Audi 80 (1993)

Clássicos Modernos

Audi 80 (1993)

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josecarlosromao

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Talvez o mais frustrante nisto dos carros velhos seja haver sempre imprevistos que fazem com que a substituição de uma peça em que vez de demorar duas horas esteja 2 meses em pará-arranca.

Está-me a acontecer isso com a substituição do banco do condutor. Eu ando sempre com algum mal jeito nas costas, e, como o banco do condutor já aparenta algum desgaste, quis substuí-lo. Contactei vários anunciantes, alguns disseram que não tinham, outros não responderam e outros dois disseram que tinham mas quando eu pedi, por duas vezes, fotos, nunca mas mandaram. É uma coisa que me irrita nos anúncios de carros velhos, a completa falta de fotos. Se virmos um site como o Bring a Trailer, há centenas de fotos. O motivo para a ausência de fotos, que funciona, pois eu já caí nessa, é que obriga o potencial cliente a ir ao sítio e depois de lá estar tem uma grande probabilidade de tomar uma decisão a quente em vez de mandar as fotos a um amigo que lhe convença que a ferrugem não é só superficial e que nem a Lisnave fez tanta soldadura na década de 70 como a que espera o mártir que comprar esse modelo em valorização.

Eu fiquei limitado a adquirir um conjunto de bancos num estado parecido aos meus, ou seja, o do passageiro em bom estado e o do condutor destruído. A minha ideia era meter o forro e a espuma do do passageiro na estrutura do do condutor.

Quando me meti a desmontar, encontro a parte superior toda torta e com soldas partidas (um acidente? Mas para partir as soldaduras estaria à espera de encontrar o forro coberto de sangue, o que não aconteceu).

IMG_20201117_190819.jpg

A parte de baixo está ligada à de cima por um veio e um parafuso:

IMG_20201117_195112.jpg

De um dos lados o parafuso estava partido, do outro parti-o eu a desapertar (na foto vê-se a azul a cola na rosca):

IMG_20201117_194840.jpg

Fui tirar o banco que tenho no carro e deparei-me com o parafuso partido de um dos lados, e do outro tive muita sorte, porque sendo eu uma pessoa calma, estava já na fase completamente possuído em que tinha de tirar o parafuso de que maneira fosse, e por muita sorte moí a cabeça antes de o partir, senão ficava sem encosto no banco e ia ficar deitado quando acelerasse.

Por isso agora estou indeciso se hei-de meter numa serralharia a parte superior para soldar e a parte inferior para tirar os parafusos ou se desisto por reconhecer que esta guerra com os bancos está tão inquinada como as minhas costas.
 
Talvez o mais frustrante nisto dos carros velhos seja haver sempre imprevistos que fazem com que a substituição de uma peça em que vez de demorar duas horas esteja 2 meses em pará-arranca.

Está-me a acontecer isso com a substituição do banco do condutor. Eu ando sempre com algum mal jeito nas costas, e, como o banco do condutor já aparenta algum desgaste, quis substuí-lo. Contactei vários anunciantes, alguns disseram que não tinham, outros não responderam e outros dois disseram que tinham mas quando eu pedi, por duas vezes, fotos, nunca mas mandaram. É uma coisa que me irrita nos anúncios de carros velhos, a completa falta de fotos. Se virmos um site como o Bring a Trailer, há centenas de fotos. O motivo para a ausência de fotos, que funciona, pois eu já caí nessa, é que obriga o potencial cliente a ir ao sítio e depois de lá estar tem uma grande probabilidade de tomar uma decisão a quente em vez de mandar as fotos a um amigo que lhe convença que a ferrugem não é só superficial e que nem a Lisnave fez tanta soldadura na década de 70 como a que espera o mártir que comprar esse modelo em valorização.

Eu fiquei limitado a adquirir um conjunto de bancos num estado parecido aos meus, ou seja, o do passageiro em bom estado e o do condutor destruído. A minha ideia era meter o forro e a espuma do do passageiro na estrutura do do condutor.

Quando me meti a desmontar, encontro a parte superior toda torta e com soldas partidas (um acidente? Mas para partir as soldaduras estaria à espera de encontrar o forro coberto de sangue, o que não aconteceu).

