Regularidade Histórica é isto ?

Conta apagada 31475

Antes Francisco Lemos Ferreira
Quando comecei a fazer Ralis de Regularidade em 2006 o nome estava correcto pois desde Ford A, Joaninha, MGA , Triumph, Morris e outros semelhantes constituíam a maioria dos carros inscritos, era raro ver um carro dos anos 80 e sem dúvida eram históricos. A malta levava um Big Digit e divertia-se à grande era mais 100 metros menos 100 metros.
A soberba, a ânsia dos canecos, troféus e classificações e a permeabilidade das organizações dos ralis transformou a regularidade histórica noutra coisa qualquer. Quando antes se viam 2 ou 3 carros dos anos 80, neste último rali em que fui tirar retratos aos amigos, o que se viu foi mesmo 2 ou 3 carros anteriores a 1970. Um rol de máquinas modernas, equipadas com tudo e mais alguma coisa, terra trip, blunik e mais não sei o quê com a precisão ao metro, desfilaram E30, 205GTI, GOLF II GTI, Renault 19 16, Corsas, 106 Rallye e por aí fora foram o que se viu nas estradas à procura do caneco, quase mascarados de Rallye Sprinters "Low Cost" (muitos sem qualquer experiência) sem a obrigatoriedade de Roll-Bar ou fatos e capacetes em estrada aberta com médias cada vez mais elevadas.
Pura Loucura, quando olho para o painel de inscritos do CNRRH.,é inevitável que um dia vai acabar mal, Pode ser que se divirtam e ganhem canecos mas para que quer ir ver ou participar com um carro histórico é bastante desmotivante. Por isso chamem-lhe o que quiserem mas tirem o histórica do nome. Por mim regularidade histórica deveria ser balizada, ou carros até 1974 (A revolução) ou no limite até onde as centralinas não entram,

Fica Aberta a discussão! Espero que participem!

Um abraço Francisco.
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Anexos

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Pedro Pereira Marques

Pre-War
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Grande Francisco... de acordo com a tua opinião a 200%!!!!

Uma vez, lá para 2004 ou 2005, fui a uma prova dessas com o meu Giulia Sprint Gt e a malta ao almoço nem falava uns com os outros, ao invés faziam contas, não comiam, falavam baixinho para ninguém ouvir e tapavam as notas para ninguém copiar... que tristeza. Eu não estava ali para ganhar nada, estava ali apenas para... ESTAR, simplesmente para estar, mas ninguém estava comigo. Dei comigo a pensar:

"As folgas do fim-de-semana servem para isto, para andarem em stress para ganharem uma taça de pechisbeque para mostrar á mulher que, a esta hora, deve estar a ser... enfim."

Tristeza digo eu, que tristeza.

Pelos vistos essa mesma malta que até andava, na época, em carros mais ou menos, hoje tiveram que se artilhar com a modernidade para poderem ganhar a taça!

Ainda me lembro das conversas:

- Ó Sr. Doutor olhe que o melhor ir mais rápido aqui
- Olhe que não Sr. Engenheiro
- Já o Sr. Arquitecto o disse
- Segundo o Sr. Comendador o melhor é não o fazer

Hoje devem estar na miséria, mas na época o BPN até emprestava uns dinheiritos para o contribuinte ficar a dever!

Hoje acabam por ser os mesmos, ou seja, o mesmo espírito, pouca humanidade mas muita pelintragem.

Ás vezes prefiro estar só do que mal acompanhado.
 
@Pedro Pereira Marques
Já reparei por varias vezes em conversas, ou observando (que nisso eu até sou bom...:D), que existe um tipo dos clássicos muito comum, que é o cagão, não que tenha as mãos cagadas de óleo, mas a mente.

O Sr. Dr o Eng, o Arqt e mesmo o Sr. Comendador( estes últimos sérios é uma raridade, talvez seja essa a condição da comenda )......mas dizia eu que.....começaram crianças na competição, não a automóvel, mas a de quem tinha os melhores carrinhos, 7 da Matchbox, 5 da Polistyl 15 da Corgy toys quantos tens tu? perguntavam eles arrogantemente!

Mais tarde, e como gostam de clássicos, única coisa que temos em comum, aplicaram a mesma atitude pois é a única que conhecem.

@Francisco Lemos Ferreira relativamente a este tópico corrija-me se estiver enganado, já que até hoje nunca fiz nenhuma, neste tipo de provas a regularidade não é facilmente atingida com um bom cronometro um bom navegador e talvez um GPS?

