Porsche 924

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Antes Francisco Lemos Ferreira
O 924 era o Porsche refrigerado a água Mas a VW, ainda atrapalhada com a queda de vendas do Carocha e em dificuldades financeiras, acabou por desistir do novo Audi com o projecto já bem adiantado. Como a Porsche precisava de um substituto para seu 914 de mecânica VW "a ar", acabou por comprar os direitos de produzir o carro que projetara. Seria fabricado nas instalações da Audi em Neckarsulm, mas sob responsabilidade da Porsche. Nascia assim, em 1976, o 924.
Foi o primeiro da marca a abandonar o motor traseiro refrigerado a ar. O 914 tinha o propulsor entre eixos, mas ainda assim posterior e arrefecido a ar. A VW também vinha, a essa época, abandonando esta tradição -- portanto, a Porsche acreditava ser esse seu caminho ao futuro.
Tinha a instrumentação farta e bem posicionada e de pedais quase perfeitos, era um carro estreito, 1,68 m de largura.
O motor transmitia potência ao câmbio na traseira, através de um tubo de torque. A ótima distribuição de peso entre eixos do 924 demorou a ser explorada por motores mais fortes
O motor do 924 é um velho conhecido nosso: um VW 2,0-litros com a arquitetura básica dos onipresentes AP. Sua cilindrada, 1.984 cm3, é igual à do AP-2000, mas a partir de diâmetro dos cilindros e curso dos pistões diferentes -- 86,5 x 84,4 mm, contra 82,5 x 92,8 mm do VW. Contava com injecção mecânica de fluxo contínuo Bosch K-jetronic, moderna para época, e taxa de compressão de 9,3:1 para produzir bons 125 cv a 5.800 rpm. A versão para o mercado americano vinha com taxa reduzida para 8:1, para se adaptar à rígida legislação de emissões, o que resultava em parcos 95 cv.
Mas, para bom observador, já era possível perceber a sólida base sobre da qual a empresa de Zuffenhausen viria a construir mais um de seus clássicos. A sua carroceria era um monobloco de aço, ainda o melhor compromisso entre peso, rigidez, qualidade e custo, apesar do elevado investimento inicial. Tinha linhas limpas e, apesar de seu Cx de 0,34 (apenas razoável), contava com área frontal bem reduzida. A boa aerodinâmica resultante permitia alcançar 200 km/h já nas primeiras versões, apesar da letárgica aceleração.
A família 924/944/968, apesar de até hoje desconsiderada pelos tradicionalistas, por ter inaugurado a era do motor dianteiro refrigerado a água na Porsche, exemplifica claramente os verdadeiros princípios de Zuffenhausen. Origens humildes, entrelaçadas com a VW, mas desenvolvidas pacientemente ao longo dos anos.
O 924 e seus descendentes têm tanto direito de usar o logotipo da Porsche quanto qualquer 911. Puristas aceitando, ou não...
 

Anexos

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