verdadeira arte, recuperar mandar fazer etc.
Pois pessoalmente já conhecia ese modelo K260, pois fui e se não estou em erro a uma concentração á Tocha e vi lá um exemplar desses a andar e diga-se de passagem a ser muito bem domado por a sua condutora.
Cumprimentos,
Paulo Válega
 
Olá Gustavo, Força nesse restauro! também comprei uma CASAL como podes ver no tópico que criei (Casal K180)... já agora obrigado pela imagem que me mandaste da "Casal do Futuro" ;)

1 ab
 
Olá boa tarde,

Se fosse possivel, gostava que me ajudasse, pois tenho uma Casal K260 que gostava de restaurar mas estou um pouco perdido, pois essa não é a minha área.
Por onde devo começar e onde posso encontrar algumas peças que necessite.

Obrigado, um abraço

Hugo Filipe
 
boas Gustavo
como vai o restauro .tenho uma tambem que ainda é do meu pai ,está a rodar mas a precisar de algumas peças novas e cromar o que é caro .
 
Topo