Jaguar XJ - Breve historial do modelo

Boas!

Nada como puxar a brasa à nossa sardinha, por isso aqui vou colocar uma breve sintese das 3 séries actualmente consideradas como clássicos.

Genericamente temos a seguinte datação:

S1 - 1968-1973
S2 - 1973-1979
S3 - 1979-1986 (as versões Daimler Double Six prolongaram-se)

A primeira das séries tal como o nome indicia foi a S1:

S1 - 04/1968 a 07/1973

Para muitos considerada a mais bonita das séries.
Existiu nas versões Jaguar e Daimler.
Na Jaguar eram chamados de XJ6 ou XJ12 conforme os motores serem de 6 (com 2.8 e 4.2 de cilindrada) ou V12 (com 5.3 de cilindrada.
Na Daimler os motores de 6 cilindros eram colocados nas versões denominadas de Sovereign (nome que provinha de outro modelo da Daimler que os S1 vieram substituir) e Double Six nos motores V12.

Na recta final da produção dos S1, em 1972, foi aumentada a distância entre eixos em 4 polegadas, respondendo assim, a Jaguar à maior das criticas que era feita ao seu porta estandarte, a falta de espaço para os ocupantes do banco de trás.

Na Daimler as versões mais luxuosas dos V12 eram denominadas de Vanden Plas (nome originário do carroçador belga Van den Plas), cujo dono à altura era a British Leyland (BL), proprietária da propria Jaguar e Daimler.

O único Jaguar XJ12 Vanden Plas S1 que existiu foi o que pertencia à Rainha Isabel II (a Daimler era fornecedora das Limousines reais DS420, que mais tarde irei falar).

A Vanden Plas, até fechar as portas em finais de 1979 era um carroçador londrino (apesar das origens belgas) que nos anos finais da sua existência equipava as versões luxuosas das marcas pertencentes à BL.

A Daimler era comercializada em todo mundo excepto em dois paises, a Alemanha e os Estados Unidos, sendo os veiculos equipados com os luxos Daimler como sendo Jaguar Vanden Plas, mas apenas a partir das Series II.
Na Alemanha esta proibição da utilização do nome foi mais tarde retirada.

Sendo assim e para muitos que XJ's são todos iguais tinhamos uma série de versões.
 

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Fabricio Estebes
Aqui vão mais algumas fotos de catalogos da época:
 

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Fabricio Estebes
Aqui vemos as diferentes frentes.
A primeira é a frente Jaguar XJ6.
A segunda frente é a frente XJ12.
A terceira frente é a frente Daimler que tanto dava para os 6 cilindros (Sovereign) como para os V12 (Double Six). A única diferença era no simbolo do topo da grelha. O Sovereign tinha um D prateado, e o Double Six tinha um V com um 12 no meio das pernas da letra.
 

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Fabricio Estebes
Agora temos as traseiras.
Em primeiro lugar temos a traseira Jaguar.
A seguir temos a traseira Daimler, e por final temos a variante Daimler Vanden Plas.
 

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Fabricio Estebes
Ainda na mesma vista, os primeiros XJ's tinham os escapes direitos, mas por motivos de segurança (devido às pessoas se queimarem ao tirarem as malas da bagageira) e devido aos fumos que por vezes entravam na bagageira, optou-se quase de imediato uma nova configuaração, em que faziam um S.
 

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Fabricio Estebes
Vistas a 3/4 das versões Jaguar e Daimler.
 

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Mario Campos

YoungTimer
Mais....serviço publico!

Belo post Fabricio!Se não fôr abusar, qual a diferença entre as versões Daimler e Sovereign, em termos de equipamento?É verdade que houve uma série muito pequena( cerca de 200 exemplares) do XJ com motor...diesel? Na sua opinião, como se explica que Jaguars XJ da primeira série com o motor 2.8, estejam tão....desvalorizados(há carros destes em excelente estado à venda entre os 7500 e os 9000 €! )?
 
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Fabricio Estebes
Re: Mais....serviço publico!

Mario Campos disse:
Belo post Fabricio!Se não fôr abusar, qual a diferença entre as versões Daimler e Sovereign, em termos de equipamento?É verdade que houve uma série muito pequena( cerca de 200 exemplares) do XJ com motor...diesel? Na sua opinião, como se explica que Jaguars XJ da primeira série com o motor 2.8, estejam tão....desvalorizados(há carros destes em excelente estado à venda entre os 7500 e os 9000 €! )?

A marca Daimler foi comprada nos anos 60 pela Jaguar, sendo esta mesma marca comprada em seguida pela British Leyland. Primitivamente a Daimler (após a aquisição pela Jaguar) era uma sub marca com modelos, digamos que proprios, com os seus motores V8.
Tinhamos o SP 250 Dart com motor V8 (cuja estética é bastante discutivel) e uma versão do Jaguar MK2 mas com o motor V8 proprio com 2500 cm3.
Paulatinamente a Daimler passou a ser apenas versões mais luxuosas de Jaguares. Os Jaguares eram assim os modelos mais desportivos.
A Daimler está para a Jaguar como a Rolls Royce esteve para a Bentley.
Assim sendo o Daimler Sovereign não é nem mais nem menos que uma versão mais luxuosa dos Jaguares XJ. Nos S1, por exemplo, as forras das portas tinham imbutidos de madeira de raiz de nogueira nas versões Daimler.

