Bugati

Carlos Alberto Macedo

Gang dos Rojões
Bugatti

Curioso como uma fábrica mantida sempre no mesmo local, Molshein, têm origem alemã antes de ser francesa... É que quando estalou a primeira Grande Guerra, a região alsaciana pertencia aos alemães passou a ser francesa – muito embora durante a Grande Guerra fosse de novo ocupada pelos alemães!

Nascido em milão, em 1881, Ettore Bugatti tinha trabalhado para várias empresas, como a De Dietrich e Deutz antes de se instalar na Alsácia e começar com a própria empresa em 1909. Durante o primeiro grande conflito mundial equipou os aviões franceses com motores de 16 cilindros mas em termos de automóveis, se o Peugoet “bébe” de 1911 foi uma das suas criações anteriores à guerra, seria o Tipo 13 o primeiro bugatti do pós-guerra, surgido em 1919 para dar origem a evoluções que tornariam a marca francesa famosa.



O tipo 23 foi o modelo mais produzido – 2005 unidades entre 1919 e 1926 – e foi o primeiro bugatti cujo motor possuia 4 quatro válvulas por cilindro. Para além da vitória no então Grande Prémio de Le Mans, os quatro primeiros lugares no Grande Prémio de Brescia tornaram o modelo muito conhecido. O tipo 23 Brascia tinha um motor de 1500cc e atingia uma velocidade máxima na ordem dos 130 km/h.


A competição sempre marcou a bugatti e exemplo disso está no “tank”, modelo de 1923 com um motor 2 litros e 90 cv, dos quais apenas seriam produzidos quatro exemplares. No ano seguinte nasceu o que será o bugatti mais conhecido, o Tipo 35, com motor de 8 cilindros e 2 litros de cilindrada e um aspeto cuja beleza era ajudada pelo desenho das jantes. Foram produzidos 170 exemplares, mas o Tipo 35 Grand Prix teve mais alguns derivados.


O luxo e requinte também faziam parte do nome Bugatti. O Tipo 28 foi um protótipo de carro de luxo criado em 1921, mas o royale, cinco anos mais tarde, quase deitou tudo a perder. Ettore tinha pensado em grande – chassis com mais de 4 metros de distância entre eixos, motor com 8 cilindros com 12 763 cc e 275 cv – mas foi muito dificil vender as 6 unidades produzidas. Há quem defenda que, em 1930, um royale custava tanto como três Rolls Royce! Foram, assim, outros produtos como os comboiso e os barcos, que vieram a ajudar a manter a fábrica.


É nessa época que se dá a transmissão de poderes. Jean Bugatti, nascido em 1909, segui o mesmo caminho do pai, criando verdadeiras obras de arte e assumindo a direcção da fábrica quando Ettore se mudou para paris em 1936, mas por pouco tempo...
vitorioso em Le Mans em 1937, o tipo 57 foi depois melhorado numa versão de competição que viu morrer jean ao seu volante; o acidente aconteceu quando tentou evitar um ciclista na estrada que servia habitualmente como sua pista de ensaios.


A última criação de Jean seria um protótipo (tipo 64) nesse ano de 1939. para a hist´roia tinha ficado como outro belo modelo – o tipo 59, considerado por muitos como o mais rapido dos bugatti, com os seus 260 km/h, inicialmente com motor de 250 cv e, mais tarde, com 370 cv. Entre outras curiosidades, tentava melhorar a aderencia com rodas duplas na traseira. Tazio Nuvolari foi um dos pilotos que brilhou com o 59, mas, apesar de algumas vitorias, os grandes sucessos não apareceram. O último triunfo de um bugatti seria conseguido por Jean-Pierre Wimille em 1945 e a ultima participação num grande prémio seria 11 anos mais tarde, com Maurice Trintignant no tipo 251 de formula 1, que não teve o sucesso pretendido.


Etore Bugatti morreu em 1947 e as coisas não iam bem para a fábrica. Continuou a criar modelos, como o tipo 451, um projecto com motor V12 mas que não chegou a avançar, sendo vendida à Hispano-Suiza, acabando mais tarde por ir parar às mãos de uma empresa aeronáutica, a SNECMA.


O adormecimento da marca só foi interrompido em 1986, quando o enigmático milionário Romano Artioli comprou os direitos da Bugatti Automobili spa, construindo em modena os bugattis da nova geração. Ettore Bugatti foi recordado na sigla do novo modelo, o Eb110, que apesar dos 550 cv no motor V12 não atraiu a clientela esperada, tal como a berlina EB112 surgida em 1993.


os problemas financeiros ficaram dificeis de resolver e a marca parecia ter terminado os seus dias em falência. Em 1998, porém, passou a ser mais um ramo da grande arvore que é o grupo volkswagen. Há uns anos foi apresentado um novo projecto, o EB 16,4 Veyron – tracção total permanente, motor de 8 litros com 1001 cv – que fez recuscitar um dos nomes mais emblemáticos da história.


Como ultima curiosidade, refira-se que também mantém a empresa Messier-bugatti uma das várias pertencentes ao grupo SNECMA. É lider mundial no fabrico de travões e rodas de alta tecnologia, fornecendo empresas como a boeing e equipando aviões com o airbus. Os caças mirage e rafale usam igualmente equipamento da Messier-bugatti.
 

Anexos

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Nuno Andrade

Pre-War
Mais um fantástico tópico...

Pessoal, este rapaz passa horas a redigir estes textos, pois há muito informação, mas toda ela dispersa, e em outras línguas que não a nossa...

É de valor...

Obrigado Carlos...

cumprimentos.
 

Fabio Nunes

YoungTimer
Mas de salientar que o senhor Buggati era italiano e a semelhança de muitas outras grandes marcas á sempre um italiano ou dois metido na história, não sei mas quando se trata de marcas miticas á sempre italianos misturados na história das origens...
 
OP
OP
Carlos Alberto Macedo

Carlos Alberto Macedo

Gang dos Rojões
Fabio Nunes disse:
Mas de salientar que o senhor Buggati era italiano e a semelhança de muitas outras grandes marcas á sempre um italiano ou dois metido na história, não sei mas quando se trata de marcas miticas á sempre italianos misturados na história das origens...

não há nada melhor do que um italiano a fazer carros.
 
Vi ontem num canal da Tv cabo o modelo da Bugatti.....q nem todos os milionarios o conseguem comprar....BEM....MEUS AMIGOS......1001 cavalinhos?? percebi bem?? e lindo q ele é...:p
 
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