“C. Santos, Lda.” na Rua do Crucifixo Automóvel “Stutz” , inoportado pela “A.M.Almeida, Lda.” e respectiva publicidade, em 1928 “Jeep” no stand da “C. Santos SARL” na Av. da Liberdade, em Lisboa Stand “Tomaz G. Marques”
No dia 3 de Abril de 1932, disputou-se o “II Circuito do Campo Grande”, um conjunto de provas automobilísticas organizado pelo “Automóvel Club de Portugal” e promovido pelo Governador Civil de Lisboa, tenente João Luiz de Moura, e cuja receita reverteu a favor da “Assistência Pública de Lisboa”.
O “Circuito do Campo Grande” era, na altura, a única "pista" para competições automobilísticas existente na capital. A prova principal consistia na realização de corridas com uma hora de duração, com prémios para os líderes aos 20 e aos 40 minutos.
Além dos «ases do volante», António Guedes Herédia, João Ortigão Ramos e josé Alves Lopes, todos em automóveis «Morris», estiveram presentes os seguintes concorrentes: J. Lopes da Silva em «FIat»; F. Ribeiro Ferreira em «Mercedes-Benz»; Vasco Fontalva em «Lancia»; Alfredo Rego em «Ford»; Vasco Gaspar, Roberto Sameiro e Abílio Nunes dos Santos em «Bugatti»; Manuel Nunes dos Santos em «Ford» e «Bugatti»; Roque da Fonseca em «Bugatti»; Arnaldo Crespo em «Salmson»; Adriano Lopes Aguiar em «Mathis»; A. Rego Barata em «Mathis»; Diogo Rollin Pereira em «Mathis» e engenheiro Abel Pessoa, em «BNC».
Gaspar Sameiro, à média de 100,195 Km/h, foi o vencedor na categoria "corrida", tripulando um “Ford” equipado com pneus “Englebert” e usando carburante “Vacuum”. Em segundo lugar ficou Vasco Sameiro, em “Delage”, que usava pneus semelhantes mas utilizava carburante “Atlantic”. Diogo Cabral, em Bugatti, ganhou a categoria "sport".
Diogo Cabral vencedor na classe “sport” em “Bugatti” Gaspar Sameiro vencedor na classe “corrida” em “Ford”
Os concorrentes queixavam-se da dificuldade em fazerem ultrapassagens, uma vez que as rectas do circuito eram demasiado curtas. Isso dava vantagem a quem largasse na linha da frente da grelha de partida, cujas posições eram atribuídas em função do número de inscrição dos carros.
Na noite da segunda prova teve lugar na Sede do “Automóvel Club de Portugal” a cerimónia da entrega de prémios aos concorrentes.
Artigo na revista “Ilustração” acerca do “IV Quilómetro de Arranque”, disputado igualmente no Campo Grande, em 27 de Março de 1932
Automóveis “Studebaker” Lark de 1963, no stand da “C. Santos, SARL” na Avenida da Liberdade, em Lisboa Oficina e loja de peças e acessórios para veículos “Mercedes-Benz”, nas Caldas da Rainha
A propósito desta loja, situada nas Caldas da Rainha, de referir que ficava ao lado da central de camionagem da "Capristanos" - empresa fundada no Bombarral, por Artur Capristano em 1933 - inaugurada em 19 de Fevereiro de 1949 e obra do arquitecto Camilo Korrodi. Era considerada na altura «a mais luxuosa central rodoviária da Península Ibérica e uma das melhores da Europa». O edifício mais que uma estação de autocarros, era um autêntico centro comercial pois possuía escritórios, restaurante, café, sala de espera, bilheteiras, tabacaria e barbearia. A instalação da “Capristanos”nas Caldas da Rainha completou-se com um bairro de empresa, onde os motoristas, os cobradores, os empregados de escritório e os mecânicos residiam.
Três empresas já exploraram o local: “Capristanos”, “Claras” (que tinha adquirido a “Capristanos” em 1961), “Rodoviária Nacional” . Actualmente é explorada pela “Rodoviária Tejo”.
“Mercedes” 220 D station-wagon
As fotos da viatura anterior foram tiradas junto à Matinha. Na foto da esquerda, ao fundo avista-se a “Fábrica de Gás da Matinha”.
