Tens Um Clássico? Usa-O Ou Perde-O!

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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Caros amigos,

Chego agora aqui, e constato alegremente que a discussão já vai encaminhada.

Amigo Helder, eu não sou nenhum Jay Leno. Quem me dera, mas não sou. E mesmo ele começou do nada, nos primeiros tempos da carreira dormia no carro. Carro esse que ainda tem, diga-se de passagem, e faz questão de trabalhar em todos eles.

Eu não quero diminuir nada nem ninguém na sua forma de ver os clássicos, quero apenas mostrar que a ideia do clássico que não é usado é altamente prejudicial à sobrevivência de todos os recursos à nossa volta. Se todos optarmos por apenas embelezar os nossos carros e nunca os usar, tirando uma ou outra casa de bate-chapas e pintura, o resto vai tudo às urtigas. E depois?

Já para não falar na vertente familiar... quantas vezes não vemos carros que foram coleccionados ao longo dos anos por um desses senhores exóticos que nunca tiram os carros da garagem, serem depois vendidos ao lote em leilão quando ele morre? Os filhos não lhes ligam, eram peças de museu em quem ninguém tocava. Não tiveram certamente o gozo de andar com eles, de ter aventuras neles.

O uso continuado é de longe a alternativa mais saudável para manter um clássico. Claro que nem todos nós podemos dar-nos ao luxo de os usar como carro do dia-a-dia, mas há muitos que são plenamente capazes disso. E se não todos os dias, pelo menos com muita regularidade.

Eu não sou contra os restauros, só acho é que muitas vezes caímos no restauro demasiado precioso e depois temos medo de usar os carros. Eu paro o meu carro na rua, vou com ele ao supermercado, deixo-o de capota aberta em toda a parte. Vai levar e buscar os miúdos à escola, já serviu para transportar coisas que não cabem em mais lado nenhum, e nunca se nega. E fez 45 anos esta semana, é o mais antigo deste modelo em Portugal e faz parte de uma série extremamente rara, da qual não há mais nenhum no país.

Não tenho receio? Claro que tenho, mas não o deixo é tomar conta de mim. E prefiro arriscar do que ficar sem gozar tudo o que puder do meu carro. E também fico a olhar para ele de vez em quando, seja na garagem ou na rua. Adoro ver o reflexo dele nas montras quando passo pelas lojas.

A mim o que me preocupa é que de facto vamos tendo cada vez menos gente capaz de fazer o que quer que seja, já se começa a sentir e bem. Aqui há tempos estive a estudar um motor pré-guerra que em vez de bronzes de cambota e bielas tem o metal fundido directamente no bloco. Quem faz disto hoje em dia? Ninguém, pelo menos aqui pelos meus lados. Conhecia um mecânico que fazia disso (foi um dos meus mestres, felizmente), mas já não está entre nós... E foi uma coisa que não cheguei a aprender.

Quem arranjará os nossos clássicos daqui por uns anos? Vamos ter de os parar todos por não terem tomadas USB?

Um abraço a todos!
 

David Silva

scuderi
Obviamente, revejo-me na pertinencia do Eduardo... Infelizmente o meu meio de locomoção à semana é o carro da empresa... Por não poder usufruir da forma que queria (por ter apenas 2 lugares) é que vendi o 914, e quem me conhece sabe que antes da chegada do Dinis o carro fez milhares de kms nas minhas mãos... O mini da Filipa, é felizmente, o principal meio de transporte do meu sogro, partilhando agora a tarefa com o 124 Special... Os pequenos contratempos que vão aparecendo com eles são imediatamente resolvidos visto ainda ser relativamente fácil encontrar peças tanto para o pequeno inglês como para o italiano...

Quanto à Giulietta passou a preencher todos os requisitos que eu desejo para o meu clássico de uso frequente... 5lugares com cintos, potencia suficiente para o que pretendia, potencial de evolução com pequenas intervenções e acima de tudo a paixão pelos Alfas... Infelizmente o processo para coloca-la em acção sem limitações tem sofrido constantes adiamentos pelos mais variados motivos, mas poderei também dizer que já aluguei uma garagem em Aveiro para a ter constantemente perto de mim assim que esteja a 100% (e está mesmo quase). Em breve poderei colocar um sorriso de orelha a orelha em mim, na Filipa e no Dinis sempre que nos apetecer... E vão ser muitas vezes...

Abraço a todos!
 
Sinceramente, nunca tive interesse em ler grandes textos escritos pelo pessoal do portal, que disponibiliza algum do seu tempo em informar ou contar as

suas experiências com os seus clássicos, atenção, não tenho nada contra isso.

Mas, hoje pela primeira vez despertou-me a atenção, pelo simples facto que já tive esse pensamento de "guardar o clássico".

