Fulvia

Miguel Prata

YoungTimer
Tenho saudades da beleza dos carros dos anos 60 e 70 e nunca tive oportunidade de ter um como 2º carro, nem mesmo quando apanhei a febre do "Fulvia" ao cruzar-me com um.
Hoje em dia não tenho carro e estou a tentar comprar um clássico de utilização diária o que adia o sonho dos exóticos italianos.
Já fiz duas tentativas, um neo-clássico (Renault Clio 1.4 Baccara de 93) e um Volvo 343 GL de 82, em ambos negociei tanto que os perdi.
Por enquanto vou ter que continuar a ir de transportes aos vossos encontros.
Até breve, um abraço.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Caro amigo,

Antes de mais, bem vindo ao Portal.

Porquê adiar o sonho dos italianos? Pode sempre optar por algo ligeiramente menos exótico, mas cheio de brio como só eles sabem fazer... e há muitos que são perfeitamente capazes de uso frequente ou mesmo diário. Eu circulo diariamente em clássicos destes, e o principal deles todos é um Fiat 124 Spider de 1967 (o mais antigo em Portugal, e um dos primeiros fabricados). Confio plenamente nele, e dá-me um gozo incomensurável.

Desde que compre um bom exemplar (o que nem sempre é fácil porque vemos muita coisa com bom aspecto à venda, e por preços algo abusivos, que está longe de ser tão boa como apregoam), com alguns cuidados básicos pode ser um carro de uso regular sem quaisquer problemas.

Se está disposto a avançar, agora é uma excelente altura para se lançar no mundo dos clássicos, há muita oferta e pouca procura, o que põe a vantagem do lado de quem quer comprar. E está no sítio certo para se aconselhar sobre estes assuntos... wink.png

Um abraço!
 

Anexos

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João Luís Soares

Pre-War
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Delegado Regional
Portalista
Bem-vindo ao Portal dos Clássicos!

Leia o que o Eduardo escreveu. A experiência conta muito mais do que qualquer teoria...
 
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Miguel Prata

YoungTimer
Obrigado a todos.
Eduardo, é mesmo esse receio dos preços abusivos aliado à falta de experiência que me levou a ser ultrapassado por outros compradores.
Quanto aos FIAT de 70 não fazia ideia que podia apostar na fiabilidade deles, esteve um 124 Special T Berlina de 74 e um RITMO de 79 à venda que deixei passar.
 

João Luís Soares

Pre-War
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Portalista
Miguel Prata disse:
Obrigado a todos.
Eduardo, é mesmo esse receio dos preços abusivos aliado à falta de experiência que me levou a ser ultrapassado por outros compradores.
Quanto aos FIAT de 70 não fazia ideia que podia apostar na fiabilidade deles, esteve um 124 Special T Berlina de 74 e um RITMO de 79 à venda que deixei passar.
Um Ritmo de 1979 à venda? Lembras-te onde o viste? Qual era? De que cor era?

O 124 ST e o Ritmo são bem diferentes...

Eu tenho um Ritmo 60 de 1980 que foi durante quase 2 anos carro de dia a dia. É fiável, espaçoso, despacha-se bem... E tens a vantagem de dificilmente ver outro igual na rua.
Neste momento espera por m€lhores dias ou por quem o possa estimar m€lhor do que eu.

Do 124 ST, deixo o Eduardo falar.
 
OP
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Miguel Prata

YoungTimer
Boa tarde João,

O Ritmo estava à venda no olx anunciado por um particular de Braga, era branco.
Já não me lembro bem mas, penso que tinha cerca de 60.000 km e custava 1800€.
 

João Luís Soares

Pre-War
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Portalista
Miguel Prata disse:
Boa tarde João,

O Ritmo estava à venda no olx anunciado por um particular de Braga, era branco.
Já não me lembro bem mas, penso que tinha cerca de 60.000 km e custava 1800€.
Já sei qual é!
Está em bem melhor estado que o meu (também é bem mais caro), e é da mesma versão.
 
Miguel Prata disse:
Obrigado a todos.
Eduardo, é mesmo esse receio dos preços abusivos aliado à falta de experiência que me levou a ser ultrapassado por outros compradores.
Quanto aos FIAT de 70 não fazia ideia que podia apostar na fiabilidade deles, esteve um 124 Special T Berlina de 74 e um RITMO de 79 à venda que deixei passar.
Ui..."apostar na fiabilidade deles"... isso dá para escrever uma nova bíblia... :) :) :)

Tou a brincar. O que interessa é ter "olho" nas decisões e boa informação. E o Portal é o sítio indicado.
 
Também sou da opinião que o Ritmo 1ª série é muito mais bonito.
Regra geral acho que todos os desenhos originais são mais bem conseguidos em comparação com os restyling.
No caso dos Ritmo, o desenho dos para-choques envolvendo as ópticas e os farolins traseiros é fantástico.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Hoje em dia qualquer carro destes bem mantido, e com uma ou outra modificação a nível técnico é perfeitamente fiável e utilizável no dia-a-dia. Temos o benefício não só do progresso tecnológico como também da retrospectiva, que dá muito jeito para identificar e sanar algum problema que na época assombrasse algum carro em particular.

O Ritmo é um caso curioso pois apesar do ar exótico (e concordo que o estilo mais funky é mesmo o da primeira série), é baseado num carro de grande produção (o 128), e se for um carro estimado, com uma boa revisão é perfeitamente utilizável com frequência e divertido de conduzir. Infelizmente a maioria foi muito pouco estimada, e é raro encontrar hoje um verdadeiramente bom.

