Commendatore Enzo Ferrari

Carlos Alberto Macedo

Gang dos Rojões
Tal como um jovem americano querer ser jogador de basebol ou estrela de cinema, um italiano olha para o automobilismo ou para a opera como uma profissão glamorosa. O jovem italiano de sangue vermelho cresceu a querer ser outro Tazion Nuvolari ou Enrico Caruso.

Eles eram heróis e cada geração de jovens tentava seguir as pisadas de um ou de outro. Muitos com sucesso, e nomes italianos apareciam com regularidade nos programas de corridas ou nos casting's de opera.

Mas o jovem Enzo Ferrari queria ser um piloto de carros como um cantor de opera. Este jovem com uma ambição de ferro praticamente desde o dia em que nasceu em 1898. o seu pai, um amante da musica, era proprietário de uma serralharia e de uma loja de automóveis em Modena, e Enzo ouviu desde pequeno no seu berço o rugir dos motores. A extraordinária voz de Enrico Caruso foi uma uma poderosa influencia, mas também as corridas explosivas de Nazarro e Lância.


A sua dupla ambição não sobreviveu muito tempo. A musica dos motores na loja do pai foi substituiu a musica da opera e o destacado rugir e gritar das maquinas de alta velocidade começou a acompanhar na sua vida. Para ele o som do ponto das mudanças a gemer, os pneus a chiar, a percussão dos escapes tudo misturado no grande drama das corridas do Grande Prémio. Enzo Ferrari cumpriu com a sua ambição.

Ele tornou-se um famoso piloto de corridas e partiu para a produção de uma série de carros que ainda continuam a ser o centro das atenções nas pistas de corridas por todo o mundo.


Durante a primeira guerra mundial serviu como mecânico e presenciou um herói – Francesco Baracca o às dos ares italiano, Baraca abateu 35 aviões inimigos antes de mergulhar na sua morte. Ele tornou se um símbolo de coragem e ousadia para Ferrari, e o esforço heróico de Baracca conduziu a um importante momento na sua vida. Depois da guerra Ferrari tornou-se piloto da Alfa-Romeo, e a seguir a uma vitória crucial em Ravenna, a família Baracca presenteou-o com uma placa queimada, este era um dos remanescentes que sovreviveu do avião do seu filho mais novo e continha o brasão da família, um cavalo preto rompante com um fundo amarelo. Este cavalo por Ferrari como seu símbolo pessoal, e apareceu em todos os carros que ele conduziu. Hoje tem que ser visto no vermelho brilhante dos ferraris de corrida e nos carros de turismo que faz para o publico.

Como piloto da Alfa-Romeo, Ferrari tornou-se um vencedor estável e começou a ajudar no desenho das máquinas de corrida. Ele nasceu líder e organizado assim como um excelente engenheiro, e quando a Alfa-Romeo se retirou das corridas em 1929 financiou uma equipa desportiva liderada por Ferrari. Este foi o começo da famosa Scuderia Ferrari. Esta companhia, que tinha herdado todo o equipamento da Alfa, em breve estabeleceu a Alfa-Romeo como os principais carros de corrida de todo o mundo. Sob a liderança rija de Ferrari uma equipa de pilotos liderada por Nuvolari, Varzi e Chiron começaram a ganhar as corridas mais importantes da europa. Além disso o génio do desenho de Ferrari levou-o a construir carros cada vez mais finos e rápidos.

Os anos 30 foram anos de grande sucesso para a scuderia Ferrari, mas o imenso apoio de Hitler para a Mercedes e Auto Union levou estas a dominar as pistas de corridas. Os dirigentes da Alfa Romeo decidiram combater directamente com os alemães e em 1938 recuaram no negócio de estabelecer fabricas da equipa na Alemanha. Todo o equipamento da scuderia retomou à fábrica Alfa-Corse, um novo “estábulo” de corridas foi formado.

Enzo Ferrari pela primeira vez em muitos anos estava uma equipa para gerir, isto poderia ser uma explosão para outra pessoa qualquer, mas para o ferozmente independente de Modena tinha sido apenas o impulso necessário. Ele começou imediatamente a preparar a sua equipa de corridas. O primeiro carro que se pode chamar de Ferrari foi desenhado por Nardi. O motor foi feito a partir de dois pequenos motor Fiat aparafusados para formar um motor de 8 cilindros, o resto do carro foi feito a partir de vários componentes de outros automóveis. Era um carro desportivo e correu na Mille Miglia de 1940, este primeiro Ferrári não se portou bem mas foi o principio da linha.

Durante 7 anos, muito por culpa da guerra, nada se soube do carro de Ferrari e em 1947 o Ferrari 125 apareceu nas versões de sport, competition e Gran Prix. Foi desenhado por Giacchino Columbo, o mesmo homem que desenhou o famoso Alfa Romeo 158. Ferrari estava de volta às corridas com uma vingança. Ele estava destinado a bater o seu antigo patrocinador, e tinha começado por irritar o seu melhor designer. E acrescentou uma equipa cheia de craques incluindo Ascari, Farina e Sommer. Mas Ferrari continuava a não ganhar, chegou em terceiro e segundo, mas nunca na frente.

