Motores de corrida - Desventuras e considerações

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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
- 8º - EMBRAIAGEM

Logo como principio temos de perceber que a embraiagem é constituída por um sistema de pressão que conectando o movimento do motor a caixa de velocidades e logo transmitido às rodas.

Pois o problema é que no meio existe um disco de embraiagem e que no caso de quebra, caso não se trate de um sistema em que o motor se situa atrás do piloto, explode e lembram-se onde fica localizado esta parte do motor? Pois é… é entre a zona do joelho e o tornozelo.:rolleyes::oo

Resumindo, é bom que tenham em atenção que a resistência do volante do motor é fundamental.

Passando ao interessante…

Como já tinha anteriormente escrito em http://www.portalclassicos.com/nosso-hobby-classicos/17820-era-uma-vez-bloco-kent-da-ford.html, pode-se retirar peso do volante do motor de forma a ficar com valore que não causem dificuldades na subida de regime do motor.

No entanto e caso não se considere o uso de um volante de motor em aço, ou em liga de alumínio (muito mais caros), proponho que usemos um volante dos que equipam os Lotus Twincam, pois para além de serem originalmente mais resistentes, também permitem a adopção de uma sistema de embraiagem de maiores dimensões e logo permitirem mais rotação e potência sem problemas.

Para este caso em particular, um disco de embraiagem em conjunto com um prato dos Lotus será suficiente. Estes sistemas têm um diâmetro de 8.5” versus o 7.5” dos XFlows.

Caso se pretenda investir mais um pouco poderemos usar um prato com maior resistência e desta forma aumentar a estabilidade da passagem de potências às rodas.

Outra das mais valias que se pode usar neste caso é substituir a bomba secundária de embraiagem do sistema original por um sistema concêntrico.

Este tipo de sistema foi usado inicialmente em F1 pela Lotus em meados da década de 1970 e tem a vantagem de actuar directamente no disco em vez de actual uma alavanca que por sua vez movimenta o disco, afastando-o do volante e proporcionando a perda de contacto.

Lembro-me que adaptávamos o sistema original dos Saab 900 e a única coisa a ter em conta era a mudança da bomba de embraiagem para conseguir injectar mais óleo, tendo por isso um diâmetro de pelo menos 0.75”.

É lógico que o ideal seria uma caixa Dog-Box que mesmo de carretos direitos mas como a intenção é diminuir a despesa, uma 2000E produz bons resultados (sem ser preciso ser a versão “Bullet”).

Lembro que existem várias caixas, muitas vezes todas erradamente chamadas 2000E… A “verdadeira” 2000E advém das relações que foram inicialmente usadas no Corsair 2000E e que têm a relação da 1ª a 2.97:1 e que equipava o Lotus Elan. Existem depois as versões “curtas” em que a 1ª tem uma relação de 2.51:1 que era usada nos Lotus Cortina MK1 e a “Bullet” que tinha uma relação 2.29:1. Mas isto já não é o motor…:huh:

Abraços
 
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Vivam

O que tenho vindo para aqui a escrever faz sentido para todos?

Alguém terá dúvidas sobre o que referi ou gostaria de ver mais algum ponto discutido?

Já algum de vocês adaptou um sistema de embraiagem concêntrico no vosso clássico?

Gostaria de ter o vosso feedback antes de avançar para a parte de cima do motor ;)

Abraços
 

Gustavo Soares

Veterano
Caro Fernando,
Penalizo-me por só hoje ter descoberto este tópico. Para além de o ir passar a acompanhar de muito perto, irei relê-lo várias vezes para aproveitar (e tentar perceber) todas as suas preciosas informações.
MUITO OBRIGADO
 
O diametro da bomba primaria nao e tao significante no volume de oleo quanto o curso do pistao desta.Quanto maior for o diametro da bomba mais energia vai necessitar para actuar a bomba secundaria.A bomba secundaria e o rolamento do saab 900 nao actuam no disco mas sim nas molas do prato de pressao da embreagem.
Continue amigo Baptista ,estou a apreciar a sua traducao de informacao.
 

Jose Anjos

Clássico
Fernando Baptista disse:
Vivam

O que tenho vindo para aqui a escrever faz sentido para todos?

Alguém terá dúvidas sobre o que referi ou gostaria de ver mais algum ponto discutido?

Já algum de vocês adaptou um sistema de embraiagem concêntrico no vosso clássico?

Gostaria de ter o vosso feedback antes de avançar para a parte de cima do motor ;)

Abraços

Infelizmente (para mim) não tenho conhecimentos para dizer se faz sentido ou não o que escreveu, mas que eu estou a adorar, lá isso estou!

