Super Seven - O patinho feio

O lotus super seven é um classico que pelas suas características marcou uma época. O sentimento que incutia nas pessoas era ou o amor à primeira vista ou o ódio. Para mim e muitos outros foi amor à primeira vista. Sempre foi um dos meus carros de sonho.
A sua producção teve início em 1957 pela mão do grande Colin Chapman que manteve a sua produção até à década de 1970. A produção deste mítico modelo continua até hoje pela mão da Caterham que mantém quase inalterada a sua forma original.
 
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Como não sei como colocar imagens ao abrir o tópico, só agora colocal algumas.
Em próximos post vou tentar colocar um pouco da história deste modelo.
 

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Existe um carrinho, produzido desde 1957 sem interrupções, que foi projetado exatamente dessa forma. E que, apesar de contar com uma enorme legião de fãs (o autor incluso), não pode, definitivamente, ser chamado de bonito. Trata-se de uma prova viva de que, para os entusiastas de verdade, estilo por si só vale muito pouco.
Ele começou a nascer quando Colin Chapman criou seus primeiros carros em meados dos anos 50. Seus Lotus eram inicialmente produzidos no fundo de quintal. Chapman, inclusive, mantinha ainda seu emprego "normal" de engenheiro. Os Lotus eram carros de competição, mas que podiam ser usados nas ruas em vista da legislação vigente na época.
Logo, devido à genialidade patente de Chapman, seus carros ganharam fama e Chapman largou seu seguro, mas chato, emprego para se dedicar à paixão de projetar e construir carros esporte e de competição. Seu primeiro carro de produção "normal" foi o objeto desse texto e seu sucesso mais duradouro: o Lotus Seven.
O estilo básico do Seven -- incluindo os pára-lamas que acompanham o movimento das rodas -- permanece, mas o novo carro oferece motores Vauxhall e Rover muito potentes

Paradoxalmente, não foi esse seu mais revolucionário veículo (e sim o Elite de 1957), sendo inclusive o de desenho mais "tradicional" que a Lotus já fez. Seguindo uma longa tradição inglesa, o carro tinha muito em comum com os vários modelos especiais criados sobre o Austin Seven da década de 30. Esses carrinhos mexidos eram onipresentes nas competições amadoras inglesas e tinham como virtude o peso (e tamanho) reduzido.
Mas Chapman traduziria em seu Seven toda essa tradição de carros velozes, com seu peso baixo, acabamento e acomodações espartanas em um projeto definitivo. O Lotus Seven era minúsculo, sem uma carroceria propriamente dita. Sua estrutura previa lugar para duas pessoas pequenas e integrava o painel de instrumentos, mas todo o resto (pára-lamas, faróis, capô, etc.) era "pendurado" a essa estrutura aparente. Nem portas o carro tinha -- e inicialmente não havia capota prevista, o que conspiraria para mais tarde produzir seu mais famoso apelido, "a motocicleta de quatro rodas". Mas era, e ainda é, o mais cru e talvez o mais divertido carro esporte já criado
A partir do sucesso do Seven, tanto em competições como fora delas, a Lotus de Colin Chapman partiu para vôos maiores, alcançando fama internacional na década de 60, tanto com seus Fórmula-1 quanto com carros de rua. O Seven tornou-se a personificação dos princípios da Lotus como fabricante, mantidos até hoje: motor central (dianteiro ou traseiro), baixo peso, motores com alta potência específica (como nas motos, pois baixo peso não exige torque a baixas rotações), suspensões e comportamento dinâmico impecáveis para direção esportiva.
Os modelos da Caterham não podem ser considerados réplicas: são a própria evolução natural do Super Seven lançado em 1957 pela fábrica de Colin Chapman

Também as falhas de todo Lotus já apareciam no Seven: qualidade de fabricação abaixo da média e total desrespeito ao conforto do motorista quando este quisesse apenas dar um pulinho ao supermercado. Num Lotus, ou você brinca de Jim Clark toda vez que liga o carro, ou vai se decepcionar.

O fantástico Elite de 1957, com seu monobloco em fibra-de-vidro, e seu sucessor Elan, ainda em fibra mas com chassi tipo "espinha dorsal" e duplo Y em chapa de aço, foram tomando cada vez mais espaço na pequena fábrica. No final dos anos 60, Chapman começava a avaliar o término da produção da então tradicional Seven. Uma infeliz versão "encarroçada" em fibra-de-vidro, o Super Seven Série 4, foi lançada para tentar modernizar o velho carro, mas só fez com que as vendas caíssem, selando seu destino.
 
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Caterham Entra em cena então, nesse ano de 1973, um sujeito de sorte que ligaria seu futuro diretamente ao daquele pequeno Lotus: Graham Nearn. Dono de uma concessionária Lotus de sucesso, a Caterham Cars, Nearn era amigo de Chapman e admirador do Seven. Achou que, se comprasse os direitos de produção da Lotus, poderia por algum tempo ainda produzir e vender o carrinho com algum lucro. Assim o fez -- e hoje, quase 30 anos depois, o Caterham Super Seven continua em produção.