Ver anexo 1190598

A parte de baixo está ligada à de cima por um veio e um parafuso:

Ver anexo 1190596

De um dos lados o parafuso estava partido, do outro parti-o eu a desapertar (na foto vê-se a azul a cola na rosca):

Ver anexo 1190597

Fui tirar o banco que tenho no carro e deparei-me com o parafuso partido de um dos lados, e do outro tive muita sorte, porque sendo eu uma pessoa calma, estava já na fase completamente possuído em que tinha de tirar o parafuso de que maneira fosse, e por muita sorte moí a cabeça antes de o partir, senão ficava sem encosto no banco e ia ficar deitado quando acelerasse.

Por isso agora estou indeciso se hei-de meter numa serralharia a parte superior para soldar e a parte inferior para tirar os parafusos ou se desisto por reconhecer que esta guerra com os bancos está tão inquinada como as minhas costas.

Já passei pelo mesmo.
Por vezes é uma aventura a compra de peças usadas.
É preciso é força e não desmotivar, senão quem faz o trabalho por nós? :)
 
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josecarlosromao

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Já passei pelo mesmo.
Por vezes é uma aventura a compra de peças usadas.
É preciso é força e não desmotivar, senão quem faz o trabalho por nós? :)

Só me meti a fazer isto por achar que pode melhorar um pouco a minha postura (o que não é certo). Outras coisas que eu queria fazer, como arranjar o ar condicionado, pintar, melhorar a suspensão, meter vidros elétricos ficaram de parte porque já não tenho paciência...
 
Ena tanta desgraça. Eu que estava a pensar comprar um carro velho para não pagar tanto IUC, acho que vou mudar de ideias. Chiça, penico! Eu também sou especialista em fazer compras erradas (o Elefante é exemplo disso), mas se tivesse tido que gastar tanto dinheiro já me tinha atirado da Nau dos Corvos abaixo. Felizmente podes sempre amortizar algum ligando para a Telemundo e vendendo os direitos para fazer uma telenovela mexicana:
"Juanita, estoirei el dinero que era para la operación de tu madre en dos retentores para el coche."
"Manolito, mi madre es muy vieja pero tu coche es más viejo ainda"...
 
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Não sou a pessoa mais indicada para ajudar nessa questão, portanto comento só para dar força e não desistir :)

É um coisa super simples, não fossem estes "problemazinhos" que aparecem...


Viva @josecarlosromao,

Se o 80 é o teu carro diário, acho que deves apostar na qualidade de utilização.
Assim sendo, voto em que peças um orçamento numa serralharia ou estofador para poderes de forma informada tomar uma decisão.

Acho que é o que vou fazer... Mas estou aqui isolado em casa porque há uns casos de covid no trabalho, e resolvi vir partilhar convosco a minha luta. Eu também gosto de ler as vossas para não me sentir tão sozinho. Lembrei-me que não tenho ido ao tópico do 33, tenho de ver como vai a cabeça (que é também a minha dúvida permanente desde que comprei o Audi).

Equaciona meter uns bancos de um outro carro que consideres mais confortável...
Era o que eu pensava fazer.

Eu não queria complicar e mesmo assim não está fácil... Mas de resto, prefiro não inventar quando tenho hipótese de não o fazer.

Ena tanta desgraça. Eu que estava a pensar comprar um carro velho para não pagar tanto IUC, acho que vou mudar de ideias. Chiça, penico! Eu também sou especialista em fazer compras erradas (o Elefante é exemplo disso), mas se tivesse tido que gastar tanto dinheiro já me tinha atirado da Nau dos Corvos abaixo. Felizmente podes sempre amortizar algum ligando para a Telemundo e vendendo os direitos para fazer uma telenovela mexicana:
"Juanita, estoirei el dinero que era para la operación de tu madre en dos retentores para el coche."
"Manolito, mi madre es muy vieja pero tu coche es más viejo ainda"...

Até agora nos bancos foi só 60 euros. É sobretudo a frustração inerente às coisas não correrem conforme o programado. Sendo que o único culpado sou eu por me meter nestas desgraças.