Desde 2007 e até aos dias de hoje, conduzo um pré-clássico, atualmente com 24 anos, todos os dias, e não troco por nada e tenho um clássico que está na fase final de

um restauro, e pensei, "quando estiver pronto vou sair poucas vezes para poder durar mais uns anos". Depois de algumas conversas de café, cheguei a uma conclusão.

Então se o carro teve um restauro de A a Z, está quase "novo", está como eu quero, dentro da originalidade possível claro, vou guardá-lo a " 7 chaves"? NÃO.

Por experiência e conselhos de outras pessoas, não vou cair no erro de ver o carro constantemente na garagem, porque o estar "encostado" também se estraga.

Para finalizar, quem ler este texto também irá comentar, "então dizia que não lia textos longos e escreve um texto destes?", é verdade.

Deixo aqui o meu testemunho, não deixem morrer os clássicos na garagem.

Uma abraço a todos.
 

Helder Manuel Oliveira

Pre-War
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Portalista
Caros amigos,

Chego agora aqui, e constato alegremente que a discussão já vai encaminhada.

Amigo Helder, eu não sou nenhum Jay Leno. Quem me dera, mas não sou. E mesmo ele começou do nada, nos primeiros tempos da carreira dormia no carro. Carro esse que ainda tem, diga-se de passagem, e faz questão de trabalhar em todos eles.

Eu não quero diminuir nada nem ninguém na sua forma de ver os clássicos, quero apenas mostrar que a ideia do clássico que não é usado é altamente prejudicial à sobrevivência de todos os recursos à nossa volta. Se todos optarmos por apenas embelezar os nossos carros e nunca os usar, tirando uma ou outra casa de bate-chapas e pintura, o resto vai tudo às urtigas. E depois?

Já para não falar na vertente familiar... quantas vezes não vemos carros que foram coleccionados ao longo dos anos por um desses senhores exóticos que nunca tiram os carros da garagem, serem depois vendidos ao lote em leilão quando ele morre? Os filhos não lhes ligam, eram peças de museu em quem ninguém tocava. Não tiveram certamente o gozo de andar com eles, de ter aventuras neles.

O uso continuado é de longe a alternativa mais saudável para manter um clássico. Claro que nem todos nós podemos dar-nos ao luxo de os usar como carro do dia-a-dia, mas há muitos que são plenamente capazes disso. E se não todos os dias, pelo menos com muita regularidade.

Eu não sou contra os restauros, só acho é que muitas vezes caímos no restauro demasiado precioso e depois temos medo de usar os carros. Eu paro o meu carro na rua, vou com ele ao supermercado, deixo-o de capota aberta em toda a parte. Vai levar e buscar os miúdos à escola, já serviu para transportar coisas que não cabem em mais lado nenhum, e nunca se nega. E fez 45 anos esta semana, é o mais antigo deste modelo em Portugal e faz parte de uma série extremamente rara, da qual não há mais nenhum no país.

Não tenho receio? Claro que tenho, mas não o deixo é tomar conta de mim. E prefiro arriscar do que ficar sem gozar tudo o que puder do meu carro. E também fico a olhar para ele de vez em quando, seja na garagem ou na rua. Adoro ver o reflexo dele nas montras quando passo pelas lojas.

A mim o que me preocupa é que de facto vamos tendo cada vez menos gente capaz de fazer o que quer que seja, já se começa a sentir e bem. Aqui há tempos estive a estudar um motor pré-guerra que em vez de bronzes de cambota e bielas tem o metal fundido directamente no bloco. Quem faz disto hoje em dia? Ninguém, pelo menos aqui pelos meus lados. Conhecia um mecânico que fazia disso (foi um dos meus mestres, felizmente), mas já não está entre nós... E foi uma coisa que não cheguei a aprender.

Quem arranjará os nossos clássicos daqui por uns anos? Vamos ter de os parar todos por não terem tomadas USB?

Um abraço a todos!

Eduardo, só quis dizer que não andamos mais de clássico, ou com os carros guardados, porque não podemos.
Eu pelo menos falo por mim. E as razões são variadas, mas sempre que posso lá sai um da garagem.

De qualquer forma o meu carro do dia-a-dia já tem 20 anos e mantenho-o desde que o comprei novo (já precisa de um restauro). ;)

Eu percebo a intenção - tudo o que fica parado degrada-se mais - mas volto a referir que há modelos cujas peças, até material de manutenção,
já são difíceis de encontrar, logo não podemos ter uma utilização sem preocupações. Falo por exemplo do meu Toyota 800.

Agora a questão que acho mais pertinente neste tópico prende-se com a dificuldade de se encontrar oficinas especializadas e com bons profissionais
para os nossos clássicos. E aqui penso que alguns dos jovens que agora terminam os seus cursos poderiam ocupar esta lacuna.
Não acho que apenas os "antigos mestres" sejam capazes de tratar de carros clássicos.
Através de uma adequada formação e acima de tudo gosto pelo que fazem há jovens que poderiam dar continuidade a esta actividade.
E penso que o Eduardo também está a fazer por isso. ;)
Abraço.
 

