RALI DE TOMAR 2013– IRREGULARIDADE HISTÓRICA
Há dias fui surpreendido com um comunicado do ACT (Automóvel Club de Tomar), organizador do Rali de Tomar 2013, onde “agradecem a presença dos participantes” pois “sem ela não era possível a realização do rali”.
Também têm “completa noção de que as opiniões se dividem” além de pedirem a “sincera opinião em relação a todo o desenrolar do rali” para poderem ”chegar a um consenso” pois só assim podem “faze-lo mais do nosso agrado”.
O que me parece, é que o clube não tinha a noção de
não estar preparado, para entrar no Classic Cup e não se rodeou de conhecedores, nem teve a
preocupação básica, de ler a legislação criada para o efeito.
Depois andou ao sabor do improviso e das opiniões.
Começando “pelo princípio” leiam-se as PERR 2013, onde a FPAK
determina:
Ponto 1.2 – PROVA DE REGULARIDADE
Prova disputada durante o itinerário do Rali… e
que nunca poderá exceder os 50 km/h.
Ponto 3.1 –
em qualquer local do percurso da prova, a velocidade média determinada pelo Organizador
não poderá exceder os 50 km por hora.
Em sectores de ligação que incluam percursos de auto-estrada
e mediante prévia aprovação da FPAK, a velocidade média poderá atingir,
apenas nesses percursos, os 70 km/h. (os sublinhados são meus)
Analisando agora o Regulamento Classic Cup 2013, temos:
Artº 5) o percurso comum da prova de estrada,
será obrigatoriamente em piso (estabilizado) de asfalto.
§ 4)
A duração da prova não deverá ultrapassar as 8 horas entre o início da 1ª etapa e o início da cerimónia de distribuição de prémios. (os sublinhados são meus)
Só por aqui (e porque todos sabem as circunstâncias em que se desenrolou o Rali e o seu final), se verifica que
a IRREGULARIDADE esteve sempre presente, durante todo o dia e noite.
- PEC’s onde os 50 km/h nunca foram menos de 60 km/h;
- Velocidades médias nas ligações – sem auto-estrada – muito superiores a 70 km/h
- Troços em terra;
- Entrega de prémios para lá das 23 h,
São
4 irregularidades que não podiam ter sido cometidas, demonstrando também que as entidades responsáveis (FPAK e CC 2013) não foram consultadas, nem tiveram conhecimento, do que estava para acontecer durante a prova.
Muito para além dos riscos que todos correm nestas provas, a organização potenciou, ilegalmente, os perigos e no final, não teve capacidade e coragem para ter terminado condignamente o Rali, ao:
- Não ter dado por terminada a prova, na neutralização de Mação, e
- Terem incumprido, largamente, o determinado no §4 do regulamento.
Pelas horas, se verifica que este penúltimo ponto, foi de difícil resolução e pergunta-se porquê?
O que esteve na origem da anulação de PEC’s alternadas e não se
limpou o Rali, dando-o por terminado na neutralização de Mação???
Terá havido consenso ou decidiram assim, para ser “mais do (nosso) agrado”, como referem no comunicado???
As IRREGULARIDADES do Rali, a forma como transformaram os concorrentes em “ loucos do volante “, a incapacidade na resolução das dificuldades, as dúvidas e as suspeitas que a decisão final encerra, transformaram, definitivamente, este Rali, numa prova a não esquecer.
Rui gama