(Fonte:Kadypress Ricardo Duarte/Luis Sousa/Gustavo Barosa)
Voltando um nadinha atrás, pois já todos viram que o Luis Sousa vulgo
Cougar me empurrou para o Rio Ave, porque eu estava algo parado.
Bem, como dizia, o
IV Circuito da Granja do Marquês, com várias provas em disputa em
19 e 20 de Julho de 1969 (fará daqui a dias 40 anos!!!) contou novamente com o
Néné Neves, em representação do Team Palma, em três das cinco provas ali disputadas. Como Palma V na corrida de Formula V, de que vos falará o nosso especialista, na corrida de Turismo e Turismo Especial (que integravam os grupos 1, 2 e 5) onde alinhou com o Escort Twin Cam e na prova rainha, de 3 Horas, que integrava os Sport-Protótipos e outros carros dos grupos 3, 4 e 5, com o Lotus 47.
O organizador - Sport União Sintrense - inovava assim introduzindo um novo traçado, uma prova de resistência e 2 corridas inéditas - um prova para Principiantes e outra para Iniciados, ambas de 10 voltas, contribuindo assim, contrariamente aos outros organizadores seus pares, para um maior desenvolvimento da modalidade, trazendo à Granja 91 concorrentes!!! Bons tempos estes!
A título de curiosidade registe-se que a prova de Principiantes foi ganha por José Martins (Austin Cooper S) seguido de Inácio Aleixo (Morris Cooper S) e Carvalho Gato (Austin Cooper). Quanto à prova de Iniciados foi ganha por Manuel Morais (Porsche 911) seguido de uma senhora - Gisele Rasteiro (Lotus Europa) e de Adalberto Summavielle tripulando o Unipower GT que penso ser o que já pertenceu ao angolano e Campeão de Clássicos H65 Jorge Loures e que agora rola nas mãos de Rui Sanhudo no CPCC 1300.
Gisele Rasteiro no Lotus Europa, 2ª classificada na prova de Iniciados
(foto de Vasco Callixto)
A prova com o Escort Twin Cam, de
Turismo e Turismo Especial, não correu bem ao Team Palma - embora tenham saído da primeira linha da
grid, os Escort TC de Neves e Peixinho, que ladeavam o 2002 Ti de José Lampreia , despistaram-se logo no inicio da corrida deixando uma vitória fácil a Lampreia, que não teve de suar. Peixinho ainda recuperou até ao segundo lugar mas um furo (talvez motivado pelo despiste) ditaria a sua desistência. Quanto ao nosso homenageado, atrasado e no ultimo lugar, viria a sofrer novo despiste e terminaria ali a sua participação. A prova, como já dissemos, foi ganha por Lampreia, seguido de Christian Melville (Porsche 911) e por Fernando Batista (Autin Cooper S). Esta prova viria ainda a ser marcada pela desclassificação de Francisco Santos (Lotus Cortina) que se classificara em 7º lugar (1º cl. Turismo) e de Albio Pinto (BMW 1600 ti) que se classificara em 8º lugar (2º cl. Turimo). O Lotus Cortina de
Xico Santos, o GB-64-85, foi aberto e apresentou irregularidades ao nível dos canais de admissão (que foram, aparentemente, trabalhados) e dos pistões (que apresentavam mais e maiores furos laterais). Quanto ao BMW 1600 Ti do Albio Pinto, o GB-65-99, trazia também a admissão trabalhada, bielas aligeiradas e escape irregular.
Como a corrida de Turismo (Gr1) foi conjunta com a de Turismo Especial (Gr2 e 5) e com estas duas desclassificações subiram ao três primeiros lugares, obviamente, os que os seguiam (Jorge Nascimento , Carpinteiro Albino e António Bacelar de Moura).
Corrida conjunta de Turismo + Turismo Especial vendo-se
Xico Santos (no Lotus Cortina que viria a ser aberto). Atrás um dos dois Escort Twin Cam do Team Palma que se atrasaram no início da corrida.
(foto de Vasco Callixto)
O francês Christian Melville, que viria, mais tarde a ser colega de Nicha Cabral e de Carlos Santos no Team BMW-Trevauto, aqui no Porsche 911 que levou ao segundo lugar nesta prova. Pensa-se que era Fernando Batista que o seguia (Mota Freitas, especialista de matriculas Mini, ao palco para esclarecer...)
(foto de Vasco Callixto)
Nas
3 Horas da Granja, a partida foi tipo Le Mans. Os primeiros carros eram os dois Porsche Carrera 6 de
Mané Nogueira Pinto e de Carlos Santos, seguidos de um potentíssimo Lola T70 (V12, 375 cv), do inglês Max Wilson e a seguir estava o nosso
Néné no Lotus 47 do Team Palma logo seguido de Américo Nunes no Porsche 911. E foi este piloto que ganhou a "prova de atletismo" - arrancou à frente de todos os outros. Os mais atrasados a sair foram Carlos Santos, o inglês no T70 e ainda o Manuel Frederico Souto num relativamente modesto Austin Cooper.
Na primeira volta, Neves, sempre atrevido no "pequeno" 47 já liderava. À terceira volta, os cavalos do Lola T70 de Wilson levam-no ao comando da corrida. Entretanto Carlos Santos ia recuperando e apanhava a terceira posição atrás de Wilson e de Nogueira Pinto estando Neves em quarto lugar. O gigante T70 começou a lançar fumo e chamas, parou, ainda regressou à pista, mas abandonou por avaria. Os dois Carrera 6 (N Pinto e C Santos) seguiam colados, mas o de N Pinto viria a abandonar à 31ª volta com problemas na caixa de velocidades. Carlos Santos teve uma vitória descansada, Neves foi segundo e Américo Nunes foi o terceiro classificado. Destaque para carros e pilotos pouco habituais nesta corrida - um Mini Marcos 1300 com o francês Varsavaux Didier ao volante, um Gianini GP tripulado por Manuel Caixinha, um Lotus Seven (cujo piloto não conseguimos identificar) e também o pai do futuro piloto de F1 Pedro Lamy - Álvaro Lamy Viçoso que tripulou um NSU TT.
Néné, no Lotus 47, fez um brilhante segundo lugar nesta prova de resistência.
(foto de Vasco Callixto)
Carlos Santos em Porsche Carrera 6, foi o piloto que perdeu a "prova de atletismo", foi do últimos no arranque tipo Le Mans, mas recuperou bem e teve uma vitória folgada. Atrás de si o NSU TT de Alvaro Lamy Viçoso que acabara de ser dobrado e ainda um Lotus Seven de???
(foto de Vasco Callixto)