Luis Ángel

O Nuestro Hermano
Eduardo, só quis dizer que não andamos mais de clássico, ou com os carros guardados, porque não podemos.
Eu pelo menos falo por mim. E as razões são variadas, mas sempre que posso lá sai um da garagem.

x2 mais outra vez. Acho que as coisas não são nunca só brancas ou pretas, e por vezes, dependendo das situações pessoais um clássico não é apto 100% para o uso diário continuado. Ou não temos o tempò que desejaramos para brincar com ele (olhem: 'brincar' quer dizer utilizar, empregar, conduzir, qualquera que seja a situação)

Eu faço uns 25.000 Km/ano, o meu trabalho fica 45 Km longe; trabalho a turnos, e, com sinceridade, não fico contente saíndo às 06:00 AM depois de ter trabalhado toda uma noite de fevereiro chuvoso e pegar no SEAT 133 para voltar a casa. No caso das férias com a família, pois prefero empregar a o meu querido plástico Dácia Logan tdi que é horrívelmente feio mas é um amigo abnegado, fiável, económico e comfortável para mim, a mulher e a menina.

Gosto tirar os clássicos da garagem para outro tipo de eventos. Mesmo o mês próximo tenho uma semana de férias eu sozinho, e já tenho agendado uma viagem até Lisboa e por soposto vou pegar nalgum dos meus clássicos e desfrutar como uma criança.

Com esto quero dizer que sim, sou partidário de usar os clássicos e não ficarem guardados na garagem, mas não todos podemos ter a oportunidade e empregá-los como veicculo de utilização diária.

Ai se eu estiver reformado!!!! então esquecia de plásticos, mas... a vida é a que é!!!

Cumprs
 

Helder Manuel Oliveira

Pre-War
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Portalista
x2 mais outra vez. Acho que as coisas não são nunca só brancas ou pretas, e por vezes, dependendo das situações pessoais um clássico não é apto 100% para o uso diário continuado. Ou não temos o tempò que desejaramos para brincar com ele (olhem: 'brincar' quer dizer utilizar, empregar, conduzir, qualquera que seja a situação)

Eu faço uns 25.000 Km/ano, o meu trabalho fica 45 Km longe; trabalho a turnos, e, com sinceridade, não fico contente saíndo às 06:00 AM depois de ter trabalhado toda uma noite de fevereiro chuvoso e pegar no SEAT 133 para voltar a casa. No caso das férias com a família, pois prefero empregar a o meu querido plástico Dácia Logan tdi que é horrívelmente feio mas é um amigo abnegado, fiável, económico e comfortável para mim, a mulher e a menina.

Gosto tirar os clássicos da garagem para outro tipo de eventos. Mesmo o mês próximo tenho uma semana de férias eu sozinho, e já tenho agendado uma viagem até Lisboa e por soposto vou pegar nalgum dos meus clássicos e desfrutar como uma criança.

Com esto quero dizer que sim, sou partidário de usar os clássicos e não ficarem guardados na garagem, mas não todos podemos ter a oportunidade e empregá-los como veicculo de utilização diária.

Ai se eu estiver reformado!!!! então esquecia de plásticos, mas... a vida é a que é!!!

Cumprs


Luís, concordo plenamente...

Eu também gosto de sair de clássico e aproveitar aqueles momentos na sua plenitude.
Sem preocupações, sem stress, apreciando a paisagem...
Se andasse todos os dias não era a mesma coisa. ;)
Abraço.
 
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Amigo Helder,

Sem dúvida, a ideia é mesmo essa. O problema é que de facto não vemos muita gente inclinada para isso, e mesmo que o venham a fazer, serão capazes de o fazer devidamente? Hoje em dia os carros são plug&play, mas os antigos exigem alguns dedos de testa. Não é qualquer um que afina carburadores múltiplos. E quem sabe montar devidamente um motor mais exótico? E obviamente que há muita gente que até sabe o elementar de montar um motor, mas há tantos pequenos pormenores que fazem a diferença entre fazer uma coisa que resulta de imediato ou fazê-la durar muito tempo, que sei perfeitamente que muitos não lhes dão atenção.

São esses detalhes que fazem a diferença entre um bom mecânico e um amador, e um amador não tem futuro profissional. Mas quem irá aprender os pormenores, saber ao que deve ter atenção, aprender como tratar um motor Fiat, um motor Ford, um motor Alfa?

Eu estudo imenso estas coisas, felizmente desde novo aprendi os básicos da mecânica como deve ser com dois mestres do antigamente. Mas o resto tem vindo a custo de incontáveis horas a ler livros, a navegar na internet e a aprender com pessoal experiente. Hoje em dia já me desenrasco bastante bem em termos mecânicos e eléctricos, mas ainda gostava de aprender mais. Mas isto sou eu, e sei o que custou chegar aqui sozinho.

