Este é um tópico no qual gostaria que todos os que se reevem um pouco no desporto motorizado gostaria que participassem, com as suas preferidas!
Acho também interessante que os grandes magos dos ralis @Pedro Bastos Tondela e @Tiago Baptista, pudessem contribuir para o tópico pois os seus conhecimentos são inacreditáveis e de uma mais valia incomensurável!
Se é verdade que prefiro ralis, não é menos verdade que adoro desporto motorizado, segui a Formula 1, nos tempos aúreos do Pedro Lamy, seguia todas as formulas de promoção, DTM, BTCC, V8 Supercars, etc, etc.
Assim vou indicar 4 circuitos que são os meus favoritos, 2 notáveis dos veículos de 4 rodas, 2 notáveis pelos veículos de 2 rodas.
Acrescento que não gosto dos circuitos novos, feitos com uma pena sempre igual, todos bonitos e sem qualquer personalidade. Para mim principalmente estes 4 traduzem-se pelo desafios que colocam a quem os desafia e pelo que propocionam a quem visualiza as verdadeiras batalhas pela melhor posição, muitos demonstram tambem onde está a separação e a distinção entre os homens dos meninos, onde te-los ou não faz a diferença, bem e sem mais delongas onde mais aprecio ver a loucura do desporto motorizado
Automobilismo: Spa-Francorchamps e o Nordscheife-Nürburgring
Motociclismo: Assen TT e Isle of Man TT
Todos eles iniciados em estradas de rua e sem mariquices de "segurança" exacerbada, na realidade sem nenhuma inicialmente!
Como indicado, acho muito interessante cada um dos portalistas ou participantes, pesquisar pelo circuito que gosta mais e colocar aqui a informação!
Outros grandes circuitos que me preenchem a memória:
Em Portugal - Vila Real, Estoril, Boavista...
Pelo Mundo,
Ásia: Macau, Suzuka, Fuji...
Europa: Mónaco, Pau, Paul Ricard, Le Mans, Silverstone, Monza, Montjuic; Zandvort, Ascari, Jerez de La Frontera; Brands Hatch...
Américas: Laguna Seca; Waltkins Glen; México; Interlagos...
Oceânia: Adelaide; Bathurst...
África : Kyalami, infelizmente não conheço os circuitos de Angola por exemplo…
Spa-Francorchamps, a pista que mais aprecio com a curva mais desafiante que conheço ou desejo Eau-Rouge culminando no Radillon!, mas este circuito tem mais muito mais!
Situado em Liége entre as províncias de Spa, Stavelot e Malmedy em pleno penico da Europa!
A Bélgica tinha uma preponderância Europeia muito mais forte do que hoje. As provas nas Ardenas começaram ainda no século IXX, a partir de 1902 as provas eram efectuadas nas estradas públicas, mas com as mesmas fechadas ao público, a primeira vez que isso aconteceu no automobilismo europeu.
Após a I Grande Guerra, , dois homens tiveram a ideia de usar o triângulo Francorchamps-Malmédy-Stavelot para os desportos motorizados. Esses homens de visão adiante do seu tempo eram Jules de Thier, dono do jornal “La Meuse” e Henri Langlois van Ophem, presidente do RACB (Royal Automobile Clube de Belgique). Nascia, assim, o circuito de Sa-Francorchamps.
O circuito de Spa-Francorchamps foi traçado a longo da região das Ardenas, usando estradas públicas. Ainda hoje, parte da atual pista é feita em estradas que, diariamente, são utilizadas pelos automobilistas que vêm e vão para Liége e para as autoestradas que levam a Bruxelas e à Alemanha, ali mesmo ao lado
O perímetro inicial da pista tinha 14,982 quilómetros, no entanto a primeira corrida automobilística que aqui se ia realizar foi anulada e assim a primeira corrida efetuada neste circuito em 1922 foi de motociclismo.
O primeiro GP efectuado em Spa, foi efectuado em 1925 e teve o nome de GP da Europa, quem venceu foi Antonio Ascari, quem foi Antonio Ascari? Nem mais ne menos que o Pai de Alberto Ascari futuro bi-campeão do mundo de F1. no entanto as 24Horas de Spa são anteriores pois iniciaram-se em 1924, na primeira serie de 24Horas a marca com mias vitórias é a Alfa Romeo, mas no total quem tem mais vitórias à geral nas 24H de Spa é a BMW.