Loja de peças e acessórios para automóveis representados pela “A.M.Almeida, Lda.” na Rua Actor Tasso
”Stand Moderno”, representantes dos comerciais “Commer” e pesados “AEC” e “Vulcan” Stand da “C. Santos, Lda.” na Avenida da Liberdade em 1961 Stand “A. M. Almeida, Lda.” inaugurado na Rua da Escola Politécnica em 1932 (fotos seguintes) Inauguração do Stand da “A. M. Almeida, Lda.”, em 1932 propriedade de António de Medeiros e Almeida
Chegada do Raid Hípico ao Campo Grande em 1907. Ao lado do condutor o fotógrafo do jornal “O Século” e da revista “Illustração Portugueza”, Joshua Benoliel
Carro do jornal “O Século” no mesmo Raid Hípico de 1907 em Lisboa
Anúncio da «FIAT» no jornal britânico “The King” em 1904 com referência ao Rei de Portugal D. Carlos I
Automóvel «Packard» Sport Phaeton em 1920 Automóvel «Ford» Anglia
“Garage Palace” no Porto em 1914 “Auto Monumental do Areeiro”, oficinas da “Volkswagen” no Areeiro em Lisboa
De seguida uma colecção de fotos da firma “Electro Diesela”, na Rua Carlos Mardel, em Lisboa, com serviço e comercialização de produtos e acessórios para automóveis da marca alemã “Bosch”, além de oficina de automóveis e posto de combustível “Mobil”.
Acerca das instalações e história da “Mobil Oil Portuguesa” , visitar neste blogo seguinte link:“Mobil”.
“Electro Diesela”, na Rua Carlos Mardel
Segundo informação amavelmente prestada por um leitor, depois de ter sido loja de modas da cadeia “Maconde” e dum concessionário da marca de automóveis “Renault”, é actualmente uma loja , vulgo, “do chinês”.
Entre 26 e 28 de Agosto de 1949 disputou-se o “II Rallye de Miramar” e, como o nome indica, teve lugar em redor da praia de Miramar (Vila Nova de Gaia) no norte de Portugal. A prova, promovida pela secção regional Norte do “Automóvel Clube de Portugal” , foi vencida pela equipe formada por Jorge Seixas e Martinho Lacasta, num «Allard» M Type.
31 de Julho de 1949
26 de Agosto de 1949
«Allard» K1 Type de Jorge Seixas / Martinho Lacasta «Austin» Atlantic 90 Cabriolet
«Alfa Romeo» 6C 2500 Pininfarina Sport Cabriolet «Alfa Romeo» 6C 2500 Sport Touring, de 1947
Na foto anterior:Jorge Seixas- Allard M Type - Manuel Nunes Santos/Jaime Rodrigues - BMW 328 Coupé - Dr. Oliveira Martinho- BMW 327
«Allard» K1 Type «Jaguar» SS 100
«BMW» 328 Coupé «Simca» 8 1100, de 1948
Quanto aos resultados finais deste Rallye, e graças á gentileza de Ângelo Fonseca, consigo hoje, em 23 de Novembro de 2014, finalmente fornecê-los: Classificação Geral:
1º - Martinho Lacasta em “Allard” V-8
2º - José Soares Cabral em “Allard” V-8
3º - Manuel Nunes dos Santos em “BMW”
4º - Clemente Menéres e António Joaquim Correia em “Ford”
5º - Ernesto Matorell em “Jaguar”
Categorias:
1ª Categoria
1º - Martinho Lacasta em “Allard” V-8
2º - José Soares Cabral em “Allard” V-8
3º - Manuel Nunes dos Santos em “BMW”
2ª Categoria
1º - Simon Knudsen Hansen em “H.R.G.”
2º - António Duarte Lopes em “Peugeot”
3º - José da Costa Oliveira em “Lancia”
3ª Categoria
1º - Joaquim Filipe Nogueira em “Simca”
2º - João Bizarro Soares e Cap. Francisco Nazareth em “Simca”
3º - João Bello Ortigão Ramos em “Simca”
Nota: Muito agradeço a Vera Futscher Pereira, proprietária do blog “Retrovisor” na gentil cedência das fotos, a Pedro Ferreira a sua habitual colaboração na identificação dos automóveis, assim como a seu irmão João Ferreira. Igualmente grato a Ângelo Fonseca na informação das classificações finais.
