Porque gostamos de clássicos?

Supostamente todos aqui gostamos de clássicos. No entanto as razões que nos levam a gostar deles podem ser muito diferentes e alguns podem até estar "confusos". Há quem goste porque lhe foi sendo incutido desde pequeno, por dinheiro, por relembrar tempos passados, pela estética, porque é moda, porque dá nas vistas.... etc, etc, etc.

Proponho que cada um diga o porquê de gostar de clássico, como começou a gostar, etc.
 
OP
OP
Pedro E Silva

Pedro E Silva

Elísio
Eu gosto de clássicos como gosto de tudo o que é de outros tempos por várias razões, muitas subjectivas:

Tudo o que é antigo transporta-me para algo surreal, estando desenquadrado do mundo contemporâneo, leva-me a viajar pelo mundo imaginário (para mim) em que viveram os meus antepassados;
Acho espetacular, por um lado a simplicidade técnica, o improviso a utilização de materiais naturais, o trabalho manual, e por outro, tantas vezes a complexidade de sitemas tão futuristas à época que ainda hoje não estão ultrapassados;
Eu vejo os clássicos como obras de arte. Apesar de, apartir do Ford T, quase tudo o que conhecemos ser feito numa linha de produção e o processo ser cada vez mais indirecto entre o operário e a obra, antigamente cada um dava o corpo e a alma, o suor, as mãos calejadas, para construir essas reliquias (não querendo desvalorizar os actuais operários);

Há algo em mim relativamente aos clássicos que não vejo em toda a gente. Vejo que a maior parte dos amantes de clássicos adora principalmente os grandes maquinões, os mais potentes e mais imponentes, como acontece com os carros actuais. Eu aprecio principalmente as versões mais básicas de cada modelo (não depreciando os outros). Adoro a beleza sublime de "meia dúzia de ferrinhos, pele e pouco mais". Para mim um clássico não tem de ser potente, apesar de também admirar com interesse a evolução mecânica.

Nos clássicos como em tudo adoro a originalidade estética, e não só, que se tem vindo a perder tanto.

Tenho pena de quem tem um clássico só porque é moda.

Gosto de clássicos desde sempre, sem precisar de pensar nisso.
 
Existem varias razões! a primeira tem a ver com o facto de me fazer recordar tempos idos, o meu grande interesse pelos automóveis têm muito a ver com o desporto automóvel, e para mim recordar os grandes carros de corrida das décadas de 70 e 80 não há melhor!!!! os seus grandes motores, os fantásticos desenhos, e o comjunto suspenções/pneus que não ajudava muito á establidade. Depois vem o design não é por acaso que ainda hoje grande parte dos carros mais bonitos de sempre são carros antigos. Cumprimentos:feliz:
 

Diogo Lisboa

Veterano
Eu adoro clássicos:huh:

São máquinas que transmitem sensações inesquecíveis e que nos dão imenso prazer só de olhar ou até mesmo de conduzir:D

A história pela qual eles passaram, as viagens e km que fizeram durante anos, a quantidade de pessoas que já andaram neles, enfim histórias e mais histórias e depois ao fim de muitos anos a maioria deles acabam esquecidos numa garagem qualquer ou cá fora na rua esperando alguém com estimação e gosto para o arranjar e meter de novo para a estrada pois foi para isso que foram construídos:D

Pena que nos dias de hoje um carro, para a maioria das pessoas seja algo sem interesse de guardar ou estimar como fizeram os nossos bisavós, avós, pais, etc., no passado...

No entanto os poucos entusiastas, situados em todo o mundo, por estas máquinas intemporais ainda permanecem com o gosto e prazer de as ver, conduzir, restaurar, inúmeras coisas:D
 
Eu adoro clássicos , uns mais que outros, mas são gostos ! Assim como o Diogo disse e bem , tambem concordo ! Eu acho que até têm " alma " :D , são ainda feitos de metal :D , mas o que mais me chama a atenção mesmo , é as suas linhas ímpares , únicas e os cromados :DD
 
Eu sou doente por clássicos!
Já consultei vários especialistas, mas nenhunm encontrou a razão pela qual sofro desta doença...