Quem preferir pode comprar seu Caterham em kit, para ter o prazer de montar em casa seu próprio "brinquedo de adulto"

Depois de produzir alguns Séries 4 sem muito sucesso, Nearn reverteu seu Seven para a configuração de carroceria clássica da Série 3, e ainda o produz assim. Tecnicamente, como Nearn entendia e admirava Chapman, foi praticamente como se a Lotus evoluísse o carro lentamente até hoje.

E como avaliaríamos esse dinossauro dos anos 50 neste início do terceiro milênio?

Um Caterham Seven é o veículo dos sonhos do entusiasta hardcore. Pesando menos de 550 kg, sem nenhum acessório que atrapalhe o desempenho, com pequenos motores de quatro cilindros e alta potência específica (de 100 cv/l em diante), sem proteção dos elementos (conversível não é uma boa definição: sem capota seria mais preciso), o Seven provavelmente nunca vai morrer. Seu desenho é do tempo em que aerodinâmica era uma ciência arcana, praticada por professores alemães de casaco branco, e portanto sua velocidade final não é das melhores. Mas não importa.
 

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Os carrinhos da Caterham são oferecidos em muitas versões, começando pela "pacata" VX Classic: com motores 1,6 e 1,8 da GM britânica, acelera de 0 a 100 km/h em menos de 7 s

Somente pilotos de monopostos de competição podem entender como este carro é diferente de tudo o que anda nas ruas. Após dirigir um Caterham Seven, até um Gol GTI 16V parecerá grande, pesado e lento demais. O Seven é a ferramenta de subversão da ordem do entusiasta, um veículo que as pessoas normais não entendem -- feio, pequeno, estranho --, mas que numa pista fechada pode assustar o motorista de um Lamborghini Diablo.
Como todo carro de projeto realmente bem feito, o Seven prima pela simplicidade de construção, e sendo assim foi copiado inúmeras vezes mundo afora. O melhor dos construtores "alternativos" é provavelmente a Westfield inglesa, que inclusive oferece uma versão simplesmente brutal, a Seight, com um motor V8 da Rover e generosos 32,5 m.kgf de torque (confira as fichas técnicas). Os Westfields são algo cafonas na aparência, mas oferecem mais espaço para os ocupantes que os Caterhams.

A Caterham oferece atualmente o Seven em um número incrível de "sabores" diferentes. Todas as versões podem ser compradas prontas ou em forma de kit, para serem montadas pelo proprietário. Se você tem dinheiro para comprar uma, recomenda-se a última opção, pois fazer o carrinho nascer por suas próprias mãos fará você conhecê-lo profundamente, o que sem dúvida aumentará muito o orgulho de possuí-lo. E dizem que o manual de construção que acompanha o kit é tão detalhado que até uma criança pode montar o carro sem problemas.

Os Caterhams são tão leves que ficam ótimos com motores de moto: o Blackbird vem com o da Honda CBR 1100 XX, de 170 cv para seus apenas 440 kg

A versão básica é a Caterham VX Classic, que como diz o nome, é a versão tradicional, com eixo rígido traseiro (como os antigos Lotus Seven) e extremamente espartana, inclusive o pára-brisa sendo opcional. Os motores que a equipam são velhos conhecidos nossos, pois aqui equipam quase todo Chevrolet atual: o GM Família II de quatro cilindros e oito válvulas. Esse propulsor, que na Inglaterra tem marca Vauxhall (daí o VX no nome), é oferecido em versões de 1,6 e 1,8 litro, produzindo 100 e 120 cv, nesta ordem.

Mantendo a personalidade "clássica" desta versão do Seven, a injeção de combustível é descartada em favor de dois belíssimos carburadores Weber 40 DCOE horizontais de duplo corpo, cujos filtros de ar aparecem na lateral do capô, por fora do carro. Como pesa apenas 525 kg, mesmo o 1,6 -- mais lento e barato dos Seven atuais -- é capaz de acelerar de 0 a 100 Km/h em apenas 6,9 s.
 

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No degrau seguinte de desempenho, preço e sofisticação tem-se a RoadSport. É o Seven mais indicado para o uso nas ruas: tem aquecedor, teto conversível com portas em lona e um acabamento mais bem cuidado. Essa versão e todas as subseqüentes já contam com o excelente eixo traseiro tipo DeDion desenvolvido pela Caterham, bem melhor que o eixo rígido tradicional vindo da Lotus (apesar de o DeDion ser também um tipo de eixo rígido). Também podem ser equipados com o câmbio Caterham de seis marchas e relações curtas, em substituição ao tradicional Ford de cinco velocidades.