Nos Estados Unidos e em Inglaterra já se criaram cursos para preservar e passar todas estas competências às novas gerações, mas no resto do mundo... nicles.

E depois há o velho pormenor... quem quer dedicar a sua vida a aprender uma coisa para a qual não há clientela? Se ninguém anda com os carros, não precisam de manutenção, nem peças, nem especialistas. Ficam ao abandono, seja um abandono maquilhado numa garagem ou um abandono real num descampado a apodrecer a olhos vistos. Eu conheço muitos assim, mesmo aqui perto da minha casa vive um médico que tem uma colecção incrível de clássicos, mas... nunca ninguém os vê. Estão ao abandono, debaixo de telha, são múmias. Foram compostos visualmente, mas não servem o seu propósito.

Claro que quando se trata de um carro para o qual é quase impossível arranjar peças comuns, o uso tem de ser mais reduzido. Mas mesmo esses devem circular e ser usados, senão degradam-se. E não deve haver uma necessidade permanente de peças que não as de desgaste comum num clássico em boa forma que tenha sido recuperado devidamente, e essas normalmente são mais fáceis de encontrar.

Um abraço!
 
A crise sintomática provocada mundialmente, é uma das muitas culpas no cartório para deixar certos clássicos não esquecidos mas sim parados por falta da melhor solução ou informação disponível por quem diz saber mas que na verdade não sabe como solucionar, fazer perdendo tempo e dinheiro (Fico à espera que se crie neste espaço uma lista de quem é verdadeiramente perito e ajude de verdade sobre os nossos clássicos). :cool:

Conheci outrora bons mecânicos, pintores, bate-chapas e até estofadores, hoje aclamados de artesãos, pois fazem parte da velha guarda que não descuravam daquilo que sabiam desempenhar, mas todos esses que conheci, foram deixando essa função ora porque esta vida terminou ora porque se reformaram e não quiseram explicar ou passar conhecimento, logo a culpa pode vir sempre dos dois lados, de quem queria aprender e de quem não queria partilhar o seu dom.

Concordo plenamente com este pensamento “Qualquer mecânico competente e bem treinado pode manter um clássico em condições, temos é de proactivamente seleccionar e recomendar os bons e filtrar os medíocres. Isso também acabará por melhorar o serviço e a imagem de uma classe repetidamente desvirtuada”, “Por isso, de facto é preciso apostar em informar melhor as pessoas. Os jovens podem ser aconselhados e entusiasmados para valores mais certos. Claro que é preciso saber o que se está a dizer, mas muitas vezes os conselhos não caem em saco roto. A orientação informada é um bem precioso, e quem adora verdadeiramente o seu clássico fará o melhor para ele. E queremos que a relação das pessoas com as suas máquinas cresça, e evolua sempre para melhor” e “O gosto individual pelo nosso clássico pode levar-nos a tentar conhecê-lo melhor, e sermos mais cuidadosos, o que é positivo tanto pela maneira como conduzimos, como pela forma que cuidamos dele. Sabemos melhor as suas vulnerabilidades, aprendemos mais, tornamo-nos donos da máquina e não seus escravos martirizados”. :)

O único parágrafo que não concordo é este “Será que compensam mesmo? Será que são assim tão económicos? Será que são assim tão amigos do ambiente? Não. Redondamente enganados por uma máquina enorme que vende ilusões para se sustentar, e podemos prová-lo. São fiáveis? Às vezes… Duram muito? Não”, claro que compensam, quem gosta de conduzir e sentir à vontade na/a estrada e levar algumas pessoas (avantajadas como eu, no bom sentido da palavra :p :lol: ), prima sempre pela segurança e fiabilidade, que por vezes os clássicos não dão; Qualquer carro clássico ou moderno é económico dependendo da sua condução; Qual é o veiculo motorizado que não polui?! Os carros duram o que tiverem que durar, dependendo da manutenção ou tratamento que cada um lhes dá, acho que é insensato colocar e generalizar que todos os carros modernos (Que um dia hão de ser quer queiram, quer não, vão ser clássicos como os de hoje que outrora também foram modernos, ou será que andam esquecidos?!) não durem como os clássicos de hoje, claro que duram, eu sou prova disso.

Este pensamento “Acima de tudo, quero deixar-vos apenas com este pensamento… Ser velho não é desculpa para nada. Uma máquina pode ser reabilitada e mantida na sua plena eficácia, desde que tenha sido assim desenhada. É algo que é impossível de fazer com um qualquer carro moderno, mas que um clássico aceita na perfeição. Para quê escolher ser mal servido?” é feito para quem só tem olhos para os clássicos ao invés de ter uma simples visão aberta e alargada para todo o mundo motorizado, no qual respeito e mais uma vez não concordo, pelo menos nesta minha simples idade, aliás fico deveras descontente quando num outro tipo de fóruns ou revistas de carros modernos vulgarizam os carros antigos/clássicos por carros velhos, charutos, chaços etc e vice versa, se formos iguais ao que os outros pensam andamos em círculos e não saímos do mesmo sistema, para quê ser igual quando se pode ser diferente?! :cool:
 
Concordo plenamente com o Eduardo quando diz que cada vez há menos pessoas capazes de "mexer" nos clássicos.

