Músculo Americano

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Não sei quanto a vocês mas pessoalmente tenho uma relação amor/ódio com a cultura automobilística do outro lado do Atlântico.
Por um lado partilharam com o mundo carros que hoje são objeto de puro culto em 4 rodas.
Quem consegue ficar indiferente às douradas décadas de 60 e 70 com aqueles V8 raivosos que não perdiam nenhuma oportunidade para infligir o terror e desespero a qualquer pneu que se lhe atravessasse o caminho?! E a filosofia go big or go home não parava na cilindrada, alastrava-se na própria estética com as dimensões exteriores titânicas e fazia sentir-se na opulência dos sofás que orgulhosamente militavam no seu interior.
Desproporcionais e quase reminiscentes da criatura hedionda que Victor Hugo idealizou no século 19, conseguem conjugar o subjetivamente bom e mau de uma forma metafóricamente elegante e que apaixona petrolheads por esse mundo fora.

Por outro lado o que vejo hoje em dia na TV em termos de recuperação/restauro excede largamente a minha tolerância para a cultura do azeiteira. Fazem-se maldades que nem a um Saxo Cup da região Norte se admitem. Desde jantes de 20" polidas, a interiores forrados a pele de bovino ou swaps para mecânica moderna, tudo vale para arruinar a essência original.


Contudo, quais são os vossos muscle car de eleição?


Vai um Dodge Challenger de 1970 no cobiçado acabamento exterior "Plum Crazy"?...
1969PlumCrazyPurpleDodgeChallenger426RT-1.jpg



 

Rui Meireles

Veterano
Bem, eu tenho convivido com estes carros e cultura, pelo que aqui vão os meus $0.02:

- Os carros referidos são bem desenhados e proporcionais, apenas são maiores. Mas são maiores em todas as dimensões, por isso são proporcionais.

- O que se vê nos programas de TV é apenas uma pequena parte da realidade. Julgar todo um país e cultura por aí é extremamente redutor. O mercado aqui é enorme e tem espaço para tudo e todos. Desde o mais puro azeite aos adeptos da mais profunda originalidade há de tudo um pouco. Este é o país do "Pimp my ride", mas também é o país de Pebble Beach.

- Se a Europa tivesse estradas largas, longas distâncias entre cidades e combustível barato, esta usaria o mesmo tipo de carro. Os carros são adaptados ao contexto para o qual são desenvolvidos. Se vamos por exemplo de Nova Iorque a Detroit não queremos ir aos saltinhos o tempo todo, nem ouvir um motor pequeno a gritar às não-sei-quantas mil rotações por minuto horas a fio. Queremos silêncio, conforto e potência disponível para qualquer eventualidade (algumas faixas de aceleração são estupidamente curtas ou inexistentes aqui, tentar entrar numa AE movimentada sem um bom motor é quase jogar à roleta russa).

- Eu pessoalmente adoro vê-los mas não comprava um para mim a não ser que já tivesse muitos outros na garagem. Pessoalmente prefiro carros pequenos e leves.
 

Dinis Figueira

Honda Enthusiast / 無限
Desde miúdo que tive uma paixão pelos Carochas e pelo estilo "Box Style JDM" mas se fosse uma cultura cá, haver muscle cars como existe no outro lado do atlântico, acho que para mim nada bate o "The Judge"... tanto o de 69 como o de 70 mas aqui fica o meu favorito...

1969_GTO_Judge.jpg


Lembro-me da primeira vez que vi esse carro mas já não me lembro do nome do filme mas já foi à uns anitos... sei que o carro aparece à frente de uma prisão e é introduzido por "The Judge". Mas assim que vi este carro - mind blow.

PS: The Last Ride
 
Última edição:
OP
OP
HugoSilva

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
(...)

- Os carros referidos são bem desenhados e proporcionais, apenas são maiores. Mas são maiores em todas as dimensões, por isso são proporcionais.

- O que se vê nos programas de TV é apenas uma pequena parte da realidade. Julgar todo um país e cultura por aí é extremamente redutor. O mercado aqui é enorme e tem espaço para tudo e todos. Desde o mais puro azeite aos adeptos da mais profunda originalidade há de tudo um pouco. Este é o país do "Pimp my ride", mas também é o país de Pebble Beach.
Sem dúvida, confesso que falo do que vejo e "conheço", é o que me dão na TV onde 99% dos "restauros" são azeiteiros, aliás, são resto-mods, não restauram verdadeiramente o carro, só lhe melhora o estado técnico e estético (para quem aprecia).

