Há muitos carros interessantes que estão a sair neste preciso momento do país, mas nós os portugueses e "amantes" de clássicos também temos a culpa. Somos os primeiros a desvalorizar as coisas no acto da compra. Quem nunca tentou vender um clássico e só lhe aparecem idiotas a quererem fazer trocas parvas ou, por outro lado, oferecem valores absurdos e nem sequer vão ver o carro? Perdoem-me alguns amantes de clássicos, mas alguns não o são. São apenas uns tipos que querem comprar barato para tentar vender caro e nem sequer gostam de andar naquilo porque "é incómodo e trava mal". Está precisamente a acontecer o que aconteceu no início dos anos 80 onde muitas bombas foram parar onde alguém pagou o preço devido.
Obviamente que aqui também não há dinheiro, mas o que reparo também é que não há dinheiro para comprar carros impecáveis com história por 30.000 eur, mas há dinheiro para comprar Carochas ou Minis por 2000 euros todos podres e depois vão gastar 30.000 num restauro assim-assim para fazer uma coisa que poderia estar assado e nunca vale mais do que pouco.
Pensem no vosso caso, tipo introspecção, e façam as contas no que já gastaram em clássicos populares e no que poderiam ter de exclusivo ajudando a manter o património no nosso país e a enriquecer ainda mais os nossos passeios e concentrações.
O mundo dos Alfa Romeos antigos, o que conheço melhor, é disso exemplo. As pessoas não se importam de pagar 8000 eur por um 2000 Gtv com aspecto razoável mas feito a fibra de vidro com recuperação duvidosa onde vão gastar milhares de euros para nunca terem nada, pois a base do carro era má, em prol de um outro impecável como novo com restauro documentado por 15000 euros! Isto não tem lógica...
Há pouco tempo consegui comprar um Junior Zagato que foi vendido em 1971 pela Mocar, sempre português, porque dei o valor devido. O sr. que o vendia estava prestes a vendê-lo para a Holanda porque nós os portugueses oferecíamos menos por um Zagato do que por um Honda Jazz em segunda mão. Chega a ser ofensivo e o homem estava farto de aturar os supostos "amantes" de clássicos. Este Toyota é muito provavelmente exemplo dessa situação.