Ford Cortina - A historia de um mito

Paulo Vitor

YoungTimer
Ford Cortina Mk1 1962-66
Ver anexo 190795
A Ford percebeu que havia uma lacuna no mercado, entre os grandes e os pequenos carros familiares. A chave para preenchê-lo, foi o super secreto projecto “Arcebispo”, lançado em 21 de Setembro de 1962 e após os Jogos Olímpicos de Inverno 1960 em Cortina d’ampezzo, Itália.
O carro esteve para chamar-se “Caprino”, até que foi descoberto que significava “cabra” em italiano, tendo a opção de nome recaído em Cortina, em honra da famosa estância de ski alpina.
O Cortina Mk1 foi um grande sucesso, sendo maior e mais barato que os seus principais rivais, como o Austin / Morris 1100.
No primeiro ano, a Ford fabricou mais de 250.000 carros ( um recorde para um carro britânico ).
Inicialmente o Cortina Mk1 estava disponível apenas com duas portas, mas foi seguido por um modelo de quatro portas, e pelo mais emocionante de todos, o Lotus Cortina em 1963. A carroçaria era enviada para uma fábrica da Lotus onde o motor Lotus twin-cam, suspensão desportiva e os paineis de alumínio das portas, capô e tampa da mala, eram montados.
Para aqueles que não podiam pagar um Lotus Cortina, o Cortina GT foi a segunda opção. Os modelos Estate, significavam mais versatilidade e, a versão Deluxe, melhores materiais nos acabamentos. O Cortina MK1 foi crucial para a Ford. Não só foi o maior sucesso de vendas da marca, mas também pelo sucesso em competição.
Foram produzidos 1,013,391 Ford Cortinas MK1.


Ford Cortina Mk2 1966-70
Ver anexo 190796
Apresentado no início do ano no Earls Court Motor Show, a Ford lança em Outubro de 1966, a segunda geração do Cortina.
A Inglaterra ganha á Alemanha or 4-2 na final do campeonato do mundo e cada jogador Inglês recebe como prémio o novo Cortina.
O Cortina Mk2 foi uma evolução da fórmula vencedora do Mk1. Ao 4º mês de vendas atingiu um recorde de vendas no Reino Unido, com 100.000 unidades.
O Cortina Mk2 partilhava o mesmo chassi que o modelo antigo, mas, de acordo com os slogans publicitários, os compradores tem 'Mais Cortina' pelo mesmo dinheiro.
Ver anexo 190802
Uma maior largura entre rodas significava que o carro tinha mais espaço no interior e melhor arrumação. A gama era composta pelo modelo base “De Luxe”, “Super” e GT e partilhava muitos componentes do MkI, incluindo o motor Kent com cilindradas entre 1298 e 1498cc.
A suspensão dianteira tipo Macpherson foi mantida, apesar da distância frontal e traseira ter sido alargada para melhorar a estabilidade.
Travões de disco dianteiros, passaram a equipar toda a gama de modelos.
O topo da gama em 1966 era o GT.
Ver anexo 190799
Tratava-se de um modelo desportivo com eixo traseiro melhor colocado, rodas de aço mais largas com pneus radiais, um carburador de corpo duplo Weber e um colector de escape com quatro saídas a adornar os 1498cc do motor Kent. O tablier incorporava um impressionante conjunto de quatro manómetros, para além de um conta rotações ao lado do velocímetro.
Ver anexo 190804
Travões de disco dianteiros de maiores dimensões, completavam o equipamento do GT, direccionado para quem aspirava ás sensações de um Mini Cooper, mas com necessidade de mais espaço.
O mercado teve de esperar por fevereiro de 1967 para ver disponível uma versão carrinha “Estate”.
Ver anexo 190803

Foi produzido apenas para exportação, um modelo com 1098cc de cilindrada, para os países com alta tributação automóvel aplicada á cilindrada.
A versão Lotus, chamada de Cortina Twin Cam só surgiu em 1967 e foi muito mais convencional do que a anterior. Desta vez montada na Ford, devido a algumas queixas na qualidade de montagem do Lotus Cortina Mk1, não foram aplicados painéis de aluminio, “apenas” uma suspensão desportiva rebaixada, barra anti-rolamento, rodas de mais largas e o motor Lotus de 115hp - 1558cc duas arvores de cams á cabeça, com dois carburadores Weber de corpo duplo.
Ver anexo 190807
Como se isto não fosse suficiente, o Departamento de Competições de Boreham-Essex, ofereceram uma selecção de extras facultativos, desde escudos de protecção do cárter e depósito de combustível, a bielas e pistões de elevado desempenho.
Isso fez do Cortina Lotus, uma excelente escolha para carro de competição de conceituados pilotos como Roger Clarke.
Ver anexo 190801