- Se a Europa tivesse estradas largas, longas distâncias entre cidades e combustível barato, esta usaria o mesmo tipo de carro. Os carros são adaptados ao contexto para o qual são desenvolvidos. Se vamos por exemplo de Nova Iorque a Detroit não queremos ir aos saltinhos o tempo todo, nem ouvir um motor pequeno a gritar às não-sei-quantas mil rotações por minuto horas a fio. Queremos silêncio, conforto e potência disponível para qualquer eventualidade (algumas faixas de aceleração são estupidamente curtas ou inexistentes aqui, tentar entrar numa AE movimentada sem um bom motor é quase jogar à roleta russa).
Certamente, já se discutiu isso aqui pelo fórum, mas que são grandes... são, pertencem a uma realidade diferente, é verdade, se os descontextualizarmos fica patente mas isso não lhes tira as medidas.
Sinceramente acho que o detalhe do tamanho dos motores é mais uma desculpa que outra coisa, uma via de aceleração curta não pode ser a bitola para moldar toda a uma indústria automóvel, a verdade é que sendo uma potência até na extração de petróleo, deram-se ao luxo de fazer "tudo à grande", tal como tudo o resto na cultura americana, desde as armas, à agressão, a dominação, a própria dimensão geográfica, a testosterona! Não é defeito, é feitio. Bigger! Stronger! Faster!


Mas pronto, estamos a fugir ao tema central, as grandes máquinas americanas.

Plymouth Barracuda
1970-plymouth-barracuda-stock-side-front-three-quarter-alt.jpg
 
Não consigo gostar...

Assim como não gosto de ser bombardeado com eles nos filmes e séries que os nossos canais televisivos (e salas de cinema) só sabem transmitir.

É por isso que fico grudado no pequeno ecrã quando o espaço da narrativa é excepcionalmente na Europa.
Como diz o Jamiroquai: Pior que os carros americanos só os russos.:blush:
 
Excelente tópico :thumbs up:

Adoro, amo, venero!!!

Eu também tenho uma relação amor/ódio com os carros americanos.

Amor porque os adoro e odeio que não haja por aqui deles aos pontap€s :D

É um daqueles casos para dizer " o meu País não deixou" e a carteira também não ajuda -_-

Adoro a cultura americana em especial os carros, para mim não tem paralelo a industria automóvel daquele pais em qualquer parte do mundo.

Não quero ser o mau da fita, mas penso que em comparação com os bólides americanos, a maior parte dos nossos europeus leva uma tareia em quase todos os níveis.

Podemos ter os carros mais engenhosos nisto ou naquilo, e também adoro a nossa frota, mas o american steel é ou era quase para a vida e a mecânica também me fascina bastante.

A minha paixão pelos Citro´s e as suas belas linhas, também tem influencia dos carros americanos que me chegavam pela tv.
(até André Citroen se deslocou aos States para aprender o famoso método de montagem desenvolvido por Ford e ficaram amigos)
 

Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
Não querendo ofender ninguém, fica já o aviso que isto é uma opinião muito pessoal: Detesto os carros americanos!

No entanto há um, e apenas um, que me deixa fora do sério, o Shelby Cobra 427.
O resto, para mim, é um amontoado de peças.
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
Membro do staff
Premium
Portalista
Também não me aquecem nem arrefecem, mas há que reconhecer-lhes mérito.

Mais do que os muscle, o que realmente me impressiona é a imponência e o design dos anos 40, 50 e 60. Especialmente os cabrios que parecem autenticas piscinas com rodas. E o design de interiores com uma atenção ao detalhe que considero superior os italianos.
 

Carlos Vaz

Pre-War
Regra geral para mim, o "metal" americano era bem derretido para se fazer com ele automóveis a sério...

