Revista Topos & Clássicos

Eduardo Wilson

Clássico
"Youngtimer com interesse" é um conceito que não me parece muito objetivo. Quem tenta alargar o crivo para ser o mais abrangente possível, normalmente usa a classificação: "veículo com características intrínsecas de qualidade (técnica, estética), pela sua importância histórica, raridade (ou exclusividade)"

Não me parece que o Audi TT tenha sido um marco na história do automóvel que lhe garanta esse destaque aos 23 anos de vida.





Se o critério for esse, não se esforçaram muito. Não devem faltar carros com mais de 30 anos para colocar na capa.
com o devido respeito está moldado para visões curtas
 
OP
OP
Tiago Baptista

Tiago Baptista

Portalista
Portalista
Só com muita ingenuidade se pode considerar que uma revista como esta sobrevive SEM PUBLICIDADE, amigos de STANDS etc...

A imprensa nunca deu um lucro extraordinário para ninguém. Nem para quem nela trabalha nem para quem dela necessita para subsistir. O meu Pai teve uma papelaria nos idos anos 80 e diversas vezes referiu que não era a imprensa escrita que dava direito. Agora imagine-se em pleno 2021 com tudo o que temos à nossa frente para nos podermos manter a par da atualidade. Pode-se dizer que é um caso raro esta revista continuar em papel num nicho de mercado. Por isso, devemos louvar.

Mas ninguém disse que uma publicação, neste caso, escrita sobrevivia só de boa vontade e do ar. É mais do que óbvio que necessita de patrocínios. Porém não chegará ter, em cada 50 páginas de revista, 20 de publicidade? Ainda é necessário lá colocar, em ensaios, os carros dos amigos? Por muito bons e interessantes que sejam. O parque automóvel nacional vai muito além do Museu do Caramulo, da AC&VdO ou do stand António Carvalheira. Arranja-se pois imaginação para colocar outros modelos na capa.

Nota: Este ano o Citroën Ami comemorou o seu 60º aniversário assim como o Fiat 127 o seu 50º e qual deles teve na direito a ser estrela de cinema? Isto é ser ingénuo? Não. Isto é ver as coisas como elas são sem uma pala nos olhos.
 
Última edição:

Eduardo Wilson

Clássico
Tiago

Está a esquecer que com estes modelos atingem uma faixa mais nova de entusiastas que não são fãs de modelos mais antigos como os que citou anteriormente.
 

João Paulo C. Ribeiro

Pre-War
Premium
A imprensa nunca deu um lucro extraordinário para ninguém. Nem para quem nela trabalha nem para quem dela necessita para subsistir. O meu Pai teve uma papelaria nos idos anos 80 e diversas vezes referiu que não era a imprensa escrita que dava direito. Agora imagine-se em pleno 2021 com tudo o que temos à nossa frente para nos podermos manter a par da atualidade. Pode-se dizer que é um caso raro esta revista continuar em papel num nicho de mercado. Por isso, devemos louvar.

Mas ninguém disse que uma publicação, neste caso, escrita sobrevivia só de boa vontade e do ar. É mais do que óbvio que necessita de patrocínios. Porém não chegará ter, em cada 50 páginas de revista, 20 de publicidade? Ainda é necessário lá colocar, em ensaios, os carros dos amigos? Por muito bons e interessantes que sejam. O parque automóvel nacional vai muito além do Museu do Caramulo, da AC&VdO ou do stand António Carvalheira. Arranja-se pois imaginação para colocar outros modelos na capa.

Nota: Este ano o Citroën Ami comemorou o seu 60º aniversário assim como o Fiat 127 o seu 50º e qual deles teve na direito a ser estrela de cinema? Isto é ser ingénuo? Não. Isto é ver as coisas como elas são sem uma pala nos olhos.
Que uma revista que quer dar a conhecer os Topos (de gama presumo eu) e os Clássicos faça artigos sobre os Opel Kadett B, C, D, Datsun 100A, 120Y, Peugeot 204, 304, 504, Austin/Morris 1100 é quanto a mim um contra senso e um caminho directo para a insolvência. Esses carros são clássicos? Tecnicamente sim quanto mais não seja por critérios de idade. Mas todos os carros com mais de trinta anos são clássicos? Julgo que a maioria dos carros que mencionaste não se distinguiram nem tecnicamente nem em termos estéticos nem sequer na 'pegada' que deixaram na sociedade (com excepção do Austin/Morris 1100 e do Peugeot 204). Mesmo que assim fosse existiriam milhares de pessoas a comprar esses números? Julgo que não. Talvez existissem se a revista fosse uma espécie de Practical Classics ou Gazoline à portuguesa. Mas não é. E mesmo essas publicações lutam para se manter abertas apesar do seu mercado ser muito maior do que a da Topos e Clássicos.