Bem haja pela partilha!
 
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Rui Fernando Mauricio disse:
O diametro da bomba primaria nao e tao significante no volume de oleo quanto o curso do pistao desta.Quanto maior for o diametro da bomba mais energia vai necessitar para actuar a bomba secundaria.A bomba secundaria e o rolamento do saab 900 nao actuam no disco mas sim nas molas do prato de pressao da embreagem.
Continue amigo Baptista ,estou a apreciar a sua traducao de informacao.

Correcto, tem toda a razão. É lógico que as bomba actua no prato e não no disco.

Sinceramente não percebi a sua observação em relação a bomba primária... provavelmente por qualquer confusão minha.

O que pretendia referir é que quanto maior o diâmetro interno desta, maior a quantidade de óleo injectado por quantidade de movimento do pé.

No entanto como o curso fica menor, perde-se a sensibilidade... ;)

Em relação a bomba do Saab. A minha referencia era que como a relação desta varia da original, teremos de "jogar" com vários diâmetros de modo a que fique ao gosto de cada um e de modo a que se consiga expandir a bomba secundária de modo a que o prato consiga afastar-se do disco suficientemente para que deixe de haver contacto entre as partes.

Entretanto, e visto que verifico que tem experiência, porque não a partilhar? Esta thread ficaria sem sombra de dúvidas mais interessante.

Abraços
 
Nao meu amigo , o thread e seu e apoio a iniciativa.Mas se a intencao e de instruir os outros membros do portal espero que nao se importe com uma intrevencao uma vez por outra.Nao para corrigir, mas para clarificar para que os outros membros tenham mais facilidade a decifrar a sua valiosa informacao..Bomba primaria e a bomba directamente ligada ao pedal que injecta oleo em pressao para a bomba secundaria a qual acciona uma forquilha (alavanca) que por si empurra o rolamento directamente nas molas do prato de pressao o qual por sua vez alevia a pressao no disco obrigando este a desligar o contacto entre o motor e a transmissao(e mais ou menos isto) .O sistema de bomba secundaria concentrica e a uns anos largos utilizada por diversas marcas incluindo a VW (mais recentemente) e a Ford Americana.Tem as suas vantagens:reducao de pecas e peso(crucial em competicao).mas tambem tem os seus pontos negativos como a necessidade de remover a caixa do motor para subestituir em caso de avaria da bomba secundaria.
Com respeito a minha experiencia relacionada a competicao e preparacao de vehiclos ...penso que se comeca-se a relatar e a demonstar o meu conhecimento iria demonstrar uma falta de modestia a qual nao penso que seja adequada para este tipo de forum.Gosto de ajudar e instruir dentro das minhas possibilidades e irei assim continuar a fazer-lo com pequenas e opurtunas intervencoes enquanto nao for aconcelhado a desistir.
 
Fernando Baptista disse:
Correcto, tem toda a razão. É lógico que as bomba actua no prato e não no disco.

Sinceramente não percebi a sua observação em relação a bomba primária... provavelmente por qualquer confusão minha.

O que pretendia referir é que quanto maior o diâmetro interno desta, maior a quantidade de óleo injectado por quantidade de movimento do pe

Abraços[/QUOTE)
com menos diametro interno e mais curso torna-se mais leve a accao do pedal. o movimento do pe pode ser regulado pelo ponto de pivot entre o pedal e a vareta da bomba. Com o curso maior versus o diametro torna-se mais eficiente e precizo o volume de fluido injectado com menos tendencia a flexibilidade.
 

Miguel Menezes

Sumybraga
Só agora descobri este tópico do Fernando Baptista e como é hábito é fantástico
Não tenho conhecimentos para sequer comentar mas tenho lido com toda a atenção
Obrigado
 
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Rui Fernando Mauricio disse:
Nao meu amigo , o thread e seu e apoio a iniciativa.Mas se a intencao e de instruir os outros membros do portal espero que nao se importe com uma intrevencao uma vez por outra.Nao para corrigir, mas para clarificar para que os outros membros tenham mais facilidade a decifrar a sua valiosa informacao..Bomba primaria e a bomba directamente ligada ao pedal que injecta oleo em pressao para a bomba secundaria a qual acciona uma forquilha (alavanca) que por si empurra o rolamento directamente nas molas do prato de pressao o qual por sua vez alevia a pressao no disco obrigando este a desligar o contacto entre o motor e a transmissao(e mais ou menos isto) .O sistema de bomba secundaria concentrica e a uns anos largos utilizada por diversas marcas incluindo a VW (mais recentemente) e a Ford Americana.Tem as suas vantagens:reducao de pecas e peso(crucial em competicao).mas tambem tem os seus pontos negativos como a necessidade de remover a caixa do motor para subestituir em caso de avaria da bomba secundaria.
Com respeito a minha experiencia relacionada a competicao e preparacao de vehiclos ...penso que se comeca-se a relatar e a demonstar o meu conhecimento iria demonstrar uma falta de modestia a qual nao penso que seja adequada para este tipo de forum.Gosto de ajudar e instruir dentro das minhas possibilidades e irei assim continuar a fazer-lo com pequenas e opurtunas intervencoes enquanto nao for aconcelhado a desistir.