Fotos in: Retrovisor, InterClássico
Só um pequeno reparo. Gosto muito do Restos de Colecção e é de facto uma referência, apesar de não ser a bíblia.
Contudo estar aqui a espelhar o seu conteúdo é certamente trabalhoso e pouco eficiente na utilização de recursos.
Essa fotografia é em frente ao Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. O edifício ainda existe e hoje é uma loja de produtos fabricados em Alcobaça "Made in Alcobaça". O concessionário Tomas Marques existiu até há pouco tempo, comprei lá uma Peugeot Partner nova. Assistência medíocre e uma série de problemas vieram a encerrar o famoso concessionário. Só Peugeot 504 vendeu largas centenas no concelho.
Excelente tópico! Tenho curiosidade numa oficina Citroen onde hoje é um Supermercado Continente próximo ao Saldanha em Lisboa.
Diogo Cabral, aqui a correr em Bugatti no Circuito do Campo Grande em Lisboa era pai do recentemente falecido Mário Araújo (Nicha) Cabral. Filho de peixe sabe nadar.
Diogo Cabral, aqui a correr em Bugatti no Circuito do Campo Grande em Lisboa era pai do recentemente falecido Mário Araújo (Nicha) Cabral. Filho de peixe sabe nadar.
Não fiquei nada convencido de que se trate de um "Mercedes-Electrique".
Não sei quem são "os especialistas" que refere, nem o que os leva a concluir que se trata de um veículo Lohner-Porsche, tão característico e fácil de identificar.
O melhor será passar à frente enquanto não temos a possibilidade de consultar os arquivos da CML e do Diário de Notícias.
Diogo Cabral, aqui a correr em Bugatti no Circuito do Campo Grande em Lisboa era pai do recentemente falecido Mário Araújo (Nicha) Cabral. Filho de peixe sabe nadar.
Prova automobilística da «FIAT» no Campo Grande, em Lisboa 1910 Gincana automóvel nas Caldas da Rainha, em 1927 Stand da “Sociedade Portuguesa de Automóveis, SARL.”, na Avenida da Liberdade em Lisboa em 1968
Vencedor do Grande Prémio da Curia, em 1927, Alfredo Marinho Júnior em “Bugatti” “MG” TC de Joaquim Filipe Nogueira em 1950, no Circuito da Parada (Cascais) e na Estrada Marginal Lisboa-Cascais
Joaquim Filipe Nogueira, neste ano de 1950, seria vencedor absoluto da II Grande Volta a Portugal em automóvel.
Lembro que Joaquim Filipe Nogueira além de ter sido dos maiores pilotos portugueses de automóveis, em diversas categorias, ficou igualmente conhecido por um programa que manteve na RTP durante os anos 60 do século XX, chamado “Sangue na Estrada”, dedicado à prevenção rodoviária. Outros dois programas, o “TV-Motor” e “Ida e Volta” foram da sua responsabilidade. Seu filho José Filipe Nogueira na foto abaixo, estreou-se em competições em 1976, ao volante de um Mini Cooper S.
Filipe Nogueira exibindo os troféus ganhos por este carro até Dezembro de 1952, e o mesmo carro actualmente no Porto, e o filho de Filipe Nogueira, José Filipe Nogueira
Estas 4 fotos anteriores foram gentilmente cedidas por Pedro Bragança a quem, mais uma vez, agradeço
Camioneta “Adler” SPAL - Acessórios para automóveis, na Avenida da Liberdade em Lisboa em 1954
“Garage Parisiense”, já propriedade da firma “Vaquinhas & Cª, Limitada”, na Rua Andrade Corvo em Lisboa
Stand da firma “Vaquinhas & Cª, Limitada” na Avenida da Liberdade em Lisboa
A “Garage Parisiense” foi, Inicialmente, propriedade da firma “Laurencel & Oliveira”, tendo as suas instalações na antiga Avenida D. Amélia, actualmente Avenida Almirante Reis representando os automóveis das marcas «Mors» e «Delage».
1907 1910
Edifício onde esteve instalada a “Garage Parisiense”, na Avenida Almirante Reis (ex-Avenida D. Amélia) 1910 1913
Na foto seguinte, um dos sócios, Luiz Laurencel, a competir num «Mors» em 10 de Julho de 1910, na prova automobilística “Rampa da Ponte Nova à Cruz das Oliveiras” (acerca desta prova consultar neste blog este link).