O facto de se ter um carro mais actual é uma vantagem?

Se assim for devia haver diversas classes até aos anos 60 dos 60 até 80 e de 80 a 2000 por exemplo.

Cumpts
 
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João Pereira Bento

128coupe
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O que eu me ri com os comentários do Pedro! :p

Até hoje só fiz o Rally do Caramulo e jurei que nunca mais pagava para me divertir com o meu carro. Primeiro não gosto que o envergonhem, ele não tem culpa de o ter salvo da prensa. Segundo, sabemos nos divertir sozinhos. :)

Achei que era só eu que tinha essa opinião por ter um carro reles. Bem... os Alfas Giulia Sprint Gt em 2004 também não eram tão Guormet. :p

Um senhor que faz regularidade num Alfa uma vez no Autódromo do Estoril próximo do meu carro comentou com o amigo. "Ainda há gente mesmo parva que gasta fortunas num Fiat destes". Ele não sabe que era eu o dono, eu por acaso até sei o nome dele. :) Não está relacionado com o tópico, também sinto que esses eventos são cada vez mais uma montra.

E por que raio é que no fim tem sempre que haver piões?
 
OP
OP
C

Conta apagada 31475

Antes Francisco Lemos Ferreira
Abordei o Tema com o que me vai na alma, de um gajo que já fez muitos ralis num carro aberto de 1967 sem qualquer ajuda instrumental num espírito dificil de entender para quem faz os 200 e tal kms de um rali num 320 is ou num Renault 19 16v confortavelmente ao abrigo dos elementos e cheios de computadores à frente. Se calhar sou muito old school e devia andar nos ralis pré-war .
Emanuel não para isso existem equipamentos tipo blunik que fazem a coisa ao metro e 3 dias antes as equipas já têm 85% do rali feito e introduzido no aparelho...uma coisa e ires a leva com o vento na tromba com o navegas ao lado aos berros a cantar notas outra é ires de 320is ou de R19 com AC.
 

João Pereira Bento

128coupe
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Abordei o Tema com o que me vai na alma, de um gajo que já fez muitos ralis num carro aberto de 1967 sem qualquer ajuda instrumental num espírito dificil de entender para quem faz os 200 e tal kms de um rali num 320 is ou num Renault 19 16v confortavelmente ao abrigo dos elementos e cheios de computadores à frente. Se calhar sou muito old school e devia andar nos ralis pré-war .
Emanuel não para isso existem equipamentos tipo blunik que fazem a coisa ao metro e 3 dias antes as equipas já têm 85% do rali feito e introduzido no aparelho...uma coisa e ires a leva com o vento na tromba com o navegas ao lado aos berros a cantar notas outra é ires de 320is ou de R19 com AC.

Utilize outro exemplo, tipo MX-5! :p Adoro esse Renault 19, juro. A 480 metros da minha casa existe um desses, o meu está sempre a pedir um irmão.
 
Emanuel não para isso existem equipamentos tipo blunik que fazem a coisa ao metro e 3 dias antes as equipas já têm 85% do rali feito e introduzido no aparelho...uma coisa e ires a leva com o vento na tromba com o navegas ao lado aos berros a cantar notas outra é ires de 320is ou de R19 com AC.
Não tinha percebido confesso a minha ignorância no assunto dos rallyes de regularidade.
No entanto @Francisco Lemos Ferreira, no que diz respeito ao levar com o vento....a minha opinião é: cada um vai como quer!! Eu sei como gostaria de ir, a levar com o vento na "tromba":)
Cumpts
 
Posso dar a minha opinião em relação a isso. Nunca me interessei muito por rally's de carros historicos e hà muito que perdi interesse pelo desporto automovél em geral que se tornou como o Futebol, monótono e sem interesse nenhum pois não hà competição são sempre os mesmos que ganham e o que conta é quem tem a carteira mais recheada, não hà lugar para amadorismo.

Depois desculpem algumas pessoas, se vou ferir a sensibilidade de alguns pois gosto muito de certos classicos que vou falar mas, aonde é que um E30 320 ou 318 ou assim, que é relativamente recente, é um carro iconico, carismatico que marcou gerações? Desculpem mas classico sim mas iconico para mim M3 ou algumas motorisações especiais e preparações especiais como o 325 Schnitzer de 1985 ou 1986 se não me engano, de um grande amigo meu que era mais potente que um M3.

