Certificação De Viaturas De Interesse Histórico

Vitor Dinis Reis

Pre-War
Membro do staff
Portalista
O CPAA - Clube Português de Automóveis Antigos, o ACP Clássicos e a Fundação Abel de Lacerda (através do Museu do Caramulo) são as entidades reconhecidas oficialmente para Certificar Viaturas de Interesse Histórico.
O Certificado atesta a qualidade como Viatura Histórica e permite o reconhecimento da mesma como Clássico em caso de conflito, nomeadamente junto das seguradoras em caso de acidentes, etc, podendo também permitir a circulação nas cidades com Zonas de Emissões Reduzidas. Ou seja não só em caso de acidente beneficiará com esta certificação como numa utilização em cidade e em zonas de emissões reduzidas como é o caso de algumas zonas em Lisboa. Também é um forte fator de valorização do seu veículo clássico ou pré-clássico.

De acordo com o Despacho 10298/2001, as viaturas Certificadas com data de fabrico até 31 de Dezembro de 1959, ficam isentas de Inspecção Periódica Obrigatória de acordo com a seguinte tabela:
• Até 1918 - 10 anos
• De 1919 a 1945 – 8 anos
• De 1946 a 1959 – 6 anos

Embora não isentas de Inspecção Periódica Obrigatória podem ser consideradas de interesse histórico as viaturas da seguinte tabela:
• De 1960 – 6 anos
• De 1961 a 1985 - 4 anos
• Futuros Clássicos – 2 anos




PONTOS A VERIFICAR NAS CERTIFICAÇÕES:
  • Carroçaria - Não deverá ter alterações. Deverá estar bem cuidada, sem pontos de ferrugem nem amolgadelas. A pintura, os cromados, as borrachas e os vidros deverão estar em bom estado, sem riscos e de cor uniforme.
  • Capota - Nos veículos transformáveis, as capotas deverão estar perfeitamente funcionais e sem apresentar rasgões ou qualquer outro tipo de deterioração.
  • Estofos - Os estofos e interiores forrados, deverão estar em bom estado de conservação, sem rasgões e de materiais de acordo com o modelo.
  • Instrumentos - Os instrumentos deverão ser originais, em bom estado de funcionamento e de conservação (limpeza interior).
  • Limpa Vidros - Todo o sistema deverá estar em perfeito estado de funcionamento e as escovas com capacidade de remoção da água do vidro.
  • Iluminação - Os faróis e farolins deverão ser da época do veículo, de marca adequada, em perfeito estado de funcionamento e iguais entre si quando em pares. No caso dos veículos mais antigos, poderão ser montados “piscas” suplementares, desde que não danificando a estrutura do veiculo.
  • Chassis - O chassis deverá apresentar-se limpo e estar bem conservado.
  • Suspensão - O sistema de suspensão deverá funcionar correctamente e ser original.
  • Rodados - Poderão ser montadas jantes especiais, desde que sejam de época. (Ex. Jantes Minilite). As jantes deverão estar em boas condições, com os respectivos tampões, quando for o caso, os pneus deverão ser de acordo com a medida dos documentos e deverão ser iguais entre si, em termos de medida e marca.
  • Direcção - O volante deverá ser o original ou extra de época e não poderão existir folgas.
  • Travões - Os travões deverão estar em perfeito estado de funcionamento e eficiência.
  • Motor - O motor deverá estar em boas condições, limpo, sem fugas de óleo, sem ruídos excessivos e sem emissões de fumo exageradas.
  • Sistema de Combustível - O sistema de combustível deverá ser o original.
  • Transmissão - A transmissão deverá apresentar-se limpa, lubrificada e bem conservada.
  • Sistema Eléctrico - O sistema eléctrico deverá ser o original.
  • Diversos - Todos os extras inseridos na viatura, como sejam rádios, faróis suplementares, antenas, etc, deverão ser de época.