Mais forte dos Caterhams, o Superlight R500 prioriza a redução de peso, com elementos em fibra de carbono. Seu motor...

O motor do RoadSport é o Rover de quatro cilindros, 16 válvulas e injeção multiponto seqüencial. É oferecido com 1,6 e 1,8 litro e potências que vão de 115 a 150 cv. O topo de linha para uso normal (fora das pistas) é o RoadSport 1.8 VVC. Neste caso, o motor tem comando de válvulas com duração variável e oferece 150 cv num carro de apenas 555 kg! Com isso, acelera de 0-100 km/h em apenas 5,1 s e chega a mais de 200 km/h.

Leves e picantes Acima da RoadSport em preço e desempenho, mas não em sofisticação, estão as Superlight. Estas versões têm como objetivo básico as competições esportivas, apesar de poderem ser licenciadas para o uso nas ruas. O "cone do nariz", os pára-lamas e o painel de instrumentos são de fibra de carbono, para reduzir o peso. Os bancos também são especiais, mais leves. O interior não tem um revestimento sequer e não há nem mesmo pára-brisa, mas este é oferecido como opcional. São oferecidas com o motor Rover da RoadSport, mas com preparação para competição, desenvolvendo potência de 133 cv na versão 1,6 e 190 ou 230 cv na versão 1,8.

A grande novidade no mundo do Seven é o Caterham Blackbird, um Superlight equipado com o motor da moto Honda CBR 1100 XX Super Blackbird (saiba mais), de 1,1 litro e 170 cv. Pesa apenas 440 kg (!) e faz de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 s. Esse Seven é o mais próximo da "motocicleta de quatro rodas" já mencionada. Até capacete deve ser usado em sua condução, como em todo Caterham sem pára-brisa. A Westfield tem uma versão parecida no catálogo, a Megabusa, que usa o motor da Suzuki GSX 1300R Hayabusa (saiba mais).

... Rover tem 232 cv para empurrar apenas 460 kg, um fenômeno de aceleração: de 0 a 100 em 3,4 s

Mas -- pasme -- este ainda não é o Caterham mais violento. Esse "troféu" vai para o Superlight R500. Esse assustador carrinho tem a melhor relação peso-potência da atualidade, arrancando 232 cv do Rover 1,8 e pesando apenas 460 kg de peso -- praticamente 2 kg/cv! Faz o 0-100 em apenas 3,4 s, segundo a empresa, e chega à incrível velocidade (para um carro do passado, sem aerodinâmica nenhuma) de 225 km/h. Não é para os de coração fraco...

A beleza definitivamente está sempre nos olhos do observador, e a beleza do Seven aparece apenas para quem o conhece e entende

Como sempre acontece com fabricantes dependentes de um único modelo praticamente insubstituível, a Caterham vive preocupada com que um dia as pessoas se cansem do velho carrinho. Ou, mais provavelmente, que ele seja "legislado" para fora de nosso anti-séptico, ultra-seguro e politicamente correto mundo atual. Algum tempo atrás o Seven novamente sofreu uma tentativa de modernização (após a malfadada Série 4): o Caterham 21, assim chamado devido ao lançamento em 1994 coincidir com o aniversário de "maioridade" da Caterham Seven.

A Caterham tentou um sucessor para o Seven com o modelo 21, que apesar das linhas elegantes, não fez sucesso

Esse carro, ao contrário do modelo original, foi estilizado e é realmente bonito. Mas foi um fracasso total de vendas, apesar de ser produzido em pequena série até hoje. Também a Lotus, após anos sem sucessos significativos nas ruas e nas pistas, lançou com grande sucesso sua interpretação moderna da Seven: o incrível Elise (saiba mais).

Por que a Lotus teve sucesso onde a Caterham falhou? Simplesmente porque o Caterham 21 é apenas um Seven com carroceria diferente, enquanto o Elise é um carro moderno e revolucionário, onde apenas a "alma" do Seven está presente. Em comum com o Seven, o Elise tem apenas a idéia básica: baixo peso, acabamento espartano, motor pequeno e potente em posição central (mas agora traseiro) e o máximo prazer na direção.

Alternativa: o Westfield 130, outra edição moderna do Lotus Super Seven, pode vir com motor V8 da Rover, de 32,5 m.kgf de torque

Não se pode deixar de admirar a perfeição técnica do Seven e a genialidade de seu criador Colin Chapman. Como ele mesmo disse certa vez, em uma frase que coincide com o significado de sua Lotus, "é o trabalho do engenheiro construir pontes que agüentem somente o que foram projetadas para agüentar. Pontes que agüentam tudo, qualquer um pode fazer".
 

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Peço desculpa por o testo ser longo, mas salvo melhor opinião o super seven merece um espaço neste nosso portal.
O testo foi tirado deste site

www2.uol.com.br/bestcars/supercar/seven-1.htm
 
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