A pista não teve grandes alterações até 1939, quando introduziram a curva do Raidillon com um único objectivo, tornar Spa a pista mais rápida da Europa! Em 1947 após a 2ª grande guerra nova alteração, corta-se a ligação a Stavelot e cria-se uma muito mais rápida e veloz, ou seja segurança não existe mas quanto mais rápido melhor!
A pista de Spa foi utilizada logo no primeiro ano de F1 e tirando algumas excepções raramente tem falhado, até 1970 utilizou-se quase sempre o velho traçado que tinha um pouco mais de 14 quilómetros.
Após 1970 a pista alterou-se significativamente por força do esforço de Sir Jackie Stewart em prol da segurança, retirando a "Masta Kink" uma chicane esquerda direita rapidissima e onde se chegava já na altura a mais de 300Km/h, mesmo no meio da grande recta que ligava Malmedy a Stavelot. Sir Jacki Stewart despistou-se aqui em 1966. Nas 24horas esta configuração só foi alterada após 1978.
Algumas notas interessantes das zonas da pista
La Source
Um dos locais mais lentos da pista. Depois da meta, é a primeira travagem quando se arranca. La Source fica no cruzamento das estradas que levam a Liège, o escritor do arigo lembra-se do piloto que mais admiro Nigel Mansell numa prova de F1 deixar fugir o Lotus, com a traseira a roçar as barreiras, por puro divertimento, volta após volta. A saída dá para o início da descida para Eau Rouge, onde chegou a ser a linha de meta e onde ainda existem as antigas boxes, que foram usadas durante muitos anos nas corridas de suporte da F1 ou, então, em outro tipo de provas, como as 24 Horas.
Eau Rouge - A minha curva favorita de todos os circuitos do mundo
A besta. Na verdade, é o início da mais famosa parte de Spa-Francorchamps, Eau Rouge/Raidillon, que foi introduzida em 1939, no lugar da lenta curva da Antiga Alfândega. Depois de fazer La Source, os pilotos encontram uma vertiginosa descida, rumo ao vale onde corre o riacho de Eau Rouge e que precede uma subida quase a pique rumo ao Raidillon. A passagem da descida para a subida, mesmo no ‘apex’ da curva, é uma compressão terrível e faz ‘subir’ o estômago até ao pescoço. Neste sítio, até mesmo os mais temerários hesitam em levantar o pé nem que seja uma fração de segundo. O erro, aqui, paga-se muito caro, em especial quando a pista está húmida – que é o mais frequente nas Ardenas. Para se fazer esta curva a fundo, é preciso, como não se cansam de referir os pilotos, não apenas um bom par de t…., mas também um carro perfeito a nível de aerodinâmica. Até mesmo para os mecânicos esta parte é um desafio, pois é preciso saber muito bem tratar o motor, por forma a que a súbita necessidade de lubrificação vertical, quando se começa a subir, não fique comprometida. Porque uma mínima falha de potência pode ter efeitos devastadores. Foi neste local, quando se começa a subir, que perdeu a vida Stefan Bellof, em 1985.
Raidillon:
Espetacular e tremendamente veloz, a subir, o Raidillon cortava a velha curva da Antiga Alfândega (‘Ancienne Douanne’). Mas, porque o Raidillon está ‘colado’ a Eau Rouge, a rápida esquerda-direita que era dantes a ligação à Alfândega, ao longo dos tempos isso deu azo a vários enganos, pois muita gente chamava (e ainda chama…) Raidillon ao que, na verdade, é a curva de Eau Rouge.
O Raidillon é uma curva à esquerda, imediatamente a seguir a Eau Rouge. Na verdade, é tão perigosamente rápida, com mudanças verticais de direção quase apocalíticas e fisicamente insustentáveis, que é onde os meninos se tornam em homens. Diz-se que é aqui que o ar escorre pelas costas dos pilotos e não contra o capacete, tal a força ascensional da secção! A luta contra o carro é constante, em especial com a sua tendência em fugir primeiro de traseira, depois, no alto da colina, de frente. Uma aerodinâmica perfeita é exigida, bem como uma enorme solidez testicular, em especial quando o ‘muro’ de asfalto negro quase devora o nariz do carro, antes da subida. Nem todos conseguem fazer o Raidillon a fundo, mas quase todos vão a Spa para o tentarem fazer!