Enquanto o modelo original do Lotus Cortina Mk1 tinha sido disponibilizado na côr branco com uma lista verde, a 2ª geração chamada de Cortina Lotus, estava disponível numa gama completa de cores.
Ver anexo 190805
Agosto 1967 viu a introdução do novo motor Kent conhecido como "cross-flow" ou "X-Flow", assim chamado porque moveu câmara de admissão e exaustão para lados opostos do motor, permitindo válvulas de admissão e válvulas de escape de maiores dimensões, posicionadas em ambos os lados da cabeça do motor, daí o termo "cross-flow". Isso melhorou o "respirar" do motor, aumentando a potência, binário e velocidade máxima, melhorando os consumos de combustível.
Estes novos motores foram disponibilizados em 1297,4cc e 1598.8cc de cilindrada.
Ver anexo 190806
Em Setembro de 1967 surge o modelo 1600E ( executive ) com a mesma mecânica do modelo GT, mas com algum equipamento adicional. Suspensão do Cortina Lotus, jantes desportivas Rostyle, faróis dianteiros de grelha suplementares, volante desportivo, bancos reclináveis e painéis de madeira no interior das portas e tablier.
Ver anexo 190800
Foram produzidas 58,852 unidades do 1600E entre Setembro de 1967 e Agosto de 1970, e destes apenas cerca de 2749 foram produzidos na variante de duas portas, essencialmente para exportação.
Ver anexo 190794

Em Novembro de 1968 aparece a 2ª serie do Mk2, com algumas alterações importantes. Os assentos dianteiros e traseiro foram alterados, muito semelhantes ao do novo Ford Capri. O tablier foi redesenhado, passando a integrar dentro da consola os quatro manómetros que sobressaíam na versão anterior.
A consola central foi redesenhada e o compartimento que existia entre os bancos desapareceu para dar lugar ao novo travão de mão que substitui o antigo travão do tipo “bengala”. Foi também introduzido o servo-freio nos modelos de topo como o GT / 1600E.
A Crayford engineering ( Kent – UK ) desenvolveu uma lindissima e exclusiva versão cabriolet do Cortina.
Ver anexo 190798

A Cortina ( Lotus ) Twin Cam cessou a sua produção em Julho de 1970 e o último 1600E chegou ao fim da linha de produção em agosto do mesmo ano.
O Cortina Mk2 foi nº1 de vendas no Reino Unido.
Foram produzidos 1,027,869 Ford Cortinas MK2.


Ford Cortina Mk3 1970-76
Ver anexo 190797
A Cortina Mk3 continuou o sucesso dos seus antecessores, em oito anos foram vendidos mais de dois milhões.
O MK3 teve a envolvência dos americanos, não sendo difícil perceber a sua influência, numa a carroçaria arredondada com uma grande frente e uma traseira levantada.
O MK3 foi um modelo todo novo, tecnicamente muito mais avançado e apresentando uma nova gama de motores. As siglas X, XL, GT e GXL determinavam os níveis e as opções de motor eram 1300, 1600 e 2000. No total, havia 35 versões diferentes. Obviamente tornou-se de tal maneira confuso, que a Ford reduziu o número de combinações ao longo dos anos seguintes.
Infelizmente não houve qualquer versão do Lotus MK3, de modo que o 2000GT fazia as honras da casa. O luxo veio na forma do 2000E, que substituiu o GXL.
Jantes especiais, faróis suplementares, tejadilho de vinil e auto-rádio foram opções introduzidas para seduzir os clientes.
 

Anexos

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Paulo Vitor

Paulo Vitor

YoungTimer
O meu 1º carro que "herdei" do meu pai, foi um MK3 GT, vendido ao final de 20 anos (1992), em estado de concurso por 300 contos.
 
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