Sabem o que eu penso, como voçes todos o frizaram e como o sr. Francisco Lemos Ferreira e o sr. Pedro Pereira Marques tão bem o disseram, esse senhores se calhar querem mais um troféu como disse o sr. Emanuel Baptista tão bem. Eles pensam que o dinheiro pode comprar tudo até a facilidade pois não querem perder tempo como voçês perderam, querem logo tudo de uma vez e, quando esse bichinho passar, passam a outra coisa.

Aqui no Luxemburgo há, no verão muitos eventos e, sobretudo rally's de classicos mas, quando os vejo passar nunca vi nenhum carro que fosse posterior à década de 70, vêem-se alguns de 78, 79 mas são carros iconicos e pouco produzidos e vendidos, mas nunca vi nenhum de oitenta e tais. E acreditem ou não hà muito Português que vem aqui a estes eventos pois jà os vi por cà. No principio pensei que fossem todos Holandeses pois, as matriculas dos classicos Holandeses são iguais às Portuguesas (fundo preto com letras brancas tipo AA-00-00) mas não, muitos são Portugueses.

Para poder ter as Matriculas de classico aqui no Luxemburgo o carro tem de ter mais de 30 anos, nenhuma modificação foi feita no carro mantendo de origem, e que o modelo não seja mais produzido.
 
Última edição:
Ja me esquecia, terà que ter a inspecção feita e depois, terà que se marcar um encontro/consulta no centro de inspeções que, depende do estado luxemburguês, para eles avaliarem o carro e o pedido e , so depois de ir a comissão para deliberação é que decidem ou não se serà classico. E por exemplo, tenho quase a certeza absoluta que aqui no luxemburgo não hà nenhum E30 com placas de classico, pois foram produzidos imensos e, ainda hà imensos e continuam a ser produzidos. Esse veiculo e considerado um véiculo de época ou veterano.
 
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JP Vasconcelos

Raio de Sol
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Acho óptimo que se discuta este assunto, principalmente aqui.
Conforme já escrevi no facebook, concordo a 100% com o Francisco Lemos, subscrevo a 100%.
A única experiência de regularidade que tenho são dois fim d'ano da Figueira, sendo um na versão soft (conceito que também pode resolver alguma coisa).
Como sou doidinho pelo meu carro de 1973 e desde sempre fiz "brincadeirinhas" com ele, tenho vontade de fazer, quando possível, rallies de regularidade.
Mas entretanto percebi que nos rallyes os carros que dominam são dos anos 80 para diante e aí comecei a pensar que se fosse com o meu velhinho de 60 cv.s cansados, além da navegação, ainda ia ter que andar constantemente a espremê-lo atrás do prejuízo, tanto mais que já li vários comentários a dizer que as ligações são muito apertadas.
Por isso estou a ponderar a possibilidade de vitaminar um outro carro igual ao meu para conseguir não me atrasar muito (além do handicape do kit de unhas), no que terei que gastar no mínimo dos mínimos 5.000€ absolutamente irrecuperáveis.
Em todo o caso não acho justo disputar a mesma prova com carros dos anos 80 em diante e não é só uma questão de potência, é tudo o mais, travões, maneabilidade, estabilidade e etc.
Para convierem nas mesma prova efectivamente deveria, mais do que classificações à classe, haver handicaps efectivos pois só assim os velhinhos poderiam disputar a prova à geral e não se perderem os youngers ou pré-clássicos, ou seja o que fôr.
Depois duas coisas mais, o espírito, gosto de ver os outros carros e conversar com outras pessoas sobre carros e para isso é preciso tempo, qualitytime como diz o Nuno Granja.
Depois se houver um acidente grave por excesso de velocidade o que vai acontecer? basta pensar no que aconteceu com os Grupos B com o que vai acontecer mais dia menos dia com os Ralys Sprint (é só uma questão de tempo) e como já aconteceu em provas pirata em circuito fechado (sei pelo menos uma situação em que houve um atropelamento gravíssimo de um espectador e só não morreu gente, inclusivamente uma criança, apenas por milagre - o condutor conduzia BMW E3 4 rodas motrizes e provavelmente não tinha unhas para a máquina, além do público não estar em segurança).
Gostava de fazer regularidade mas nem vitaminando um carro igual ao meu (no máximo dos máximos para 90 cv) terei hipóteses de disputar em segurança provas com médias apertadíssimas. Não havendo alternativa, o melhor é mesmo equipar as "máquinas" actuais que aparecem na regularidade com rollbar e passarem a disputar provas em estradas fechadas, acho eu...
 