Nunca existiu de fábrica nenhum motor Diesel na gama XJ dos anos 70. Portugal é considerado pioneiro por força da história. Em plena Revolução de 25 de Abril, e em conjunto com a crise petrolifera, muitos detentores dos seus Jaguares em Portugal, viram-se com um grave problema de manter os altos consumos dos seus carros, vai dai ou os vendiam por meia duzia de tostões e compravam carros mais económicos ou alteravam as mecânicas. Assim mantendo toda a estrutura e caixa de velocidades, muitos optavam por adquirir motores diesel (Perkins na sua maioria) e adaptavam aos seus carros.
Estas adaptações também ocorreram, em menor numero noutros paises. Creio que muitas delas foram efectuadas nas oficinas da Palma e Morgado em Lisboa, que era o representante da marca (mas não poderei confirmar isto).

Os motores 2.8 eram algo problemáticos, não aguentando em demasia as alterações ou excessos na condução. Se alguém fizesse Lisboa-Porto sempre a andar o mais certo era no final da viagem ter os cilindros 1 e 6 com problemas. Dai a desvalorização. Este motor foi colocado apenas nas S1 para combater as fiscalidades penalizadores dos 4.2 na Europa. As poucas unidades que restaram foram colocadas nos S2 enviados para França e Bélgica, sendo que o seu mumero era inferior a 100.
 
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Fabricio Estebes
Caixas de Velocidade

Em relação às caixas estas podiam ser automáticas ou manuais nos carros com 6 cilindros e automáticas apenas nos carros com motores V12, dado que na altura a Jaguar não tinha caixas manuais que suportassem o binário dos motores V12 (!).
As caixas manuais eram Norman DeVille dai que nos carros em que vinham com estas caixas, o respectivo numeor de chassis vinham com o DN no final da designação.
As caixas automáticas eram Borg-Warner e foram alterados os modelos conforme estas iam sendo aperfeiçoadas. No final da S2 as Borg-Warner foram substituidas pelas GM 400, mais suaves de funcionamento.
Nos chassis com caixas auto a numenclatura tinha no seu final BW.

As caixas manuais eram de 4 velocidades com Overdrive.
As caixas auto foram sempre de 3 velocidades nas S1 e S2.
 

Mario Campos

YoungTimer
Obrigado.

Ok! Esclarecido, por agora(gosto tanto destes modelos...inatingiveis, que se calhar ainda lhe coloco mais perguntas....),dá para constatar, que o amigo Fabricio é uma " enciclopédia" desta marca e deste modelo!
Obrigado mais uma vez.
 
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Fabricio Estebes
Re: Obrigado.

Mario Campos disse:
Ok! Esclarecido, por agora(gosto tanto destes modelos...inatingiveis, que se calhar ainda lhe coloco mais perguntas....),dá para constatar, que o amigo Fabricio é uma " enciclopédia" desta marca e deste modelo!
Obrigado mais uma vez.

Obrigado!;)
 
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Fabricio Estebes
Interiores: Tablieres e caixas de velocidades

Agora temos os tablieres.

Primeiro temos os tablieres e caixas automáticas.
 

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Fabricio Estebes
Tablieres e Caixas Manuais

Agora as caixas manuais:
 

Anexos

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Fabricio Estebes
Quadro de Instrumentos

Os primeiros manometros eram carcterizados por terem os aros cromados. Aquando da primeira revisão geral ao modelo, que incluiu melhores materiais, nomeadamente nos filetes cromados dos vidros da frente e de trás (passando a ser mais finos), estes passam a ser de rebordo preto.
 

Anexos

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Nuno C

Nuno Castelhano
Para além de concordar que o Estebes é uma verdadeira enciclopédia da Jaguar (principalmente dos XJ, sendo certo que tem lá na garagem uns 4 ou 5!!) e de admitir que é capaz de gostar quase :huh: tanto de Jaguars como eu, permito-me dar esta achega.

Em princípio, a alteração dos aros dos manómetros (que, convenhamos, faziam um contraste muito mais bonito com a madeira, quando eram cromados) terá por base, também, critérios de segurança, pois a quantidade de cromados à frente do condutor podia provocar, em condições de muita luminosidade, encandeamento.

Um abraço, caro Estebes!
 
OP
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Fabricio Estebes
Nuno C disse:
Para além de concordar que o Estebes é uma verdadeira enciclopédia da Jaguar (principalmente dos XJ, sendo certo que tem lá na garagem uns 4 ou 5!!) e de admitir que é capaz de gostar quase :huh: tanto de Jaguars como eu, permito-me dar esta achega.

Em princípio, a alteração dos aros dos manómetros (que, convenhamos, faziam um contraste muito mais bonito com a madeira, quando eram cromados) terá por base, também, critérios de segurança, pois a quantidade de cromados à frente do condutor podia provocar, em condições de muita luminosidade, encandeamento.

Um abraço, caro Estebes!

Boas Nuno!

Mas tu ainda és mais maluco do que eu! Só a tua colecção de miaturas valia um museu!
Quanto aos manometros, tenho que te dar razão pois fica realmente muito mais bonito.
Já descobriste a adivinha? Mas para a frente virá cá à baila!
 

Jorge Neves

YoungTimer
Então e os próximos capitulos com as séries II e III?

E já agora permita-me uma pequena correcção ao post inicial, não foi só o Daimler Double Six que continuou a ser produzido após 1986, foi também o XJ12, este até 1991 e o DD6 até 1992, altura em que finalmente (ou infelizmente) conseguiram ''enfiar'' o V12 na carroçaria do XJ40.

Um abraço,

Jorge
 

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