Evolução Eau Rouge
Kemmel
É a maior reta do circuito actual, a travagem para Les Combes é violenta e possibilita as ultrapassagens. É aqui que os carros atingem a maior velocidade de ponta em Spa, pelo que sair bem de Eau Rouge/Raidillon é fundamental. É também o local mais elevado da pista e, outrora, seguia-se em frente para a parte velha.
Les Combes e Malmedy
São duas zonas seguidas, Les Combes é uma chicane que não é nada fácil de fazer onde se chega a travar bastante e de saida em crescendo, logo a seguir, há uma pequena reta e chega-se a Malmedy, uma rápida curva à direita, que mergulha de repente a seguir a uma curta subida.
Rivage
Esta é uma dupla curva fantástica, a primeira de 180º à direita, com passagem para camber negativo na saída, onde tudo pode ficar comprometido com um erro, mesmo se ligeiro. A saída é ainda mais em declive, até à segunda Rivage, que é uma curva à esquerda ainda mais rápida e de saída bem mais difícil.
Masta Kink (antiga Spa)
Masta Kink faz parte da nomenclatura da velha pista de Spa. Quando era usada nas corridas, era uma das partes mais assustadoras de qualquer pista do mundo. Exigia precisão e muita, mas mesmo muita, coragem. Depois de uma longa reta após Malmedy, os carros chegavam à velocidade máxima mesmo antes de negociarem Masta, uma brutal sequência esquerda-direita, feita a alta velocidade e de cuja saída dependia a forma de fazer a longa reta que levava a Stavelot. A F1 deixou de fazer Masta após o GP de 1970 e, na altura da última corrida que usou a parte velha da pista, os carros faziam esta sequência a uns 305 km/h.
Burneville
Outra curva do velho traçado, que hoje não existe – exceto as ruínas de um velho jardim-de-infância, onde existia um café, mesmo no ‘apex’, de cuja esplanada os clientes podiam ver os pilotos em ação, tão próximos estavam da pista. Esta era uma curva á esquerda, que era feita a cerca de 200/210 km/h. Foi usada em corridas até 1978.
Pouhon
Esta é uma curva poderosa, uma grande curva à esquerda, de longo raio e onde se pode perceber toda a bravura de um piloto. Por isso, este é um dos lugares mais propícios a acidentes, em Spa-Francorchamps. Muito rápida, é preciso ser-se muito disciplinado e preciso na saída, para não se ir de encontro às barreiras. Qualquer distração paga-se, neste sítio, com um embate muitas vezes dramático.
Des Fagnes
Des Fagnes é uma rápida sequência direita-esquerda, cuja negociação correta é muito importante para as curvas que vêm logo a seguir. Neste local, que é ligeiramente mais lento do que os anteriores ou os seguintes, os pilotos têm uma maior ‘paz de espírito’, pois as áreas das escapatórias são maiores. Os pilotos têm que se manter do lado esquerdo, para apontarem à próxima curva, Stavelot.
Stavelot
Stavelot é um importante conjunto de duas curvas à direita, com a primeira a ser a mais exigente, com cerca de 90º e a travagem a ser feita a cerca de 250 km/h. Após o ‘apex’ de Stavelot 1, os pilotos têm que ser lestos a retirarem o gás, antes de esmagarem o acelerador ao longo de Stavelot 2, entrando numa curta, mas rápida, seção de ‘falsa reta’, ou seja, reta com perfil de uma ligeira curva, feita sempre a fundo.