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pcamiloalves

Clássico
Bem, vejo muita gente a criticar os ralis de regularidade, alguns com razão, outros, na minha opinião só mesmo pelo prazer de criticar.

Eu participo de forma "regular" ou o melhor que posso nestas provas e portanto não posso deixar de entrevir. Vou ser breve:

1 - Criticas de segurança: Concordo, muitas vezes pedem médias em estradas bastante apertadas que obriga a ser um "quasi" rally, e a estrada está aberta... Penso que a tendência vai ser aumentar o custo das provas (+20-30€ por concorrente) mas fechar algumas estradas no sentido oposto...
2 - Carros pós anos 80: Eu chamo o "Trofeu GTi" (do qual eu ainda faço parte até ter o Fiat 127 pronto). Mas a verdade é simples: Um 205 GTi por 5000€ está no pronto. O Fiat 127 estou a restaurar está no dobro disso e nunca vai ser tão bom
3 - Ambiente: Falam sem saber. As pessoas são super simpaticas, bem abertas, e quando precisei ajudaram sempre no que podiam... Já fui de Fiat 127, e ao contrário do que dizem, toda a gente dava os parabens pelo carro, que tava muito bonito e que devia ander sempre nesse (só o levo a alguns ralis, Vidreiro, Portugal Histórico...)
4 - Profissionalismo: Os tempos passam, os que vão para ganhar levam o material todo. Nos primeiros 2 anos com o meu pai (o navegador) levava terratrip e tabelas, agora comprei uma aplicação para o telemovel que ajuda (custou 60€ não foi nenhum balurdio). Assim já não enjoa! lol... Parece que as criticas é mais de quem quer ganhar mas não quer gastar o € nos apetrechos...
5 - Criticar carros dos outros: NUNCA, repito NUNCA me aconteceu, e já fiz de Fiat 127... Portanto devem ter ido as provas erradas...

Acho que deviam experimentar andar lá umas provas antes de falar/criticar. Não gostam de carros dos anos 80? Usem o que gostarem... Cada um sabe de si! Eu quero passar a fazer de Fiat 127! Vou ganhar, não, vou divertir, sim!
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Vou responder assertivamente mais tarde.
No entanto fico triste quando estereotipamos uma situação que mal conhecemos e só ajudamos a denegrir a imagem.
Sim existe quem queira apenas saber de ganhar, sim existem utilizadores destes ralis para os quais só as máquinas super apetrechadas e de renome valem a pena, mas sim também existem e muitas pessoas normais que vão para de divertir e num espírito de camaradagem confraternizam.
@pcamiloalves , gostei do post!

Até breve.
 
Uiiii... sobre este assunto já tenho vindo a falar à muito... mas acho que tem tudo a ver com o prazer de fazer um rali em um automóvel clássico ou fazer em um de "plástico"... o aparecimento de equipas com automóveis até 1990 está para mim mais relacionado com a vontade de lutar pelos melhores lugares do que pelo prazer da condução de um automóvel clássico e colocar o mesmo à prova assim como a equipa, pois fazer com um automóvel clássico a gestão de todo o rali é outra bem diferente... nao condeno ninguém de apareça de "plástico", mas qualquer dia os ralis de regularidade perdem toda a sua elegância, não é a mesma coisa um fiat 127 bem preparado à época ou não, para um E30 por exemplo... sao as regras e permitem, mas acho que devem valorizar mais quem se apresentar de automóvel clássico ( por exemplo até 1980 ou algo do género...)... não digo que um dia não apareça de 480 turbo, mas para já estamos com o 144S de 1969 e que gozo nos dá....
Aquisição de viatura para fazer ralis de regularidade? custa o mesmo, mais clássico ou mais moderno, isso não é desculpa... e se pensarmos bem até podemos sempre escolher um automóvel a pensar na classe que vamos estar inseridos...
 

JP Vasconcelos

Raio de Sol
Premium
Portalista
Vou responder assertivamente mais tarde.
No entanto fico triste quando estereotipamos uma situação que mal conhecemos e só ajudamos a denegrir a imagem.
Sim existe quem queira apenas saber de ganhar, sim existem utilizadores destes ralis para os quais só as máquinas super apetrechadas e de renome valem a pena, mas sim também existem e muitas pessoas normais que vão para de divertir e num espírito de camaradagem confraternizam.
@pcamiloalves , gostei do post!