:DD:D

Agora a sério e muito resumidamente:
Adoro clássicos porque são carros "feitos" e desenhados por homens e não por máquinas. Daí o design tão dispare entre eles, ao contrário dos carros actuais...todos "iguais"...

Claro que o factor "retroçeder no tempo quando me sento ao volante do meu Corolla de 73" também conta... e muito.
Pois o meu primeiro carro foi um Corolla de 72, estávamos em 1989, passou dos meus pais para mim, fiz milhares de Km's naquele carro e hoje, quando me sento ao volante do meu... é como entrar numa máquina do tempo!
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Nunca pensei muito nisso mais ai vão algumas razões.

Razões práticas....
São meus, estão pagos e andam.

Razões lúdicas...
Adoro conduzi-los e gosto de olhar para eles.

Razões egocêntricas...
São os meus carros, ninguem tem iguais o que faz sempre bem a um gajo armado em snob.


nuno g
 

Helder Manuel Oliveira

Pre-War
Premium
Às vezes pergunto-me porque estou a gastar dinheiro em restauros...
Mas rapidamente chego à conclusão que o gosto que tenho pelo que faço
não tem preço...
Não sei se gosto de todos os clássicos, mas gosto muito dos meus clássicos.
É uma relação que começa antes do restauro e vai aumentando com o andar dos trabalhos.
Também é uma certa nostalgia, dos tempos de criança.
Quando andamos de clássico entramos num "filme" realizado por nós... onde somos o artista principal...
 

Ivo do Val Gil

Buda de Bucelas
Eu devo gostar de clássicos por preconceito, já que é coisa de família. O meu avô tinha, o meu pai idem idem, e eu levei com o xarope.

Como diz o Granja, adoro olhar para eles. Actualmente não tenho tempo nenhum para lhes dedicar, mas sempre que posso vou até à garagem para ver como são lindos!!!!
 

João carlos Tomé

Carina Ta40
No meu caso a paixão pelos clássicos começou quando "eles" ainda não o eram.
Desde miúdo (tenho 42),sempre adorei automóveis e fui crescendo a adora-los à medida que iam evoluindo mas, sentindo sempre um carinho especial pelas máquinas que iam passando de moda. Não foi por acaso que quase "obriguei" um meu vizinho a me vender o seu Carina dez anos depois de eu lhe ter posto as vistas em cima pela primeira vez. E nunca me esquecerei do dia que o meu pai vendeu o seu 124 ST e eu terrivelmente amargurado por só ter ainda 13 anos e não poder ficar com ele. São momentos e sensações que aquelas pessoas a quem um carro nadas lhes diz, nunca poderão experimentar.
E hoje se me alguém me propor ir dar um passeio num qualquer desses novos "turbo-dependentes" plásticos diesel ou na minha "Carina", nem penso duas vezes........agora se fosse um NSX.......uiiiiiii.....desculpa Carina.........:p:DP
 

João carlos Tomé

Carina Ta40
No meu caso a paixão pelos clássicos começou quando "eles" ainda não o eram.
Desde miúdo (tenho 42),sempre adorei automóveis e fui crescendo a adora-los à medida que iam evoluindo mas, sentindo sempre um carinho especial pelas máquinas que iam passando de moda. Não foi por acaso que quase "obriguei" um meu vizinho a me vender o seu Carina dez anos depois de eu lhe ter posto as vistas em cima pela primeira vez. E nunca me esquecerei do dia que o meu pai vendeu o seu 124 ST e eu terrivelmente amargurado por só ter ainda 13 anos e não poder ficar com ele. São momentos e sensações que aquelas pessoas a quem um carro nadas lhes diz, nunca poderão experimentar.
E hoje se me alguém me propor ir dar um passeio num qualquer desses novos "turbo-dependentes" plásticos diesel ou na minha "Carina", nem penso duas vezes........agora se fosse um NSX.......uiiiiiii.....desculpa Carina.........:p:DP
 

José Pedro Gil

Clássico
Gosto de clássicos por várias razões:

- em primeiro lugar, e de forma quase inconsciente, sou levado a recordar tempos passados dentro dos carros da minha infância, e, também, às imagens que dela retenho, e que me são todas, felizmente, muito caras e gratificantes.

