João de Góis Silva
Tiffosi inveterado...
Se há coisa que eu gosto é de clássicos e, como no banco dizem-me que não tenho fundos suficientes para comprar os verdadeiros, tenho que me contentar com as miniaturas, que gosto especialmente da escala 1:18. por ser mais vistoso e permitir introdução de mais detalhes. Vou deixando aqui alguns das minhas (centenas) de miniaturas, nomeadamente de veículos clássicos. Como gosto da história dos carros que colecciono, é normal que vos pregue umas secas por cada modelo. Cá vai o primeiro:
Bugatti Type 41 Royale Coupé de Ville Napoléon - 1931 (Solido) 1:21
No final dos anos 20, Ettore Bugatti deciciu espantar o Mundo. Pensando exclusivamente nas famílias reais europeias e altos chefes de estado, concebeu aquele que seria o maior Bugatti de sempre, quer em dimensão quer em mecânica (e custo!). E que custo! A produção limitada a 25 unidades foi pensada a ser vendida a $43.000, mais que duas vivendas de dimensão considerável dos subúrbios de Paris custavam à data! Era, indubitavelmente, o automóvel mais caro do Mundo. E ainda mais caro se tornou com o rebentar da II Guerra Mundial, uma das razões porque a depressão conseguinte levou à produção de apenas 6 chassis, dos quais apenas 3 foram vendidos.
O primeiro protótipo foi apresentado em 1927 (chassis #41100) e apresentava traços importados dos carros de Grand Prix, como as rodas de 24" em liga de alumínio que eram parte integrante dos enormes travões de tambor ou o 8 cilindros em linha com 3 válvulas por cilindro, ignição dupla e cabeça fundida em ferro numa única peça com o bloco. Mas este 8 cilindros levava a dimensão a todo um novo expoente: com uma cilindrada inicial de 14.726cc (que mais tarde seria reduzida para "apenas" 12.763cc) e alimentado por um único carburador realizado em específico para o Royale, este colosso produzia 300cv às 3000rpm, o mais potente motor num carro de estrada de então! E mais importante que a potência era a extrema força que produzia para puxar os 3100kg: o longo curso e baixa rotação máxima denotam a extrema força do motor: 785Nm! Este motor ligado a uma caixa transaxial manual de 3 velocidades permitiam ao Royale atingir os 160km/h na maior suavidade.
O chassis em causa aqui é precisamente o 41100. Este, sendo o protótipo original, sempre foi o carro pessoal de Ettore Bugatti e na forma inicial (com carroçaria vinda de um Packard tipo phaeton), para além de ter motor maior, era também substancialmente mais comprido. Em 1928 levou uma nova carroçaria, esta desenhada por Ettore, que era tipo "Coupé Fiacre", que em francês significa "carruagem fechada". Era realmente um design bonito mas estilisticamente muito conservador e tinha a particularidade de poder levar 3 passageiros no banco da frente! No entanto, esta forma não foi duradoura e nesse mesmo ano recebeu uma 3ª carroçaria, um sedan de 4 portas que dava ao carro umas proporções menos dramáticas para o enorme chassis, embora o design continuasse a ser demasiado retrógrado. Assim, dado o aspecto "envelhecido" que o Royale tinha (que em nada ajudava a vender o modelo às famílias abastadas, Ettore voltou a decidir mudar-lhe o aspecto. Desta vez, em 1929, a Weymann de Paris foi comissionada a desenar e construir uma mais moderna carroçaria coupé de 4 janelas, carroçaria com a qual Ettore teve o ínfame acidente em 1931 quando acompanhado pela sua mulher. Alegadamente, Ettore terá deixado-se adormecer quando voltava de Paris para Molsheim e o carro sofreu danos sérios.
Foi "graças" ao acidente que o 41100 teve que sofrer nova reconstrução. Mas desta vez a carroçaria viria a ser desenhada por nada mais, nada menos que Jean Bugatti, talentoso filho de Ettore que desenhou dos mais belos Bugatti de sempre e este Royale Coupé de Ville é dos melhores exemplos disso! Segundo o próprio (então com 21 ou 22 anos), o design foi inspirado nos Duesenberg da altura, em especal o conceito de fluidez das linhas dos guarda-lamas e uso contrastante de cores nos painéis. Já o chassis aparece aqui na sua versão encurtada (e o motor o "normal" 12.763cc), não se sabendo no entanto se é um trabalho efectuado no chassis original ou se apenas um novo que levou o mesmo número 41100. Há quem tenha até a teoria que o Coupé de Ville estaria já produzido e apenas levou o número de chassis do acidentado.
De qualquer das formas, este modelo foi feito à medida de Ettore, um coupé com separação de chauffeur e passageiro, com telhado do habitáculo em janela, estofos em tecido integral e até um velocímetro no painel em madeira (com que então pensavam que o Maybach era o primeiro a vir com isso, não?), todo o conjunto encimado pelo significativo ornamento de radiador esculpido pelo irmão de Jean, Rembrandt. O elefante empinado era a perfeita metáfora do que o Royale significa: superlatividade absoluta, força e agilidade.
