Cartazes de provas automobilísticas no “Circuito da Boavista” na cidade do Porto
cartazes in: Circuito da Boavista
Aconselho a visita ao artigo “Fórmula 1 na Boavista em 1958”, publicado em 31 de Maio de 2013, para conhecer este circuito e a prova de fórmula 1 que lá se disputou nesse ano, no seguinte link: Fórmula 1 na Boavista em 1958 Fórmula 1 na Boavista em 1958
A 24 de Agosto de 1958, a Fórmula 1 chegava finalmente a Portugal, no Circuito da Boavista na cidade do Porto. Esta prova que foi organizada pelo “ACP - Automóvel Club de Portugal”, foi uma estreia acompanhada com a vinda de nomes como Stirling Moss, Mike Hawthorn, Jack Brabham, Graham Hill e a primeira mulher a pilotar um Fórmula 1 - Maria Teresa de Filippis -, entre muitos outros. À época, existiam várias provas extra-campeonato, mas o nosso país teve direito ao pacote completo: o Grande Prémio de Portugalseria a nona prova a contar para os Campeonatos do Mundo de Pilotos e de Construtores (este último instituído pela primeira vez nessa temporada). Dados do Grande Prémio de Fórmula 1:
Comprimento do Circuito: 7,5 Kms
Distância do GP: 375 Kms
Voltas: 50
Concorrentes: 15
Qualificados:15
Volta mais rápida: Mike Hawthorn com 2’ 32”.37
O Circuito da Boavista vivia então um dos momentos mais altos da sua história, com toda a euforia que este evento merece. Anunciada pelo “ACP - Automóvel Club de Portugal” e patrocinada pelo piloto argentino Juan Manuel Fangio, foi levada a cabo, sem sucesso, uma iniciativa já realizada noutros países e que visava apadrinhar novas marcas e pilotos, chamada: Fórmula Júnior. No entanto, as diferenças entre os 11 automóveis que participaram eram evidentes e a polémica acabou por se sobrepor às potencialidades e aspectos positivos que esta fórmula poderia conter. Neste ano, Mike Hawthorn e Stirling Moss lutavam de forma acesa pelo título de campeão, com o Porto a assistir a uma emocionante corrida, com Moss a levar a melhor sobre o rival e a manter-se na luta pelo título. Stirling Moss (1929 - ) Maria Teresa de Filippis (1926 - )
A esta corrida de 1958, segundo relatos da época, terão assistido mais de 100 mil pessoas. De registar ainda a presença, no Porto, do então herdeiro ao trono de Espanha, o jovem Juan Carlos, futuro Rei de Espanha, neste evento. Juan Carlos futuro Rei de Espanha
Stirling Moss foi o mais rápido (seguido de muito perto por Jean Behra e Tony Brooks) na primeira sessão de treinos, que ficou marcada pelos acidentes de Cliff Allison e Maria Teresa de Filipis, que derrubaram postes de cimento curiosamente colocados na Avenida da Boavista pouco antes da prova. Na segunda sessão de treinos, Moss continuou a assegurar a melhor posição da grelha de partida, com a linha da frente a contar ainda com Mike Hawthorn e Lewis-Evans, os mais rápidos dos 15 participantes. Mike Hawthorn (GBR) no “Ferrari” 246 Partida para a 1ª volta Roy Salvadori (GBR) e seu “Cooper-Climax” T45 Perspectiva da prova e na foto da direita Stirling Moss (GBR) no “Vanwall” Mike Hawthorn (GBR) no “Ferrari” 246 Roy Salvadori (GBR) no “Cooper-Climax” T45 Maurice Trintignant (FRA) no “Cooper-Climax” T45
Moss dominou no início, mas Hawthorn tomou o comando na segunda volta, por aí se mantendo, enquanto o terceiro posto apresentava grande luta, com Von Trips a levar a melhor mas sendo passado por Behra. Moss passou para o comando na sétima volta, para não mais o perder.
