Ford Escort 1300 GT Mk1 (Saloon Car Racer)

Duarte Chagas

Clássico
Ola Ricardo Teixeira... uma pergunta onde se arranjam esse tipo de atrelados? qualquer carro ligeiro o pode reboca lo? Eu acho que da muito jeito para quem tem um classico pra restaurar, nem sempre temos as oficinas perto de casa e os rebocos saem caros.
Ja agora força no Escort pelo que se ve tem bastante trabalho pela frente. Boa sorte ;)
 

Filipe Campos

Clássico
Como proprietário também de um Escort 1300 GT fico curioso para ver o resultado da preparação.
Já agora, estou curioso em saber qual será a preparação do motor.
Boa sorte para o restauro
 
Boa sorte para a preparação, vou seguir atentamente e fico curioso pelo resultado final.

Força e venha de la as fotos

Abraço
 

Jose Carreira

Clássico
Caro Ricardo,
Esse carro está espectacular para restauro. Julgo que já estive a observá-lo de perto (comprou perto de Ferreira do Zezere, certo?). Na altura só não o comprei porque tinha o meu e andava só á procura de um mais barato para tirar peças.
Vá colocando fotografias do restauro para irmos acompanhando.
 
OP
OP
Ricardo Teixeira

Ricardo Teixeira

Gasolina nas veias
Duarte Chagas disse:
Ola Ricardo Teixeira... uma pergunta onde se arranjam esse tipo de atrelados? qualquer carro ligeiro o pode reboca lo? Eu acho que da muito jeito para quem tem um classico pra restaurar, nem sempre temos as oficinas perto de casa e os rebocos saem caros.
Ja agora força no Escort pelo que se ve tem bastante trabalho pela frente. Boa sorte ;)

Este tipo de atrelados tem que ter um numero de chassis emitido segundo uma homologação dada a um determinado construtor. Ou seja, tem que ser adquirido a uma empresa licenciada para construir este tipo de veiculos. É tambem necessário seguro especial e carta de semi-articulados, pois o peso do rebocador+atrelado+rebocado é elevado.

Um contra é que o condutor tem que ser o proprietário dos 3 componentes. O outro é o espaço que ocupa quando nao está a ser utilizado.

Abraço,
R
 
OP
OP
Ricardo Teixeira

Ricardo Teixeira

Gasolina nas veias
Boas meus amigos,

Conforme prometido, vou tentar não deixar morrer este tópico.

Agradeço desde já todos os comentários e apoio demonstrado por vocês.

O primeiro trabalho que efectuei no meu Escort, como é normal, foi tentar colocá-lo a trabalhar, não só para permitir ao meu pai deslocá-lo na minha ausência, mas também para avaliar o seu estado por alto.

Desde os meus 6 anos que estou habituado a resgatar carros antigo, alguns parados á 30 anos!!! Mas digo-lhes já que este foi díficil. Tive que utilizar toda a minha experiência para num curto espaço de tempo (1 dia das minhas curtas férias) o colocar a trabalhar.

Fica o resumo para os que necessitarem....

Depois de verificar se o motor tem óleo e água, cheirei o depósito para avaliar o estado da gasolina. Miserável! Mas como estava practicamente vazio (talvez completamente) meti cerca de 15 litros para diluir o que lá estivesse. Bateria carregada. Chave de ignição e..... nada!

Fusíveis oxidados, outros queimados, outros a faltar. Lá fui substuindo e limpando os contactos. Lá foi aparecendo algumas das luzes do interior e do quadrante. Mas ignição nada. Verifiquei os cabos da bateria à bobine de chamada e tava tudo bem. Fios do regulador de tensão. Tudo OK. Tirei o regulador, abri (nunca se deve fazer isto) e limpei os platinados das 3 bobines. E continuava a nao dar nada.

Substituí o regulador por outro que tinha em casa (um Lucas igual aos Mini, Austin 1300, Cortina, etc). E nada. Ligação directa nos fios do canhão de ignição e lá deu as primeiras voltas!!!!

OK. Limpar o platinado do distribuidor, contactos interiores da tampa do distribuidor e velas de ignição. Girava e não dava sinal de vida.

Gasolina pelo carburador a dentro e ... lá pegou!!! :D

Mais gasolina e la pegou novamente. Com a ligação directa na igniçao e gasolina a ser despejada MANUALMENTE no carburador lá se foi mantendo a trabalhar durante alguns minutos, o suficiente pra enterrar literalmente o carro atrás de si com fuligem e ferrugem do escape.

Dois problemas estavam identificados. Bomba de gasolina que não fornecia nada ao carburador e canhão de ignição que não dava contacto.

Desmontado o canhão de ignição, separei-o do interruptor propriamente dito. Descravei-o e limpei o que já estava á espera de encontrar. Verdete dos contactos. Montei-o e testei com uma luz de teste. Ainda não estava a 100%. Dei um pouco mais de força nas palhetas do contacto do motor de arranque e depois de lubrificar com um pouco de vaselina lá ficou como queria.