Interior das instalações da “Garage Parisiense” na Rua Andrade Corvo
Em 17 de Julho de 1953 “Garagem Parisiense”, nos anos 60 do século XX e mais recentemente instalções da “Santogal”
Actualmente, este edifício encontra-se em obras para ali ser instalada uma clínica privada. Nota: Para a elaboração deste artigo muito agradeço a colaboração prestada por Pedro Ferreira
Em 10 de Julho de 1910, realizou-se a “Rampa da Ponte Nova à Cruz das Oliveiras”, uma corrida de automóveis e motocicletas, num percurso de 1.500 metros entre a Ponte Nova (Rua da Fábrica da Pólvora) e o Moinho da Cascalheira (à Cruz das Oliveiras), numa das zonas mais altas de Lisboa.
Esta corrida, promovida pela “Sociedade Promotora de Educação Física”, como parte das diversões do “mês desportivo” , e sob a direcção do “Real Automóvel Club” (1903), contou com a presença e supervisão do Príncipe Real Afonso de Bragança, irmão mais novo do Rei D. Carlos de seu nome completo: Afonso Henrique Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança, mas conhecido por Infante D. Afonso (1865-1920).
Planta Topográfica (datada de Maio de 1908) da zona onde se realizaram as provas
Assistência devidamente instalada …
«A diversão decorreu animadissima, com certa feição aristocratica e ao mesmo tempo popular, pois que a todos interessava, sendo grande a afluencia do publico. Em palanques préviamente reservados via-se um grande numero de senhoras da primeira sociedade com lindas toilettes de verão, de côres alegres e que davam um belo tom de festa. (…)
Inscritos des ciclistas, srs. Carlos Gonçalves Junior, Mario de Oliveira Beirão, Henrique Chaves, Armando Figueiredo, A. Motta Veiga, Frederico Traquino, Guilherme Prazeres, A. Adriano Aires, , Mario Beirão e José Maximo Correia.
Vinte e um automoveis de diversos autores, pilotados pelos srs. Henrique Chaves, José Aguiar, Carlos Maia, visconde de Pernes, Joquim Belo de Almeida, Louis Laurencel, João B. Dotti Junior, José A. Martins Junior, A. Pimenta de Aguiar, Jorge Bleck, Carlos de Almeida Araujo, A. Beauvalet, Tito de Sousa Frick, S.L.R. Hollis, Diogo Passanha, D. João de Lencastre, Jorge Burnay e Estevam O. Fernandes.» in revista “Occidente”
Após a revista dos automóveis pelo presidente do júri, o Infante D. Afonso (sentado ao volante no carro da frente) … Teriam início as corridas … com o «De Dion» de Henrique Chaves com o nº 12
«Recordando o passado, está ainda na nossa memoria o exito alcançado com a corrida Figueira-Lisboa levada a effeito no dia 27 de Outubro de 1902 por uma comissão.
D'essa corrida sortiram effeitos magnificos para o desenvolvimento do automobilismo, que teve n'essa ocasião um grande impulso (...)
Como consequencia da grande propaganda que se lhe seguiu, os cofres publicos lucraram bastante, porque a importação de automoveis augmentou consideravelmente apezar da pouca commodidade e segurança que as nossas estradas offereciam e, ainda hoje, offerecem para esse meio de locomoção.» in revista “Tiro e Sport”
O júri era composto por: Presidente, Infante D. Afonso; comissários, marquês de Castelo Melhor e marquês do Faial; Suplentes, Manuel Figueira da Câmara e Filipe Vilhena.
Infante Dom Afonso com J. Lima à direita e à esquerda o presidente do “Real Automóvel Club”
Ponte Nova Carro de Henrique Chaves
Carro de Carlos Maia, visconde de Pernes Carro de João B. Dotti Junior
Carro com Infante D. Afonso ao volante e o seu ajudante de campo
Recordo que o Infante D. Afonso, era apelidado de “O Arreda”, já que quando algum transeunte, ou ajuntamento de pessoas, se lhe apresentavam pela frente do seu carro, ele gritava «arreda! arreda!» .
Motocicleta de Oliveira Beirão a curvar
A tabela classificativa Vencedor Estevam Fernandes no seu “Brasier” Os dois primeiros classificados: Estevam Fernandes e Angel Beauvalet
«A concorrencia foi enormissima, tanto aol longo do percurso como nos pontos altos das immediações. Junto ás tribunas tambem a assistencia foi numerosa, fazendo alli a elite o rendez vous da semana.