Blanchimont
Este é outro dos locais de Spa onde os homens se separam dos meninos. E também dos mais assustadores, onde o antigo traçado se junta com o novo. Curva à esquerda de alta velocidade, acima dos 300 km/h, cuja entrada é cega, exige uma boa capacidade testicular para a fazer a fundo, pois tem dois ‘apex’ e a área de escapatória é demasiado curta, na saída. Foi aqui que Érik Comas, em 1992,e Luciano Burti, em 2001, sofreram terríveis acidentes, no GP de F1. Comas foi salvo por Senna, que parou e correu para o carro e Burti ficou desmaiado, completamente submerso pelos pneus. Em 1997, Tom Kristensen bateu nas barreiras com o seu F3000, antes de ser atirado para o meio do pelotão, a cerca de 250 km/h, inconsciente no ‘cockpit’ Esta é a derradeira curva antes da reta que leva à Paragem do Autocarro.
“Bus Stop”
‘A Paragem do Autocarro é, na realidade, um local onde o autocarro entra num desvio, para recolher e deixar passageiros, nas suas viagens quotidianas. Hoje é uma das zonas mais lentas da pista, onde se chega a mais de 300 km/h. Mas esta sequência nem sempre foi assim, tendo sofrido drásticas alterações já neste século, porque falar a travagem podia significar uma entrada a mais de 200 km/h na zona das boxes da F1. Hoje, esta entrada é mais estreita e fica a meio da chicane, em vez da continuação da reta que vem de Blanchimont. A saída, hoje mais rápida. Leva à reta da meta da F1 e à travagem para La Source, onde se chega a mais de 250 km/h. Quando lá fui, era uma dupla chicane, primeiro uma ‘esquerda-direita’, depois uma ‘direita-esquerda’, separadas por uma curta reta. Hoje, é uma única chicane ‘direita-esquerda’.
Spa-Francorchamps 1958
Uma grande parte deste texto foi retirado desta noticia no Auto Sport Histórico, escrito pelo jornalista Hélio Rodrigues in Memoriam.
Autosport Histórico Spa-Francorchamps
Aconselho vivamente a sua leitura pois aqui está apenas uma pequena parte, e foi efectivamente a le-lo que me lembrei e criar um tópico no Portal!
Irei efectuar novos tópicos mais tarde,das 3 pistas que coloquei acima, Nürburging, Isle of Man TT, e Assen TT.
Visualizem os vídeos, deliciosos.
A Spa-Classic realiza-se em Maio e espero ter a possibilidade de um ano lá estar a a absorver tudo o que tem para dar!
Até já.
Acho também interessante que os grandes magos dos ralis @Pedro Bastos Tondela e @Tiago Baptista, pudessem contribuir para o tópico pois os seus conhecimentos são inacreditáveis e de uma mais valia incomensurável!
Se é verdade que prefiro ralis, não é menos verdade que adoro desporto motorizado, segui a Formula 1, nos tempos aúreos do Pedro Lamy, seguia todas as formulas de promoção, DTM, BTCC, V8 Supercars, etc, etc.
Assim vou indicar 4 circuitos que são os meus favoritos, 2 notáveis dos veículos de 4 rodas, 2 notáveis pelos veículos de 2 rodas.
Acrescento que não gosto dos circuitos novos, feitos com uma pena sempre igual, todos bonitos e sem qualquer personalidade. Para mim principalmente estes 4 traduzem-se pelo desafios que colocam a quem os desafia e pelo que propocionam a quem visualiza as verdadeiras batalhas pela melhor posição, muitos demonstram tambem onde está a separação e a distinção entre os homens dos meninos, onde te-los ou não faz a diferença, bem e sem mais delongas onde mais aprecio ver a loucura do desporto motorizado
Automobilismo: Spa-Francorchamps e o Nordscheife-Nürburgring
Motociclismo: Assen TT e Isle of Man TT
Todos eles iniciados em estradas de rua e sem mariquices de "segurança" exacerbada, na realidade sem nenhuma inicialmente!
Como indicado, acho muito interessante cada um dos portalistas ou participantes, pesquisar pelo circuito que gosta mais e colocar aqui a informação!
Outros grandes circuitos que me preenchem a memória:
Em Portugal - Vila Real, Estoril, Boavista...
Pelo Mundo,
Ásia: Macau, Suzuka, Fuji...
Europa: Mónaco, Pau, Paul Ricard, Le Mans, Silverstone, Monza, Montjuic; Zandvort, Ascari, Jerez de La Frontera; Brands Hatch...
Américas: Laguna Seca; Waltkins Glen; México; Interlagos...
