"nicha "mário De Araújo Cabral

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Antes Francisco Lemos Ferreira
"NICHA "Mário de Araújo Cabral

"NICHA " Mário de Araújo Cabral

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nasceu em Cedofeita, na cidade do Porto, no dia 15 de Janeiro de 1934. Começou a correr em 1955, na categoria de GT’s.

Embora os dados não sejam muitos sobre a passagem do primeiro Lusitano pela elite do automobilismo, consegui apurar que o português não era ‘piloto a tempo inteiro’ (presumo que fosse uma espécie de 3º piloto) e que foi inscrito em apenas 5 Gp, começou 4 e apenas finalizou 1. Bastante diferente da fiabilidade a que Tiago Monteiro nos habituou... Mas também eram tempos diferentes e uma percentagem de corridas acabadas de 25% para um piloto que raramente corria já não parece tão pouco, nas máquinas pouco fiáveis da época.

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“Nicha” Cabral estreou-se em Portugal (no circuito de Monsanto) em 1959. Foi a única corrida que fez, nessa época. E foi a única que terminou. Em 1960, começou mais uma corrida, novamente em Portugal, desta vez no circuito da Boavista, mas foi forçado a abandonar.
Só voltou às corridas depois de voltar do serviço militar em Angola, disputando duas corridas 1963 (Alemanha) e em 1964 (Itália). Neste último ano, correu pela equipa Derrington Francis - ATS, ao contrário dos outros três (das outras três corridas) em que representou a Cooper – Maserati.
O ano de 1965 ficou assinalado na sua carreira pelas piores razões. No GP de Rouen, em Fórmula 2, foi vítima de um aparatoso e grave acidente, que lhe provocou diversos ferimentos e o afastamento das pistas durante três anos.
No seu regresso, em 1968, conduziu vários carros de Sport até 1975, incluindo o David Piper’s Porsche 917 – o carro que mais gozo lhe deu pilotar (foto superior) – com o qual obteve a segunda posição em Vila Real. Em 1973, no GP de Portugal, em Fórmula 2, ficou em 8º, ao volante de um March.
Pode-se concluir que este piloto português não teve a sorte do seu lado, pelo menos enquanto na F1. Ainda assim, foi o primeiro Luso na Fórmula 1 e, só por isso, faz parte da histório do automobilismo nacional.

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

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Nicha, era um desportista completo.
Na ginástica desportiva, foi atleta olímpico, apesar de não participar nas olimpíadas por fractura de um pé.
Mas essa experiência, deu-lhe um domínio motor excepcional.
Nas pistas, foi piloto de velocidade, experimentando sem problemas as curvas no limite de aderência, com uma limpeza extraordinária.
Um despiste em F2, cortou-lhe a ascenção numa carreira internacional que se julgava imparável.
Era POR VOCAÇÃO, mais do que por devoção, um atleta, um desportista nato e um piloto excepcional.
Ainda hoje, muitos consideram ter sido o melhor piloto português de todos os tempos.
O seu prazer pela vida, levou-o a passá-la o melhor possível.

Experimentou viver em Angola, terra que o conquistou, como a quase toda a gente que por lá passou.
A revolução de 25/4/74, terminou com o embrião de uma sua equipa de competição, com a sua estada em Angola e com a sua carreira.

A sua última vitória internacional e em Angola e talvez da sua carreira, foi em 1973 em Benguela. Na imagem abaixo, corta a meta nessa prova:

1973bengnichaye4.jpg


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No 1º Grande Circuito à fortaleza, em substituição do GP de 1961(imagens de Oliva).

Asperezas in "Mazungue"
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Nicha voltou a Luanda no ano seguinte, correndo com o Jag E de Daniel Magalhães "Oratol".

Nesse GP vencido por Lucien Bianchi em 250 GTO (o mesmo que ganhou Le Mans em 1968) Nicha ficou num inacreditável 4º lugar da geral, excelente para as capacidades daquele carro.

Nos anos seguintes, esteve sobretudo dedicado às Fórmulas 1 e 2, até ao grave acidente em F2.