Grande parte desses "mestres" mecânicos,pintores,electricistas e bate-chapas quando começaram a trabalhar eram miúdos com 10,11,12 anos e foi graças aos ensinamentos recebidos dos seus mestres e ao trabalho de muitos anos que chegaram a um patamar de conhecimento que todos admiramos.

Mas esses foram tempos diferentes...em que tudo acontecia mais devagar. Havia mais tempo para dedicar a cada problema que aparecia no automóvel, criavam-se verdadeiras relações de confiança e amizade entre clientes e "o pessoal da oficina".

Eu tive a oportunidade de sentir isso mesmo quando, sempre que podia, ia com o meu pai levar ou buscar o carro à oficina, para afinar o carburador, para tirar uns riscos ou para ver um modelo novo que tinha chegado, "cheio de novidades".

Mas com o desenvolvimento económico tudo se foi alterando (também) no mercado de trabalho. Os processos produtivos alteraram-se, os materiais utilizados também - os plásticos substituiram os nosos queridos metais/cromados - as marcas começaram a dar ênfase aos novos modelos, abandonando a ideia de que um carro é para uma vida. As pessoas apreenderam esses conceitos novos e começaram a olhar para os carros como um objecto de duração limitada. Também as oficinas começaram gradualmente a ver assim os automóveis... e chegamos aos dias de hoje, em que quase já não se encontram mecânicos nas oficinas, só bons rapazes que tiram peça velha e aplicam peça nova.

Dantes chegávamos ao mecânico e pediamos para ele dar uma volta com o carro porque de vez em quando engasgava...e o mecânico lá ia...voltava...via os platinados...dava uma sopradela nuns tubos...via os níveis...e "pronto, pode ir à sua vida que o carro já está bom"...Isto nos dias de hoje é impensável!

Hoje em dia as oficinas têm os seus empregados a quem têm de pagar os ordenados e mais uma montanha de custos fixos, portanto não podem facilitar na hora de facturar a mão de obra, que é muitas vezes o que mais nos custa a aceitar enquanto clientes.

Custa-nos ver esta realidade mas a verdade é que temos de aceitá-la.

Ou então estes tempos de crise vão fazer com que retornemos aos velhos costumes de troca de bens e serviços...tipo "eh pá, fazes a revisão ao meu carro e quando estiveres com uma cárie vens ao meu consultório que eu trato-te isso de borla"...

E será que para um jovem mecânico com vontade de aprender , esta é uma boa perspectiva de vida?
 

Paulo Sergio Carvalho

Portalista
Portalista
Concordo plenamente com o Eduardo quando diz que cada vez há menos pessoas capazes de "mexer" nos clássicos.

Grande parte desses "mestres" mecânicos,pintores,electricistas e bate-chapas quando começaram a trabalhar eram miúdos com 10,11,12 anos e foi graças aos ensinamentos recebidos dos seus mestres e ao trabalho de muitos anos que chegaram a um patamar de conhecimento que todos admiramos.

Mas esses foram tempos diferentes...em que tudo acontecia mais devagar. Havia mais tempo para dedicar a cada problema que aparecia no automóvel, criavam-se verdadeiras relações de confiança e amizade entre clientes e "o pessoal da oficina".

Eu tive a oportunidade de sentir isso mesmo quando, sempre que podia, ia com o meu pai levar ou buscar o carro à oficina, para afinar o carburador, para tirar uns riscos ou para ver um modelo novo que tinha chegado, "cheio de novidades".

Mas com o desenvolvimento económico tudo se foi alterando (também) no mercado de trabalho. Os processos produtivos alteraram-se, os materiais utilizados também - os plásticos substituiram os nosos queridos metais/cromados - as marcas começaram a dar ênfase aos novos modelos, abandonando a ideia de que um carro é para uma vida. As pessoas apreenderam esses conceitos novos e começaram a olhar para os carros como um objecto de duração limitada. Também as oficinas começaram gradualmente a ver assim os automóveis... e chegamos aos dias de hoje, em que quase já não se encontram mecânicos nas oficinas, só bons rapazes que tiram peça velha e aplicam peça nova.

Dantes chegávamos ao mecânico e pediamos para ele dar uma volta com o carro porque de vez em quando engasgava...e o mecânico lá ia...voltava...via os platinados...dava uma sopradela nuns tubos...via os níveis...e "pronto, pode ir à sua vida que o carro já está bom"...Isto nos dias de hoje é impensável!

Hoje em dia as oficinas têm os seus empregados a quem têm de pagar os ordenados e mais uma montanha de custos fixos, portanto não podem facilitar na hora de facturar a mão de obra, que é muitas vezes o que mais nos custa a aceitar enquanto clientes.