Oceânia: Adelaide; Bathurst...
África : Kyalami, infelizmente não conheço os circuitos de Angola por exemplo…
Spa-Francorchamps, a pista que mais aprecio com a curva mais desafiante que conheço ou desejo Eau-Rouge culminando no Radillon!, mas este circuito tem mais muito mais!
Situado em Liége entre as províncias de Spa, Stavelot e Malmedy em pleno penico da Europa!
A Bélgica tinha uma preponderância Europeia muito mais forte do que hoje. As provas nas Ardenas começaram ainda no século IXX, a partir de 1902 as provas eram efectuadas nas estradas públicas, mas com as mesmas fechadas ao público, a primeira vez que isso aconteceu no automobilismo europeu.
Após a I Grande Guerra, , dois homens tiveram a ideia de usar o triângulo Francorchamps-Malmédy-Stavelot para os desportos motorizados. Esses homens de visão adiante do seu tempo eram Jules de Thier, dono do jornal “La Meuse” e Henri Langlois van Ophem, presidente do RACB (Royal Automobile Clube de Belgique). Nascia, assim, o circuito de Sa-Francorchamps.
O circuito de Spa-Francorchamps foi traçado a longo da região das Ardenas, usando estradas públicas. Ainda hoje, parte da atual pista é feita em estradas que, diariamente, são utilizadas pelos automobilistas que vêm e vão para Liége e para as autoestradas que levam a Bruxelas e à Alemanha, ali mesmo ao lado
O perímetro inicial da pista tinha 14,982 quilómetros, no entanto a primeira corrida automobilística que aqui se ia realizar foi anulada e assim a primeira corrida efetuada neste circuito em 1922 foi de motociclismo.
O primeiro GP efectuado em Spa, foi efectuado em 1925 e teve o nome de GP da Europa, quem venceu foi Antonio Ascari, quem foi Antonio Ascari? Nem mais ne menos que o Pai de Alberto Ascari futuro bi-campeão do mundo de F1. no entanto as 24Horas de Spa são anteriores pois iniciaram-se em 1924, na primeira serie de 24Horas a marca com mias vitórias é a Alfa Romeo, mas no total quem tem mais vitórias à geral nas 24H de Spa é a BMW.
A pista não teve grandes alterações até 1939, quando introduziram a curva do Raidillon com um único objectivo, tornar Spa a pista mais rápida da Europa! Em 1947 após a 2ª grande guerra nova alteração, corta-se a ligação a Stavelot e cria-se uma muito mais rápida e veloz, ou seja segurança não existe mas quanto mais rápido melhor!
A pista de Spa foi utilizada logo no primeiro ano de F1 e tirando algumas excepções raramente tem falhado, até 1970 utilizou-se quase sempre o velho traçado que tinha um pouco mais de 14 quilómetros.
Após 1970 a pista alterou-se significativamente por força do esforço de Sir Jackie Stewart em prol da segurança, retirando a "Masta Kink" uma chicane esquerda direita rapidissima e onde se chegava já na altura a mais de 300Km/h, mesmo no meio da grande recta que ligava Malmedy a Stavelot. Sir Jacki Stewart despistou-se aqui em 1966. Nas 24horas esta configuração só foi alterada após 1978.
Algumas notas interessantes das zonas da pista
La Source
Um dos locais mais lentos da pista. Depois da meta, é a primeira travagem quando se arranca. La Source fica no cruzamento das estradas que levam a Liège, o escritor do arigo lembra-se do piloto que mais admiro Nigel Mansell numa prova de F1 deixar fugir o Lotus, com a traseira a roçar as barreiras, por puro divertimento, volta após volta. A saída dá para o início da descida para Eau Rouge, onde chegou a ser a linha de meta e onde ainda existem as antigas boxes, que foram usadas durante muitos anos nas corridas de suporte da F1 ou, então, em outro tipo de provas, como as 24 Horas.