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Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
É sobretudo a frustração inerente às coisas não correrem conforme o programado. Sendo que o único culpado sou eu por me meter nestas desgraças.
Nisto dos "carros velhos" o lema que todos temos de adotar é:
Insiste, persiste e não desiste.

É fácil ser fraco e voltar as costas às adversidades.
Vencê-las é outro nível, é superar o desafio, é enriquecimento.

Não desistas. Às vezes custa mas nesta religião o sacrifício também faz parte.
 
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josecarlosromao

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Estou a adorar a novela.
Tem pontos de bom humor, tem o drama, tem a aventura.
Espero que não acabe a meio e que tenha um final feliz. :)
Obrigado :) desde que parei o Saab passou a ser muito mais difícil escrever de forma envolvente sobre as tarefas do dia a dia. O que tenho feito neste tópico é agrupar meses de luta em mini-ensaios sobre um tema em específico. Mas continuo a ter muito a melhorar, tanto na prosa como na mecânica (não obstante a melhoria de qualidade desta última ditar falta de conteúdos para a primeira).
 
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josecarlosromao

josecarlosromao

Veterano
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Tenho-vos a agradecer a motivação que me deram para continuar e concluir está saga dos bancos. Afinal, estava lá quase e só precisava de um empurrãozinho. Deixei-os numa serralharia para os parafusos partidos serem removidos (e abriu-se rosca com o tamanho a seguir) e pingar-se a estrutura. Apenas me ficou por 15 euros.
Depois de retirar o banco velho, descobri na calha esta recordação da primeira vida do carro:
IMG_20201205_112506.jpg

Para impedir que os calços saltem atei umas serrilhas:
IMG_20201205_114654.jpg

Aliás, eu não fiz outra coisa senão atar serrinhas entre a forra e a estrutura. De fábrica vinham com uns arames em quadrado, que agora não era prático estar a recolocar.

Aqui o banco velho e o "recondicionado":
IMG_20201205_125828.jpg

E pronto, interior semi-novo e apoio lombar de jeito, que foi o motivo para fazer este trabalho:
IMG_20201205_130931.jpg
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
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Portalista
Tenho-vos a agradecer a motivação que me deram para continuar e concluir está saga dos bancos. Afinal, estava lá quase e só precisava de um empurrãozinho. Deixei-os numa serralharia para os parafusos partidos serem removidos (e abriu-se rosca com o tamanho a seguir) e pingar-se a estrutura. Apenas me ficou por 15 euros.
Depois de retirar o banco velho, descobri na calha esta recordação da primeira vida do carro:

Para impedir que os calços saltem atei umas serrilhas:

Aliás, eu não fiz outra coisa senão atar serrinhas entre a forra e a estrutura. De fábrica vinham com uns arames em quadrado, que agora não era prático estar a recolocar.

Aqui o banco velho e o "recondicionado":

E pronto, interior semi-novo e apoio lombar de jeito, que foi o motivo para fazer este trabalho:

Bom trabalho. Que este pequeno passo te estimule a voltar a sujar as mãos com mais regularidade.



Se o @Pedro Teixeira vê estas imagens até lhe saltam os olhos :wub:
 
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josecarlosromao

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Outro problema do carro que eu me pus a tentar resolver foi os mínimos acenderem quando eu pisava os travões. No início cheguei a estupidamente pensar que seria alguma função do carro, e só depois de numa inspeção me dizerem que não era de origem (mas não ficou como anotação) é que eu percebi que era uma anomalia, pensava eu, devido a algum contacto entre os circuitos.
Por achar que ia ter que rever o circuito elétrico do carro, fui adiando. Quando há pouco tempo fui pela primeira vez pesquisar sobre o assunto na net a causa mais frequentemente apontada era a utilização de lâmpadas de um filamento em casos que deviam ser usadas de dois. Por descargo de consciência, comecei por aí, e era mesmo essa a causa do problema. Havia outra consequência da troca que eu nunca me tinha apercebido, que era à noite as luzes de travagem estarem sempre ligadas.