Graham Hill despistou-se na 27. ª volta e pouco depois era a vez de Tony Brooks desistir; quanto a Hawthorn, teve de visitar as boxes, atrasando-se, mas acabando por recuperar novamente, relegando Lewis-Evans para o terceiro posto. A última volta de Hawthorn foi complicada, com uma “atravessadela” na entrada para a Rua do Lidador. O motor foi abaixo e Hawthorn teve de fazer uma manobra que foi considerada como rodar em sentido contrário ao da prova, obrigando a uma maratona de várias horas para os organizadores chegarem a conclusões sobre a desclassificação ou não do piloto inglês, até porque Moss não se mostrou interessado na desclassificação de Hawthorn, num gesto de desportivismo que era normal na época. Afinal Hawthorn não foi desclassificado e viria a sagrar-se campeão nesse ano apesar de Moss ter ganho na Argentina, Holanda, Portugal e Marrocos e Hawthorn apenas ter vencido em França. Jean Behra (FRA) no “BRM” P25 Stirling Moss (GBR) no “Vanwall” Graham Hill (GBR) no “Lotus-Climax” 16 (20) e Jo Bonnier (SWE) no “Maserati” 250F (32) Maria Teresa de Filippis (ITA) no “Maserati” 250 F Carroll Shelby (USA) no “Maserati” 250 F Jean Behra (FRA) no “BRM” P25 Acidente de Graham Hill (GBR) no “Lotus-Climax” 16 Stirling Moss (GBR) no “Vanwall” Desistência de Maria Teresa de Filippis (ITA) no “Maserati” 250 F, e Maurice Trintignant (FRA) no “Cooper-Climax” T45
Classificação final: 1. º Stirling Moss (Vanwall), 50 voltas em 2h11m27, 80s, média de 169, 028 km/h; 2. º Mike Hawthorn (Ferrari), 2h16m40, 55s; 3. º Stuart Lewis-Evans (Vanwall), a 1 volta; 4. º Jean Behra (BRM), a 1 volta; 5. º Wolfgang Von Trips (Ferrari), a 1 volta, etc. Volta mais rápida - Stirling Moss, 2m32, 58s, média de 174, 762 km/h. Quadro com os resultados finais da corrida Stirling Moss no seu “Vanwall” ao cortar a meta em 1º lugar Jack Brabham no “Cooper-Climax” T45 cortando a meta no 7º lugar Volta de honra dos 3 primeiros classificados Stirling Moss, Mike Hawthorn e Stewart Lewis-Evans Notícia do GP de F1 no “Diário de Lisboa”
O britânico Mike Hawthorn viria a ganhar o campeonato de Mundo de Fórmula 1 em 1958, tendo-se retirado das competições no final do mesmo ano. Viria a morrer num acidente de automóvel em 22 de Janeiro de 1959. Mike Hawthorn no GP do Porto, e no seu Ferrari 246 no GP de Marrocos (2º lugar), a última prova de 1958
Em 1960 realizar-se-ia mais uma, e a última, prova de Fórmula 1 neste “Circuito da Boavista”, o “IX Grande Prémio de Portugal”.Esta prova marcaria a despedida do circuito dos palcos do automobilismo nacional e internacional. «Ainda assim, pode dizer-se que foi uma despedida em grande, pois os espectadores tiveram o privilégio de assistir à quinta vitória consecutiva de Jack Brabham nesse ano, a qual se traduziu na conquista antecipada do seu segundo título mundial. Depois do acidente na Bélgica, Stirling Moss participou no GP de Portugal, tendo sido desclassificado por ter circulado em sentido contrário (no mesmo local em que Hawthorn se despistou e muito provavelmente por fazer o mesmo tipo de acção). Mas Moss, primeiro pelo seu intocável comportamento e depois por ainda não se encontrar no melhor da sua forma física, aceitou sem sequer argumentar.