Até breve.

fico a aguardar a tua opinião agora que começas a conhecer a coisa por dentro
 

pcamiloalves

Clássico
David, eu faço num "plástico", num Peugeot 205 GTi, e posso dizer que dá bastante prazer conduzir! Mas é verdade, com o Fiat 127 tenho sempre o triplo de preocupações!

Quanto ao custo infelizmente tenho de discordar contigo. Um Peugeot 205 GTi arranjas por €5000 e tem potencia e robustez suficiente para fazer um rally, ver niveis e está pronto para isso. Um Escort MK1 1600 custa mais do dobro e no fim do rally são mais uma horas a resolver problemas e mini avarias... Mas como disse, eu quero voltar ao Fiat 127, mas desta vez o Fiat 127 MK1 que estou a preparar!

Quanto aos anos, penso que não será reversivel as datas. Sempre achei um erro avançarem para lá de 1982, deviam ter criado uma classe a parte. No entanto, alguns dos vencedores tipicos/potenciais apresentam um carro de 1969 (BMW 1600)... Mas ai é mais "quem sabe, sabe, e eu não sei..."
 
Quando comecei a fazer Ralis de Regularidade em 2006 o nome estava correcto pois desde Ford A, Joaninha, MGA , Triumph, Morris e outros semelhantes constituíam a maioria dos carros inscritos, era raro ver um carro dos anos 80 e sem dúvida eram históricos. A malta levava um Big Digit e divertia-se à grande era mais 100 metros menos 100 metros.
A soberba, a ânsia dos canecos, troféus e classificações e a permeabilidade das organizações dos ralis transformou a regularidade histórica noutra coisa qualquer. Quando antes se viam 2 ou 3 carros dos anos 80, neste último rali em que fui tirar retratos aos amigos, o que se viu foi mesmo 2 ou 3 carros anteriores a 1970. Um rol de máquinas modernas, equipadas com tudo e mais alguma coisa, terra trip, blunik e mais não sei o quê com a precisão ao metro, desfilaram E30, 205GTI, GOLF II GTI, Renault 19 16, Corsas, 106 Rallye e por aí fora foram o que se viu nas estradas à procura do caneco, quase mascarados de Rallye Sprinters "Low Cost" (muitos sem qualquer experiência) sem a obrigatoriedade de Roll-Bar ou fatos e capacetes em estrada aberta com médias cada vez mais elevadas.
Pura Loucura, quando olho para o painel de inscritos do CNRRH.,é inevitável que um dia vai acabar mal, Pode ser que se divirtam e ganhem canecos mas para que quer ir ver ou participar com um carro histórico é bastante desmotivante. Por isso chamem-lhe o que quiserem mas tirem o histórica do nome. Por mim regularidade histórica deveria ser balizada, ou carros até 1974 (A revolução) ou no limite até onde as centralinas não entram,

Fica Aberta a discussão! Espero que participem!

Um abraço Francisco.
Ver anexo 1068318
Plenamente de acordo. É verdade que todos os veículos com mais de 30 anos podemos classificar de clássicos mas em termo de competição em regularidade histórica é necessário pensar bem. Todos têm direito a se divertir com os meios que possuem mas então crie-se um tipo de competição que envolva veículos dos anos 80 para a frente. Já existe os VSH nos rallys mas visto que importa caro ter um carro para esse fim arranje-se maneira de todos competirem versus divertirem-se mas não prejudicando o que já existe. Tudo gosta de ir pelo mais simples e sem trabalho mas depois estraga-se o trabalho feito por outros e qualquer dia deixamos de ver na regularidade histórica aquilo que interessa; os carros históricos. Afinal para que existe o cérebro? De certeza com um pouco de trabalho e a boa vontade de todos o horizonte é alcançado e todos ficam satisfeitos. Isto é só a humilde opinião de uma pessoa que gosta de carros clássicos principalmente os de competição e não me lembro de ver BMWs 316 ou NISSANs SUNNY 1.4 ou outros da mesmo grupo competindo mas...
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Na minha opinião o @Francisco Lemos Ferreira expôs o que lhe ia na alma, sendo que os Ralis de Regularidade estão a ser invadidos por veículos do final dos anos 80 e com aparentes e provavelmente claras pretensões à vitória, tendo-se perdido a componente lúdica, de prazer, de luta com o as dificuldades de condução de um automóvel antigo e de cálculo mental, efectuando com que os veículos de deleite para os olhos do público esteja a diminuir drasticamente.