O serviço de policia foi bem desempenhado, não tendo havido, quer por incuria quer por imprudencia, o mais leve desastre.
Muito enthusismo, musica, etc. Os socorros medicos estavam devidamente organisados.
No local da méta estava armada a tribuna de onde toda a élite de Lisboa assistiu á corrida.» in revista “Tiro e Sport”
O “Real Automóvel Club de Portugal” foi fundado na Sociedade de Geografia de Lisboa no dia 15 de Abril de 1903, data em que foi aprovado o projecto dos respectivos Estatutos e em que foram eleitos, por aclamação, os primeiros corpos gerentes.
Dois Sócios fundadores do Real Automóvel Club de Portugal
D. Eduardo de Noronha Sebastião Teles (Director do RACP)
Na foto anterior Sebastião teles está ao volante dum “Renault” Type NN 40 Cv Landaulet de 1926.
O Real ACP, passaria a ter existência legal a 31 de Maio de 1903, aquando da aprovação dos seus Estatutos pelo Governador Civil de Lisboa, figurando como Presidente Honorário o Rei D. Carlos, como Vice-Presidente Honorário o Príncipe D. Luís Filipe e como Presidente Perpétuo da Assembleia Geral o Infante D. Afonso.
O emblema do Real ACP seria aprovado em sessão de 7 de Junho desse mesmo ano, apresentando a particularidade de ter sido desenhado pelo punho do próprio Rei D. Carlos que colocou à consideração da direção os seis estudos que realizou.
A ação desenvolvida pelos dirigentes do Real ACP nos anos que se seguiram à fundação apontou, desde logo, quais os caminhos que o clube deveria trilhar no futuro: luta constante e persistente por leis mais justas e condições mais favoráveis para o automóvel e para os automobilistas; esforços e iniciativas tendentes a melhorar o estado das estradas e a segurança da circulação rodoviária; promoção a todos os níveis do desporto automóvel; desenvolvimento do turismo e incremento das relações com os clubes congéneres estrangeiros.
Em Novembro de 1907, por ocasião do Congresso da Associação Internacional dos Automóveis Clubes reconhecidos, foi criada a Comissão Desportiva Internacional, ficando o Real ACP nela representada por um Delegado, posição que ainda hoje se mantém.
Primeira sede do ACP no Largo das Igrejas ao Chiado
Em sinal de luto pelo assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe, em 1908, o Real ACP não realizou corridas nem concursos, mas prosseguiu a sua acção no que se refere à luta em prol dos direitos dos automobilistas. Durante o período que antecedeu a República, o Real ACPobteve ainda outros benefícios importantes, conseguindo que o Governo mandasse reparar várias estradas e construir novos troços.
Alguns dias após a implantação da República, em 28 de Outubro de 1910, a Direcção do Club depôs o seu mandato nas mãos do Vice-Presidente da Assembleia Geral, sob a presidência do Marquês de Castelo Melhor, que se reuniu 6 de Março de 1911 e, além de proceder à eleição de novos corpos gerentes, decidiu eliminar o título Real, que perdera o significado com o termo da Monarquia, passando a designar-se “Automóvel Club de Portugal”. A Direcção eleita era presidida pelo Dr.António Macieira.
Com a eleição, em 1928, de uma nova Direcção, presidida por Ricardo O'Neill, o ACP entrou numa fase de enorme desenvolvimento. Foi neste período, em que as iniciativas e realizações se sucederam em ritmo acelerado, que surgiu o “Boletim Oficial do Club” e foi editado, pela primeira vez, o “Mapa das Estradas”.
1929 1930
Veículos de “Pronto Socorro em Estrada
Reboque de 1937
No final dos anos 20, a expansão entretanto verificada levou o Club a procurar Sede própria, mudando-se para o “Palácio de Palmela”, no Calhariz e adquirindo, posteriormente, o Palacete de Tarouca, na Rua Rosa Araújo. Consultar artigo, neste blog, no seguinte link: : “Antiga Sede do Automóvel Club de Portugal”
O ACP foi reconhecido oficialmente como Instituição Pública, a 21 de Março de 1931, por proposta dos Ministros das Finanças e da Instrução Pública. Em 5 de Outubro de 1932 foi feito Comendador da Ordem de Benemerência.