Aproveitei estar de volta do carro para dar uma vista de olhos no motor. Em boa hora o fiz, porque só encontrei disparates, grande parte deles devido à troca da cabeça em março, cuja montagem foi apressada.
Encontrei várias zonas com um tom rosa, o que indica fuga de anticongelante. Apenas apertei mais as abraçadeiras, o que na prática não é fácil em todas porque algumas têm um acesso muito obstruído. Devia ter pensado nisso quando as estava a montar.
Depois, dei com uma grande fuga de óleo na base do tubo de respiro do Carter, tubo esse que partiu quando eu estava a montar a cabeça. Colei-o com JB weld mas como não tinha tempo para esperar que secasse apontei-o só sem meter a mola para que não estivesse em esforço. E nunca mais me lembrei do assunto...
Screenshot_20201209-194009~3.png

A ver se consigo achar a mola em Peniche, porque já não a encontro à venda. Ainda tentei improvisar com serrilhas mas não fui longe.

Por fim, encontrei um tubo de vácuo completamente solto e não consegui descobrir onde era suposto ligar. Tapei-o de forma que até eu tenho vergonha de partilhar. O interessante foi na manhã seguinte, em que a ir para o trabalho a certa altura carrego nos travões e o carro faz uma coisa que eu não estava à espera, que é travar. Aí é que eu me apercebi que andara sem servo-freio. Esperei pela próxima oportunidade para testar os travões, mas essa oportunidade não chegou nessa viagem. Apercebi-me então que eu tinha desenvolvido uma técnica de condução que dispensava em larga medida os travões, daí eu não ter dado por falta deles. Eu comecei a experimentar não usar os travões há muitos anos, depois de ouvir o Jeremy Clarkson dizer que travar era mandar dinheiro (em gasolina) para o lixo.
Acabei, sem dar por isso, por adotar uma forma de conduzir diferente. Não creio ser muito perigosa, com uma exceção, que é nas rotundas quando entra um carro que eu não estou à espera. Aí eu piso o travão a fundo, o que é suficiente para abrandar, mas chegou a acontecer umas duas vezes o carro percorrer uma maior distância do que eu estava à espera mesmo com a minha larga tolerância. Devia ter percebido que o sistema de travagem não podia estar bom, mas acabei por não pensar mais nisso.

Para concluir, dois pensamentos. Em primeiro, que eu fiz anos de inspeções sucessivos com alguns destes problemas sem que eles me tivessem sido apontados. Outros menos graves foram, por serem de fácil indentificação (chapa de matrícula fosca e farol e espelho rachados). Dá para ficar a pensar como a inspeção é falível e não deve ser a única garantia que um carro está em condições.

Estes problemas, cuja fácil resolução eu falhara redondamente, mostraram-me que estou numa fase mais precoce da minha aprendizagem de mecânica do que suponha.

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Nenhum mecânico faria um trabalho assim tão mau como eu fiz, apesar de já ter apanhado maus trabalhos de mecânicos. Mas serviu-me para me tornar mais humilde e levar isto mais a sério, pois os meus erros podem resultar em acidentes. É um processo de ganhar maturidade e ao mesmo tempo de libertação emocional da obrigação de ser o responsável pela manutenção das minhas criaturas. Há mais coisas aí para aproveitar. Ou pelo menos depois do covid passar.
 
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josecarlosromao

josecarlosromao

Veterano
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Tenho estado a ver outros diários de bordo e apercebi-me que neste fazem falta fotos do exterior do carro no qual já fiz cerca de 90.000 km pelas minhas contas (o conta quilómetros está avariado). Hoje no entanto surgiu uma oportunidade de o fotografar nas condições que mais o favorecem: ser noite e estar a chover:
IMG_20201214_173929.jpg

Mesmo assim é uma foto mais elucidativa que 90% das que aparecem nos anúncios. Patchá!
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
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Delegado Regional
Portalista
Tenho estado a ver outros diários de bordo e apercebi-me que neste fazem falta fotos do exterior do carro no qual já fiz cerca de 90.000 km pelas minhas contas (o conta quilómetros está avariado). Hoje no entanto surgiu uma oportunidade de o fotografar nas condições que mais o favorecem: ser noite e estar a chover:
Ver anexo 1193646

Mesmo assim é uma foto mais elucidativa que 90% das que aparecem nos anúncios. Patchá!

Discordo das condições ideais... além dessas podia ser em contraluz. :p
 
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