Estou como o António, dois carros e dois modos de condução distintos.
No DS o ritmo é de passeio e o carro vai muito bem assim.
Já o outro, não conhece o conceito de "devagar"... É muito difícil ter-se auto-controlo quando se está a subir a Avenida Duarte Pacheco já colado ao banco e ainda assim sentir que o motor tem muito mais para dar...
O que vale é que o condutor tem amor à vida.
Conduzir depressa e conduzir com pressa são coisas bem diferentes.
Por exemplo, de Beja para VRSA passando por Mértola e até Alcoutim é uma estrada cheia de curvas a qual conheço como as palmas das mãos.
Este Verão vindo no Feroza, um tipo com uma MB novinha não me consegui passar. E atenção que bem tentou!
Á uns anos na mesma estrada com um Smart disel não larguei a traseira de um SLK....excepto nas curvas.
(É claro que em ambas as situações ia sozinho).
Há muitos anos devo ter apanhado uma das maiores vergonhas (automobilisticamente falando) da minha vida!
Fiz esse mesmo percurso de Suzuki Swift 1.3 GS mk1 (batia-se com os Corsas Gt) e vi-me completamente á nora para acompanhar uma Ford Transit "bico de pato"!
Quando se tem prazer em conduzir, é natural que ocasionalmente se calque mais no pedal... quando a estrada e a máquina convidam, é difícil resistir.
Como o José disse e bem, andar depressa e andar com pressa são coisas bem diferentes. Há muito quem acelere mas não saiba lidar com isso decentemente. Já envergonhei muita gente em carros muito mais potentes que os meus que não sabem fazer curvas... é também por isso que já raramente acelero quando há outros carros por perto, nunca se sabe que azelhice nos pode lixar os planos.
Como ando todos os dias de clássico, e todos são italianos, ocasionalmente é preciso puxar pelos puro-sangue para colmatar alguma falha nos horários, e não custa nada. Mas geralmente, como tenho passageiros em pelo menos metade dos percursos, o andamento é mais calmo. O que vale é que eles também gostam, e por vezes brincamos um bocadinho quando há condições.
Obviamente também depende das máquinas... e não é preciso andar a 200 à hora para ter gozo. Eu já me ri mais com o 127 a 40 km/h do que muitos carros mais potentes ao quádruplo da velocidade.
Agora que há carros nos quais é virtualmente impossível andar devagar, isso é... eu desafio quem quiser a conseguir andar um dia inteiro num 124 Spider ou Coupé com o motor 1608 de dois carburadores sem fazer o gosto ao pézinho... é impossível. Ainda hoje dei uma volta no Spider do meu vizinho, e aquilo quase exige que lhe deixemos andar aos gritos e a atravessar a traseira! E não há melhor antidepressivo...
Subscrevo os posts dos Eduardos (Correia e Relvas) e acrescento;
Sou um pecador por defeito, sozinho e com a estrada desimpedida normalmente ando depressa (tudo é relativo);
Ja tive "drives" memoráveis qb (para mim claro), sendo que curiosamente uma das últimas foi no Golf.
Um fim de tarde esplendoroso, no IC 8 entre Vila Nova de Poiares e a A23, pouco trânsito e curvas umas atrás das outras. Só rezo para que já tivessem recolhido os radares.
Ir pela manhãzinha comprar pão no Audi Coupé Gt, em pleno Douro Vinhateiro, também ficou gravado na minha memória. Felizmente memórias boas ao volante não faltam;
Sou um privilegiado inconsciente, não faço, nem nunca fiz movimentos pendulares no dia a dia e só pego nos carros em situações muito específicas.
Os carros velhos não tem os dispositivos de segurança dos actuais e tal, pois não.
Se calhar sou um bocado inconsciente, talvez. Já se fumasse, bebesse e me alimentasse mal, tenho a certeza que o seria.
Tento manter os carros em boas condições, com boas suspensões, bons pneus e muito provavelmente, como a única coisa que conduzo que reporta ao século 21 é o Golf 4, nem sei bem o que um carro novo me poderia oferecer em termos de segurança.
Francamente nem estou muito interessado, mas admito que sejam fabulosos nesse capitulo e em muitos outros.
Por outro lado tudo é relativo, numa estrada como esta não é preciso andar muito depressa para se ter um enorme prazer de condução;
Mesmo na C3, à partida um veiculo bom para se engordar, já tive drives memoráveis é tudo uma questão de; em que dia, em que carro e em que estrada, por vezes tudo se coaduna para a perfeição;
Tudo muda se de alguma forma as circunstâncias do momento colocarem em perigo terceiros, dentro e fora do carro, ai sou extremamente cauteloso e prudente.
Penso que nestas condições as vantagens em termos de segurança dos carros novos não serão evidentes, mas mais uma vez, poderá ser ignorância minha;
Há ainda uma dimensão nos carros velhos que para quem entende não há grande coisa a explicar e para quem não entende não há explicação possível.
Conduzir um carro do qual gostamos, que conhecemos por dentro e por fora seja numa viagem em familia por paisagens de cortar a respiração, por estradas do interior na companhia de amigos com quem nos entendemos lindamente ou mesmo na ZER, proporciona prazeres e sensações sem igual, para quem sente claro
Pelos mesmos motivos, devagar e acompanhado;
...ou devagar e sozinho;
...em carros velhos é sempre especial
Curiosamente não tenho qualquer apetite para a competição nem sequer pela regularidade.
Já, depois de um dia de trabalho intenso, um jantar com amigos numa cidade que não costumo frequentar (Aveiro), para regressar a casa tenho um carro que gosto e 250kms de estradas desertas pela frente (EN109 até Leiria e a partir dai pela EN1, para mim o paraiso de petrolhead andará perto;
Go!
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