O que serão os futuros classicos?

Rafael Isento

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Portalista
Vou dizer isto com total honestidade e sem ponta de ironia:
Estou deliciado com as vossas opiniões.
Juro que estou!

Não sei é se consigo ser tão optimista quanto vocês. Rezo para que a maioria de vocês tenha razão. Mas às vezes tenho um "feeling", um sexto sentido sei lá, não sei bem explicar, que me diz que o futuro será bem diferente.
Sinceramente espero estar enganado.
Pode ser fruto de estar ligado profissionalmente ao futuro :) (veículos elétricos), pode ser pela interpretação que faço da indústria atual, pode ser outra coisa qualquer.
O que eu vejo é que a disponibilidade de modelos interessantes é cada vez menor, os combustíveis e impostos são cada vez mais caros, as imposições à circulação nas grandes cidades vai aumentando e cada vez mais somos formatados para a ecologia. O automóvel é cada vez mais um serviço em vez de um produto - "carsharing", "carpooling", "UBER", etc.
Os jovens atuais já conseguem dispensar o carro e/ou mota. Em Portugal não acontece mas nas grandes capitais europeias há muitos jovens que não possuem carro. E não é por isso que não têm mobilidade.
O paradigma da propriedade está a mudar.

Outra questão que aqui coloco, a competição.
Hoje em dia já há competições com o apoio da Federação Internacional do Automóvel virtuais. Sim, há competição automóvel na internet. Não custa uma renda mensal do ALD, não gasta pneu, não precisa de oficina e o depósito está sempre cheio. E podemos conduzir desde um "pacato" SEAT IBIZA até a um FERRARI de F1.
Estarão os jovens de hoje dispostos a sujar as mãos na mecânica?
Não sei responder mas não estou muito optimista.
Quanto a mim a manutenção dos clássicos está assegurada.
Quanto aos meus filhos... dúvido muito. E eu bem que lhes explico tudo sobre esta doença. Acho que eles só abanam a cabeça e sorriem para me agradar!
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Vou dizer isto com total honestidade e sem ponta de ironia:
Estou deliciado com as vossas opiniões.
Juro que estou!

Não sei é se consigo ser tão optimista quanto vocês. Rezo para que a maioria de vocês tenha razão. Mas às vezes tenho um "feeling", um sexto sentido sei lá, não sei bem explicar, que me diz que o futuro será bem diferente.
Sinceramente espero estar enganado.
Pode ser fruto de estar ligado profissionalmente ao futuro :) (veículos elétricos), pode ser pela interpretação que faço da indústria atual, pode ser outra coisa qualquer.
O que eu vejo é que a disponibilidade de modelos interessantes é cada vez menor, os combustíveis e impostos são cada vez mais caros, as imposições à circulação nas grandes cidades vai aumentando e cada vez mais somos formatados para a ecologia. O automóvel é cada vez mais um serviço em vez de um produto - "carsharing", "carpooling", "UBER", etc.
Os jovens atuais já conseguem dispensar o carro e/ou mota. Em Portugal não acontece mas nas grandes capitais europeias há muitos jovens que não possuem carro. E não é por isso que não têm mobilidade.
O paradigma da propriedade está a mudar.

Outra questão que aqui coloco, a competição.
Hoje em dia já há competições com o apoio da Federação Internacional do Automóvel virtuais. Sim, há competição automóvel na internet. Não custa uma renda mensal do ALD, não gasta pneu, não precisa de oficina e o depósito está sempre cheio. E podemos conduzir desde um "pacato" SEAT IBIZA até a um FERRARI de F1.
Estarão os jovens de hoje dispostos a sujar as mãos na mecânica?
Não sei responder mas não estou muito optimista.
Quanto a mim a manutenção dos clássicos está assegurada.
Quanto aos meus filhos... dúvido muito. E eu bem que lhes explico tudo sobre esta doença. Acho que eles só abanam a cabeça e sorriem para me agradar!
Relativamente à cena do "sujar as mãos", eu próprio não sinto essa predisposição, apesar de não ter aversão ao óleo debaixo das unhas, gosto de perceber como funciona e para tal às vezes é preciso mexer, sentir, desmontar e voltar a montar, ainda assim adoro carros tendo um carinho especial pelos que "têm cromados" e pelo menos enquanto a vida mo permitir não me vejo a viver sem eles.