O 124 Special T é um clássico com bastante apreciação no nosso país pela performance, e combina um andamento desportivo com uma carroçaria de carro familiar, espaçoso e confortável. Além disso, a mecânica, embora algo exótica na concepção, é estupidamente fiável e perfeitamente capaz de uso frequente, desde que a manutenção seja a correcta... é basicamente o mesmo trem mecânico do meu Spider, mas com um 1600 (nos mais comuns, embora haja alguns 1400). Além do soberbo motor e caixa (nos 1600 normalmente já com caixa de 5), tem um chassis do melhor que se fazia na altura, com suspensões bem desenhadas, travões de disco às 4 rodas com servo-freio, o que tudo somado dá um bom comportamento em estrada e uma segurança bastante acima da média para um carro com 40 anos.

O grande inconveniente de qualquer um deles é que basicamente ter alguém que saiba mexer neles como deve ser hoje em dia não é fácil. A maioria dos mecânicos está-se nas tintas, e fazem-lhes aberrações do pior. O material ainda é fácil de encontrar e acessível.

Obviamente também há a questão do consumo, já que nenhum deles é particularmente económico... mas à partida quem escolhe um clássico desportivo italiano nunca é a pensar nos litros aos 100... wink.png

Como digo, e apesar dos reticentes (sim, esta é pra ti, Hugo! laugh.png ), o importante é mesmo encontrar um carro verdadeiramente mantido em condições, e não apenas um sobrevivente. Mas se a base for boa, tudo se arranja, desde que o preço seja o certo.

Se quiseres conselhos sobre algum modelo em particular, é só dizer.

Um abraço!
 

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Miguel Prata

YoungTimer
Mais uma vez obrigado a todos.

O Eduardo falou nos consumos, um ponto que me estava a escapar e a que vou passar a dar a maior importância.
O que gosto nestes carros é da estética, inclusivé dos interiores. Quanto a motores, não tenho nem aptidões nem gosto por conduzir depressa e os meus problemas auditivos não me permitem usufruir a 100% do belo som que fazem.

Abraços.
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
Premium
Miguel Prata disse:
Mais uma vez obrigado a todos.

O Eduardo falou nos consumos, um ponto que me estava a escapar e a que vou passar a dar a maior importância.
O que gosto nestes carros é da estética, inclusivé dos interiores. Quanto a motores, não tenho nem aptidões nem gosto por conduzir depressa e os meus problemas auditivos não me permitem usufruir a 100% do belo som que fazem.

Abraços.
Eu faço muitos km exclusivamente em clássicos (o único carro moderno cá de casa é da patroa), e os consumos não são por aí além muito elevados, mas obviamente para quem hoje em dia está habituado a TDI's que bebericam gasóleo, é um choque.

O meu Spider faz médias de 9 litros aos 100 nos meus trajectos do dia-a-dia, o que se tivermos em conta que é um desportivo dos anos 60, é bastante razoável. Em estrada já me fez 7,5 várias vezes.

Curiosamente, o meu 128 (mesma plataforma do Ritmo 60) consumia mais... é o resultado de ter um motor com muito pouco binário, que obriga a puxar sempre mais pela rotação.

Um modelo que tem potencial para ser muito económico é o 127, e é um carrinho muito bom para a cidade. No entanto, os preços para um bom exemplar já começam a ser puxadotes.

Regra geral, convém não apostar em modelos com motores muito pequenos, porque acaba por se ter de puxar mais e o consumo sofre com isso. No caso do Ritmo, pelo menos um 70 seria melhor compromisso que o 60.

Eu pessoalmente vejo isto de outra forma... são carros que me custam pouco a manter (sou eu que faço quase tudo), o seguro é barato, e por isso não me importo de os alimentar... além disso, dão muito mais gozo de conduzir, não só pela banda sonora (mas também, óbvio) mas por tudo. É uma experiência sem a qual já não me imagino a viver.

Um abraço!
 
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OP
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Miguel Prata

YoungTimer
Eduardo Relvas disse:
Eu faço muitos km exclusivamente em clássicos (o único carro moderno cá de casa é da patroa), e os consumos não são por aí além muito elevados, mas obviamente para quem hoje em dia está habituado a TDI's que bebericam gasóleo, é um choque.

O meu Spider faz médias de 9 litros aos 100 nos meus trajectos do dia-a-dia, o que se tivermos em conta que é um desportivo dos anos 60, é bastante razoável. Em estrada já me fez 7,5 várias vezes.

Curiosamente, o meu 128 (mesma plataforma do Ritmo 60) consumia mais... é o resultado de ter um motor com muito pouco binário, que obriga a puxar sempre mais pela rotação.

Um modelo que tem potencial para ser muito económico é o 127, e é um carrinho muito bom para a cidade. No entanto, os preços para um bom exemplar já começam a ser puxadotes.

Regra geral, convém não apostar em modelos com motores muito pequenos, porque acaba por se ter de puxar mais e o consumo sofre com isso. No caso do Ritmo, pelo menos um 70 seria melhor compromisso que o 60.

Eu pessoalmente vejo isto de outra forma... são carros que me custam pouco a manter (sou eu que faço quase tudo), o seguro é barato, e por isso não me importo de os alimentar... além disso, dão muito mais gozo de conduzir, não só pela banda sonora (mas também, óbvio) mas por tudo. É uma experiência sem a qual já não me imagino a viver.

Um abraço!
Consumos abaixo dos 10 litros são perfeitamente aceitáveis e concordo que o prazer não tem preço.
Obrigado pela dica do Ritmo 70, o 127 infelizmente está ligado a más recordações (que nada têm a ver com o carro).

Abraço!
 
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