Só voltou a Angola em Agosto de 1968, para correr o 1º Palanca Negra no Elan muito especial do Team Palma.

partida1aelimoy2.jpg


Consentido pelos outros pilotos a partir em último por não ter terminado a 2ª prova de apuramento para a final, na 2ª volta Nicha já rodava em 2º, atrás de Novais.
Ambos desistiram por problemas mecânicos.
Mas mais uma vez, ninguém ficou indiferente à actuação de Nicha.
Que só voltou em Dezembro de 1969. E aqui, foi para fazer História no Automobilismo Angolano.

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1970 Moçamedes

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Já disse por aqui mais de 200 vezes que a primeira vez que vi Nicha correndo em Angola (pelo menos que tenha lembrança) foi em 1968 quando tinha 10 anos. A partir desse dia ele foi por muitos anos meu ídolo em automobilismo.

Mas isso só foi possível graças à ajuda de Emílio Marta. Como o Fernando Asperezas diz acima, o Nicha não terminou uma das provas de apuração para a grande final.

Emílio Marta que entendia alguma coisa de mecânica, resloveu "meter a mão na graxa", e colocou o Lotus Elan para funcionar e o entregou a Nicha em condições de largar em último conforme acordado com outros pilotos, e dar o "Show" que sem dúvida foi a abertura das portas para sua carreira em Angola.

Reparem na foto que Marta possivelmente testando o carro ou o levando para alinhar aínda tem na mão um pedaço de estôpa (?) ou flanela para limpar as mãos.

Ou seja, Marta com seu fair play que na época ninguém sabia o que era isso, contribuiu para abrir as portas a Nicha em Angola.

Foto cedida por Carlos Marta
Turza colocou esta imagem

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Ruy Turza in "Mazungue"
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

1970huamboagostobmw2002ik8.jpg


Nas 6h do Huambo, Nicha (em equipa com Carlos Santos) manteve-se sempre atrás do T33 de Peixinho. Esteve a 30" do comando, mas um princípio de incêndio deitou tudo a perder. Carlos Santos, levou o carro depressa, mas "nas palminhas" e conseguiu concluir a prova no 8º lugar. Schnitzer nem queria acreditar em tal possibilidade...

Uma semana depois, na Huíla, Nicha venceu sem grande oposição nem problemas mecânicos.

Asperezas in "Mazungue"
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Para fazer frente ao inalcançável T33, Nicha foi à Alemanha escolher um 2800cs Schnitzer Gr2, que não fosse uma coisa qualquer como o da Autocal do Huambo 1970. Nicha, não fez, porém, toda a época angolana.

Bateu Peixinho e o T33 na Huíla. Antes, porém, brincaram às ultrapassagens, como era costume.

Uma semana antes, no Huambo, venceu as 6h com Stuck:

1971Huambo_Nicha.jpg

nichastuckconsagrz7.jpg


Estas 6h, foram algo modestas em grandes nomes e grandes máquinas, como Armando Lacerda contou.

Mas mesmo assim, Nicha mostrou algo muito importante, mas que quase ninguém percebeu: que em Angola, não eram necessários Sport-Protótipos para ganhar à geral...

No entanto, todos sabemos que a beleza dos Sport-Protótipos chamava às corridas mto público...

Nicha, fez também "uma perninha" em Gr1 em Moçâmedes e Novo Redondo. Com BMW 2002, evidentemente. E ganhou!
Ainda em Novo Redondo, com o 2800cs venceu nos "Turismos Especiais" e ficou em 3º da geral no VII circuito, na que o jornal "Motor" classificou por "desforra" de Peixinho, da Alfa e do T33...

Em 1972, Nicha dedicou-se sobretudo às corridas de Portugal pela Trevauto, levando para essa equipa o seu 2800cs.

Asperezas in "Mazungue"
 

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Mas Nicha, durante os anos que passou por Angola, não correu só nessa terra.
Andou por todo o lado, com o 917 de Piper, com Porsches do Wicky, com Lolas do Bonnier, etc, etc.

E foi precisamente com um Lola T290 da equipa de Bonnier, que Nicha foi às 6h, a única corrida que fez em Angola em 1972.
Nicha, fez parte dessa equipa em grande parte da temporada internacional. Nas 24h de Le Mans, o carro que lhe estava destinado chegou a dominar, mas abandonou antes do turno de Nicha. Jo Bonnier, faleceu no outro Lola.