O determinado Commendatore (Ferrari detinha agora um titulo) mexeu na sua organização e contratou Aurielio Lampredi como designer de motores. Por esta altura a estratégia era construir um carro capaz de fazer uma corrida sem reabastecer. 1951 foi o ano do triunfo, em Silverstone na Inglaterra, Gonzales com um novo Ferrari ganhou a Fangio que conduzia um Alfa Romeo. O Ferrari não só era mais rápido como a paragem para reabastecer fez com que a Alfa Romeo perde-se a corrida. Nesse ano, talvez pelo talento de Fangio a Alfa Romeo ganhou o campeonato de construtores, mas era uma vitória quase perdida, com Enzo Ferrari sempre a perseguir com as suas máquinas amedrontadora mente rápidas na traseira de cada Alfa Rome, a Alfa-Corse retirou-se, contente por ter ganho, mas a caligrafia estava na parede e soletrava-se Ferrari.

Em 1952 e 1953 Scuderia Ferrari esfregava tudo em qualquer pista, ganhando o campeonato a cada ano. Mas a Maseratti e a Mercedes agora começavam a competir a sério, era obvio que Ferrari precisava de nova maquinaria, por isso Lampredi desenhou um carro radical mas bem parecido com os depósitos de gasolina a ficarem a meia nau, um de cada lado do piloto, este corredor com os seus lados musculados foi batizado de squalo que significa tubarão, a seu equilibrio era suberbo, com os tanques localizados a meio a distribuição de pesos nunca mudava à medida que o combustível ia acabando. Mas a primeira aparição de Squalo foi um desastre. Em Syracuse em 1954 quando Gonzales estava a “explodir” com a pista reparou num carro em chamas. Hawthorn, noutro carro, tinha se esbarrado contra a parede e pegou fogo, ele consegui sair do carro e saltar a parede para sua segurança. Gonzalez parou e foi a correr na direcção do carro em chamas na esperança de salvar o piloto. Com muito perigo para ele procurou entre o metal retorcido mas não encontrou o piloto, infelizmente o seu Squalo rolou devagar até às chamas e entrou em chamas.

Ferrari não estava contente com o desenho de Squalo, era rápido mas não era seguro, foi construído um bem sucedido SuperSqualo, mas o seu desenho já estava fora de moda. A Mercedes retomou às corridas em 1955 e com a seu estilo ganhou tudo. A Maserati não estava longe e Ferrari apercebeu-se que precisava de sangue novo outra vez. Estava próximo.

Lancia retirou-se das corridas e deixou todo o seu material para Ferrari, a Fiat doou dinheiro, isto não era caridade mas sim o orgulho italiano, era impensável outro país derrotar os seus reluzentes vermelhos, e Ferrari parecia oferecer a melhor hipótese que a italia tinha. Os resultados chegaram rapidamente. Um novo homem Ing Chiti tomou conta do desenho dos motores, Juan Manuel Fangio foi contratado como piloto número 1 e em 1956 viu a Ferrari como carro campeão mais uma vez.

Desde essa altura a Ferrari ganhou uma posição dominante em todas as formas de corrida. Cada ano trazia um novo estilo. Os modelos Dino em honra do filho de Enzo foram um sucesso em qualquer lado. O Testa Rossa é provavelmente dos melhores carros feitos para corrida em qualquer lado. Tinha um aspecto magro, vistoso com um corpo perfeitamente funcional, como um avião, tinha uma condução fantástica, era duradouro, corria como um gato escaldado, incidentalmente custava acima de 180 mil euros.

Tudo que o Enzo apreendeu nas corridas aplicou nos carros de turismo. Mas ele aplicou directamente as lições, os ferraris de turismo têm um motor de corrida com menos potência, não vêm de uma linha de montagem, são contruidos praticamente à mão cada um tem diferenças. A saida anual é pequena talvez 400 carros e cada carro é cuidadosamente contruido, ajustado e testado a um grau refinado. Estes coupés de Grande Turismo são rápidos, alguns fazem mais do que 300 km/h mantem-se na estrada com uma tenacidade de um carro de competição. As carroçarias são desenhados por homens como Farina, Vignale e Bertone e os interiores têm um gosto requintado, grandes baquects de pele mantêm o condutor e passageiro em conforto extremo e o motor em V oferece potência de cortar a respiração. Também são caros, paga-se mais de 100 mil euros por um grande turismo Ferrari, mas o seu proprietário pode ter um enorme orgulho na precisão de construção, elegância, e a proximidade com o reino dos barulhentos corredores vermelhos que se portam tão bem na competição.

Commendatore Enzo Ferrari nunca cumpriu o seu sonho de criança de se tornar outro Caruso, mas os motores montados debaixo do escudo do cavalo rompante cantam uma poderosa melodia...
 

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Andre.Silva

Trapatony
Bem, posso dizer que já conhecia estes factos... Para quem gosta, aconcelho vivamente o filme Enzo Ferrari, um filme com 2h e uns minutos, que retrata a vida de Enzo Ferrari, mostrando pontos bastante importantes... Quem quiser, é só pedir-me.

Obrigado pela partilha.
 
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