Eau Rouge - A minha curva favorita de todos os circuitos do mundo
A besta. Na verdade, é o início da mais famosa parte de Spa-Francorchamps, Eau Rouge/Raidillon, que foi introduzida em 1939, no lugar da lenta curva da Antiga Alfândega. Depois de fazer La Source, os pilotos encontram uma vertiginosa descida, rumo ao vale onde corre o riacho de Eau Rouge e que precede uma subida quase a pique rumo ao Raidillon. A passagem da descida para a subida, mesmo no ‘apex’ da curva, é uma compressão terrível e faz ‘subir’ o estômago até ao pescoço. Neste sítio, até mesmo os mais temerários hesitam em levantar o pé nem que seja uma fração de segundo. O erro, aqui, paga-se muito caro, em especial quando a pista está húmida – que é o mais frequente nas Ardenas. Para se fazer esta curva a fundo, é preciso, como não se cansam de referir os pilotos, não apenas um bom par de t…., mas também um carro perfeito a nível de aerodinâmica. Até mesmo para os mecânicos esta parte é um desafio, pois é preciso saber muito bem tratar o motor, por forma a que a súbita necessidade de lubrificação vertical, quando se começa a subir, não fique comprometida. Porque uma mínima falha de potência pode ter efeitos devastadores. Foi neste local, quando se começa a subir, que perdeu a vida Stefan Bellof, em 1985.
Raidillon:
Espetacular e tremendamente veloz, a subir, o Raidillon cortava a velha curva da Antiga Alfândega (‘Ancienne Douanne’). Mas, porque o Raidillon está ‘colado’ a Eau Rouge, a rápida esquerda-direita que era dantes a ligação à Alfândega, ao longo dos tempos isso deu azo a vários enganos, pois muita gente chamava (e ainda chama…) Raidillon ao que, na verdade, é a curva de Eau Rouge.
O Raidillon é uma curva à esquerda, imediatamente a seguir a Eau Rouge. Na verdade, é tão perigosamente rápida, com mudanças verticais de direção quase apocalíticas e fisicamente insustentáveis, que é onde os meninos se tornam em homens. Diz-se que é aqui que o ar escorre pelas costas dos pilotos e não contra o capacete, tal a força ascensional da secção! A luta contra o carro é constante, em especial com a sua tendência em fugir primeiro de traseira, depois, no alto da colina, de frente. Uma aerodinâmica perfeita é exigida, bem como uma enorme solidez testicular, em especial quando o ‘muro’ de asfalto negro quase devora o nariz do carro, antes da subida. Nem todos conseguem fazer o Raidillon a fundo, mas quase todos vão a Spa para o tentarem fazer!
Evolução Eau Rouge
Kemmel
É a maior reta do circuito actual, a travagem para Les Combes é violenta e possibilita as ultrapassagens. É aqui que os carros atingem a maior velocidade de ponta em Spa, pelo que sair bem de Eau Rouge/Raidillon é fundamental. É também o local mais elevado da pista e, outrora, seguia-se em frente para a parte velha.
Les Combes e Malmedy
São duas zonas seguidas, Les Combes é uma chicane que não é nada fácil de fazer onde se chega a travar bastante e de saida em crescendo, logo a seguir, há uma pequena reta e chega-se a Malmedy, uma rápida curva à direita, que mergulha de repente a seguir a uma curta subida.
Rivage
Esta é uma dupla curva fantástica, a primeira de 180º à direita, com passagem para camber negativo na saída, onde tudo pode ficar comprometido com um erro, mesmo se ligeiro. A saída é ainda mais em declive, até à segunda Rivage, que é uma curva à esquerda ainda mais rápida e de saída bem mais difícil.
Masta Kink (antiga Spa)
Masta Kink faz parte da nomenclatura da velha pista de Spa. Quando era usada nas corridas, era uma das partes mais assustadoras de qualquer pista do mundo. Exigia precisão e muita, mas mesmo muita, coragem. Depois de uma longa reta após Malmedy, os carros chegavam à velocidade máxima mesmo antes de negociarem Masta, uma brutal sequência esquerda-direita, feita a alta velocidade e de cuja saída dependia a forma de fazer a longa reta que levava a Stavelot. A F1 deixou de fazer Masta após o GP de 1970 e, na altura da última corrida que usou a parte velha da pista, os carros faziam esta sequência a uns 305 km/h.