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Nas 6h, Nicha vai correr no carro Nº9. Vic também vai correr, no carro Nº 10.
É famosa a história da reparação de Nicha à suspensão traseira-direita, com uma alavanca e indicações dos mecânicos que não podiam prestar assistência fora das boxes. Este esforço foi coroado de êxito, o carro ficou reparado e Nicha com a "faca nos dentes" encetou uma recuperação notável que mais uma vez colocou o público em delírio.
De tal forma, que foi "obrigado" a cumprir a volta de consagração, conforme o Armando Lacerda conta no próximo post.

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Citando: Armando Lacerda em 10/11/2006 in "Mazungue"

Tinham decorrido cerca de quatro horas de prova, quando fui alertado, pelos comissários de pista, que o "Lola" conduzido por Claude Switlick tinha avariado e estava a ser reparado por Nicha Cabral sob a orientação dos mecânicos.
Esclarecido que os mecânicos se limitavam a dar indicações sem tocarem no carro, avisei os comissários que estivessem atentos pois aqueles não podiam dar qualquer outra ajuda que não fosse aquela que tinham prestado até à altura.
Concluida a reparação, Switlick recusou-se a continuar a prova num carro que não tinha sido reparado pelos mecânicos e, assim, foi o Nicha que a concluiu, terminando em 5º. lugar, debaixo do delírio da multidão.
A convite do Carlos Santos, perante a alegria da assistência, Nicha acompanhou os vencedores na volta de honra.
Passados dias, quando vi esta fotografia, verifiquei que havia cometido um erro e que deveria ter desclassificado aquele carro pois o regulamento permitia reparações fora das "boxes" mas apenas com ferramenta transportada a bordo e, ali, fora usado um macaco levado das "boxes" pelos mecânicos.
E, eu que sempre tentei ser rigoroso no cumprimento dos regulamentos, desta vez senti uma grande alegria por ter cometido este erro.
Ninguém havia reclamado, o público delirou e teria sido uma injustiça desclassificar o Nicha depois de todo o esforço e entusiasmo, numa entrega total para conseguir terminar a prova.
Mas, voltemos ao dia da prova.
Mais tarde, na distribuição dos prémios, chegada a hora de iniciar a cerimónia, os vencedores e a "Ecurie Bonnier" não estavam presentes.
Como todos os horários haviam sido cumpridos, entendi que também este seria e dei início à cerimónia.
Poderia ter começado pelos menos classificados para ver, se entretanto, os outros chegavam, mas sempre entendi que se deveria começar pelos melhores classificados.
Chamei os primeiros...não estavam; chamei os segundos...idem; quando cheguei aos quintos...aspas.
Estava a cerimónia a chegar ao fim, quando os ausentes chegaram.
O Jost, director da ecurie, com toda a sua diplomacia mostrava-se incomodadíssimo dizendo que descansara pois o haviam informado que a distribuição nunca começava à hora.
Eu, que estava irritadíssimo com o sucedido, dizia que poderiam procurar, entre todas as taças, aquelas que lhes pertenciam e que os cheques os fossem levantar, no dia seguinte, na secretaria da prova.
Naquele momento, o Nicha chegou ao pé de mim e, com uma voz cativante, disse-me:- Lacerda, não te merece um pouco de consideração eu ter sido mecânico na tua prova?
Olhei para ele, sorri e... fiz uma nova distribuição de prémios para os faltosos à primeira chamada.
Ao fazer este pequeno relato, presto a minha singela homenagem ao Nicha por todas as provas de amizade recebidas e por todo o interesse sempre demonstrado pelas "6 Horas".
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Citando: Armando Lacerda em 05/11/2006 in "Mazungue"

Joakim Bonnier estava para correr em Nova Lisboa se a morte em Le Mans não o tivesse impedido.
Por este facto, a direcção das "6 Horas" de 1972 tinha previsto uma pequena homenagem, hasteando a meia-haste, à frente de todas as outras, a bandeira da Suécia.
Ao colocar o assunto ao Jost (não me lembro já do seu primeiro nome) director da ecurie, ele não concordou com a meia-haste, dizendo que a bandeira seria hasteada, como todas as outras, a topo pois Bonnier continuava vivo entre eles.

pim0049tay3.jpg


A bandeira da Suiça tambem foi hasteada por André Wicky, encoberto na fotografia:

pim0058tco3.jpg


Mas, se não fosse o Wicky, poderia ter sido hasteada pelo Claude Switlick que também era suiço
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

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Citando Armando Lacerda em 27/10/2007 in "Mazungue"

...
A propósito de uma conversa sobre pilotos "humanos", pilotos noctívagos e que no tempo dos “gentlemen drivers” era assim, lembrei-me dos treinos das 6 horas e dos problemas que existiram com os mesmos.