Pelo que, existe quase uma natural e incessante busca por uma sensação de felicidade que então sentimos, e que nos faz estar perto de nós mesmos, e de todos os que connosco privaram naqueles tempos...e nos ajudaram a dar os primeiros passos.

Tenho hoje um Fiat 1100 que pertenceu a um tio-avô, e, no qual fiz imensas viagens, e passeios, que hoje fazem parte do imaginário dourado da minha infância.

E, cada vez que entro no carro, sinto o mesmo cheiro que na altura sentia, e quase sentindo uma agradável e ilusória presença dos meus tios-avós, que eram pessoas magníficas e que muito me ensinaram.

Quando nasci...o carro já existia, e hoje, que eles já foram embora, o carro ainda existe.

Por outro lado temos a estética.

Os carros antigos tinham formas redondas, sensuais, em muitos deles as suas formas arredondadas lembram as bonitas mulheres, as Pin-Ups, em que os estilistas da altura estavam a pensar, quando se lembraram de os desenhar.

Tudo era suave, arredondado, diferente, sensual e apelativo.

Todos os carros eram diferentes entre si, hoje...são quase todos iguais, e indiferenciados.

Antigamente, cada carro tinha a sua personalidade própria, a sua imagem própria.

Hoje quase não se distingue um Jaguar de um Opel...

A partir do momento em que os farois dos carros deixaram de ser redondos, nos 70s...muito se perdeu, muita fantasia acabou, e boa parte deles perdeu definitivamente, a sua personalidade, e quase todo o poder de atracção.

Depois, temos hoje carros moderníssimos, eficazes, seguros, rapidíssimos, mas...que são terrivelmente entediantes no que à condução diz respeito.

Como se já não bastassem as linhas serem quase todas iguais, e os carros terem quase todos tracção à frente, a condução de um carro hoje, deixou de ter aquelas componentes de gozo, de aventura, de risco, e, acima de tudo, de "pilotagem", que os de antigamente possuíam.

Depois, e novamente a estética...os paineis de condução dos carros de hoje, são todos iguais...bem diferentes dos paineis de condução dos carros dos 50s e dos 60s, em que eram todos diferentes entre si, muitos deles repletos de manómetros e de indicadores analógicos, que, quando se ligava o motor, tudo aquilo mexia...era um prazer mesmo.

Para finalizar, as linhas direitas, quer nos carros, quer nas mulheres...não trazem nada de bom, nem de agradável ao olhar.

JP
 
OP
OP
Pedro E Silva

Pedro E Silva

Elísio
José Pedro Gil disse:
Depois, temos hoje carros moderníssimos, eficazes, seguros, rapidíssimos, mas...que são terrivelmente entediantes no que à condução diz respeito.

Como se já não bastassem as linhas serem quase todas iguais, e os carros terem quase todos tracção à frente, a condução de um carro hoje, deixou de ter aquelas componentes de gozo, de aventura, de risco, e, acima de tudo, de "pilotagem", que os de antigamente possuíam.

JP

Eu costumo dizer que me dá muito mais gozo e adrenalina andar a 100km/h no meu Renault 5 (uma caixinha com 4 rodas e motor) do que a 200km/h num carro moderno. Os carros agora têm tanto conforto e tantas tretas que não se sente nada...
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Vou ser muito franco (what else!).

Nos casos em que a conversa sobre clássicos seja inversamente proporcional aos kms percorridos anualmente, não dou crédito nenhum ao discurso...

... só dou crédito a kms andados, sacrificios quando necessário (normalmente é pois "deep pockets" há poucos) e restauros bem feitos.


nuno g
 

João Pereira Bento

128coupe
Premium
Portalista
Já conduzi muito carro diferente desde Seat Leon Eurocup uma manha toda no Estoril com slicks, Ferrari 355, Porsche 911, recentemente os Opel OPC na Alemanha. Ou até mesmo andar ao lado por exemplo num Maserati Mc 12 corse em Portimão.

Nenhum deles me deixou arrepiado de prazer como já me senti a conduzir o meu 128! Pode ser ridiculo e motivo de gozo mas é a pura das verdades. Porque gosto simplesmente não sei descrever...por vezes sinto que ele comunica comigo!
 
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