A malta jovem de certeza que tem muita gente que também aprecia a máquina pela máquina, com as suas virtudes e defeitos mas vai olhar para máquinas diferentes das nossas, vai apreciar os desportivos com 20 ou 30 anos relativamente ao ano em que estão e a questão é que esses carros dificilmente, muito dificilmente, serão carros restauráveis, quanto muito recuperáveis e talvez apenas mal e porcamente. O pessoal jovem... sei lá, com 20 e poucos que hoje comece a olhar para o carro X ou Y como aquele carro mítico e extremamente desejável vai ter começar a colecionar peças antes que seja tarde, sempre na esperança que um dia venham a ser reproduzidas.

No futuro, e mesmo assim não sei até quando, vai gastar-se mais dinheiro em fazer stock de peças que a reparar chapa podre!!

Quero estar enganado mas não prevejo nada de positivo para os carros do comum mortal enquanto clássicos daqui a 20 anos e acho que essa marcha decrescente já começou, infelizmente pelas piores razões, razões que a se confirmarem tornam urgente a mudança de paradigma no que toca à transportação pessoal porque sem planeta não há clássicos que nos valham :(
 

AlvesSilva

Clássico
Estou a adorar esta discussão.

No meu ponto de vista, e de forma muito sucinta, mais dia menos dia, a mobilidade vai estar assente quase na sua totalidade na prestação do serviço de transporte, do que na venda do automóvel, tal como o Rafael Isento disse.

Entrando no campo da futurologia, pagaremos uma mensalidade / anuidade e temos à nossa disposição um carro autónomo, quando e onde quisermos.

Os carros autónomos co-existirão com os carros com condutor, porém os primeiros terão vias de circulação dedicadas e ocuparão primeiramente as grandes cidades, estendendo-se depois ao resto dos locais.

Isto é a minha visão do futuro, que poderá eventualmente estar completamente errada, mas pelos inputs da sociedade, é o que me leva a crer.

Relativamente aos futuros clássicos, julgo que terão de ser realmente um marco de alguma forma para atingirem tal estatuto, como por exemplo o primeiro carro totalmente autónomo.

Quanto à conservação dos actuais clássicos e à continuidade dos Petrolheads, tenho bons motivos para acreditar que vai continuar em crescendo. Até porque o acto de conduzir vai ser cada ver mais recreativo do que necessário, os carros "vintage" (e não só) são cada vez mais vistos como objectos "cool", e tudo isto, mais uma vez na minha leitura, irá garantir a continuidade desta nossa comunidade.

E nas últimas duas semanas, as reacções que recebi de dois putos, um de 8 e outro de 10 anos, foram de tal forma efusivas que só visto.

São bons sinais para o futuro... :)
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
O futuro, vai ser difícil de adivinhar, mas li num num artigo da Classic and Sports Car sobre este tema, que no pós-guerra (39-45), alguns pioneiros do restauro e preservação achavam que (entre ouras pérolas) a generalização dos parabrisas curvos, então uma tecnologia de ponta, iria tornar impossível o restauro de um carro "moderno".

A economia de partilha (Ubers e carros partilhados) vai crescer e muito, haverá cada vez mais gente que opta por não ter carros, mas creio que haverá carros e gente que goste deles, quanto mais não seja as gerações seguintes arranjam sempre maneira de gostar do que as anteriores não gostam. Todos os anos saem carros interessantes, daqui a pouco os primeiro Smarts vão ser vistos como agora vemos os Fiats 500 e por ai fora.

O que me preocupa é o que estes artistas nos podem arranjar, ZERs e afins.
Há 8/10 anos com o petróleo a 100usd andava tudo dizer que ia acabar e tal, o Al Gore fez um filme sobre o aquecimento global com uma série de premonições que não se realizaram.
Agora temos o Di Caprio que entre duas voltas no iate a gasoil;

Já agora onde é se compram Motas de Água eléctricas? (É para um amigo.)

...fala com os povos ameaçados pela subida dos oceanos;


Mas já não faz previsões, o aquecimento global agora é "alterações climáticas" , mostra-se preocupado e lá volta paro o iate, vai de avião para falar com essas pessoas e à chegada do aeroporto tem um SUV com um V8 à espera, pelo caminho parou para comprar o Expresso ;)


Volta e meia tira uma fotos assim mais para o verde;



Já o AlGore colocou uns fabulosos paineis solares invisíveis na sua mansão;


Quantos à mobilidade eléctrica;
De onde virá tanta electricidade?
Nós cá já temos a Central de Sines como o maior poluidor do pais, com digamos 50% da frota nacional em modo "EV" quantas vamos precisar? Li um estudo de que só no UK serão precisas 10 centrais nucleares para cumprir os propostas do governo nesta matéria. Em França 50% da energia eléctrica já é nuclear, imaginemos se os carros forem todos eléctricos a partir de 2040 (estas datas "assim tipo lá muito para a frente" dão um jeitasso aos políticos...). Tudo quanto é ecologista anda a protestar contra a ampliação dos armazéns da Central de Almaraz. Ora esses armazéns são para colocar o "fumo" que sai dos reatores e que ainda ninguém sabe como eliminar. Comparado com esse "fumo" (leia-se resíduos nucleares)" tratar dos poluentes dos motores de combustão é "limpar o ** a meninos".