Posto isto, certas versões do Mustang e do Corvette chego a achar-lhes piada.
O unico carro americano de que realmente gosto e que gostaria que fizesse parte de uma garagem minha é o Chrysler C 300 de 1955 e o 300 B de 1956...
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
(...)Por outro lado o que vejo hoje em dia na TV em termos de recuperação/restauro excede largamente a minha tolerância para a cultura do azeiteira. Fazem-se maldades que nem a um Saxo Cup da região Norte se admitem.(...)

Hugo, com toda a sinceridade, espero que a parte que eu sublinhei seja apenas um comentário infeliz.
Se não for, é no mínimo perigoso.
 
OP
OP
HugoSilva

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Hugo, com toda a sinceridade, espero que a parte que eu sublinhei seja apenas um comentário infeliz.
Se não for, é no mínimo perigoso.
Perigoso? Vão fazer-me uma espera lá fora para me fazer enfardar francesinhas até às morte? Hehe
Infelizmente o xuning está disseminado por todo o lado, usei "o Norte" pois segundo percebo, corrige-me se estiver errado, a expressão "azeiteiro" refere-se ao pessoal xuning aí de cima, tal como a minha zona também terá expressões da mesmo género.
Vá lá, mais sentido de humor rapaz, gostei muito de visitar o Porto, um dia volto.

Mas o tópico é mesmo é sobre aço americano!
 

João Luís Soares

Pre-War
Membro do staff
Premium
Delegado Regional
Portalista
Perigoso? Vão fazer-me uma espera lá fora para me fazer enfardar francesinhas até às morte? Hehe
Infelizmente o xuning está disseminado por todo o lado, usei "o Norte" pois segundo percebo, corrige-me se estiver errado, a expressão "azeiteiro" refere-se ao pessoal xuning aí de cima, tal como a minha zona também terá expressões da mesmo género.
Vá lá, mais sentido de humor rapaz, gostei muito de visitar o Porto, um dia volto.

Mas o tópico é mesmo é sobre aço americano!

Sentido de humor eu tenho de sobra, pá.

Só não gosto da generalização que muitas vezes se faz em relação ao Norte. O Porto e Braga e Amarante e Arouca é tudo Norte... É pena.

Mas olha que o sítio onde até hoje vi mais carros "azeiteiros" por metro quadrado foi na zona onde passo na N10 a caminho de Azeitão (Quinta do Conde, Coina e afins...).

Vale o que vale e é só uma amostra, claro. Mas aí no centro, tal como cá, há de tudo.
 
OP
OP
HugoSilva

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Sentido de humor eu tenho de sobra, pá.

Só não gosto da generalização que muitas vezes se faz em relação ao Norte. O Porto e Braga e Amarante e Arouca é tudo Norte... É pena.

Mas olha que o sítio onde até hoje vi mais carros "azeiteiros" por metro quadrado foi na zona onde passo na N10 a caminho de Azeitão (Quinta do Conde, Coina e afins...).

Vale o que vale e é só uma amostra, claro. Mas aí no centro, tal como cá, há de tudo.
Eu vivo a margem sul do Tejo, zona que tu conheces, aqui há mais assassinatos automobilísticos que no resto do país inteiro, é triste. Na minha rua tenho de apanhar todos os dias com um Honda que deve ter daquelas linhas diretas de 60mm que fazem tremer as janelas... Já tive mais longe de comprar uma arma de paintball... <_<
 

João Paulo Ferreira

Portalista
Portalista
Para mim é mais isto.

V8, 5.0, 335 Hp com compressor em 1964 e traço do maior mestre do design industrial que já houve, Raymond Loewy.

E já agora a carroçaria é em fibra de vidro, foi o 1º automóvel americano a estar equipado com travões de disco e em 1963 era o carro de série mais rápido do mundo (até 290 Km/h).

Pena só terem fabricado 4643 exemplares. A Studebaker fechou as portas com chave de ouro.

maxresdefault.jpg
 
Última edição:

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
Eu gosto de tudo um pouco, no entanto os automóveis americanos mesmo tendo alguns que acho brutais, devem estar todos depois da lista do meu TOP100 ou TOP200 dos must have.

No entanto um Dodge Charger, um Camaro Z28, um AMC Javelim, entre outros dos anos 60/70 são muito, muito bonitos, e um prazer quase orgásmico para a audição, mas claramente não são a minha Praia.
 
Topo