Custa-nos ver esta realidade mas a verdade é que temos de aceitá-la.

Ou então estes tempos de crise vão fazer com que retornemos aos velhos costumes de troca de bens e serviços...tipo "eh pá, fazes a revisão ao meu carro e quando estiveres com uma cárie vens ao meu consultório que eu trato-te isso de borla"...

E será que para um jovem mecânico com vontade de aprender , esta é uma boa perspectiva de vida?


Antonio permita-me só acrescentar uma coisa quando diz (Hoje em dia as oficinas têm os seus empregados a quem têm de pagar os ordenados e mais uma montanha de custos fixos, portanto não podem facilitar na hora de facturar a mão de obra, que é muitas vezes o que mais nos custa a aceitar enquanto clientes.) muitas delas cobram materias que não foram colocados e que se pagam muito bem deles, os filtros,os oleos os calços não são da marca apenas vem patentiados e que muitas vezes ficam "esquecidos" de trocar ( não me faltam exemplos) o que tambem poderá acontecer no oficina do Quim ali na esquina mas esse sempre leva a mão de obra mais barata,sempre houve maroscas mas os mecânicos de antigamente mostravam as peças retiradas do carro e até deixavam estar o cliente a ver o seu trabalho.
 
OP
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

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(...) Este pensamento “Acima de tudo, quero deixar-vos apenas com este pensamento… Ser velho não é desculpa para nada. Uma máquina pode ser reabilitada e mantida na sua plena eficácia, desde que tenha sido assim desenhada. É algo que é impossível de fazer com um qualquer carro moderno, mas que um clássico aceita na perfeição. Para quê escolher ser mal servido?” é feito para quem só tem olhos para os clássicos ao invés de ter uma simples visão aberta e alargada para todo o mundo motorizado, no qual respeito e mais uma vez não concordo, pelo menos nesta minha simples idade, aliás fico deveras descontente quando num outro tipo de fóruns ou revistas de carros modernos vulgarizam os carros antigos/clássicos por carros velhos, charutos, chaços etc e vice versa, se formos iguais ao que os outros pensam andamos em círculos e não saímos do mesmo sistema, para quê ser igual quando se pode ser diferente?! :cool:

Caro amigo,

Eu sei que isto pode parecer redutor / parcial / preconceituoso, mas é uma opinião bastante fundamentada. Eu sou um estudioso da engenharia automóvel tanto clássica como moderna (aqui mais por ligação com a minha área de trabalho, mas não deixo de ter mais curiosidade do que o estritamente necessário), e vejo bem como as coisas vão evoluíndo nos carros actuais.

Hoje em dia a engenharia nos automóveis está em declínio, é tudo sacrificado ao altar da electrónica. Não são precisas suspensões decentes, basta umas molas e uns braços simples, depois "governa-se" o bicho com software e amortecedores electrónicos. Os materiais são pensados para reciclar e não para durar. A vida útil de um carro produzido hoje em dia não ultrapassa os 10 anos, estamos a viver o pico da teoria da obsolescência programada. É por isso que duvido que, tirando alguns notáveis pertencentes a segmentos altos do mercado, a esmagadora maioria dos carros vendidos agora alguma vez chegue a ser clássico. E se lá chegarem, há-de ser bonito mantê-los em pleno funcionamento, com componentes a expirar persistentemente...

Todo o conceito técnico do carro vive de compromissos cada vez mais apertados, não apenas com questões ambientais (essas seriam o menos), mas acima de tudo com questões financeiras, e de marketing. Não se pode ter materiais de qualidade aqui ou ali porque é preciso bancos que massajam. Ora bolas! Isto é o quê? A chapeleira do carro é feita de cartão prensado para poder meter mais uma luzinha de cortesia num canto qualquer. Os travões traseiros são tambores em vez de discos porque as ópticas do novo restyling são mais caras que as antigas. E isto continua... é tudo assim.

Ao invés, o sobredimensionamento e robustez inerente à esmagadora maioria dos componentes fundamentais de um clássico, aliados à muito maior simplicidade, garantem que é muito mais fácil regenerar e requalificar totalmente todo o trem mecânico, permitindo-lhe voltar a plenas funções de forma simples. Mas lá está, isto sou eu, que acho mais fácil / gratificante trabalhar com ferramentas manuais do que com um teclado e uma máquina de diagnóstico, e que gosto de sentir a condução devidamente, em vez de ser transportado de A para B.

Um abraço!
 

Andre.Silva

Trapatony
Tenho a dizer que foi um dos melhores tópicos que li neste fórum... Obrigado por este bom bocado e pelo grande ponto de vista :) Estou com vontade de ir a Penafiel, pegar no MB e andar com ele todos os dias aqui em Vila do Conde. :D
 
Antes de mais, os meus parabéns pelo excelente tópico, que me fez regressar ao portal, de onde tenho andado arredado por andar de mal com o meu Portaro, por causa da recorrente falta de peças, o que francamente me tira a disposição para a escrita.