Ao internacionalizar a prova, sabia da exigência de realizar treinos em dois dias diferentes e, para esse aspecto, alertei as entidades respectivas dizendo que, no regulamento, iria mencionar apenas um dia, mas que poderia ser obrigado a realizá-los em dois.

Em 1971 ninguém levantou problemas e o trânsito na cidade esteve apenas interrompido durante dois dias, mas em 1972 já não foi assim e o problema levantou-se.

Ao receber a equipa Bonnier no aeroporto e, ainda na pista, após a troca de cumprimentos, Jost, o director da equipa, chamou-me a atenção para o lapso existente no regulamento que só indicava um dia para treinos.

Expliquei-lhe que não havia lapso e, por se tratar de um circuito de cidade e para evitar problemas de trânsito durante três dias, só estava previsto um para treinos mas que, se vissem ser necessário, far-se-iam durante dois dias.

Jost, sempre muito diplomata, disse compreender perfeitamente o problema mas que não podia deixar de ter treinos em dois dias diferentes até porque, devido à altitude, necessitariam fazer afinações nos carros.

Respondi-lhe que iriam ter os dois dias de treinos e, do aeroporto, fui imediatamente falar com o governador para obter a respectiva autorização.

Obtida esta, dirigi-me à Câmara, consegui interromper a sessão para expor a situação e, também ali, obtive a anuência da autarquia com a recomendação de prejudicar o menos possível o trânsito.

Para satisfazer esta recomendação, marquei o primeiro dia de treinos para as seis horas da manhã.

A comunicar esta hora ao Jost, ele só me perguntou se já era dia e como o confirmei respondeu-me que estava tudo bem.

Quem, embora na brincadeira, barafustou foi o Nicha Cabral que dizia que aquela hora, muitas vezes, ainda nem sequer se tinha deitado e que, possivelmente, não iria treinar.

Naquele dia, às quatro da manhã já eu e toda a equipa trabalhávamos para estar tudo em ordem; às 5,30 encerrei a pista e estava tudo a postos para o início dos treinos.

E, para surpresa minha, o primeiro piloto a aparecer, devidamente equipado, para iniciar os treinos foi o Nicha.

No tempo dos “gentlemen drivers” era assim…
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Citando: Armando Lacerda em 14/10/2007 in "Mazungue"

Pequena "estória" de como a Riquita convidada para estar nas "6 Horas" de 1971 não esteve, devido às exigências da organização que a tutelava e acabou por dar a volta de honra na edição de 1972