E litio para tanta batería? Li noutro dia que a tonelada de litio já estava a 9000usd (+-) sem que os custos de produção tivessem tido qualquer acréscimo, antes pelo contrário.

Os subsidios (pagos por todos nós) para comprar carros eléctricos vão acabar rápidamente.
Exemplo da Noruega;
As benesses dadas pelo governo norueguês tornaram os carros eléctricos uma praga, para além da subsidiarem a compra (não há descontos no impostos, os outros é que pagam mais e na noruega paga-se muito), não pagavam estacionamento nos centros das cidades, andava de ferry à borla e tal. Resultado ninguém vende o carro a gasolina que fica para as deslocações fora da cidade, mas toca a comprar carro eléctrico para ir "à baixa" e andar a "passear entre as ilhas" à borla. A coisa atingiu tais proporções que o goverrno norueguês cortou nos subsídios e começou travar nas facilidades, resultado; a Tesla vendeu 2,738 carros em 2015, mas com as novas regras fiscais em 2016 só "despachou" 176. uma quebra de 94%.

Hong Kong, em Março de 2017 a Tesla vendeu 2,939 unidades, com o fim dos subsídios vendeu ZERO em Avril e 5 em Maio.

A figura que estes Tesleiros faziam uns destes dias em Aveiras também deve ter ajudado;


Por um lado acho que vai haver mais carros eléctricos, mas não vão substituir os de gasolina nem se tornarão maioritários, por outro, vendo a coisa numa perspectiva egoísta, mesmo que descubram a pólvora em termos de produção de energia eléctrica em 2040 estou nos 79 anos e espero de barriga cheia em termos de mobilidade convencional, pelo menos ninguém me pode acusar de não me esforçar ;)



nuno granja

PS: Não simpatizo com o Trump, nem com a brigada do carvão e afins, antes pelo contrário, gosto é pouco que me comam as papas na cabeça.
 
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Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
O futuro, vai ser difícil de adivinhar, mas li num num artigo da Classic and Sports Car sobre este tema, que no pós-guerra (39-45), alguns pioneiros do restauro e preservação achavam que (entre ouras pérolas) a generalização dos parabrisas curvos, então uma tecnologia de ponta, iria tornar impossível o restauro de um carro "moderno".

A economia de partilha (Ubers e carros partilhados) vai crescer e muito, haverá cada vez mais gente que opta por não ter carros, mas creio que haverá carros e gente que goste deles, quanto mais não seja as gerações seguintes arranjam sempre maneira de gostar do que as anteriores não gostam. Todos os anos saem carros interessantes, daqui a pouco os primeiro Smarts vão ser vistos como agora vemos os Fiats 500 e por ai fora.

O que me preocupa é o que estes artistas nos podem arranjar, ZERs e afins.
Há 8/10 anos com o petróleo a 100usd andava tudo dizer que ia acabar e tal, o Al Gore fez um filme sobre o aquecimento global com uma série de premonições que não se realizaram.
Agora temos o Di Caprio que entre duas voltas no iate a gasoil;

Já agora onde é se compram Motas de Água eléctricas? (É para um amigo.)

...fala com os povos ameaçados pela subida dos oceanos;


Mas já não faz previsões, o aquecimento global agora é "alterações climáticas" , mostra-se preocupado e lá volta paro o iate, vai de avião para falar com essas pessoas e à chegada do aeroporto tem um SUV com um V8 à espera, pelo caminho compra umas revistas;


Volta e meia tira uma fotos assim mais para o verde;



Já o AlGore colocou uns fabulosos paineis solares invisíveis na sua mansão;


Quantos à mobilidade eléctrica;
De onde virá tanta electricidade?
Nós cá já temos a Central de Sines como o maior poluidor do pais, com digamos 50% da frota nacional em modo "EV" quantas vamos precisar? Li um estudo de que só no UK serão precisas 10 centrais nucleares para cumprir os propostas do governo nesta matéria. Em França 50% da energia eléctrica já é nuclear, imaginemos se os carros forem todos eléctricos a partir de 2040 (estas datas "assim tipo lá muito para a frente" dão um jeitasso aos políticos...). Tudo quanto é ecologista anda a protestar contra a ampliação dos armazéns da Central de Almaraz. Ora esses armazéns são para colocar o "fumo" que sai dos reatores e que ainda ninguém sabe como eliminar. Comparado com esse "fumo" (leia-se resíduos nucleares)" tratar dos poluentes dos motores de combustão é "limpar o ** a meninos".