Actualmente encontra-se na Schlumpf Collection, em Mulhouse, pertença actual do Estado Francês.
Bugatti Type 41 Royale Coupé de Ville Napoléon - 1931 (Solido) 1:21
No final dos anos 20, Ettore Bugatti deciciu espantar o Mundo. Pensando exclusivamente nas famílias reais europeias e altos chefes de estado, concebeu aquele que seria o maior Bugatti de sempre, quer em dimensão quer em mecânica (e custo!). E que custo! A produção limitada a 25 unidades foi pensada a ser vendida a $43.000, mais que duas vivendas de dimensão considerável dos subúrbios de Paris custavam à data! Era, indubitavelmente, o automóvel mais caro do Mundo. E ainda mais caro se tornou com o rebentar da II Guerra Mundial, uma das razões porque a depressão conseguinte levou à produção de apenas 6 chassis, dos quais apenas 3 foram vendidos.
O primeiro protótipo foi apresentado em 1927 (chassis #41100) e apresentava traços importados dos carros de Grand Prix, como as rodas de 24" em liga de alumínio que eram parte integrante dos enormes travões de tambor ou o 8 cilindros em linha com 3 válvulas por cilindro, ignição dupla e cabeça fundida em ferro numa única peça com o bloco. Mas este 8 cilindros levava a dimensão a todo um novo expoente: com uma cilindrada inicial de 14.726cc (que mais tarde seria reduzida para "apenas" 12.763cc) e alimentado por um único carburador realizado em específico para o Royale, este colosso produzia 300cv às 3000rpm, o mais potente motor num carro de estrada de então! E mais importante que a potência era a extrema força que produzia para puxar os 3100kg: o longo curso e baixa rotação máxima denotam a extrema força do motor: 785Nm! Este motor ligado a uma caixa transaxial manual de 3 velocidades permitiam ao Royale atingir os 160km/h na maior suavidade.
O chassis em causa aqui é precisamente o 41100. Este, sendo o protótipo original, sempre foi o carro pessoal de Ettore Bugatti e na forma inicial (com carroçaria vinda de um Packard tipo phaeton), para além de ter motor maior, era também substancialmente mais comprido. Em 1928 levou uma nova carroçaria, esta desenhada por Ettore, que era tipo "Coupé Fiacre", que em francês significa "carruagem fechada". Era realmente um design bonito mas estilisticamente muito conservador e tinha a particularidade de poder levar 3 passageiros no banco da frente! No entanto, esta forma não foi duradoura e nesse mesmo ano recebeu uma 3ª carroçaria, um sedan de 4 portas que dava ao carro umas proporções menos dramáticas para o enorme chassis, embora o design continuasse a ser demasiado retrógrado. Assim, dado o aspecto "envelhecido" que o Royale tinha (que em nada ajudava a vender o modelo às famílias abastadas, Ettore voltou a decidir mudar-lhe o aspecto. Desta vez, em 1929, a Weymann de Paris foi comissionada a desenar e construir uma mais moderna carroçaria coupé de 4 janelas, carroçaria com a qual Ettore teve o ínfame acidente em 1931 quando acompanhado pela sua mulher. Alegadamente, Ettore terá deixado-se adormecer quando voltava de Paris para Molsheim e o carro sofreu danos sérios.
Foi "graças" ao acidente que o 41100 teve que sofrer nova reconstrução. Mas desta vez a carroçaria viria a ser desenhada por nada mais, nada menos que Jean Bugatti, talentoso filho de Ettore que desenhou dos mais belos Bugatti de sempre e este Royale Coupé de Ville é dos melhores exemplos disso! Segundo o próprio (então com 21 ou 22 anos), o design foi inspirado nos Duesenberg da altura, em especal o conceito de fluidez das linhas dos guarda-lamas e uso contrastante de cores nos painéis. Já o chassis aparece aqui na sua versão encurtada (e o motor o "normal" 12.763cc), não se sabendo no entanto se é um trabalho efectuado no chassis original ou se apenas um novo que levou o mesmo número 41100. Há quem tenha até a teoria que o Coupé de Ville estaria já produzido e apenas levou o número de chassis do acidentado.
De qualquer das formas, este modelo foi feito à medida de Ettore, um coupé com separação de chauffeur e passageiro, com telhado do habitáculo em janela, estofos em tecido integral e até um velocímetro no painel em madeira (com que então pensavam que o Maybach era o primeiro a vir com isso, não?), todo o conjunto encimado pelo significativo ornamento de radiador esculpido pelo irmão de Jean, Rembrandt. O elefante empinado era a perfeita metáfora do que o Royale significa: superlatividade absoluta, força e agilidade.
Actualmente encontra-se na Schlumpf Collection, em Mulhouse, pertença actual do Estado Francês.
Anexos
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