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Em 1971, Maria Celmira Bauleth, natural de Moçamedes, ganhou o concurso de Miss Portugal, o que foi motivo de orgulho para os angolanos.
Como homenagem, a organização das “6 Horas de Nova Lisboa” endereçou-lhe um convite para assistir aquela prova como convidada de honra.
A Riquita, como era vulgarmente tratada, manifestou o desejo de aceder à distinção se, nessa data, se encontrasse em Moçamedes e tal lhe fosse permitido pela organização a que se encontrava ligada, ou seja, o semanário Notícia”
Posto o assunto aquela entidade, rapidamente, recebemos uma resposta afirmativa, mas com uma série de condições que logo rejeitámos por inaceitáveis.
Na íntegra, “Notícia” exigia: «Miss Portugal» assistirá como convidada à Prova «6 Horas de Nova Lisboa», não podendo ser utilizada em qualquer manifestação de carácter comercial ou publicitário – que teria de ser objecto de contracto específico;
«Miss Portugal» será acompanhada por uma pessoa de família e por um elemento da Organização (NOTÍCIA) a quem caberá a responsabilidade da aprovação do programa da sua estadia.
Os encargos, de vossa conta serão:
- Transportes aéreos Moçâmedes – Nova Lisboa – Moçâmedes para 2 pessoas (Miss Portugal e pessoa de família);
- Transporte aéreo Luanda – Nova Lisboa – Luanda, para um elemento da Organização;
- Alojamento, em Nova Lisboa, para 3 pessoas;
- 20 000$00 (vinte mil escudos) depositados, antecipadamente, num Banco de Nova Lisboa, a favor de Maria Celmira Bauleth ou NOTÍCIA – Semanário Ilustrado.
Apreciadas estas condições, achávamos correcto e não precisava sequer estar a mencioná-lo que ao Sporting Clube do Huambo coubesse a responsabilidade de passagens e alojamento para a Riquita e para uma pessoa de família que a acompanhasse.
Mas porquê a obrigatoriedade de agregar à comitiva qualquer elemento da “Notícia” porquanto, aceite as condições, estas seriam por nós respeitadas e a própria Riquita se recusaria a transgredir, não necessitando de um mentor ou fiscal a limitar-lhe os movimentos.
Porém, o que mais nos chocou foi a exigência de um autêntico “cachet” de 20 000$00 pela “exibição” de Miss Portugal como se se tratasse, não de uma convidada de honra, mas de um fenómeno que se mostra em circos.
Lembrámo-nos da frase “não há dinheiro… não há palhaço” e, pelo respeito que a Riquita nos merecia, não houve mesmo “palhaço” como a “Notícia” a considerava.
Foi uma exigência muito infeliz e inoportuna, tornando-se mesmo ofensiva para uma Cidade que sempre acarinhou a mais bela das jovens angolanas e que nos era apresentada como objecto de negócio incompatível com as intenções que originaram o nosso convite.
Passado um ano, em 1972, ao iniciar a volta de honra, o Carlos Santos chamou o Nicha (que naquela prova, além de piloto, se estrear como “mecânico”) para o acompanhar.
Já com o carro em andamento, o Nicha viu a Riquita entre a assistência (não como convidada de honra, como havíamos desejado no ano anterior, mas como mera espectadora) e chamou-a também para o carro.
Durante toda a volta de honra, o Roger Heavens quase deixou de se ver, a assistência entusiasmada só gritava pelo Nicha e pela Riquita e o Carlos Santos comentava que ganhara a prova mas o público só aclamava os outros.
E foi assim que a Riquita impedida de ser convidada de honra em 1971, foi aplaudida e deu a volta de honra nas “6 Horas” de 1972.
E isto sem quaisquer custos para a organização…
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

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Tal como no ano anterior, em 1974 Nicha fez em Angola apenas a época internacional. Com o Nº18, em equipa com Teixeira da Silva em Chevron B23/26 pela Ford - Robert Hudson.

No Huambo, na célebre corrida da "queda da ponte" dos peões (que se caiu por atentado, foi carga colectiva inconsiente) Nicha começou por liderar, para dar o máximo de vantagem a Teixeira da Silva e fez a volta mais rápida da prova. Porém, a embraiagem não resistiu...

Poderiam ter ganho em Benguela, mas foram penalizados por terem sido empurrados na box... Ficaram em 2º, no que foi considerado por Hélder de Sousa para o "Volante", um recital de condução por Nicha.

Em Luanda, correram-se duas mangas. Não tenho a classificação da equipa, à excepção de um 6º lugar de Teixeira da Silva.

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

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BZ067 - Lola T280 Ford "Gruyere" (Nicha Cabral/Jorge de Bragation)
24 Horas de Le Mans 1972
 

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Antes Francisco Lemos Ferreira
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"Nicha na F1"

Dia 23 de Agosto de 1959 Moss venceu o Grande Prémio de Portugal.

Nos ano de 1959, Portugal sediou a sua segunda prova a contar para o Mundial de F1. Uma prova que contou com a participação de Moss, Brabham, Mclaren e a estreia de Nicha Cabral. O circuito escolhido foi Monsanto, depois de em 1957 a sede da prova ter sido a Boavista, agora era a vez das estradas circudantes ao Parque de Monsanto acolher os carros de F1, Turismo, sport e Gt, pouco mais de 5km com diversos tipos de estradas, que iam desde calçada há auto-estrada.