Infelizmente acho essa situação verdadeira, mas vou tentar analisar os factos.

O Campeonato Nacional de Ralis de Regularidade “Histórica” (doravante designado pelo acrónimo CNRR) nasceu se não me engano em 2013, com outro nome penso que era Classic Club, apareceu devido à carolice de clubes automobilísticos entusiastas essencialmente da zona centro que organizavam e organizam provas para o deleite e prazer de uns quantos aficionados, este mesmo campeonato veio no meu entender lançar o espírito de competitividade e retirar a tal componente lúdica e até de passeio.
Temos acho eu de distinguir o CNRR, dos Ralis que existem para desfrutar como o roadbook Santa Maria da Feira, Fim do Ano Figueira da Foz, 48H do Alentejo entre outros. No entanto é claro que o CNRR nasceu destes Ralis FIVA.

Vou fazer uma analogia com o futebol nos escalões mais jovens, o CNRR é para os que andam nas escolas de competição dos clubes, os outros são as escolas de formação. Cada um participa onde preferir!

Não podemos retirar de um campeonato o espirito competitivo senão não seria um campeonato. Sou no entanto totalmente de acordo que deveriam existir duas classes distintas a separar-se principalmente por equipamentos (um Porsche 911 ou BMW 635Csi será sempre melhor que um Fiat Uno 45, ou um Peugeot 205 Rallye e os mais velhos até já podem ter injecção e DA e se calhar ABS) a serem utilizados pelos participantes, falei várias vezes desta situação com vários participantes assíduos, sempre me foi comunicado que seria impossível verificar a situação com a utilização de bluniks ou programas de forma anómala, o que me é uma pena, acho sinceramente que poderá existir mercado para 2 campeonatos distintos ou tipos de provas distintos com regras distintas mas principalmente claras para todos, no entanto com alguma desertificação existente criar 2 tipos de prova, algumas questões se colocam: Essa situação “matará” todas as provas? Podem coexistir? Podem ser efectuadas simultaneamente?
Não podemos olvidar que além do CNRR existem provas de Regularidade Sport, algo que nunca vi ser “chamado” para as provas CNRR.
Quando o campeonato foi lançado penso que o limite de idade dos veículos seria terem no mínimo 25 anos, o ano passado bloquearam essa situação pois pretendem que a idade mínima dos veículos no futuro seja de 30 anos como indicado pela FIVA. A utilização do melhor equipamento nunca será proibida e cada um vai porque gosta quer e pretende. É óbvio que muitos não podem almejar ganhar (o Blunik é aqui claramente a grande diferença, pela precisão e custo, ou outros equipamentos similares que não conheço mas que tenham uma precisão metrológica e de indicação ao metro), mas desejam participar e principalmente divertir-se, eu estou neste último grupo, tinha uma ideia mínima ao que ia, sinceramente correu bem demais e não espero repetir o resultado, é óbvio que não se vai logo para ganhar, pois a experiência aqui também é muito importante. No campeonato os veículos sofrem mais, as médias são normalmente mais elevadas, este ano aumentaram para 55Km/h, não há “lamechices” que gostamos como prendas das câmaras, T-shirts de oferta ou a preço de amigo etc, a comida é boa sendo eventualmente menos requintada, a camaradagem existe. Se aparece malta competitiva sim e existem clubes “rivais”; aparecem a falar mal sim já apanhei, muito poucos na realidade, mais de 90% está em amena cavaqueira. É uma paz podre? Não sei. Sei que existe um clube o Classic Clube que organiza tudo com os clubes para entregar na federação (FPAK) e assim existir um campeonato aprovado pela FPAK. Só para terem uma ideia um curso de regularidade em Espanha custa entre 180€ e 350€, dependendo das questões que abordarem e sua extensão, o Classic Clube fez um curso simples, com teoria, prática, demonstrativo e gratuito! Querem mais?

Nos Ralis “FIVA” não do CNRR existe normalmente maior cuidado com os participantes, médias mais baixas, restaurantes eventualmente mais cuidados, prendas, e é melhor para apreendermos, se gostamos mais ou menos é com cada um. Existem Ralis FIVA menos conhecidos mas que tem custos de inscrição bem mais caros, são provas pelo prazer de andar se calhar mais devagar desfrutando da vista, dos manjares, dos hotéis, a condução não será o mais importante, a navegação também não sei se o será.