E litio para tanta batería? Li noutro dia que a tonelada de litio já estava a 9000usd (+-) sem que os custos de produção tivessem tido qualquer acréscimo, antes pelo contrário.

Os subsidios (pagos por todos nós) para comprar carros eléctricos vão acabar rápidamente.
Exemplo da Noruega;
As benesses dadas pelo governo norueguês tornaram os carros eléctricos uma praga, para além da subsidiarem a compra (não há descontos no impostos, os outros é que pagam mais e na noruega paga-se muito), não pagavam estacionamento nos centros das cidades, andava de ferry à borla e tal. Resultado ninguém vende o carro a gasolina que fica para as deslocações fora da cidade, mas toca a comprar carro eléctrico para ir "à baixa" e andar a "passear entre as ilhas" à borla. A coisa atingiu tais proporções que o goverrno norueguês cortou nos subsídios e começou travar nas facilidades, resultado; a Tesla vendeu 2,738 carros em 2015, mas com as novas regras fiscais em 2016 só "despachou" 176. uma quebra de 94%.

Hong Kong, em Março de 2017 a Tesla vendeu 2,939 unidades, com o fim dos subsídios vendeu ZERO em Avril e 5 em Maio.

A figura que estes Tesleiros faziam uns destes dias em Aveiras também deve ter ajudado;


Por um lado acho que vai haver mais carros eléctricos, mas não vão substituir os de gasolina nem se tornarão maioritários, por outro, vendo a coisa numa perspectiva egoísta, mesmo que descubram a pólvora em termos de produção de energia eléctrica em 2040 estou nos 79 anos e espero de barriga cheia em termos de mobilidade convencional, pelo menos ninguém me pode acusar de não me esforçar ;)



nuno granja

PS: Não simpatizo com o Trump, nem com a brigada do carvão e afins, antes pelo contrário, gosto é pouco que me comam as papas na cabeça.
@nuno granja, grande intervenção sim senhor!
Também não acho que os eléctricos sejam o futuro. Acho sim que o conceito de propriedade do automóvel vai ter uma enorme transformação. Não vejo no futuro a necessidade de adquirir um carro/mota ou outro meio de transporte. A mobilidade irá ser um serviço à distância de um click numa aplicação qualquer de um dispositivo móvel.
E é esta nova realidade que poderá mudar a forma de olhar o automóvel.
Da mesma forma que não me imagino a meter umas jantes especiais num carro da rent-a-car ou a mudar-lhe o óleo, a forma como os miúdos de hoje irão viver esse futuro poderá virar-lhes a atenção para outros produtos.
Os carros podem ser elétricos, a gasolina ou gasóleo, híbridos ou outra coisa qualquer. Não sendo nossos, o bichinho corre o risco de se perder.
Possuir carro (ainda para mais clássico) no futuro não será para qualquer um... digo eu!
 
20151020-ritorno-futuro-430x280.jpg

Estávamos em 1989 quando estreou o filme " Regresso ao Futuro 2", onde os protagonistas visitam o longínquo ano de 2015. Quem já viu o filme sabe bem que poucas são as coisas que realmente se tornaram realidade. Relativamente ao avanço da industria automóvel, aí podemos falar que a tecnologia tomou de assalto os automóveis. Todos os dias se testam novos sistemas para introduzir nos automóveis. Alguém em 2000 pensava que os carros na sua maioria iriam ter sistemas de estacionamento automático disponível ao pressionar um botão? Ou que iam ter ajuda ao arranque nas subidas? Se tudo isso hoje em dia são comodidades indispensáveis à maioria das pessoas, ( não esquecer que a maioria da população Portuguesa está envelhecida e essas ajudas lhes dão imenso jeito ) poucos são aqueles que dispensam essas tecnologias na compra de um carro novo.

A idade média do parque automóvel Português é de 12,4 anos, segundo dados de 2016.

No que diz aos transportes, é aí referido que o número total de veículos ligeiros e pesados existente no país é de 6,1 milhões, tendo a taxa de monitorização atingido os 457 veículos ligeiros de passageiros por cada 1.000 habitantes.

Considerando os veículos ligeiros de passageiros presumivelmente em circulação (veículos que compareceram a pelo menos uma das duas últimas inspeções obrigatórias), verifica-se que este parque tem vindo a envelhecer nos últimos anos, com a idade média a aumentar para os 12,4 anos. Os veículos com 10 ou mais anos já representam 63,2% do conjunto de ligeiros de passageiros e 68,4% dos pesados de passageiros.