Assim seja :feliz:

Por mim, pessoalmente, afirmo-lhe que a sua "falta de modéstia" não seria vista como uma característica negativa, até muito pelo contrário.

Como sempre agradeço-lhe, desde já, todas as correcções que entender. O cérebro é mais rápido que as mãos e, por vezes, depois de reler o que escrevi verifico que não terei sido muito explicito e até incisivo.

Mais uma vez muito obrigado.
 
OP
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Rui Fernando Mauricio disse:
Fernando Baptista disse:
Correcto, tem toda a razão. É lógico que as bomba actua no prato e não no disco.

Sinceramente não percebi a sua observação em relação a bomba primária... provavelmente por qualquer confusão minha.

O que pretendia referir é que quanto maior o diâmetro interno desta, maior a quantidade de óleo injectado por quantidade de movimento do pe

Abraços[/QUOTE)
com menos diametro interno e mais curso torna-se mais leve a accao do pedal. o movimento do pe pode ser regulado pelo ponto de pivot entre o pedal e a vareta da bomba. Com o curso maior versus o diametro torna-se mais eficiente e precizo o volume de fluido injectado com menos tendencia a flexibilidade.

OK, tínhamos ambos pensado o mesmo :D
 

Andre. Santos

YoungTimer
Uau, tópico de grande qualidade. Como eu gostava de aprender estas coisas na faculdade em vez dos integrais que não servem para grande coisa.

Fernando, foi professor em que faculdade?

:feliz:
 
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Olá

A minha formação inicial é em Eng Informática e as aulas que dei foram de Compiladores e Programação Orientada a Objectos :huh: e já foi há cerca de 20 anos numa faculdade de que já não existe e que se chamava COCITE:(

Em Inglaterra, "ajudei" na cadeira de Engine electronics/Automotive Control Systems na University of Brighton, também há já muito tempo (15 anos???) nos cursos de Automotive Engineering e Digital Electronics, Computing and Communications.

Abraços
 

Andre. Santos

YoungTimer
Não sei se é o tópico mais adequado para esclarecer a minha dúvida, espero que o Fernando não se importe:

A Ford tinha um motor Twin-Cam de 8 válvulas. Era usado no Sierra e tinha 125cv penso eu. (não sei em que outros modelos foi montado)

A dúvida é qual é a vantagem de se ter um motor Twin-Cam se o número de válvula por cilindro se mantém em duas.

Qual é a vantagem de um Twincam 8v em relação a um SOHC?

Obrigado.

Cumpts
 
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Por que me havia de importar???

Em primeiro lugar deixa-me dizer-te que há motores de 16v que são SOHC. O motor do Triumph Dolomite Sprint (contemporâneo do Ford RS1600) é um exemplo disso. Actualmente é um desenho usado pela Honda, por exemplo.

Basicamente, as grandes vantagens dos motores de DOHC, face aos SOHC são:

- Actuação directa das cames nas válvulas e logo menos peças e menos massa a movimentar;
- Normalmente o facto de se usar uma árvore de cames por cada um lados (escape e admissão) é que permite a utilização de um maior ângulo na colocação das válvulas e desta forma melhorar a respiração do motor.

Abraços
 
OP
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Fernando Baptista

Fernando Baptista

Clássico
Viva

Tenho estado tão afastado deste forum (e de Portugal :rolleyes:) que até já parece mal responder... mas aqui vai.

Neste caso e como estamos a ter em consideração, não só o custo mas também uma potência e binário não muito elevados, acredito que o sistema de embraiagem standard, embora preparado para motores mais performantes (Lotus Twin Cam), aguente perfeitamente.

O úmico problema :( que vejo é mesmo a utilização de um volante de embraiagem de outro material que não aço.

Conforme acredite ter já referido, à rotação que propomos atingir, corremos o risco de o fazer explodir e por isso recomendo, neste caso a utilização desse material.

Abraços
 
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