Em Julho de 1934, foi inaugurada a “Escola de Condução do ACP”,seguida das do Porto em 1935 e de Coimbra em 1960.
Primeiros automóveis de instrução do ACP
Para mais pormenores de veículos de instrução do ACP consultar, nesteblog o seguinte link: “Automóveis de Instrução do ACP”
Escola de Condução no Palácio Palmela no Calhariz
Para história e imagens desta secção do ACP, consultar, neste blog, o seguinte link: Escola de Condução do ACP Mapa das Estradas Cartão de Sócio
No ano seguinte, o ACP criou uma secção designada por “Centro Português de Turismo”, que passou a representar o País na “Alliance Internationale de Tourisme” (AIT) e deu imediatamente início a numerosas acções, tendentes a promover o Turismo. Neste mesmo ano, foi conferida ao ACP a Comenda da Ordem de Benemerência.
Revista do ACP de 1931
1943 1952
Em 1950 é inaugurada a actual Sede do ACP na Rua Rosa Araújo em Lisboa, ficando esta assinalada pela entrega ao Club das insígnias da Comenda da Ordem de Cristo. Consultar artigo, neste blog, no seguinte link: “Sede do Automóvel Club de Portugal” Sede do ACP na Rua Rosa Araújo
Instalações da Escola de Condução e Assistência de Pronto Socorro na Avenida Barbosa du Bocage
Em 1953 o “Automóvel Club de Portugal” comemora o seu Cinquentenário. Visitas de Estado na Sede do ACP Presidente da República General Craveiro Lopes Presidente do Conselho Dr.Oliveira Salazar
Em Abril de 1959 é inaugurada a nova Sede da Secção Regional do Norte e, por deliberação da Câmara Municipal do Porto, é-lhe conferida a Medalha de Ouro de Mérito Desportivo.
Sede da Secção Regional do Norte do ACP, no Porto
No campo do desporto automóvel, foram inúmeras as iniciativas ao longo dedécadas promovidas e patrocinadas pelo “Automóvel Club de Portugal”.
Em 28 de Setembro de 1978 o “ACP - Automóvel Club de Portugal” é feito Membro-Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2003 o “Automóvel Club de Portugal” perfez e comemorou 100 anos de existência, através de variados eventos, de entre os quais se destacaram: • emissão de um bilhete da lotaria nacional comemorativo do Centenário ACP;
• publicação do livro “100 anos do Automóvel Club de Portugal”, da autoria de João Lopes da Silva; Sessão Solene na Sociedade de Geografia de Lisboa, no mesmo local em que o Club foi fundado, com a presença do Presidente da República, Jorge Sampaio, sendo o ACP agraciado com o Colar de Honra do Mérito Desportivo;
• Exposição Fotográfica “1903 – 2003 A História do ACP em Fotografia”;
• cunhagem de medalha comemorativa dos 100 anos, com efígie do rei D. Carlos ao volante do seu automóvel;
• lançamento de uma série de 3 selos pelos CTT (100 anos da fundação, assistência automóvel e desporto automóvel);
• realização do Estoril International Historic Festival que concentrou no Autódromo do Estoril carros de Fórmula 1, Sport, Fórmula Júnior e do Rallye de Portugal;
• criação do ACP Golfe, ao abrigo dos estatutos do Club, com o objecto de fomentar e facultar as sócios a prática desta modalidade.
E no ano seguinte, em 2004, a “Revista do ACP” completou 75 anos de existência em Janeiro desse ano, tornando-se a mais antiga publicação da especialidade em Portugal. Actual Presidente do ACP Carlos Barbosa
Outros posts como, “Antiga Sede do ACP” no Palácio Palmela, “Assistência na Estrada do ACP”, “Campanha de Segurança do ACP”, serão publicados brevemente. Nota: Texto publicado neste post teve como base a história do ACP publicada no seu site oficial.
Fotos in: Centro de Documentação do ACP, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
O "Real Automóvel Club de Portugal" fundado em 15 de Abril de 1903, e após 1910 simplesmente designado por "Automóvel Club de Portugal",teve a sua primeira sede no edifício, também ocupado pela companhia de seguros "A Mundial", no Largo das Igrejas ao Chiado em Lisboa.
Em 1928 é eleita uma nova direcção para o "ACP - Automóvel Club de Portugal", presidida por Ricardo O'Neil.
