Topos & Clássicos Nº82 - Fevereiro 2008

Pedro Pires

pedrompires
Mike Silva disse:
A cronica brasleira, redigida pelo Rogério Ferraresi, destina-se não ao mercado brasileiro, mas sim para divulgar em Portugal o panorama algo característico da cena dos clássicos no Brasil.


E já agora...O que acham dos artigos de Inglaterra?

Mas será que assim tanta gente em Portugal se interessa pela Crónica Brasileira? Já tenho lido opiniões que vão ao encontro da minha. Acho muito sinceramente, que pela falta de assunto a revista publique a assídua crónica do Brasil. Porque os Brasileiros são certinhos no envio de matéria para a revista e como esta última possui pouquíssimos jornalistas a tempo inteiro, publica tudo o que lhe chega (tudo, tendo em conta o n.º de páginas permitido pela sua detentora e às vezes até deixa de fora artigos escritos por portugueses), ou seja, tudo o que vem á rede é peixe. Veja por exemplo, o camião Ford americano, será que num país como o nosso, onde existiram diversos veículos do género, derivado das nossas raízes agricolas, matéria suficiente para elaborar um artigo? A Topos & Clássicos não possui é jornalistas para o fazerem, em vez disso vive num amadorismo latente, baseado em freelancers e nas noticias enviadas por alguns leitores.

De uma forma geral os artigos de Inglaterra estão muito bem escritos e textos bem redigidos são sempre bem-vindos, muitos deles escritos na primeira pessoa o que se traduz para o leitor num sentimento de realidade. Os artigos de Inglaterra ao contrário dos do Brasil, na minha opinião, já terão maior interesse, pois em Portugal possuímos uma grande herança de património automóvel que nasceu em terras de Sua Majestade.
 

Mike Silva

O aprendiz
Realmente , compreendo a sua opinião, mas não é educado manifestar-me.

Agrada-me que aprecie as cronicas de Inglaterra, pois sao da minha autoria,e julgo sinceramente que pelos assuntos propostos vou de encontro ao panorama classico portugues, onde existem muitos modelos identicos aos que retrato.

Penso que a realidade dos classics inglesa, é um excelente modelo a seguir, embora reconheça que as particularidades características do nosso povo não permitam uma importação incondicional do modo de encarar os classicos do mod como estes são encarados em Inglaterra.

Eu estou em Inglaterra, mas não estou retirado da cena portuguesa. Ainda neste mes aparece um ensaio que fiz a um curioso veículo ( Renault Rodeo) em Portugal, onde me desloco amiude , por vezes mais do que uma vez por mes.

O permanente "embate" que verifico de ambas as realidades,permite-me uma visão alargada e aberta, que de outro modo não teria se apenas vivesse em Portugal. Sair da cena dos classicos em Portugal, e entrar na cena inglesa, é como se estivéssemos habituados a lançar foguetes no Santo António, e de repente fossemos trabalhar para Cabo Canaveral.

Sobretudo, tento demonstrar que a ideia do " Este carro é muito raro e já não existe , e por isso vale um balúrdio!" é um absurdo ao serviço da destruicao da cena dos classicos e de especuladores chicos-esperto.

Por vezes não! Vale se estiver completo e em condições. Podemos comprar um Armstrong Siddeley por 400 contos para restaurar, e um restaurado por 25 000. Em Portugal valeriam todos 50000! Estivessem como estivessem!

Existem muita especulacao em Portugal, a porem preços exorbitantes nos carros. Um mini mil contos? Um carocha mil contos? Um renault 4 mil contos? è tudo aos mil? Abre-se uma revista com anuncios e o carro mais barato que aparece é um todo ferrugento e sem documentos, que nem novos os queriam.Qualquer dia um Visa ou um AX tambem vale mil contos...

Comprem revistas inglesas, ai no Colombo ou num forum qualquer, como a "Practical Classics " e fiquem de boca aberta! Nao comprem a " Classics and sports cars," que essa é para os ricos de cachimbo e com cavalariças...
 
Mike Silva disse:
...Comprem revistas inglesas, ai no Colombo ou num forum qualquer, como a "Practical Classics " e fiquem de boca aberta! Nao comprem a " Classics and sports cars," que essa é para os ricos de cachimbo e com cavalariças...

Mike qual é a sua opinião em relação à "Mini Magazine"?
 