Quero apenas acrescentar 2 ou 3 apontamentos:

Ao contrário do que se possa pensar, o uso pontual de um veículo, ou o seu desuso prolongado, ao invés de o preservar, provoca-lhe danos irreversíveis: perda de propriedades de óleos e lubrificantes; borrachas ressequidas; pneus deformados; rolamentos gripados; oxidação de combustível e problemas no circuito electrico são apenas alguns deles.

O uso habitual de um automóvel clássico é também um factor de ordem socilógica e cultural: como diz o Eduardo, o típico coleccionador português guarda o seu clássico a "sete chaves" numa garagem e apresenta-o esporadicamente em eventos lúdicos.

Contudo, há uma excepção: na Madeira, que visito frequentemente por motivos profissionais, existem porventura os mais belos e bem cuidados clássicos que já vi em Portugal. As pessoas utilizam-nos diariamente, às vezes sob um calor tórrido, sendo frequente ver os respectivos proprietários a conduzi-los, desde o mais modesto ao mais abastado, nos seus afazeres diários.

A razão de ser desta tradição, julgo que radica no facto de os automóveis clássicos serem transmitidos como um testemunho, de geração em geração.

Por mim, esforço-me por incutir esse espírito nos mais novos. É claro que é necessário tempo para todo um ritual; 5 minutos para aquecer a resistência, mais 10 minutos para rodar o motor ao ralenti e muita paciência para aturar os desaforos de que vem atrás, cheio de pressa para chegar a lugar nenhum...

Uma última palavra para os técnicos que nos tratam deles: faltam profissionais qualificados e, mais importante, com gosto pelos clássicos; a maioria olha-os como um estorvo que os faz perder tempo e as reparações resultam caríssimas.

Valham-nos os amigos!!!
 
Antonio permita-me só acrescentar uma coisa quando diz (Hoje em dia as oficinas têm os seus empregados a quem têm de pagar os ordenados e mais uma montanha de custos fixos, portanto não podem facilitar na hora de facturar a mão de obra, que é muitas vezes o que mais nos custa a aceitar enquanto clientes.) muitas delas cobram materias que não foram colocados e que se pagam muito bem deles, os filtros,os oleos os calços não são da marca apenas vem patentiados e que muitas vezes ficam "esquecidos" de trocar ( não me faltam exemplos) o que tambem poderá acontecer no oficina do Quim ali na esquina mas esse sempre leva a mão de obra mais barata,sempre houve maroscas mas os mecânicos de antigamente mostravam as peças retiradas do carro e até deixavam estar o cliente a ver o seu trabalho.

Paulo, eu referia-me às alterações dos métodos de trabalho das oficinas causados pelos "progressos industriais"...é claro que concordo consigo, sempre houve chico-espertos e infelizmente vão continuar a existir...temos é que andar atentos, porque quando se trata dos nossos clássicos nem sempre somos objectivos e racionais...
 
Que bela reflexão!
Assino por baixo.
Conduzo o meu Opel Rekord 1.9 de 1968 praticamente todos os dias para o trabalho. Faço cerca de 200 a 250 kms por semana. Nos dias em que não o levo, dou sempre uma voltinha com ele à noite "só para abrir o termostato".
Tenho-o há cerca de meio ano e faço toda a manutenção que foi necessária até agora, à excepção de afinar o carburador. Para isso recorro à Heliauto nas Cabanas (Palmela), mas ando a ver se consigo aprender.
É um carro muito espaçoso, excepcionalmente confortável, razoavelmente seguro e com prestações que não envergonham.
A economia é uma coisa relativa... Se tiver cuidado com o acelerador não sei quanto gasta porque o carburador desafina com facilidade. Se carregar demais no pedal abre-se a segunda borboleta e continuo a não saber quanto gasta porque o carburador desafina com facilidade :)
Mas acho que não gasta assim tanto quanto se possa pensar... e afinal isso até faz parte do encanto.
O meu carro anda na estrada há 43 anos... Será que alguém me pode dizer como estará um desses novos motores de 3 cilindros e uma ton. de fios eléctricos daqui por 43 anos?
Andar com as nossas máquinas, além de as preservar, permite-nos aprender muito sobre elas. Por isso, façam-no mais vezes, por favor.
Além do mais, as nossas estradas ficariam muito mais bonitas!
Abraço
 
Eduardo antes de tudo, excelente tópico e post's!

Eu já sonhava com o meu capri antes de ter o Opel Corsa GT de 1986 duplo carburador... foi o meu carro dos 19 aos 21, adorei mas gastava muito e eu como puto que era não o podia suportar.

Antes dos 30 quando surgiu a hipotese de comprar o Ford Capri 3000 GT pensei "é desta que cumpro um sonho" e não foi tarde nem cedo comprei mesmo!