6,1 milhões de veículos. É muito veiculo em circulação nas estradas! Nem eu próprio, confesso, tinha noção desta realidade. Se nas grandes cidades o automóvel começa a não ser necessário, devido à vasta oferta de meios de transporte, quem vive numa pequena cidade tem necessidade de ter um carro à sua disposição para ir trabalhar ou realizar outro tipo de actividades.

Quantos destes carros são clássicos ou serão considerados clássicos? Eu diria que uma pequena percentagem. Antigamente reparavam-se bombas de água, trocavam-se segmentos e até as borrachas das escovas limpa vidros. Hoje, trocam-se motores e peças. Poucas são aquelas que se reparam. Daqui a uns anos, trocamos de carro. Deixamos de ter que fazer manutenções. Isto é, se o tivermos.

Estes automóveis com mais de 10 anos são meros meios de transporte. As pessoas usam-nos até à exaustão, muitas das vezes por não terem alternativas ( seja meios de transporte ou falta de rendimento para comprar um novo), outras pelo prazer de condução que lhes dá conduzir um carro antigo.

(continua...)
 

Anexos

  • 20151020-ritorno-futuro-430x280.jpg
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Ponham os meninos a brincar com carrinhos e outros brinquedos como antigamente, em vez de aos 3 anos já andarem a jogar nos ipads, itelefones e iqualqueroutracoisa, que talvez o futuro não seja tão negro (não só em relação aos clássicos de que tanto gostamos).

Brincar com carrinhos, com os berlindes e o pião, andar com o aro de arame e a respectiva guia, talvez lhes desperte gostos que outra forma nunca conhecerão!

Os I-qualquercoisa também têm o seu lugar no desenvolvimento das crianças, até porque academicamente (de certeza) e profissionalmente virão a estar ligados a um monitor, para a realização de trabalhos escolares e/ou profissionais. Por isso os I's têm o seu lugar. Mas não limitem as brincadeiras dos miúdos apenas em frente de um qualquer ecrã! É preciso que tenham outros estímulos, como brincar em grupo.

No UK, a federação do veículos clássicos é extremamente activa na defesa dos amantes dos clássicos, e a industria de peças sobresselentes tem também uma grande vitalidade, tendo o mundo dos clássicos, em terras de Sua Majestade, mais de setecentas mil pessoas relacionadas com o fenómeno dos veículos clássicos. Inclusive os clubes de marca ou mesmo de modelo, têm iniciativas de fabricar certas peças que tanta falta fazem aos proprietários dos clássicos, como é o caso do Clube dos Austin 1800 que fabricaram (mandaram fazer, claro) pára-brisas para os sócios, e o The 1100 Club fabricou linhas de escape para os ADO16. É evidente que o mercado britânico tem uma expressão incomparável ao nosso.

Quanto a daqui a 20 anos um jovem ter gosto em manter e preservar um Toyota Yaris ou um Citroën C3, por exemplo, não vejo nada de extraordinário. Há 25 anos atrás, quem pensaria em recuperar e manter um Fiat Uno, ou um Austin Metro ( :) ) ?

Acho eu de que.......
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Estes últimos posts foram... fantásticos. Parabéns!

Especial realce para o @nuno granja que me tirou um pouco de esperança num futuro mais verde... então afinal os países pioneiros lá de cima todos pacíficos e com excelentes sociedades construídas em torno dos mais avençados estudos humanístico-comportamentais... estão a falhar redondanemte na questão do carro elétrico?! :oo

Não sei se o Al Gore tinha razão ou se o DiCaprio anda só a fazer o que faz por descargo de consciência mas... alguém terá de fazer alguma coisa, seria muito mau daqui a umas décadas chegarmos à conclusão que ainda tínhamos estado a tempo de nos salvar e que nada fizemos.

Ontem deu na RTP um documentário sobre um estudo efetuado por 21 cientistas que chegaram à conclusão que a nossa estadia na terra termina em 2100. Segundo os seus cálculos baseados na informação extrapolada dos últimos milhões de anos, o ser humano enfrentará nos próximos 20 anos as mais elevadas temperaturas que teve de suportar desde que o maior avanço tecnológico se deu, o "nascimento" do Homo Sapiens Sapiens. É alarmante porque sim e porque tanto quanto sabemos pode bem vir a confirmar-se.