Não tenho ainda experiência de um CNRR completo, não nos podemos esquecer que vamos em estrada aberta e as médias aumentaram o que se torna mais perigoso, mas no último que participei não achei mais perigoso por isso, estava muito bem delineado, mas sim é um desporto motorizado e pode tornar-se perigoso e aqui o organizador/promotor da prova é muito importante, o que ouço é que o rali do CNRR mais difícil e rápido e consequentemente eventualmente mais perigoso é o que a maioria prefere. Quanto ao andar com equipamento de segurança, entendo e percebo, mas se andamos na estrada com outros veículos normais vamos andar com Rollbar e afins, acho que no mínimo não é salutar, mas não serei a melhor pessoa para responder. É uma competição mas é uma regularidade.

Na minha opinião deveria existir:
Ralis FIVA – Carros até 30 anos sem equipamentos eletrónicos. Médias mais baixas.
Ralis CNRR – Como está, mais tarde alinham com os 30 anos.
Rali Sport – Médias ainda mais altas, equipamentos permitidos. Estradas fechadas.

Por mim os 2 primeiros poderiam co-existir numa mesma prova, participando em conjunto. Será possível? Terá inscritos suficientes?

Eu gosto de participar e não me sinto mal. Os custos não são Low Cost, apesar do meu carro e do equipamento que tem ser, mas sem esta carolice e amadorismo as participações nos Ralis cada vez mais seriam para uma elite e menos para os adeptos da carolice e espírito de aventura- Atenção existe cada vez mais um afastamento dos jovens em relação aos carros e às provas motorizadas, queremos acabar de vez com as provas e vamos todos curtir o hyper milling à vela dos Eléctricos?
Seja desta ou de outras competições motorizadas existe cada vez menos divulgação e já existe mais participação em provas “intermédias” sem sentido pejorativo como as provas do NDML muito bem organizadas mas que penso não serem campeonatos nacionais do que num campeonato Nacional de ralis, porque será?

Algumas notas extra:

Participantes e temas relacionais: Não conheço outras competições mas ter várias pessoas com muita experiencia agradavelmente a explicar, ajudar e conviver não será em muitas. Claro que existe quem só pense nos títulos e desdenhe todos os outros participantes de meia tijela como eu, mas e nas outras competições, provas, passeios, etc não existem também? Temos duas hipóteses se gostamos de lá andar não nos relacionamos com essas pessoas e simplesmente não lhes damos ouvidos, se não nos sentimos bem por esta ou mais razões vamos pregar para outra freguesia. Atenção ás informações dadas que por vezes não são de desdém ou maldizentes são constatações claras mas que não gostamos de ouvir.

Veículos: Quanto aos veículos, é verdade que é muito mais giro ter um carro dos anos 60 ou 70 a participar, mas são mais caros de ter e manter que dos anos 80, além disso acabamos sempre por levantar mais facilmente pé para não estragar material, eu tenho pena de abusar dos carros mais antigos por isso tenho um charuto de meia tijela, estupidamente barato eventualmente fiável e do qual não tenho pena de andar a “partir” um pouco.
De acordo com as classes existentes, um veículo dos anos 80 pode não ser tão carismático mas para não profissionais são mais simples e baratos de preparar e manter abrindo a porta aos amadores. O mais importante nestes ralis é claramente a fiabilidade. Pode e se calhar deve ser efectuado no futuro uma tabela de handicaps, por ano, potência, relação peso-potência, ajudas à condução etc.

Equipamentos: Quem quiser participar com Bluniks, equipamentos electronicos e outros com precisão ao metro devem ter handicaps rigorosos ou participar numa classe à parte.

Tipos de Provas: Os organizadores serão os responsáveis por medidas futuras, eles são os mais conhecedores para levarem água a bom porto.

Não quero com esta longa missiva ofender ninguém. Pretendo apenas que também aqui nesta casa mesmo que pouco, se cultive o prazer de participar em provas de regularidade sejam elas FIVA, CNRR, Sport ou outras, e que principalmente divulguem as mesmas e demonstrem sempre que seja possível, uma foto, um cartaz, um pequeno texto. Para mudarmos o que achamos mal temos de participar e lutar por isso.

Não fui assertivo, desculpem-me por isso.

Abraço,
 
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