Legalizar Alfa Romeo Gtam

Carlos Vaz

Pre-War
Atenção que ao que julgo saber, esses 1600 Gt junior com frente de 2000 gtv (conheço-os até com interior e farolins trazeiros de 2000 Gtv) seriam de uma série de nome "unificata"... mas o Pedro certamente virá trazer alguma luz a esta questão!
 

Andre.Silva

Trapatony
Eu sou de acordo com algumas coisas debatidas aqui mas sinceramente prefiro ver um carro destes alargado e a ser usado do que ser uma princesa de garagem que não anda ou pior, apodrecer abandonado...
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Agora só um pequeno apontamento, na questão da originalidade dos alfas, queria apenas lembrar ao Pedro que em dada época, perto do final da produção dos 1600 e 2000, estes eram vendidos com peças misturadas de uns para os outros devido à falta de peças e acessórios que tardavam em chegar. Vêm-se muitos 1600 gt junior com grelhas do 2000, assim como várias peças do interior. Foram todos vendidos no stand como sendo originais, obviamente.

Cumprimentos!

A última série dos gt junior tinha os interiores do 2000, as grelhas do 2000, os faróis do 2000... Tinha tudo do 2000, excepto, motor, caixa, diferencial, e escudetes nos pára-choques. Em Portugal existiu um outro fenómeno: depois do 25 de Abril, com a crise do petróleo, guerras burocráticas, políticas e por mais outros motivos que ainda hoje não consigo entender, existiram inúmeras carrocerias a apodrecer literalmente em Setúbal na Movauto. Eram carros que ainda tinham que ser montados e matrículados e lá para o ano 1976/1977 iniciaram a produção e venda desses carros que durou até 1981/1982. Esses carros montados em Portugal, têm na sua maioria chassis de 1972 e são uma mescla de peças de vários modelos, são o que a Alfa Romeo chama de "CKD" montados fora de fábrica e por isso não seguiram as regras. Agora, tens razão, foram vendidos assim e, por curiosidade, alguns até foram vendidos já com bastante ferrugem e tudo! :)
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Eu sou de acordo com algumas coisas debatidas aqui mas sinceramente prefiro ver um carro destes alargado e a ser usado do que ser uma princesa de garagem que não anda ou pior, apodrecer abandonado...

Olá André, bem vindo ao tópico.

Geralmente com estes carros acontece o contrário. As réplicas de gtam, como não passam as inspecções e mesmo que passassem não havia lomba nenhuma onde não batessem com o carter, acabam por ficar na garagem à espera de um track-day e de um reboque. Ao invés, os originais podem andar por todo o lado, até nos track-days e por isso saem muito mais da garagem. Mas também tudo depende do dono, eu como gosto de conduzir os alfas antigos, até por essa Europa fora já fui aí umas 4 vezes e em algumas viagens ainda deu tempo para fazer o rally Sestriere Storico ou então dar uma voltinha em Monza.

Conheço 5 exemplos de Réplicas em Portugal que estão literalmente parados há muito tempo.
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
E por esse preço deve ser uma réplica! Porque os verdadeiros são o dobro.

Os "verdadeiros" que são vendidos por esse preço são geralmente carros falsos com histórias muito rebuscadas. Aliás se repararmos em vários pormenores (chassis segunda série, tablier, radiador etc) facilmente podemos constatar que é quase de certeza uma réplica.
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Para quem quiser, este é só cortar e colocar os alargamentos.

http://www.standvirtual.com/carros/Alfa-Romeo/GT/P7434226/

Para quem gosta até já tem as jantes de 15 com pneus de baixo perfil.
 

Marco Vale

Veterano
Premium
Portalista
Viva.

Li este tópico pela 1.ª vez e só posso elogiar o nível de informação disponibilizada em 2 páginas. Não sou fã da marca, mas sempre adorei os GT dessa época.

Peço desculpa pelo off-topic, mas por curiosidade, esta semana levei o meu 1502 ao mecânico, onde tem vários modelos para restauro, e tinha lá um GT branco, nacional, com umas jantes lindíssimas que nunca tinha visto: Momo Vega.
Davam um ar ao Alfa completamente diferente, um bocado mais bruto.
 
Última edição:

João Paulo Ferreira

Portalista
Portalista
"Um Alfa é para conduzir com as pontas dos dedos, aquilo tem que jogar para ser minimamente fiel e divertido." Pedro Pereira Marques dixit.