Se tiver dúvidas ou quiser mais informações, ou se quiser efectuar a sua marcação, aqui ficam os contactos:
  • ACP Clássicos através do e-mail [email protected] ou através do telefone 21 318 01 69
 
OP
OP
Vitor Dinis Reis

Vitor Dinis Reis

Pre-War
Membro do staff
Portalista
António Vieira Rodrigues disse:
Penso que para a lista de entidades habilitadas a homologar viaturas de interesse histórico estar completa falta referir o CPAA - Clube Português de Automóveis Antigos.

Abraço,

António
Corrigido, obrigado!
 
Vitor Dinis Reis disse:
Corrigido, obrigado!
Eu é que agradeço a abertura do tópico enquanto amante de clássicos.

Penso que de uma forma resumida se apresentam as entidades que podem certificar as nossas viaturas e as áreas que são alvo da avaliação.

Abraço,

António
 

Jose Manuel S Lopes

ESCORT79
Delegado Regional
Só não concordo que as viaturas a partir de 1960 tenham obrigatoriamente fazer IPO anualmente, mesmo que esta esteja certificada por uma das entidades, onde lá, só voltem passados os anos referidos, mas não fiquem isentas de IPO anualmente.
 
Jose Manuel S Lopes disse:
Só não concordo que as viaturas a partir de 1960 tenham obrigatoriamente fazer IPO anualmente, mesmo que esta esteja certificada por uma das entidades, onde lá, só voltem passados os anos referidos, mas não fiquem isentas de IPO anualmente.
Então isto quer dizer o quê?:
Embora não isentas de Inspecção Periódica Obrigatória podem ser consideradas de interesse histórico as viaturas da seguinte tabela:
• De 1960 – 6 anos
• De 1961 a 1985 - 4 anos
• Futuros Clássicos – 2 anos
Fiquei com a ideia que os anos à frente indicados seriam os de isenção.
 

Jose Manuel S Lopes

ESCORT79
Delegado Regional
Hugo Viana da Silva disse:
Então isto quer dizer o quê?:
Fiquei com a ideia que os anos à frente indicados seriam os de isenção.
Já foi respondido pelo o Rafael, apenas acrescento que apesar de estar certificada por uma das entidades, terá que fazer anualmente a inspeção obrigatória, todos os veiculos a partir de 1960.
 
Jose Manuel S Lopes disse:
Já foi respondido pelo o Rafael, apenas acrescento que apesar de estar certificada por uma das entidades, terá que fazer anualmente a inspeção obrigatória, todos os veiculos a partir de 1960.
Pois, então tens toda a razão. Não faz qualquer sentido essa obrigatoriedade anual, para um carro que seja, por exemplo, de 1961...
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Eu acho que estas coisas das certificações são muito engraçadas no papel, mas a realidade é que existe muito carro certificado que não deveria estar, quem certifica não sabe em alguns casos o que anda a fazer e parece que estas certificações existem apenas para dar trabalho a alguém.

Então o meu clássico é um poluidor? Depende, se estiver certificado já não é e até já posso ir ao centro de Lisboa com ele as vezes que eu quiser! Basta pagar...

O meu clássico é um clássico? Que pergunta idiota. Se eu pagar é considerado como tal! Se eu não pagar é um carro que vale menos e deixa de ser clássico e passa a ser apenas velho. Não é bem assim.

Os meus clássicos são clássicos a 200% mas como não paguei a homologação, o seguro agora só me dá o valor nominal do carro que é 500 eur. Isto não é bem verdade e o contrário também não. Não podemos "assustar" os proprietários dos clássicos com estas informações. Já me bateram por trás e o seguro pagou a reparação de 5000 eur e o carro não estava certificado. Conheço casos de carros certificados que o seguro não pagou o que devia ter pago. Não é preciso certificações, o que é preciso é sorte.