Como disse e bem o @Rafael Isento, no futuro, se ele existir de forma sustentável, claro está, ter um clássico será para quem pode, rezando para que as restrições ambientais não esmaguem por completo a viabilidade de ter um brinquedo desses, que é nisso que na minha opinião vai acontecer, o clássico vai-se tornar num brinquedo que se tira da garagem para espanto das gerações que apenas os viram estáticos num museu e para nostalgia dos velhos que ainda tiveram um avô que teve um desde novo!

Mandando uma à lá Mad Max, e se efetivamente o petróleo rebentar? E se um litro de combustível fóssil custar um rim? Um Renault 5 passa a militar apenas na garagem dos Jay Leno's deste planeta? Talvez nessa altura se passe a olhar com bons olhos para a conversão dos clássicos para outras tecnologias que não usem combustíveis originários do sumo de dinossauros mortos... :unsure:
 
Como proprietário de uma scooter eléctrica - Vectrix VX-1 - e entusiasta da mobilidade sustentável, li cada uma das respostas com muito interesse!

Concordo que o futuro, no que ao automóvel diz respeito, caminha para os serviços de carsharing vs a sua propriedade, pois o objectivo de grande parte dos actuais condutores é apenas ir de A para B .

Concordo que as crianças de hoje não têm o culto pelo automóvel que nós, hoje adultos, tivemos na sua idade, pois hoje em dia o automóvel passou a ser apenas mais um bem material do qual somos proprietários, tal a facilidade que há em os adquirir e usar. Passou a ser banal tirar carta de condução logo após a idade legal para tal e ter disponível um automóvel próprio, por vezes novo!

Acredito que estamos a viver uma nova revolução no mundo automóvel, talvez comparável à que o Ford Model T trouxe, por via do aumento dos veículos eléctricos e dos avanços na condução autónoma. Sou inclusive adepto que o ser humano deveria ser proibido de conduzir em vias públicas! Somos demasiado emotivos para uma acção que exige que sejamos o mais possível racionais!

Os países onde estão a retirar os incentivos fiscais à compra de veículos eléctricos certamente que não estão arrependidos do caminho que tomaram, nem tiveram apagões por falta de produção de energia eléctrica!

Imaginem que o estado incentivava a colocação de panéis solares em todas as casas do país. Já imaginaram a quantidade de energia eléctrica que seria produzida ? A produção de energia eléctrica não se resume só a centrais termo-electricas!

O lítio pode ser o componente principal das actuais baterias, mas a humanidade já deu provas da sua capacidade de se reinventar. Será esse o componente das baterias do futuro ?

Venha de lá o futuro do mundo automóvel!
Estou extremamente curioso para saber o que aí vem!
 

AlvesSilva

Clássico

Caro Jorge Monteiro,

Penso que num cenário bastante utópico, em que os carros são todos autónomos, esta situação pode melhorar sobremaneira. Até porque sendo o tráfego controlado por um sistema centralizado e havendo a comunicação tipo Car to X, a eficiência na gestão do trânsito teria de melhorar.

Eu vejo estes cenários como benéficos para os nossos clássicos, pois para além de nos proporcionarem bastante conforto no dia a dia, poupa-nos tempo e recursos que tanto precisamos para os nossos clássicos :D
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Como proprietário de uma scooter eléctrica - Vectrix VX-1 - e entusiasta da mobilidade sustentável, li cada uma das respostas com muito interesse!

Concordo que o futuro, no que ao automóvel diz respeito, caminha para os serviços de carsharing vs a sua propriedade, pois o objectivo de grande parte dos actuais condutores é apenas ir de A para B .

Concordo que as crianças de hoje não têm o culto pelo automóvel que nós, hoje adultos, tivemos na sua idade, pois hoje em dia o automóvel passou a ser apenas mais um bem material do qual somos proprietários, tal a facilidade que há em os adquirir e usar. Passou a ser banal tirar carta de condução logo após a idade legal para tal e ter disponível um automóvel próprio, por vezes novo!

Acredito que estamos a viver uma nova revolução no mundo automóvel, talvez comparável à que o Ford Model T trouxe, por via do aumento dos veículos eléctricos e dos avanços na condução autónoma. Sou inclusive adepto que o ser humano deveria ser proibido de conduzir em vias públicas! Somos demasiado emotivos para uma acção que exige que sejamos o mais possível racionais!

Os países onde estão a retirar os incentivos fiscais à compra de veículos eléctricos certamente que não estão arrependidos do caminho que tomaram, nem tiveram apagões por falta de produção de energia eléctrica!

Imaginem que o estado incentivava a colocação de panéis solares em todas as casas do país. Já imaginaram a quantidade de energia eléctrica que seria produzida ? A produção de energia eléctrica não se resume só a centrais termo-electricas!