Nunca descurem a opinião de quem sabe.

Autódromo de Monza em Junho de 2010.

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Anexos

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HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Não faço ideia e em boa verdade não me interessa mas... julgo ter forma de saber alguma coisa... na verdade o que eu tenho bem presente é que Portugal é pequeno demais para certos "empreendedorismos"...
Ui, a sério? Não eram uma espécie de referência Motorsport em Portugal?

(perdoem o off-topic mas sou curioso :ph34r:...)
 

Carlos Vaz

Pre-War
Ui, a sério? Não eram uma espécie de referência Motorsport em Portugal?

(perdoem o off-topic mas sou curioso :ph34r:...)

Pois seriam... conheci alguns nos primórdios do ARCP e eram miúdos espectaculares e... como convém, sonhadores. O problema é que este país é pequeno, o mercado é pequeno e... está longe de "mimar" os sonhadores. Mas atenção, eu nada sei, apenas estou a especular.
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Pois seriam... conheci alguns nos primórdios do ARCP e eram miúdos espectaculares e... como convém, sonhadores. O problema é que este país é pequeno, o mercado é pequeno e... está longe de "mimar" os sonhadores. Mas atenção, eu nada sei, apenas estou a especular.

Por acaso, ontem disseram-me o mesmo que o Camacho disse.

Andam fugidos, dívidas e mais-não-sei-o-quê.

A ser verdade é uma pena. :mellow:
 

JP Vasconcelos

Raio de Sol
Premium
Portalista
O Gtam era de injecção mecânica (Lucas ou Spica), duas velas por cilindro. Muitos componentes do motor, como cárter, cloche, tampa das válvulas e tampa da distribuição eram em magnésio. A bomba de óleo era diferente, quer na capacidade (corpo), quer na estrutura (chupador e haste superior). As camisas eram siamesas para aumentar a cilindrada do bloco 1750 (não era 2000). As bobines eram diferentes, o alternador era diferente, o radiador era diferente, a caixa do filtro de ar (condutor de ar) era diferente, tampa do óleo diferente, tubagem da água na cabeça era diferente, tinha um tanque de óleo, um tanque de água expansor diferente, colectores diferentes, apoios de motor diferentes, bombas de gasolina, tanque de combustível adicional, etc etc etc. Só para falar no motor... falta o resto. Quando dizes semelhante queres dizer que tem 4 cilindros? Percebes onde quero chegar Sérgio? Atenção, não me leves a mal, estou a tentar ajudar-te para poderes decidir enquanto é tempo de forma racional... é minha função enquanto frequentador do fórum e enquanto apaixonado Alfa Romeo.



Tens toda a razão Sérgio! Mas o expoente máximo desportivo dessa série, a 105, nem foi bem com o Gtam, foi com o Gta. O Gtam já veio um pouco tarde baseado num chassis já um pouco obsoleto (quase 10 anos). O Gtam andou a competir com carros que não eram da sua era (Ford Capri, BMW Schnitzer etc), tinha "apenas" 240 Cvs e a concorrência já chegava quase aos 300. Mesmo assim ganhou muita coisa e até foi campeão europeu, mas não tanto como o histórico Gta quer na sua versão 1600 quer na 1300. Já na época o 1300 Gta batia-se de igual para igual com os Gtam, muito fruto do seu baixo peso e de toda a evolução que foi tendo nos anos interiores.