A partir desta altura o Club entrou numa fase de enorme desenvolvimento. Foi neste período, em que as iniciativas e realizações se sucederam em ritmo acelerado, que surgiu o Boletim Oficial do Club e foi editado, pela primeira vez, o Mapa das Estradas. Exemplar da Revista do ACP de 1931 Capa do Mapa das Estradas de 1935
No final dos anos 20 do século XX, a expansão entretanto verificada levou o Club a procurar Sede própria, mudando-se para o Palácio de Palmela, no Calhariz em Lisboa, edifício que tinha servido, até então, de Sede à "Associação Naval de Lisboa".
Em 1950 o "Automóvel Club de Portugal" inaugurava a sua Sede no Palacete Tarouca na Rua Rosa Araújo. Esta inauguração ficou assinalada pela entrega ao Club das insígnias da Comenda da Ordem de Cristo.
Actual Sede do ACP na Rua Rosa Araújo
Em Abril de 1959 o ACP inaugurava a nova Sede da Secção Regional do Norte e, por deliberação da Câmara Municipal do Porto, foi-lhe conferida a Medalha de Ouro de Mérito Desportivo. Sede da Secção Regional Norte do ACP, no Porto fotos in: Centro de Documentação do ACP
Recuperando um texto do post de 22 de Outubro de 2010 com o título: “Automóvel de Instrução do ACP”, relembro a seguinte passagem:: «Em Julho de 1934, foi inaugurada aEscola de Condução de Lisboa, seguida das do Porto em 1935 e de Coimbra em 1960. O pacote de 30 lições custavam 500$00 (2.5 €).»
Primeiros automóveis de instrução do ACP
Era criada, pelo "Automóvel Clube de Portugal’" a primeira escola de condução em Portugal.
Escola de condução ainda na antiga sede no Palácio Palmela Calhariz Fotos da sala de instrução mecânica, na nova sede na Rua Rosa Araújo em 1953 Código da Estrada de 1953
«Austin» de Instrução em 1947 «Volkswagen» de instrução
Os carros de instrução na foto anterior são os “Austin 16 hp” de 1945. O “hp”(short for horsepower) no modelo não reflecte a potência mas sim um cálculo para a taxa de circulação (road tax).
Este modelo, comercializado entre 1945 e 1949 e que veio substituir o ‘Austin 18’, estava equipado com motor de 4 cilindros com 2.199 cc., desenvolvendo 67 cv de potência, atingindo 121 km/h como velocidade máxima. Possuía caixa manual de 4 velocidades. Este modelo foi substituído pelo “Austin A70’”
Instalações do ACP Avenida Barbosa du Bocage, centro de reboque e instrução automóvel em Lisboa
Em Julho de 1934, foi inaugurada a “Escola de Condução de Lisboa”, seguida das do Porto em 1935 e de Coimbra em 1960. O pacote de 30 lições custavam 500$00 (2.5 €)
Carros de instrução “Austin 16 hp’”, de 1945
Foi o Volkswagen “Carocha”, o carro de instrução utilizado pelo Automóvel Clube de Portugal, dos anos 50’s e 60’s. Com um motor de 1.192 cm3 a gasolina, debitava 36 HP, com uma caixa de 4 velocidades e transmissão traseira. Volkswagen, modelo de 1957
Interior muito simples, sem o 2º volante no lado direito colocado, e na foto ao lado 2 carros de instrução e uma carrinha de assistência, também VW, frente á sede do ACP na Rua Rosa Araújo em Lisboa, inaugurada em 1950.
O 2º volante do lado direito que naquela altura e até aos anos 80 era obrigatório para instrução e era amovível, ou seja, quando o instruendo, estava praticando o instrutor ia do lado direito colocava o 2º volante e tinha um jogo duplo de pedais, e colocava também um 2º espelho retrovisor no interior ao lado do outro. Presa ao pára-choques eram colocadas uma placa à frente e outra na retaguarda, do mesmo material da matrícula, dizendo “Instrução” , só que fundo branco e letras pretas sendo também amovível. Quando terminava a aula o instrutor retirava o volante, ou ou não. Fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Este site utiliza cookies para ajudar a personalizar os conteúdos, melhorar a sua experiência e manter a sua sessão activa.
Ao continuar a utilizar este site estará a concordar com a nossa utilização dos cookies.