O lítio pode ser o componente principal das actuais baterias, mas a humanidade já deu provas da sua capacidade de se reinventar. Será esse o componente das baterias do futuro ?

Venha de lá o futuro do mundo automóvel!
Estou extremamente curioso para saber o que aí vem!


Da série; "lirismo com lirismo se paga"

Já pensas-te seriamente em contactar o governo Francês e propor essa ideia dos paineis no telhado?

Com origem 50% nuclear + uns tantos % das centrais termoeléctricas, a energia eléctrica em França tem pouco de "sustentável" e de certeza ficariam agradecidos como soluções bem fundamentadas como essa dos telhados.

Os ingleses devem estar interessados analisar a tua solução, com certeza que será alicerçada em estudo fiáveis, nos âmbito da seleção de alternativas às tais 10 centrais nucleares que os estudos feitos apontam como necessárias e já agora, os japoneses também andam à procura de uma alternativas às diversas "Fukushimas" que tem. Receio que estejas a passar ao lado de uma fabulosa carreira internacional com consultor de energias renováveis.

Já agora conheces algum alquimista que consiga "fazer Litio"?
Na idade média havia uma série de alquimistas que "faziam ouro", mas agora esse tipo competências estão maioritariamente alocados ao sistema financeiro.

Já que percebes do assunto, consegue dizer-me se a energia que gasto nesta volta em Lisboa é sustentável?:


É que já ouvi por ai que a energia e pegada ambiental resultante da produção do bife que comi depois são superiores. Agradecido.


Agora a sério, em termos de produção de energia sustentável acho que há muito quem engula o anzol, a linha, a cana e mesmo o carreto.

nuno granja
 
Última edição:
Eu cá acho que o fim dos combustíveis fósseis não é para o nosso tempo.
No que toca ao fim dos clássicos, eu vejo as coisas risonhas. Por um lado, a típica imagem de um encontro de clássicos composto por indivíduos de idade avançada tem mudado imenso, e o nosso portal é exemplo disso pois é composto por muita malta jovem. Cada vez se vê mais malta nova a circular em veículos velhos, a recuperá-los e preservá-los. Até os fumarolas não ficam indiferentes aos pópós graúdos.
A minha "especialidade" é o mercado japonês e é com bons olhos que cada vez mais vejo reprodução de peças e desenvolvimento de material aftermarket para diversos modelos. Se há interesse em desenvolver e produzir é sinal que há interesse em adquirir.
Estou relativamente descanso em relação aos clássicos dos dias de hoje.

Relativamente aos carros novos de hoje serem futuros clássicos, tal como disseram aí é complicado para mim imaginar um C3 HDi num qualquer encontro mensal daqui a 30 anos. Só vejo futuro para as versões apimentadas, mas não aposto nem um cêntimo nisso pois até hoje em dia já se começa a ver interesse em cada carro que valha-me deus...
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Depois de ler um artigo onde fiquei a saber que o país pioneiro nesta questão, a Noruega, financia os incentivos (carregamento público á borla, circular nas vias do autocarro, brutal desconto na aquisição, etc.) com a maior fonte de riqueza que tem, o petróleo, tudo se torna bastante relativo.

Bem mas isto já é estar a falar e questões ambientais...
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Depois de ler um artigo onde fiquei a saber que o país pioneiro nesta questão, a Noruega, financia os incentivos (carregamento público á borla, circular nas vias do autocarro, brutal desconto na aquisição, etc.) com a maior fonte de riqueza que tem, o petróleo, tudo se torna bastante relativo.

Bem mas isto já é estar a falar e questões ambientais...


O artigo é de quando? Já estão a fazer marcha atrás...


nuno granja
 
Eu sou um pouco leigo nisto de clássicos. Tenho as minhas ideias e que..
- os clássicos do futuro serão versões limitadas ou os desportivos dos anos recentes
- os bons carros de chapa (até 80s 90)dentro de alguns anos (espero que muitos mas muitos mesmo) serão escassos a venda e caros (as vezes já o são eheh)

com a evolução das coisas, a substituição/troca só porque há um "mais novo e bonito" e cada vez mais recorrente e a durabilidade e posta de parte.
 
Continuando o meu post anterior:

Noutro dia estava no café à conversa com um amigo vendedor de automóveis novos. É daqueles comerciais de automóveis que diz que tem o gosto e a paixão por automóveis ( petrolhead ), mas na realidade vê números e vendas. Afinal de contas, esse é o papel dele.

Começamos a falar do futuro do automóvel e o que no futuro será um carro clássico. Lá me veio com as tretas que o eléctrico é que era o futuro e condução autónoma... Depois de o tentar elucidar sobre o que é verdadeiramente um eléctrico começamos a falar de carros!