Vêm depois os artigos sobre carros velhos. Para mim é o que o Audi TT é. E provavelmente será nas próximas dezenas de anos. Na verdade esta revista foi desde o inicio uma forma de publicitar os carros no mercado e principalmente os Comerciantes. Assim parece-me muito provável que seja mais interessante para quem dirige a revista apresentar carros que estão no mercado. E na verdade estes agora chamados 'youngtimers' têm uma muito maior penetração nos leitores mais novos que ouviram o pai a contar historias ou ainda se lembram de andar num, do que aqueles clássicos que se distinguem hoje apenas pelo facto de terem sobrevivido (muitas vezes em estado lamentável que agora se convencionou chamar 'patine') e de serem ainda muito acessíveis (talvez por serem pouco apetecíveis). O que é bom é que quem acha que a revista foi longe demais pode sempre fazer aquilo que eu faço- não comprar o que não gosto.​
 
OP
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Tiago Baptista

Tiago Baptista

Portalista
Portalista
Que uma revista que quer dar a conhecer os Topos (de gama presumo eu) e os Clássicos faça artigos sobre os Opel Kadett B, C, D, Datsun 100A, 120Y, Peugeot 204, 304, 504, Austin/Morris 1100 é quanto a mim um contra senso e um caminho directo para a insolvência. Esses carros são clássicos? Tecnicamente sim quanto mais não seja por critérios de idade. Mas todos os carros com mais de trinta anos são clássicos? Julgo que a maioria dos carros que mencionaste não se distinguiram nem tecnicamente nem em termos estéticos nem sequer na 'pegada' que deixaram na sociedade (com excepção do Austin/Morris 1100 e do Peugeot 204). Mesmo que assim fosse existiriam milhares de pessoas a comprar esses números? Julgo que não. Talvez existissem se a revista fosse uma espécie de Practical Classics ou Gazoline à portuguesa. Mas não é. E mesmo essas publicações lutam para se manter abertas apesar do seu mercado ser muito maior do que a da Topos e Clássicos.

Vêm depois os artigos sobre carros velhos. Para mim é o que o Audi TT é. E provavelmente será nas próximas dezenas de anos. Na verdade esta revista foi desde o inicio uma forma de publicitar os carros no mercado e principalmente os Comerciantes. Assim parece-me muito provável que seja mais interessante para quem dirige a revista apresentar carros que estão no mercado. E na verdade estes agora chamados 'youngtimers' têm uma muito maior penetração nos leitores mais novos que ouviram o pai a contar historias ou ainda se lembram de andar num, do que aqueles clássicos que se distinguem hoje apenas pelo facto de terem sobrevivido (muitas vezes em estado lamentável que agora se convencionou chamar 'patine') e de serem ainda muito acessíveis (talvez por serem pouco apetecíveis). O que é bom é que quem acha que a revista foi longe demais pode sempre fazer aquilo que eu faço- não comprar o que não gosto.​

Preferia mil vezes ter um clássico que tecnicamente o era, mesmo que tenha sido visão comum no seu tempo, do que um Audi TT que não marca coisa alguma na sociedade. Pelo menos dava-se um propósito ao conceito da revista. Podia ter muito defeitos a antiga Motor Clássico mas conseguia ser mais interessante. E o atual diretor da T&C, quando nela colaborava, apresentava artigos de relevo que poderiam ser transportados para a sua revista dando uma lufada ao seu trabalho. Agora usar a revista para colocar qualquer carro para publicitar o que existe no mercado? A revista já tem uma secção para esse efeito e algumas páginas de publicidade. Não precisa de troca de favores para ter o que há para venda na capa. Para isso existe, por exemplo, a Auto Compra e Venda que tem um público muito próprio.

Se a revista fosse como aquelas que foram mencionados certamente traria os clássicos que todos conhecemos. Só que para isso acontecer a sua qualidade teria de aumentar a par do preço para justificar a sua compra. E quem sabe não resultaria. Julgo que não seria nenhum prego no caixão da T&C.

Quanto ao alvo a que se destina o Audi TT, e respondendo também ao @Eduardo Wilson, os clássicos abrangem um vasto espetro de idades. Basta ver pelo Portal. O número de entusiastas de várias faixas etárias que aprecia e adquire um modelo de duas ou quatro rodas para puder restaurar, preservar, usufruir, conhecer a sua história e guardar boas memórias é expressivo. Agora, a malta que adquire um carro dos anos 90 ou pós-2000 quer o mesmo para o estimar ou admirar como o carrito do seu avô? Há exceções, claro, e ainda bem, mas uma grande percentagem quer esse automóvel para o stance ou tunning. Não vai comprar, neste caso, um TT para o estimar e guardar para um dia o chamar de clássico. Vê-o como um plástico rápido, de linhas desportivas que dá cenário e que bem ou mal ainda está a um preço convidativo. Para além disso, pouco se vai interessar por uma revista em papel ou ser atraído para um determinado modelo à custa do que vem numa capa. Duvido que a quota de leitores contemporâneos do modelo alemão justifique esta escolha para estrela do mês. Mas mais uma vez afirmo, há exceções e quem não veja o cenário por esse prisma. Ainda bem que assim é pois dessa forma muitos 'youngtimers' estão a resistir bem ao passar do tempo e a ser preservados para o parque automóvel nacional.
 