Na foto pode-se ver a primeira peça do carro a ser restaurada. Claro que esta peça será eliminada mais tarde, pois em competição não se utiliza trancas de ignição ;)

A bomba também foi retirada e desmontada. O problema é que só o filtro de entrada se pode limpar. A bomba tem o diafragma cravado. Com alguma gasolina enfiada lá dentro, tentei descolar as palhetas (válvulas) internas e lavar um pouco a parte interna da bomba. Parece que resultou.

Tudo montado.. e com mais um pouco de gasolina pelo carburador abaixo, lá pegou com chave e aguentou o relanti, mas algo elevado.

Como não dava para baixar mais... procurei uma fuga (entrada) de ar na admissão. Era a borracha do servo-freio que... não estava lá.

Tapado o tubo do servofreio, regulado o relanti... o Escort ficou a pegar normalmente, e a trabalhar ao relanti durante cerca de meia hora , enquanto eu fazia alguns trabalhos no Opel (ver minha garagem)...

Mais noticias brevemente...

Abraço,
R
 

Anexos

  • canhao.jpg
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ze miguel silva

Zé Miguel Silva
Ricardo Teixeira disse:
Boas meus amigos,

Conforme prometido, vou tentar não deixar morrer este tópico.

Agradeço desde já todos os comentários e apoio demonstrado por vocês.

O primeiro trabalho que efectuei no meu Escort, como é normal, foi tentar colocá-lo a trabalhar, não só para permitir ao meu pai deslocá-lo na minha ausência, mas também para avaliar o seu estado por alto.

Desde os meus 6 anos que estou habituado a resgatar carros antigo, alguns parados á 30 anos!!! Mas digo-lhes já que este foi díficil. Tive que utilizar toda a minha experiência para num curto espaço de tempo (1 dia das minhas curtas férias) o colocar a trabalhar.

Fica o resumo para os que necessitarem....

Depois de verificar se o motor tem óleo e água, cheirei o depósito para avaliar o estado da gasolina. Miserável! Mas como estava practicamente vazio (talvez completamente) meti cerca de 15 litros para diluir o que lá estivesse. Bateria carregada. Chave de ignição e..... nada!

Fusíveis oxidados, outros queimados, outros a faltar. Lá fui substuindo e limpando os contactos. Lá foi aparecendo algumas das luzes do interior e do quadrante. Mas ignição nada. Verifiquei os cabos da bateria à bobine de chamada e tava tudo bem. Fios do regulador de tensão. Tudo OK. Tirei o regulador, abri (nunca se deve fazer isto) e limpei os platinados das 3 bobines. E continuava a nao dar nada.

Substituí o regulador por outro que tinha em casa (um Lucas igual aos Mini, Austin 1300, Cortina, etc). E nada. Ligação directa nos fios do canhão de ignição e lá deu as primeiras voltas!!!!

OK. Limpar o platinado do distribuidor, contactos interiores da tampa do distribuidor e velas de ignição. Girava e não dava sinal de vida.

Gasolina pelo carburador a dentro e ... lá pegou!!! :D

Mais gasolina e la pegou novamente. Com a ligação directa na igniçao e gasolina a ser despejada MANUALMENTE no carburador lá se foi mantendo a trabalhar durante alguns minutos, o suficiente pra enterrar literalmente o carro atrás de si com fuligem e ferrugem do escape.

Dois problemas estavam identificados. Bomba de gasolina que não fornecia nada ao carburador e canhão de ignição que não dava contacto.

Desmontado o canhão de ignição, separei-o do interruptor propriamente dito. Descravei-o e limpei o que já estava á espera de encontrar. Verdete dos contactos. Montei-o e testei com uma luz de teste. Ainda não estava a 100%. Dei um pouco mais de força nas palhetas do contacto do motor de arranque e depois de lubrificar com um pouco de vaselina lá ficou como queria.

Na foto pode-se ver a primeira peça do carro a ser restaurada. Claro que esta peça será eliminada mais tarde, pois em competição não se utiliza trancas de ignição ;)

A bomba também foi retirada e desmontada. O problema é que só o filtro de entrada se pode limpar. A bomba tem o diafragma cravado. Com alguma gasolina enfiada lá dentro, tentei descolar as palhetas (válvulas) internas e lavar um pouco a parte interna da bomba. Parece que resultou.

Tudo montado.. e com mais um pouco de gasolina pelo carburador abaixo, lá pegou com chave e aguentou o relanti, mas algo elevado.

Como não dava para baixar mais... procurei uma fuga (entrada) de ar na admissão. Era a borracha do servo-freio que... não estava lá.

Tapado o tubo do servofreio, regulado o relanti... o Escort ficou a pegar normalmente, e a trabalhar ao relanti durante cerca de meia hora , enquanto eu fazia alguns trabalhos no Opel (ver minha garagem)...

Mais noticias brevemente...

Abraço,
R


quem me dera saber fazer metade disto!
 
OP
OP
Ricardo Teixeira

Ricardo Teixeira

Gasolina nas veias
Boas,

Continuando a reparação rápida do Escort, visto que apenas tive alguns dias de férias, passei para o lado acidentado.

Por forma a poder movimentar o carro, o meu pai fez-me o favor de arranjar um pneu (o da frente direita rebentou no acidente) e também desmontou a suspensão.