Em relação às inspecções, estas servem para a nossa segurança, não me importo que os meus carros por lá passem todos os anos, só tenho a ganhar... Sem medos. O problema é os carros que nem lá vão, só lá aparecem os documentos, e os outros que vão sem as mínimas condições e passam por causa de uma nota de 20 eur. Falo de coisas que toda a gente conhece, mas que se esquecem momentaneamente quando é hora de falar a verdade. Quantos de vós conhece clássicos muito bonitos que não deviam circular na estrada? Eu conheço muitos. Em relação a este assunto até acho muito bem que os pós 1960 devam ir todos os anos, não lhes faz mal nenhum e se as inspecções fossem a sério todos nós tinhamos a ganhar com isso. A verdade é que as inspecções assim como certificações e outros ões que para aí há não são para todos ganharmos com isso, é mesmo só para alguns. Desculpem o mau feitio, mas é mesmo o que penso.
 
Pedro Pereira Marques disse:
(...)

Os meus clássicos são clássicos a 200% mas como não paguei a homologação, o seguro agora só me dá o valor nominal do carro que é 500 eur. Isto não é bem verdade e o contrário também não. Não podemos "assustar" os proprietários dos clássicos com estas informações. Já me bateram por trás e o seguro pagou a reparação de 5000 eur e o carro não estava certificado. Conheço casos de carros certificados que o seguro não pagou o que devia ter pago. Não é preciso certificações, o que é preciso é sorte. (...)
Explica lá melhor esta parte. Sorte com o quê? Com a seguradora?

A respeito das ipo´s. Com o actual modelo acho que não servem para nada (ou pelo menos muito pouco).
Todos os anos em Janeiro tenho uma dor de cabeça que é ter que ir com o 75 à ipo. De vez em quando inventam tretas para embirrar.
Apregoam a defesa da originalidade, mas o que é certo é que já fui obrigado a mexer nessa originalidade para ter a folhinha verde...

Acho que isto tira do sério qualquer amante dos clássicos. angry.png
 

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Conheço apenas as certificações do Museu do Caramulo, e garanto-vos, pela extensa check list e inspecção detalhada do carro, com conhecimento de causa (informei previamente sobre o modelo e ano de produção, para que quem inspeccionou o carro estivesse bem documentado para o fazer!) e não passam todos os carros, mesmo a pagar a certificação é preciso estarem de origem e só admitem algumas diferenças como sendo jantes especiais da época, e pouco mais...
 

Dias Gonçalves

Abílio Gonçalves
Pedro Pereira Marques disse:
.....
Em relação às inspecções, estas servem para a nossa segurança, não me importo que os meus carros por lá passem todos os anos, só tenho a ganhar... Sem medos. ....
Eu não tenho nenhum problema quando se avalia a segurança nas inspecções dos meus clássicos: se trava bem, se tem a direcção alinhada, se todas as luzes funcionam, .... O meu problema são questões que nada têm a ver com a segurança mas sim com a poluição (o carro pingar óleo ou o excesso de CO que obriga a "desafinar" antes das IPOs para que possa passar, ...) ou o rigor da originalidade em substituição da segurança (como ter pneus 155/80R13 em vez de 5.2"x13) ou medirem as matrículas para verificarem que a de frente tem mais 0.5 cm que a traseira (aconteceu comigo !). Outra avaliação que me "chateia" é a "máquina de esticar os eixos" pois não me parece que dê grande saúde as nossos "velhinhos"

Obviamente que me parece um exagero fazer as IPOs anualmente pois poderiam ser feitas de forma mais espaçada (cada 2 anos ?) .

Tenho vários carros Certificados/homologados pelo ACP clássicos e, mesmo o de 1948, é sempre avaliada a sua segurança antes da recertificações. Mas também me parece um exagero só ser reavaliado ao fim de 6 anos - pelo menos deveriam ser reavaliada as suas condições de segurança mais regularmente
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Dias Gonçalves disse:
Eu não tenho nenhum problema quando se avalia a segurança nas inspecções dos meus clássicos: se trava bem, se tem a direcção alinhada, se todas as luzes funcionam, .... O meu problema são questões que nada têm a ver com a segurança mas sim com a poluição (o carro pingar óleo ou o excesso de CO que obriga a "desafinar" antes das IPOs para que possa passar, ...) ou o rigor da originalidade em substituição da segurança (como ter pneus 155/80R13 em vez de 5.2"x13) ou medirem as matrículas para verificarem que a de frente tem mais 0.5 cm que a traseira (aconteceu comigo !). Outra avaliação que me "chateia" é a "máquina de esticar os eixos" pois não me parece que dê grande saúde as nossos "velhinhos"

Obviamente que me parece um exagero fazer as IPOs anualmente pois poderiam ser feitas de forma mais espaçada (cada 2 anos ?) .

