No degrau seguinte de desempenho, preço e sofisticação tem-se a RoadSport. É o Seven mais indicado para o uso nas ruas: tem aquecedor, teto conversível com portas em lona e um acabamento mais bem cuidado. Essa versão e todas as subseqüentes já contam com o excelente eixo traseiro tipo DeDion desenvolvido pela Caterham, bem melhor que o eixo rígido tradicional vindo da Lotus (apesar de o DeDion ser também um tipo de eixo rígido). Também podem ser equipados com o câmbio Caterham de seis marchas e relações curtas, em substituição ao tradicional Ford de cinco velocidades.
Mais forte dos Caterhams, o Superlight R500 prioriza a redução de peso, com elementos em fibra de carbono. Seu motor...
O motor do RoadSport é o Rover de quatro cilindros, 16 válvulas e injeção multiponto seqüencial. É oferecido com 1,6 e 1,8 litro e potências que vão de 115 a 150 cv. O topo de linha para uso normal (fora das pistas) é o RoadSport 1.8 VVC. Neste caso, o motor tem comando de válvulas com duração variável e oferece 150 cv num carro de apenas 555 kg! Com isso, acelera de 0-100 km/h em apenas 5,1 s e chega a mais de 200 km/h.
Leves e picantes Acima da RoadSport em preço e desempenho, mas não em sofisticação, estão as Superlight. Estas versões têm como objetivo básico as competições esportivas, apesar de poderem ser licenciadas para o uso nas ruas. O "cone do nariz", os pára-lamas e o painel de instrumentos são de fibra de carbono, para reduzir o peso. Os bancos também são especiais, mais leves. O interior não tem um revestimento sequer e não há nem mesmo pára-brisa, mas este é oferecido como opcional. São oferecidas com o motor Rover da RoadSport, mas com preparação para competição, desenvolvendo potência de 133 cv na versão 1,6 e 190 ou 230 cv na versão 1,8.
A grande novidade no mundo do Seven é o Caterham Blackbird, um Superlight equipado com o motor da moto Honda CBR 1100 XX Super Blackbird (saiba mais), de 1,1 litro e 170 cv. Pesa apenas 440 kg (!) e faz de 0 a 100 km/h em apenas 3,9 s. Esse Seven é o mais próximo da "motocicleta de quatro rodas" já mencionada. Até capacete deve ser usado em sua condução, como em todo Caterham sem pára-brisa. A Westfield tem uma versão parecida no catálogo, a Megabusa, que usa o motor da Suzuki GSX 1300R Hayabusa (saiba mais).
... Rover tem 232 cv para empurrar apenas 460 kg, um fenômeno de aceleração: de 0 a 100 em 3,4 s
Mas -- pasme -- este ainda não é o Caterham mais violento. Esse "troféu" vai para o Superlight R500. Esse assustador carrinho tem a melhor relação peso-potência da atualidade, arrancando 232 cv do Rover 1,8 e pesando apenas 460 kg de peso -- praticamente 2 kg/cv! Faz o 0-100 em apenas 3,4 s, segundo a empresa, e chega à incrível velocidade (para um carro do passado, sem aerodinâmica nenhuma) de 225 km/h. Não é para os de coração fraco...
A beleza definitivamente está sempre nos olhos do observador, e a beleza do Seven aparece apenas para quem o conhece e entende
Como sempre acontece com fabricantes dependentes de um único modelo praticamente insubstituível, a Caterham vive preocupada com que um dia as pessoas se cansem do velho carrinho. Ou, mais provavelmente, que ele seja "legislado" para fora de nosso anti-séptico, ultra-seguro e politicamente correto mundo atual. Algum tempo atrás o Seven novamente sofreu uma tentativa de modernização (após a malfadada Série 4): o Caterham 21, assim chamado devido ao lançamento em 1994 coincidir com o aniversário de "maioridade" da Caterham Seven.
A Caterham tentou um sucessor para o Seven com o modelo 21, que apesar das linhas elegantes, não fez sucesso
Esse carro, ao contrário do modelo original, foi estilizado e é realmente bonito. Mas foi um fracasso total de vendas, apesar de ser produzido em pequena série até hoje. Também a Lotus, após anos sem sucessos significativos nas ruas e nas pistas, lançou com grande sucesso sua interpretação moderna da Seven: o incrível Elise (saiba mais).
Por que a Lotus teve sucesso onde a Caterham falhou? Simplesmente porque o Caterham 21 é apenas um Seven com carroceria diferente, enquanto o Elise é um carro moderno e revolucionário, onde apenas a "alma" do Seven está presente. Em comum com o Seven, o Elise tem apenas a idéia básica: baixo peso, acabamento espartano, motor pequeno e potente em posição central (mas agora traseiro) e o máximo prazer na direção.
Alternativa: o Westfield 130, outra edição moderna do Lotus Super Seven, pode vir com motor V8 da Rover, de 32,5 m.kgf de torque
Não se pode deixar de admirar a perfeição técnica do Seven e a genialidade de seu criador Colin Chapman. Como ele mesmo disse certa vez, em uma frase que coincide com o significado de sua Lotus, "é o trabalho do engenheiro construir pontes que agüentem somente o que foram projetadas para agüentar. Pontes que agüentam tudo, qualquer um pode fazer".