Como a roda estava encostada à cava, o meu pai desmontou a barra estabilizadora (que estava arrancada dos suportes) e o braço de suspensão direito.

Na prensa hidráulica o braço foi endireitado o melhor possivel e novamente montado. (serão mais tarde aplicados braços com afinação de camber).

Faltava agora a barra estabilizadora. O suporte dela estava arrancado do lado do acidente. Um dos parafusos estava ainda no furo roscado, mas partido. A solução foi desmontar o suporte da abaraçadeira da barra estabilizadora para cá fora se limpar a rosca e montar um novo parafuso.

A abraçadeira da barra estabilizadora foi também endireitada e reparada com um cordão de soldadura, pois estava rasgada. Foram aplicados novos parafusos e casquilhos (que tinha guardado de um Mk2). Com um pé de cabra lá fiz força o suficiente para montar a barra estabilizadora sob tensão e tudo ficou como devia. Agora pelo menos o carro já pode andar e travar sem que a roda roce ou fique solta.

Tudo isto ainda em cima do atrelado.... :D

Já no chão, alinhei a direcção pois estava um pedaço aberta...

E tudo isto numa manhã... de frio...

Abraço,
R
 
força ai no restauro continue, tambem sou dá povoa e adoro os escorts,alias tenho um 4 portas 1300 L, mas estou a pensar um gt 1300, sáo outra coisa.
continue e vá pondo fotos para a malta aprender e trocar ideias.
 
OP
OP
Ricardo Teixeira

Ricardo Teixeira

Gasolina nas veias
Boas.

Bem, parece que os amigos sem fotografias ficam inibidos de comentar e participar activamente no post.

Vamos lá então colocar algumas fotos.

Ainda me lembro bem daquela manhã de sábado. A rádio anunciava 2 graus e eu até sentia as ferramentas a queimarem-me as mãos com o frio.

Juntei a vontade de ver o Escort de cara lavada á necessidade de aproveitar ao máximo o tempo das minhas curtas férias, e armado com uma rebarbadora (com disco de corte), um martelo pequeno, um martelo médio e um encontrador caseiro, ataquei o sinistro da frente direita.

Aproveitei o facto do carro ainda estar em cima do atrelado, e comecei por desmontar o pára-choques e a grelha frontal. Depois comecei a cortar o guarda lamas nas partes mais salientes, sempre com muito cuidado e receando cortar-me nas arestas vivas que iam ficando... Aos poucos, o velho e retorcido guarda-lama ia saindo. Descravando os pontos de solda e os cordões de solda a prata, lá ia avançando.

Após limpar os restos do moribundo guarda-lama, tanto do pilar da porta como da cava de roda, lá puxei a frente para o local devido, ou seja, alinhada com o resto da cara do Escort. Aproveitei o espaço para desmontar o pisca sobrevivente. Com muita pancada e alguma força, lá foi tudo ganhando forma e encaixando nos seus devidos lugares.

Chegando a vez de montar o “novo” guarda-lama que vinha com o carro, verifiquei que este também ia necessitar de persuasão para encaixar direito. Ao ser retirado do carro dador, ficou ligeiramente deformado e tinha algumas amassadelas. No chão, convencido pelo encontrador e pelo martelo pequeno lá ficou melhor.

Tudo a ganhar forma, inclusivamente o capôt – com ajuda de um bloco de madeira e dos meus 96Kg – o Escort deixou de imitar o nosso Camões...

Penso que o resultado é bastante bom, partindo do principio que não sou chapeiro, não tinha maçarico para dar calores, nem peças novas para referência...

Claro que mais tarde será montado um painel frontal novo (que já está encomendado), visto que o seu preço de 100/120 euros compensará o custo que um chapeiro e posteriormente o pintor teriam a acertar tudo convenientemente.

Mas para já, o Escort está completo, direito e com as peças que não prestavam já no lixo....

E nesse dia só fui almoçar ás 19h....

Abraço,
R
 

Anexos

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OP
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Ricardo Teixeira

Ricardo Teixeira

Gasolina nas veias
Boas,

Entretanto, e já com o Escort a parecer um automóvel, foi tempo das coisas aquecerem um pouco..

Farto de ver a magreza que calçava o 1300GT, fui desenterrar do meu "Stock" umas das primeiras peças que á quase 15 anos guardei para ele.

Este é um conjunto de jantes tripartidas (7,5Jx13 frente e 8,5Jx13 atrás), de um extinto fabricante francês, com aros numa liga estremamente dura de aluminio e magnésio (segundo a análise do espectograma do INEGI - instituto nacional de engenharia mecânica e gestao industrial).

Após pintar os centros com a sua côr original, e decapar os aros com pó de vidro (o mais indicado para decapar aluminio), só foi necesário substituir todos os parafusos velhos e oxidados por novos, em INOX e com porcas auto-freantes.

Restaurar jantes sim.. porque isto é um restauro de um Escort "Racer".... e todas as peças contemporaneas ao carro que conseguir restaurar só contribuem para o resultado final.

Que tal?

Abraço,
R
 

Anexos

  • jantes.jpg
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