Monsanto.gif

Em 1959, Stirling Moss juntou-se à Rob Walker Team, que lhe colocou à disposição um cooper, depois da retirada da Vanwall. Os Cooper-Climax dominavam o fim-de-semana, Moss conseguiu o melhor tempo durante os treinos livres e classificatórios, ao seu lado na linha de partida estava Jack Brabham (o lider do campeonato) e Masten Gregory. Nicha Cabral que se estreava nesta prova, foi 14º, apenas à frente dos dois Lotus, carros que tiveram em perigo para participar na prova por atraso na chegada dos carros.

No inicio da prova Moss perdeu logo o primeiro lugar, os pilotos oficiais da Cooper sairam bem e lideraram a prova, mas o Britânico ainda antes do fim da primeira volta recuperou o lugar. Com pouco mais de 20 voltas de prova o Australiano Jack Brabham começou com azar, perdeu muito tempo ao tentar evitar uma criança que atravessou a pista, voltas depois teve um desentendimento com Nicha Cabral e acabou por desistir.

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A partir dai Moss controlou a prova, com Masten Gregory em 2º a uma volta e Gurney da Ferrari em 3º.

M59_chegada.jpg


Nicha Cabral colocou o seu cooper da Centro Sud em 10º e ultimo lugar.

M59_nicha.jpg


Jack Brabham venceu o campeonato, Tony Brooks da Ferrari foi segundo e Moss foi 3º.

1º - Stirling Moss (Cooper-Climax) 62 voltas, em 2h11m55,4s, à média de 153,398 Km/h

2º - Masten Gregory (Cooper-Climax) a 1 volta

3º - Dan Gurney (Ferrari) a 1 volta

4º - Maurice Trintignant (Cooper-Climax) a 2 voltas

5º - Harry Schell (BRM) a 3 voltas

6º - Roy Salvadori (Aston Martin) a 3 voltas

7º - Ron Flockhart (BRM) a 3 voltas

in "F1portugal"
8º - Carroll Shelby (Aston Martin) a 4 voltas

9º - Tony Brooks (Ferrari) a 5 voltas

10º - Mário Araújo Cabral (Cooper Maserati) a 6 voltas

Melhor volta: Stirling Moss (Cooper-Climax) 2m05,07s, à média de 156,584 Km/h.
 

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Antes Francisco Lemos Ferreira
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Vila Real 1970

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Timpeira

in "Sportcarclassic"
 

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Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

GPP57_300SL_Nicha.JPG


"Nicha" Cabral ao volante do Mercedes 300 SL (foto: colecção Mário de Araújo Cabral)
 
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Em perseguição de António Peixinho
 

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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

March74SJarama74.jpg


Jarama 1974: Nicha Cabral com um dos March 74S da Promoto/Paulenco Racing. Note-se o nariz alongado, referido no texto. Embora a foto seja a preto e branco, a decoração era no habitual azul escuro e rosa da equipa. (foto: colecção Nicha Cabral, retirada do livro com o mesmo nome, de Adelino Dinis)
 
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Antes Francisco Lemos Ferreira
Re: "NICHA "Mário de Araújo Cabral

Ficha:

nicha_cabral.jpg


Mário Manuel Veloso de Araujo Cabral (Nicha) (Porto 15 Janeiro 1934)
Partiu para 5 Grand-Prix (entre 1959 e 1964)/ Terminou 1
Cooper Maserati T51 - 1959/ 1960
Cooper Maserati T60 - 1963 (Alemanha) e 1964 (Aintree)
ATS - 1964 (Italia)
10º Portugal (Monsanto) 1959
Desistiu em Buenos Aires, Portugal (Boavista) 1960; Itália 1963; Alemanha, Itália 1964
Tem ainda um 4º lugar em Pau 1964 e um 7º em Enna 1963, mas eram provas extra campeonato.
Fez também corridas de F2, quatro em 1964 (4º em Montlhery; 6º em Zeltweg); uma em 1963; uma em 1965 (o terrível acidente de Rouen); e uma em 1973 no estreado Autódromo do Estoril (6º).
O Nicha era um "bon vivant", as corridas para ele eram superfluas...
 
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