Última edição:

João Paulo C. Ribeiro

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Preferia mil vezes ter um clássico que tecnicamente o era, mesmo que tenha sido visão comum no seu tempo, do que um Audi TT que não marca coisa alguma na sociedade. Pelo menos dava-se um propósito ao conceito da revista. Podia ter muito defeitos a antiga Motor Clássico mas conseguia ser mais interessante. E o atual diretor da T&C, quando nela colaborava, apresentava artigos de relevo que poderiam ser transportados para a sua revista dando uma lufada ao seu trabalho. Agora usar a revista para colocar qualquer carro para publicitar o que existe no mercado? A revista já tem uma secção para esse efeito e algumas páginas de publicidade. Não precisa de troca de favores para ter o que há para venda na capa. Para isso existe, por exemplo, a Auto Compra e Venda que tem um público muito próprio.

Se a revista fosse como aquelas que foram mencionados certamente traria os clássicos que todos conhecemos. Só que para isso acontecer a sua qualidade teria de aumentar a par do preço para justificar a sua compra. E quem sabe não resultaria. Julgo que não seria nenhum prego no caixão da T&C.

Quanto ao alvo a que se destina o Audi TT, e respondendo também ao @Eduardo Wilson, os clássicos abrangem um vasto espetro de idades. Basta ver pelo Portal. O número de entusiastas de várias faixas etárias que aprecia e adquire um modelo de duas ou quatro rodas para puder restaurar, preservar, usufruir, conhecer a sua história e guardar boas memórias é expressivo. Agora, a malta que adquire um carro dos anos 90 ou pós-2000 quer o mesmo para o estimar ou admirar como o carrito do seu avô? Há exceções, claro, e ainda bem, mas uma grande percentagem quer esse automóvel para o stance ou tunning. Não vai comprar, neste caso, um TT para o estimar e guardar para um dia o chamar de clássico. Vê-o como um plástico rápido, de linhas desportivas que dá cenário e que bem ou mal ainda está a um preço convidativo. Para além disso, pouco se vai interessar por uma revista em papel ou ser atraído para um determinado modelo à custa do que vem numa capa. Duvido que a quota de leitores contemporâneos do modelo alemão justifique esta escolha para estrela do mês. Mas mais uma vez afirmo, há exceções e quem não veja o cenário por esse prisma. Ainda bem que assim é pois dessa forma muitos 'youngtimers' estão a resistir bem ao passar do tempo e a ser preservados para o parque automóvel nacional.
Pontos de vista...
 

Antonio Godinho

Veterano
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Portalista
Não me choca ver um Audi TT numa revista de clássicos, tal como não me chocou quando saiu nessa mesma revista o ensaio do Porsche Boxster. Ambos são youngtimers e marcaram uma época. Por outro lado, o mercado português é muito pequeno e a escassez de modelos conduz a que modelos como esses acabem como capa de uma revista que tem periodicidade mensal. Em tempos adquiria esta revista mensalmente. Aos poucos comecei a perder o interesse. Atualmente e porque passei a adquirir regularmente a Auto Plus Classiques, a qual se debruça sobre carros antigos (sejam eles populares ou de topo), e tem periodicidade bimestral, só adquiro a "Topos" quando vejo que tem alguma coisa que considero interessante.
 

João Paulo C. Ribeiro

Pre-War
Premium
Não me choca ver um Audi TT numa revista de clássicos, tal como não me chocou quando saiu nessa mesma revista o ensaio do Porsche Boxster. Ambos são youngtimers e marcaram uma época. Por outro lado, o mercado português é muito pequeno e a escassez de modelos conduz a que modelos como esses acabem como capa de uma revista que tem periodicidade mensal. Em tempos adquiria esta revista mensalmente. Aos poucos comecei a perder o interesse. Atualmente e porque passei a adquirir regularmente a Auto Plus Classiques, a qual se debruça sobre carros antigos (sejam eles populares ou de topo), e tem periodicidade bimestral, só adquiro a "Topos" quando vejo que tem alguma coisa que considero interessante.
idem
 

Antonio Godinho

Veterano
Premium
Portalista
Então, resumindo:

"Não me choca, mas gosto mais das outras que só falam de clássicos e, por isso, deixei de comprar."
;) :thumbs up:

@JorgeMonteiro

Não, não deixei de comprar. Passei foi a comprar de 2 em 2 meses em conjunto com a Auto Plus Classiques, e isso, apenas se no mês de "jejum" não sair nenhum modelo que me suscite interesse...

A outra que refiro trata de carros antigos, sejam eles clássicos ou não, ou lá o que isso é. A oferta é variada sejam os modelos populares, de gama média, alta ou topo de gama. Parecem-me olhar para o Mundo dos Clássicos de uma forma mais generalizada e mais "terrena" e não acessível apenas a algumas elites, e é isso que aprecio neste tipo de imprensa ;)
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
Premium
Portalista
Parecem-me olhar para o Mundo dos Clássicos de uma forma mais generalizada e mais "terrena" e não acessível apenas a algumas elites, e é isso que aprecio neste tipo de imprensa
Pois é precisamente isso que estávamos a criticar na postura da T&C. Se fossem menos elitistas já tinham feito uma capa com o 127 que faz 50 anos e não precisavam de meter os TTs.
 
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