No entanto o "clássico" está bem pior do que eu pensava e do que devia se pensar no valor que dei por ele, passado quase 2 anos da compra ainda lá está na minha garagem a ser restaurado por mim...

Se me dá gozo restaurá-lo? É óbvio que dá, é um excelente escape da semana de trabalho e como até tenho algum jeito e em modo de auto didacta vou poupando algum, dinheiro onde realmente se gasta e desespera (recuperação de chapa)...

Se estou a gostar do processo?
Não!
1 - Contava já ter uns bons quilómetros com ele e no entanto lá está ele na garagem a ser restaurado por 2 anos.
2 - Todo o dinheiro extra que estou a gastar com ele que já soma... e segue...
3 - Mesmo que o quisesse vender, no estado em que está dificilmente seria pelo valor que o comprei e a minha consciência não me permite enganar o próximo.
4 - Ou termino o restauro brevemente ou lentamente arrisco-me a perder o gosto pelo capri e acaba na garagem há espera que um futuro filho ou sobrinho pegue nele.
5 - Quando finalmente o terminar, vou ter um problema que não me ocorreu na altura da compra uns belos 15lts por cada 100 de gozo :D

Calculo que os motivos que apresentei sejam familiares a uma grande maioria dos compradores de clássicos, logo compreendo perfeitamente o porquê de muitos clássicos "morrerem numa garagem a meio do restauro..." e outros tantos sejam carros de domingo.

Uma coisa é certa o meu por motivos de consumos será carro de fim de semana / domingo e talvez o destino seja goza-lo enquanto possa e vender ao final de alguns anos. :mad: :mellow: :wacko: :(

É por isso que pondero comprar outro clássico para andar com ele sempre que me apeteca, pois para mim o sonho não é "ter" um clássico mas sim utilizar um clássico todos os dias!

Resumindo concordo inteiramente com o Eduardo, mas não estou disposto até entendo o sentimento parvo de possessão que ganhamos pelos nossos clássicos ao fim de tanto esforço, tanto tempo e tanto dinheiro despendido neles ;)

Abraço e boa discussão.



Cumprimentos
 
o meu clássico também é carro de dia a dia... estudo em Coimbra e vim nele nas ultimas 3 semanas até que um engraçadinho se lembrou de mo vandalizar!! dito isto voltou para a garagem e vai andar só em pombal :D (de semana utilizo transportes).
Dito isto, agora venho para a cidade dos estudantes de Mercedes Sprinter ;)

Espero ter contribuído com algo ;)
 

Hugo Castelo

YoungTimer
Muito boa noite Caro Relvas!

Adorei ler o tópico que escreveu. Identifico-me e faz pleno sentido. É um desperdício não aproveitar as sensações de conduzir um clássico no dia-a-dia havendo essa possibilidade.
A um nível internacional julgo que esta ideologia está a crescer e os clássicos são bastante vistos em serviço diário, sendo uma das razões que faz com que vão aparecendo novas peças em fabrico mesmo de origem.
Pensando nisso, estou ansioso por dar á chave do 1200!

Um grande abraço.
 
OP
OP
Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Bruno,

Compreendo-te perfeitamente. Eu tenho evitado restauros demorados e que implicam ter o carro imóvel por causa disso. Gosto de rolling restorations, como dizem os ingleses. Um carro que se pode ir gozando e aprimorando aos poucos. Foi isso que tenho vindo a fazer com o 124, à excepção dos primeiros trabalhos quando o adquiri que tinham de ser mais profundos, mas há mais de 5 anos que é o carro com mais uso cá em casa.

O Capri é um carro de sonho, especialmente o 3000 GT, mas o Essex V6 nunca foi conhecido por ser poupado... por isso, dadas as condições actuais, é mesmo um daqueles que dificilmente poderás gozar diariamente. Mas o uso regular faz falta na mesma. O que eles têm de irresistível é a música que sai dos escapes... o ronco desse motor é espectacular!

Podes procurar um outro clássico mais acessível que possas usar diariamente, há muitos que se arranjam a preços espectaculares, basta pensar contra a corrente do grande público. Eu neste momento estou a equacionar comprar outro clássico para ocasionalmente dividir o trabalho com o meu Spider, porque o 127 está guardado à espera de restauro daqui a uns anos (quando passar para o herdeiro a quem já foi prometido), e vendi o plástico que aqui tinha e odiava. Já vi vários carros que me agradaram e são perfeitamente viáveis para uso diário, entre os quais vários 124 (aos quais obviamente dou alguma preferência), por isso é procurares com calma. Agora é boa altura de comprar, há muita oferta e os preços acabam por descer bastante.

Diogo, entendo também a tua situação... essa é uma das situações que me deixa feliz por viver numa cidade pequena... tende a haver menos animais desses. Ainda é um privilégio que se vai tendo nestes pontos mais remotos do país.

Um abraço a todos!
 
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