Burneville
Outra curva do velho traçado, que hoje não existe – exceto as ruínas de um velho jardim-de-infância, onde existia um café, mesmo no ‘apex’, de cuja esplanada os clientes podiam ver os pilotos em ação, tão próximos estavam da pista. Esta era uma curva á esquerda, que era feita a cerca de 200/210 km/h. Foi usada em corridas até 1978.
Pouhon
Esta é uma curva poderosa, uma grande curva à esquerda, de longo raio e onde se pode perceber toda a bravura de um piloto. Por isso, este é um dos lugares mais propícios a acidentes, em Spa-Francorchamps. Muito rápida, é preciso ser-se muito disciplinado e preciso na saída, para não se ir de encontro às barreiras. Qualquer distração paga-se, neste sítio, com um embate muitas vezes dramático.
Des Fagnes
Des Fagnes é uma rápida sequência direita-esquerda, cuja negociação correta é muito importante para as curvas que vêm logo a seguir. Neste local, que é ligeiramente mais lento do que os anteriores ou os seguintes, os pilotos têm uma maior ‘paz de espírito’, pois as áreas das escapatórias são maiores. Os pilotos têm que se manter do lado esquerdo, para apontarem à próxima curva, Stavelot.
Stavelot
Stavelot é um importante conjunto de duas curvas à direita, com a primeira a ser a mais exigente, com cerca de 90º e a travagem a ser feita a cerca de 250 km/h. Após o ‘apex’ de Stavelot 1, os pilotos têm que ser lestos a retirarem o gás, antes de esmagarem o acelerador ao longo de Stavelot 2, entrando numa curta, mas rápida, seção de ‘falsa reta’, ou seja, reta com perfil de uma ligeira curva, feita sempre a fundo.
Blanchimont
Este é outro dos locais de Spa onde os homens se separam dos meninos. E também dos mais assustadores, onde o antigo traçado se junta com o novo. Curva à esquerda de alta velocidade, acima dos 300 km/h, cuja entrada é cega, exige uma boa capacidade testicular para a fazer a fundo, pois tem dois ‘apex’ e a área de escapatória é demasiado curta, na saída. Foi aqui que Érik Comas, em 1992,e Luciano Burti, em 2001, sofreram terríveis acidentes, no GP de F1. Comas foi salvo por Senna, que parou e correu para o carro e Burti ficou desmaiado, completamente submerso pelos pneus. Em 1997, Tom Kristensen bateu nas barreiras com o seu F3000, antes de ser atirado para o meio do pelotão, a cerca de 250 km/h, inconsciente no ‘cockpit’ Esta é a derradeira curva antes da reta que leva à Paragem do Autocarro.
“Bus Stop”
‘A Paragem do Autocarro é, na realidade, um local onde o autocarro entra num desvio, para recolher e deixar passageiros, nas suas viagens quotidianas. Hoje é uma das zonas mais lentas da pista, onde se chega a mais de 300 km/h. Mas esta sequência nem sempre foi assim, tendo sofrido drásticas alterações já neste século, porque falar a travagem podia significar uma entrada a mais de 200 km/h na zona das boxes da F1. Hoje, esta entrada é mais estreita e fica a meio da chicane, em vez da continuação da reta que vem de Blanchimont. A saída, hoje mais rápida. Leva à reta da meta da F1 e à travagem para La Source, onde se chega a mais de 250 km/h. Quando lá fui, era uma dupla chicane, primeiro uma ‘esquerda-direita’, depois uma ‘direita-esquerda’, separadas por uma curta reta. Hoje, é uma única chicane ‘direita-esquerda’.
Spa-Francorchamps 1958
Uma grande parte deste texto foi retirado desta noticia no Auto Sport Histórico, escrito pelo jornalista Hélio Rodrigues in Memoriam.
Autosport Histórico Spa-Francorchamps
Aconselho vivamente a sua leitura pois aqui está apenas uma pequena parte, e foi efectivamente a le-lo que me lembrei e criar um tópico no Portal!
Irei efectuar novos tópicos mais tarde,das 3 pistas que coloquei acima, Nürburging, Isle of Man TT, e Assen TT.
Visualizem os vídeos, deliciosos.
A Spa-Classic realiza-se em Maio e espero ter a possibilidade de um ano lá estar a a absorver tudo o que tem para dar!
Até já.
Última edição: