Japs... Classicos, (Ou Não) Vistos Por Um Suposto Alfista.

[Joao Cunha]

Excelente tópico e óptima história de conhecimento auto.
Não desfazendo ninguém....as minhas escolhas recaíram sempre para os Japoneses e Alemães sem qualquer margem de dúvidas desde fiabilidade a linhas inconfundíveis é de longe o "best".

 

[Rui Meireles]

Carlos Vaz, grande tópico!

Eu adoro o Japão, inclusivamente já lá vivi uns tempos.
Há lá uma grande paixão por automóveis, e um enorme brio naquilo que se faz. Daí a qualidade e fiabilidade dos carros lá produzidos. Bem como de tudo o resto, diga-se.

Nem todos os carros Japoneses são insossos, tal como nem todos os Italianos são bonitos. Talvez por isso o meu carro favorito seja um Japonês que consegue aliar uma engenharia ímpar com um desenho fantástico. E o motor, que suavidade, que som, que rotação...

Racismo em relação a carros de determinada origem quanto a mim está fundado apenas em desconhecimento. Quem conhecer a verdade das coisas acaba por encontrar valor e interesse em basicamente todas as marcas e todos os países produtores de automóveis, independentemente de qual seja o seu predilecto.

A minha geração não viu os carros Japoneses chegar como a geração dos nossos pais. A nossa geração nasceu já com eles no topo da tecnologia e do desejo (80s-90s). Viu-os ganhar na F1 e nos ralis. Jogou Gran Turismo e babou-se com os 300 Skylines diferentes. E muito mais. Quando formos nós a ter poder de compra para ter colecções de clássicos, serão estes Japoneses que marcaram a nossa juventude que quereremos. E por isso prevejo que os seus valores vão aumentar.

Quem conhecer a indústria automóvel Japonesa consegue também começar a perceber as diferentes características das diferentes marcas. A Nissan e a Toyota tradicionalmente muito conservadoras, mas com uns modelos excepcionais aqui e ali. A Honda e a Mazda mais inovadoras e menos aversas ao risco, com pimenta praticamente em toda a gama… Etc, etc...

Relativamente ao relacionamento com os automóveis Americanos mencionado pelo Carlos Vaz, os EUA influenciaram muito a cultura Japonesa no pós-guerra. Mesmo que não vendessem carros lá, penso que esta influência se reflectiria à mesma nos carros.

A única coisa que me preocupa no Japão é que nos eventos relacionados com este assunto não via muitos jovens. De entre os que vivem nas cidades quase ninguém tem carro, é muito caro e desnecessário. Preocupa-me por isso a ideia que a paixão por automóveis naquele país esteja a desvanecer lentamente. Mas não é caso único, nos EUA passa-se o mesmo.

 

[Eduardo Relvas]

(...)
A única coisa que me preocupa no Japão é que nos eventos relacionados com este assunto não via muitos jovens. De entre os que vivem nas cidades quase ninguém tem carro, é muito caro e desnecessário. Preocupa-me por isso a ideia que a paixão por automóveis naquele país esteja a desvanecer lentamente. Mas não é caso único, nos EUA passa-se o mesmo.

Ora aqui está outro ponto que ainda nunca se focou aqui, e que é de facto algo curioso... as gerações que estão agora a "entrar" nisto, na generalidade, não ligam patavina a carros. Claro que há sempre excepções, e haverá sempre petrolheads. Mas hoje os miúdos excitam-se mais com um (até me custa escrever isto) híbrido ou um Golf "não-sei-quantos-motion" do que com um carro minimamente interessante. Já assisti em primeira mão... é deprimente.

Recentemente o Jay Leno numa coluna da Octane referiu que o hot rodding nos EUA está virtualmente extinto, e agora os putos querem é hypermiling, ou seja, modificar os carros para reduzir o consumo ao máximo. Até me dá indigestão...

Bem, mas voltando ao tópico, não sou racista em relação aos automóveis. O que se passa comigo (e presumo que com mais participantes) é que simplesmente o carácter da maioria dos carros japoneses (e nos clássicos ainda o têm, ao contrário da maioria dos autómatos modernos) não se coaduna com o meu gosto. Já andei em muitos (o meu avô tinha uma Corolla KE26 que conduzi imenso, hoje tenho pena de não a ter salvo, mas na altura era-me impossível), mas raros são os que me impressionaram a sério. Mas também posso dizer isso da maioria dos alemães, franceses, ingleses, etc... os que mais me têm sempre apelado são os italianos, e alguns americanos. São gostos...

Ainda assim, compreendo bem a engenharia por trás (que é um dos aspectos que sempre me atraíu para os clássicos) e há coisas admiráveis em muitos deles, sem dúvida.

 

[Carlos Jorge Sol Teixeira]

O que me faz alguma confusão é so andarem aqui os "haters"!

Onde andam os "lovers"?

Daqui a bocado já cá venho dar mais umas achegas! E hoje vai ser á base da cerveja!

Não tira as fotos nada . São feios deixa -os lá . Os gajos tambem são , mesmo sendo feios ou não ( fica ai criterio de cada um ), foram os carros que agradaram e que os donos os compraram quer talvez pela seu design , ou talvez pela fiabilidade , Who knows . Adorei o(s) texto(s), simplesmente adorei , bem elaborado e 100% verdade . Já notei que em muito poucos paises tem a sua quota parte dos fieis seguidores de alguns modelos nipónicos . Sem falar na Alemanha existem varias clubes de culto , assim como no Perú e Argentina , sem falar na Australia tambem onde tambem têm alguns ( aqui muitos ) seguidores dos modelos , nomeadamente Ke´s e AE´s . Pode até ser "pecado" e pensarem que é mentira o que vou dizer , mas não é . Eu detesto o 2000GT esteticamente , para mim ( sendo um Fã JAP ), aquilo nem se pode chamar de feio , é para verem como as opiniões mudam

 

[Paulo Jorge Coutinho]

Não tira as fotos nada . São feios deixa -os lá . Os gajos tambem são , mesmo sendo feios ou não ( fica ai criterio de cada um ), foram os carros que agradaram e que os donos os compraram quer talvez pela seu design , ou talvez pela fiabilidade , Who knows . Adorei o(s) texto(s), simplesmente adorei , bem elaborado e 100% verdade . Já notei que em muito poucos paises tem a sua quota parte dos fieis seguidores de alguns modelos nipónicos . Sem falar na Alemanha existem varias clubes de culto , assim como no Perú e Argentina , sem falar na Australia tambem onde tambem têm alguns ( aqui muitos ) seguidores dos modelos , nomeadamente Ke´s e AE´s . Pode até ser "pecado" e pensarem que é mentira o que vou dizer , mas não é . Eu detesto o 2000GT esteticamente , para mim ( sendo um Fã JAP ), aquilo nem se pode chamar de feio , é para verem como as opiniões mudam

Na minha opinião, o 2000GT é simplesmente soberbo... excluindo a frente, todo ele é magnifico!
Aquele grupo óptico traseiro, aquele perfil...

 

[António José Costa]

A única coisa que me preocupa no Japão é que nos eventos relacionados com este assunto não via muitos jovens. De entre os que vivem nas cidades quase ninguém tem carro, é muito caro e desnecessário. Preocupa-me por isso a ideia que a paixão por automóveis naquele país esteja a desvanecer lentamente. Mas não é caso único, nos EUA passa-se o mesmo.

Rui,

Gostei do seu post.
Em relação a este último parágrafo infelizmente não é comum só no Japão, a geração que agora está a tirar a carta cada vez é menos petrolhead e muitos nem "sonham" em ter a carta, algo que nós quando tinhamos 15 anos sonhavamos e só pensavamos que nunca mais chegam os 18.

este tema tambem dava um bom tópico

 

[Carlos Vaz]

Na minha opinião, o 2000GT é simplesmente soberbo... excluindo a frente, todo ele é magnifico!
Aquele grupo óptico traseiro, aquele perfil...

Por mim é com frente e tudo!

 

[Paulo Jorge Coutinho]

Agora pergunto eu, a quem foi à Exponor este fim de semana:
Quantos clássicos japoneses estavam expostos?

 

[Simao Pedro]

Em relação a este último parágrafo infelizmente não é comum só no Japão, a geração que agora está a tirar a carta cada vez é menos petrolhead e muitos nem "sonham" em ter a carta, algo que nós quando tinhamos 15 anos sonhavamos e só pensavamos que nunca mais chegam os 18.

Infelizmente vivo em Macau... conheço o Japão 'e bem verdade que por aqueles lados ter carro 'e secundário, não só pela excelente rede de transportes públicos... mas muito pelos jovens do japão serem uns cromos dos computadores e por passarem muito tempo na segurança do lar ... não confiam neles próprios o suficiente para conduzirem um carro... para eles tudo 'e virtual e automático... enfim uma vida muito desinteressante. Daqui a uns 10 anitos 'e de ir la buscar os carros doa pais e dos avos desses meninos pois parece-me que por la vão ser vendidos ao desbarato... espero eu

 

[Bruno Carmona]

Acho que quem quiser olhar para os clássicos como investimento nos próximos 30 anos terá melhor sorte se apostar em carros japoneses. Na verdade, praticamente todos os desportivos japoneses icónicos dos anos 70 aos 90 são atualmente carros em valorização.

Um carro japonês (em Portugal será mais espanhol) que estranho ainda não ter começado a valorizar é o Suzuki SJ. Mas é uma questão de tempo!

 

[Rafael Isento]

(...)
- Várias marcas experimentaram soluções de direção ás 4 rodas coisa que me recorde nunca houve na Europa.

Já que este tópico foi ressuscitado deixo aqui uma "achega", dois dos meus carros têm 4 rodas direccionais e são europeus

 

[Rui Meireles]

Já que este tópico foi ressuscitado deixo aqui uma "achega", dois dos meus carros têm 4 rodas direccionais e são europeus

Aquela passagem do Carlos Vaz era apenas ilustrativa.
De qualquer forma se consultar ( Category:Vehicles with four-wheel steering - Wikipedia ) verá que existem até ao momento 4 carros Europeus com direcção às 4 rodas, sendo que 3 deles são modernos. Da época em que os Japoneses exploraram essa tecnologia apenas temos o BMW Série 8, um carro muito mais caro.

Penso que contestar a superioridade tecnológica Japonesa nos anos 80/90 será uma batalha perdida à partida. E sobretudo na democratização da tecnologia nas gamas mais acessíveis.

 

[Carlos Vaz]

@Rafael Isento, o @Rui Meireles disse tudo.
E... como começa o "titalo" eu sou um suposto Alfista, muito italianófilo e com uns trejeitos francófonos.

Tenho que reler isto tudo outra vez.

 

[Rafael Isento]

Aquela passagem do Carlos Vaz era apenas ilustrativa.
De qualquer forma se consultar ( Category:Vehicles with four-wheel steering - Wikipedia ) verá que existem até ao momento 4 carros Europeus com direcção às 4 rodas, sendo que 3 deles são modernos. Da época em que os Japoneses exploraram essa tecnologia apenas temos o BMW Série 8, um carro muito mais caro.

Penso que contestar a superioridade tecnológica Japonesa nos anos 80/90 será uma batalha perdida à partida. E sobretudo na democratização da tecnologia nas gamas mais acessíveis.

Os meus dois não constam da lista. De referir que o sistema dos meus foi estreado em 1991, portanto se estamos a falar de 80/90 é o caso dos meus.
Mas atenção, não quero entrar em discussões filosóficas sobre o tema, apenas quis notar que há pontos que os europeus tentaram inovar a par dos japoneses.

 

[Rui Meireles]

Os meus dois não constam da lista. De referir que o sistema dos meus foi estreado em 1991, portanto se estamos a falar de 80/90 é o caso dos meus.
Mas atenção, não quero entrar em discussões filosóficas sobre o tema, apenas quis notar que há pontos que os europeus tentaram inovar a par dos japoneses.

Se está a falar dos sistemas passivos da PSA, não são geralmente considerados sistemas de direcção às 4 rodas, como o artigo da Wikipedia demonstra. Consideram-se apenas sistemas activos. Direcção passiva quase todos os carros têm, devido à deflexão dos casquilhos.

 

[Moises Trovisqueira]

Os niponicos tem um 'je ne sais pas qua' que faz deles especiais, eu tive alguns, tive um Civic primeira geração, naquela altura era um luxo ter um carro daqueles, para a maioria das pessoas era totalmenete desconhecido, tive também um corolla ke35, que carro!!! muito mais tarde voltei ao corolla mas desta vez uma versso d4d com bancos para crianças integrados.

Não esquecer que os europeus também se inpiravam dos moldes americanos, basta lembrar por exemplo o Fiat 1300/1500 ou o NSU Prinz parecidos com o Corvair.

 

[Rafael Isento]

Sim Rui Meireles, estou a falar do "Passive Rear Wheel Steering" da PSA.
Não é a deflexão dos casquilhos que faz virar as rodas, são uns apoios específicos em material elástico que permitem que as rodas tenham um ângulo de viragem de +/- 3°, ou seja, uma aplitude de 6°. O sistema foi estreado em 1991 no Citroën ZX e mais tarde nos Xantia, Xsara e Peugeot 306.

 

[Rui Meireles]

Sim Rui Meireles, estou a falar do "Passive Rear Wheel Steering" da PSA.
Não é a deflexão dos casquilhos que faz virar as rodas, são uns apoios específicos em material elástico que permitem que as rodas tenham um ângulo de viragem de +/- 3°, ou seja, uma aplitude de 6°. O sistema foi estreado em 1991 no Citroën ZX e mais tarde nos Xantia, Xsara e Peugeot 306.

Apoio em material elástico é uma boa definição de casquilho.
Como disse, quase todos os carros têm isso, a PSA variava no máximo em termos de amplitude de viragem. Fez foi disso arma de marketing, enquanto que para os outros era um dado adquirido.

 

[Rafael Isento]

Apoio em material elástico é uma boa definição de casquilho.

Não, aquilo não tem nada a ver com casquilho. É um bloco elástico com 4 pernos de aperto. O bloco permite a torção entre as faces, sendo que o plano entre cada par de pernos varia o ângulo na amplitude de 6°.
Não são casquilhos nem tão pouco está relacionado com alteração do eixo devido à acção da suspensão.
E digo mais, são poucos graus mas sente-se bem a acção do sistema. Sente-se tão bem que em curvas de bastante apoio é quase proibitivo levantar o pé, pois nesse caso o PRWS actua de forma inversa podendo provocar alguns calafrios, esta é a sua limitação.

 

[Rui Meireles]

Não quero entrar em off-topics prolongados mas isso para mim é a definição de casquilho, e para a Wikipedia também (ver abaixo, bush=casquilho). Pormenores de semântica à parte, penso que ambos percebemos a base de funcionamento do sistema, e a diferença para um sistema activo.

However, PSA's chassis engineers employed some unusual features, including passive rear wheel steering, though less than on the ZX, (by means of specially designed compliance bushes in the rear suspension.

Peugeot 306 - Wikipedia