Pedro Pires

pedrompires
Mike Silva disse:
Realmente , compreendo a sua opinião, mas não é educado manifestar-me.

Agrada-me que aprecie as cronicas de Inglaterra, pois sao da minha autoria,e julgo sinceramente que pelos assuntos propostos vou de encontro ao panorama classico portugues, onde existem muitos modelos identicos aos que retrato.

Penso que a realidade dos classics inglesa, é um excelente modelo a seguir, embora reconheça que as particularidades características do nosso povo não permitam uma importação incondicional do modo de encarar os classicos do mod como estes são encarados em Inglaterra.

Eu estou em Inglaterra, mas não estou retirado da cena portuguesa. Ainda neste mes aparece um ensaio que fiz a um curioso veículo ( Renault Rodeo) em Portugal, onde me desloco amiude , por vezes mais do que uma vez por mes.

O permanente "embate" que verifico de ambas as realidades,permite-me uma visão alargada e aberta, que de outro modo não teria se apenas vivesse em Portugal. Sair da cena dos classicos em Portugal, e entrar na cena inglesa, é como se estivéssemos habituados a lançar foguetes no Santo António, e de repente fossemos trabalhar para Cabo Canaveral.

Sobretudo, tento demonstrar que a ideia do " Este carro é muito raro e já não existe , e por isso vale um balúrdio!" é um absurdo ao serviço da destruicao da cena dos classicos e de especuladores chicos-esperto.

Por vezes não! Vale se estiver completo e em condições. Podemos comprar um Armstrong Siddeley por 400 contos para restaurar, e um restaurado por 25 000. Em Portugal valeriam todos 50000! Estivessem como estivessem!

Existem muita especulacao em Portugal, a porem preços exorbitantes nos carros. Um mini mil contos? Um carocha mil contos? Um renault 4 mil contos? è tudo aos mil? Abre-se uma revista com anuncios e o carro mais barato que aparece é um todo ferrugento e sem documentos, que nem novos os queriam.Qualquer dia um Visa ou um AX tambem vale mil contos...

Comprem revistas inglesas, ai no Colombo ou num forum qualquer, como a "Practical Classics " e fiquem de boca aberta! Nao comprem a " Classics and sports cars," que essa é para os ricos de cachimbo e com cavalariças...

Mike, quero apenas referir que apesar de tudo o que anteriormente referi, continuo a achar dentro do razoável a Topos & Clássicos como uma revista importante no panorama nacional. Sou amigo do António Gil, o qual considero uma pessoa 5 estrelas, mas acho que a mudança da revista para melhor não depende só dele. Mas isso é uma história antiga, já amplamente discutida aqui no Portal e sobre a qual já disse tudo o que tinha a dizer.

Os meus sinceros parabéns pelas crónicas inglesas! Como já referi, são discursos que nos envolvem de tal forma que ao ler-mos parece que estamos a viver a situação descrita. É muito importante que este género de artigos cresçam nas nossas revistas. Há qualidade na escrita e acima de tudo fazem nos imaginar.

Relativamente aos preços praticados em Portugal são realmente um pouco exorbitantes, no entanto parece-me que há que referir que os restauros e peças para clássicos também o são e isso poderá originar dois tipos de situações, a saber, uma em que o carro nunca foi restaurado nem foi alvo de trabalhos de substituição de peças, ou seja é vendido tal e qual como saiu de fábrica e o seu proprietário tenta lucrar com a sua venda sem ter gasto um centimo nele e outras situações em que o proprietário investe caro no restauro do carro e um dia por motivos de força maior, o vende e tenta recuperar o investimento feito.

Dou o exemplo do meu BMW 2002, que não está à venda, mas no qual já investi mais de 8000€. Compro grande parte do material para ele na marca, pela relação de confiança que deposito na marca e outro material que a marca não dispõe em casas da concorrência. Todos os trabalhos de chapa e mecânica são efectuados por amigos que percebem do assunto. Segundo o BMW 02 Club Alemanha, o meu BMW 2002, em estado de concurso poderá ascender aos 6900€, ou seja, se o vender irei perder dinheiro. Não levo a mal as pessoas quererem recuperar o investimento feito, mas também há que culpar o valor das peças e dos restauros em Portugal que necessariamente condicionam o preço dos clássicos.

Há que ver os preços não só na perspectiva de comprador, mas também da do vendedor!
 
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