Tenho vários carros Certificados/homologados pelo ACP clássicos e, mesmo o de 1948, é sempre avaliada a sua segurança antes da recertificações. Mas também me parece um exagero só ser reavaliado ao fim de 6 anos - pelo menos deveriam ser reavaliada as suas condições de segurança mais regularmente
Concordo plenamente com o seu ponto de vista, tinha referido os aspectos da segurança, mas de facto esqueci-me completamente de referir os outros. O exemplo dos carburadores é típico, temos que desafinar os carros para que passem na inspecção, quando um clássico é sempre um carro reaproveitado/reciclado, não foi para o lixo (não fez lixo), anda poucos quilómetros por ano, mas no entanto ainda pensam que são poluidores! Poluidor é o Toyota hibrido que anda todos os dias no transito e que muitos componentes foram fabricados na China, na India e em outros países menos adeptos de industria limpa.

Obrigado pela opinião.
 
Pedro Pereira Marques disse:
Eu acho que estas coisas das certificações são muito engraçadas no papel, mas a realidade é que existe muito carro certificado que não deveria estar, quem certifica não sabe em alguns casos o que anda a fazer e parece que estas certificações existem apenas para dar trabalho a alguém.

Então o meu clássico é um poluidor? Depende, se estiver certificado já não é e até já posso ir ao centro de Lisboa com ele as vezes que eu quiser! Basta pagar...

O meu clássico é um clássico? Que pergunta idiota. Se eu pagar é considerado como tal! Se eu não pagar é um carro que vale menos e deixa de ser clássico e passa a ser apenas velho. Não é bem assim.

Os meus clássicos são clássicos a 200% mas como não paguei a homologação, o seguro agora só me dá o valor nominal do carro que é 500 eur. Isto não é bem verdade e o contrário também não. Não podemos "assustar" os proprietários dos clássicos com estas informações. Já me bateram por trás e o seguro pagou a reparação de 5000 eur e o carro não estava certificado. Conheço casos de carros certificados que o seguro não pagou o que devia ter pago. Não é preciso certificações, o que é preciso é sorte.

Em relação às inspecções, estas servem para a nossa segurança, não me importo que os meus carros por lá passem todos os anos, só tenho a ganhar... Sem medos. O problema é os carros que nem lá vão, só lá aparecem os documentos, e os outros que vão sem as mínimas condições e passam por causa de uma nota de 20 eur. Falo de coisas que toda a gente conhece, mas que se esquecem momentaneamente quando é hora de falar a verdade. Quantos de vós conhece clássicos muito bonitos que não deviam circular na estrada? Eu conheço muitos. Em relação a este assunto até acho muito bem que os pós 1960 devam ir todos os anos, não lhes faz mal nenhum e se as inspecções fossem a sério todos nós tinhamos a ganhar com isso. A verdade é que as inspecções assim como certificações e outros ões que para aí há não são para todos ganharmos com isso, é mesmo só para alguns. Desculpem o mau feitio, mas é mesmo o que penso.

Podias ser mais específico em relação à valorização do carro em termos de seguro?
 

Joao Cunha

Celicas Clube Português
Acho mais uma forma soft e dissimulada de ganhar €€ com certificações de clássicos e tanga de mais não sei quê,para o ano inventam outra... mas vindo da ACP não se poderia esperar outra coisa....enfim o nosso belo Portugal no seu esplendor de sugar €€€,deveria entrar no guiness como o pais onde se paga mais de tudo um pouco,estaria no top ten de certeza.
 
Por falar em certificações, a do Capri termina este mês.

Vou entrar em contacto com o Museu do Caramulo para nova inspecção ao carro, e validar a certificação por mais 4 anos.
 
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