A Fábrica Italiana, nas mãos do Tomé Coelho é uma alegria para todos os alfistas. Conseguiu muita coisa no campeonato nacional 1300 com os Alfasud. Ainda para mais é de lhes dar os parabéns a duplicar, porque com pouca experiência no mercado, conseguiram fazer, com todas as limitações que conhecemos, Alfas brilhantes que acabam em primeiro. Muitos parabéns! Em relação à experiência, não sei. O Tomé Coelho formou-se em engenharia e trabalha no ramo à cerca de 6 ou 7 anos. Os Alfasud ganharam, ou porque são carros fantásticos já de origem, ou porque os preparadores são do melhor que existe. Não sei e quero pensar que são ambas as coisas. Os preparadores como a Fábrica Italiana ou outros quaisquer utilizam muitas vezes os circuitos para ganharem algum nome (e não dinheiro) para depois ganharem dinheiro nas pessoas que lá vão restaurar carros ou fazer réplicas. Como tinha dito no tal tópico, que até te enviei o link, os preparadores e amantes dos Alfas deviam ser os primeiros a avisar os clientes do que é um Gtam e explicar a estes o que se pode fazer tendo em conta, a marca, o gosto do cliente, o dinheiro disponível e o resultado. Se eu fosse preparador/restaurador de Alfas, como amante que sou de Alfas, iria recusar muito trabalho porque penso que a marca merece que eu o recuse.... tal não é a minha veneração! Acho também que o cliente também sairia a ganhar, porque ao fazer qualquer coisa, saberia o que estaria a fazer, o propósito e o enquadramento... ao fim e ao cabo iria dar muito mais valor ao que tem porque sabe o que ali está e porque é que está. É apenas isso... não sei se consegui passar a minha mensagem. Como conclusão e repito: antes de gastares dinheiro estuda o assunto e vê lá bem do que é que gostas e porque é que gostas e aprende porque é que determinado modelo fez história e vale muito dinheiro. Não bebas toda a informação da pessoa que te vai cobrar o trabalho, porque o que ela quer é muitas vezes receber o dinheiro e está-se marimbando se aquilo fica adequado ou não. É que para uns o adequado é ter uma caixa sequencial num Alfa dos anos sessenta tipo Alfaholics.com, para outros como eu acho isso uma perfeita aberração e só não me rio, porque estragaram um alfinha para adaptarem aquela mer##. É a diferença entre ganhar dinheiro e gostar realmente das coisas como elas eram.



O exemplo das jantes é um dos que, como apreciador e... vá lá... entendido em Alfas acho uma perfeita aberração. As jantes 15 nunca existiram nos Gtam nem Gta. As jantes 15 foi uma maneira fácil da Alfaholics ganhar dinheiro à custa da pouca informação (que como tinha dito resulta em mau gosto) que as pessoas que querem fazer réplicas têm. Quando se quer fazer uma réplica de Gtam a malta corta a carroceria, põe os alargamentos, compra umas jantes de Gtam em 13' de alumínio (quando na época eram de magnésio) e depois verifica que as jantes roçam nas maxilas dos travões! Olha que chatice, como se vai resolver isto de maneira fácil? Comprando as jantes 15 da Alfaholics, no meu entender, completamente inestéticas e nada originais, nem nas aparências.

Pensa bem numa coisa Sérgio, mas pensa mesmo que isto está a dar-me trabalho escrever e não quero que seja em vão: Um Alfa Romeo não é um John Deere. Um Alfa Romeo antigo é aquele carro que quando avaria e não há mais nada a fazer, até se pode pendurar na parede da sala que a mulher não manda vir. Um Alfa, começando pelo desenho e acabando na mecânica é arte pura. Já olhaste bem para aquele motor? Para além de eficaz é bonito! Alguém na época pensou que deveria ser assim, mas quem somos nós (os supostos amantes da marca) para estar a modificar isso? Um Alfa Romeo deixa de o ser quando perde a sua génese, quando perde a sua ligação com o criador... mas quem é a Alfaholics no meio disto tudo? É uma empresa inglesa que faz peças "laser cut", "billet aluminium" e "highest standard" para quem nasceu em Liverpool e a sua bebida preferida é cerveja quente sem gás.

Eu tenho a sorte de ir algumas vezes a Monza (de Alfa antigo) ver as corridas. Das vezes que lá fui, nem com "laser cut" a Alfaholics saiu de último lugar. Os vencedores são sempre aqueles que não têm publicidade, mas são os melhores preparadores Alfa Romeo do mundo. Têm a experiência de 60 anos e têm material velho que utilizam nos carros. São como o bacalhau... fiel: à marca, à classificação, ao público e à arte.

Não vamos restaurar um Picasso numa impressora HP Inkjet 3450, façamo-lo à mão e á imagem do criador. Devemos-lhe isso.

Desculpa a missa, mas como gosto tanto da marca tenho que tentar defendê-la e ao mesmo tempo tento também ajudar-te.

Um abraço.
Vim cá ter por caminhos tortuosos, mas cheguei e é sempre um gosto ler-te, tinha saudades de o fazer, não nos tens dado a honra, o que é uma pena

Saudações
 
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