O primeiro piloto português, Mário Araújo “Nicha” Cabral, teve neste ano a segunda oportunidade de pilotar o seu Fórmula 1 em Portugal, mas acabaria por desistir devido a uma avaria técnica.» in Circuito da Boavista. “Nicha” Cabral (1937 – ) “Cooper Maserati” T51 de “Nicha Cabral
Mário Veloso de Araújo Cabral, conhecido por “Nicha” Cabral tinha feito a sua estreia no Grande Prémio de Portugal de 1959, disputado no circuito de Monsanto. Ao volante de um «Cooper- Maserati» T51 da Scuderia Centro Sud, "Nicha" viria a obter o 14º tempo nos treinos de qualificação, batendo os dois «Lotus» de Graham Hill e Innes Ireland. Terminou a prova em 10º lugar a seis voltas do vencedor Stirling Moss. Viria a disputar, ao todo, 4 provas de Formula 1 - 1959, 1960, 1963 e 1964 - a última das quais, em Itália ao volante de um Derrington Francis «ATS», depois de disputar as três primeiras sempre ao volante de um «Cooper Maserati».
fotos in: Circuito da Boavista
Relembro alguns dos stands de acessórios e artigos para a indústria automóvel expostos “I Salão Automóvel de Lisboa” que se realizou entre 4 e 13 de Julho de 1925 no “Coliseu dos Recreios de Lisboa” numa iniciativa do “Automóvel Club de Portugal”.
1926 1927 1926 1927
Anos mais tarde é publicado no “Boletim Cultural e Estatístico” Vol. II da Câmara Municipal de Lisboa, de 1937, a seguinte publicidade que nos dá uma ideia da oferta do mercado automóvel à época. Chamo à atenção que na publicação seguinte é exígua a referência às marcas de automóveis representadas e vendidas em Portugal, não sendo de forma representativa, em quantidade, da oferta nesse ano.
in: Hemeroteca Digital Clientes? Nunca faltaram …
Foram alvo de artigos específicos neste blog, as seguintes empresas atrás publicitadas nos seguintes links: “Garagem Conde Barão”
“H. Vaultier & Cª.”
“Fábrica da Borracha Luso-Belga”
E regressando ao “I Salão Automóvel de Lisboa” …
“Caledonian – Insurance Company” “A Paz - Companhia de Seguros”
Nos últimos tempos da Monarquia, a Família Real estava profundamente dividida ... automobilisticamente.
Enquanto D.Carlos, quiçá influenciado pela Rainha D.Amélia, favorecia os Peugeot
(O Infante D.Luis Felipe)
a Rainha Mãe D.Maria Pia de Sabóia e o Infante D.Afonso eram pró Fiat.
A julgar pela caixa no exterior, que deveria ser para transporte de armas, D.Carlos deveria ter tido uma Shooting Break.
Foto: Vila Viçosa ? Tapada de Mafra ?
a Rainha Mãe D.Maria Pia de Sabóia e o Infante D.Afonso eram pró Fiat.
Ver anexo 1276464
A julgar pela caixa no exterior, que deveria ser para transporte de armas, D.Carlos deveria ter tido uma Shooting Break.
Foto: Vila Viçosa ? Tapada de Mafra ?
Neste caso o Rei Dom Carlos está sentado ao volante de um Napier L76 Touring Car, 6 cyl, 5,161cc., 99 exemplares construidos, 1905-1910. Chain drive opcional. A foto é de 1906.
D. Luis Felipe parece estar ao volante do mesmo Peugeot que o Pai.
Algumas sugestões para a "shooting break" ?
Presumo que após a implantação da república o parque automóvel da FR tenha sido vendido em hasta pública.
Há documentação relativa aos compradores ? Sabe-se se algum ainda circula por cá ?
D. Luis Felipe parece estar ao volante do mesmo Peugeot que o Pai.
Algumas sugestões para a "shooting break" ?
Presumo que após a implantação da república o parque automóvel da FR tenha sido vendido em hasta pública.
Há documentação relativa aos compradores ? Sabe-se se algum ainda circula por cá ?
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