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Entre a supremacia dos diesel e das ajudas à condução e escudos de proteção inteligente, questionei sobre o que levam as pessoas a trocar de carro ou a adquirir um novo:

"A minha filha vai para a Universidade e precisa de um carro"
"Preciso de ir para o trabalho e o carro que tenho já é velho"
"O meu não trava sozinho mas o do vizinho até já tem televisão atrás para os putos verem a Floribela e o Inspetor Max"

etc,etc,etc

Concordo com aquilo que já foi dito aqui anteriormente. As pessoas vêm um automóvel nem sempre como um bem necessário mas como um objecto de luxo. Quanto mais recente for e mais equipamento tiver, melhor o é. Mesmo para os mais novos, "ter um carro é bom porque posso levar as amigas a passear, mas não vou levar o da minha avó porque ainda tem chave e não posso ligar o spotify por bluetooth". Poucos são os verdadeiros apaixonados por automóveis e ainda menos aqueles que gostam de clássicos.

Com o aumento de tráfego nas redes sociais conseguimos ver isso mesmo. Muitos destes ditos "spotters" só vêm carros novos e cheios de tecnologia; aparece-lhes à frente um Fiat 127 e não sabem o que é.

Depois encaixa-se aqui estas novas tendências do carsharing e carpooling. Foi hoje apresentado em Lisboa uma nova plataforma de carsharing:


Carsharing da Brisa e BMW arranca em Setembro | Marketeer


O novo carsharing que vai chegar a Portugal quer acabar com o carro próprio

Confesso que irei experimentar quando for a Lisboa, fiquei bastante curioso para ver como funciona.

Voltando ao ponto fundamental da questão, estou convicto que no futuro ter um clássico a circular será cada vez mais complicado; os carros clássicos serão na sua maioria os modelos mais desportivos das marcas; as novas gerações pouco interesse demonstram pelos clássicos ( salvas raras excepções ).

(continua...)
 

Dinis Figueira

Honda Enthusiast / 無限
Fazendo a continuação ao post que criei ao pouco... Probição dos carros a gasóleo no futuro

Acho que existe problemas mundialmente conhecidos e muito mais preocupantes que a poluição causada pelos combustíveis fosseis etc, e ainda por cima com os avanços tecnológicos, menor poluição (ignorando as falcatruas), mais carros eléctricos - já que existiu sempre uma tendência para haver mais carros de consumidor do que um carro para guardar etc, uma tendência de mercado para dar uso ao car sharing (como já foi mencionado) e entre outras pequenas coisas. Não é por nada que está também a haver uma queda no comércio de automóveis.

Eu provavelmente não sou a pessoa mais certa para falar destes assuntos, já que prefiro mais aprender deles do que falar sobre eles e não sou a melhor pessoa também para me exprimir acerca de, mas com poluição vinda de fábricas directamente para os mares, a industria da carne estar a aumentar a um ritmo completamente estúpido - não sou contra a carne porque até gosto de umas belas febras grelhadas mas neste momento, devemos estar a rondar os 40% de poluição total só sobre a industria animal - e o pior de tudo guerras, acho ridiculoso haver um foco gigante sobre combustíveis fosseis. Estão com medo que isto se torne num mundo estilo "Mad Max"?

A meu ver, se isto continuar, clássicos serão um simples "niche". Algo a lembrar o passado. Até acho que a ideia de passar vergonha por utilizar combustíveis fosseis será uma realidade...
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Na minha humilde opinião será exagerado crucificar o avanço tecnológico, lembrem-se que um dia o "GPS" e a "condução autónoma" se chamavam "travões de disco às 4" e "faróis direcionais", foi com eles que a indústria foi crescendo e melhorando o conceito do carro que conhecemos hoje.

Aquilo que se passa agora não é mais que uma crise geracional, onde aquilo que despertava em nós a curiosidade e a paixão não tem nada a ver com o que provoca esses sentimentos agora.

Pondo de parte a estranheza que é para nós ver um Smart ForTwo num encontro de clássicos, se um dia isso for verdadeiro os jovens de hoje vão achar piada ver lá as versões base e depois vão-se babar por verem lá uma versão Brabus.

Se as coisas corressem como até aqui, os clássicos do futuro seriam "os mesmos" do passado, nas suas iterações mais modernas claro, a questão que se põe é a sustentabilidade da cultura do clássico aplicada ao conceito moderno de carro que eu acho que está seriamente em risco para a esmagadora maioria dos modelos desde os anos 80/90.
 
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