Ainda há compras de clássicos...?

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
O "grande" problema é que querem tudo dado, mas apenas quando estão compradores. Quando são vendedores o caso muda de figura e aí já não se dá nada.

Se formos compradores, o mercado está uma maluqueira e pedem-se fortunas. Se formos vendedores, o mercado está de boa saúde e recomenda-se. Temos que ser honestos...

Todos dizemos mal dos valores que pedem pelos carros, porque "estão muito caros", "o homem é maluco", "é um roubo", etc... mas se tivéssemos esses mesmos carros e se os quiséssemos vender... quando pediríamos? Melhor: por quanto estaríamos dispostos a entregá-los a um novo proprietário? Qual seria o valor real de venda? Se perguntarem isto a vocês próprios e se derem uma resposta honesta depressa compreenderão melhor os preços, o mercado e o valor real das coisas.

Na minha experiência ainda posso acrescentar mais: os carros verdadeiramente "caros" são vendidos fora do circuito Olx e Custojusto, são carros que basta apenas passar a palavra e são rapidamente vendidos, muitas vezes por valores mais altos do que os anunciados nos sites.

Acho que há é muita falta de honestidade e muitas vezes não queremos aceitar a realidade. Os BONS carros vendem-se bem, os não tão bons nem por isso.

Concordo com o que o Carlos Vaz escreveu na íntegra. Existem os carros e os outros carros. Uma coisa mais exclusiva vende-se muito rápido e até acaba por ser "barata". Uma coisa menos exclusiva vende-se mal e acaba por ser muitas vezes "cara".

Acho que estamos a passar por uma fase de mudança no mercado, está a acontecer agora, separa-se o trigo do joio e deixaram de haver porsches ao mesmo preço que minis. Se um mini mesmo que o cooper s valha 30.000 um 911 vai valer apenas 25.000? Nunca na vida. O mercado percebeu isso, o mini continua a valer o mesmo (ou mais), mas o 911 vale mais de 100.000. Estamos em ajustamentos, o mercado está a recuperar a honestidade e os compradores são cada vez mais informados do que vale ou não a pena comprar. Muitos também chegaram á simples conclusão que o mais "barato" custa muitas vezes 100.000 e o mais caro "30.000"... não sei se me faço entender.
 

Pedro Seixas Palma

Pre-War
Premium
Estamos em ajustamentos, o mercado está a recuperar a honestidade e os compradores são cada vez mais informados do que vale ou não a pena comprar.
Não posso discordar mais. Para mim o mercado está a criar uma bolha que rebentará como rebentam sempre as bolhas. E os compradores passam pela net e julgam que sabem o que vale a pena, compram um chaço e passados 6 meses colocam-no à venda pelo dobro. É o jogo das cadeiras, quando a música parar alguém vai ficar em pé, com um Alfa Romeu montado em Portugal, atamancado e pintado de "vermelho revenda", pelo qual pagou um valor obsceno porque o Petrolicious estava sempre a publicar Alfas.
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Não posso discordar mais. Para mim o mercado está a criar uma bolha que rebentará como rebentam sempre as bolhas. E os compradores passam pela net e julgam que sabem o que vale a pena, compram um chaço e passados 6 meses colocam-no à venda pelo dobro. É o jogo das cadeiras, quando a música parar alguém vai ficar em pé, com um Alfa Romeu montado em Portugal, atamancado e pintado de "vermelho revenda", pelo qual pagou um valor obsceno porque o Petrolicious estava sempre a publicar Alfas.

O mercado dos "chaços" como lhes chamaste, é isso mesmo: é o mercado dos "chaços". Estás a concordar em pleno comigo. Lê melhor o que escrevi.

Um Alfa RomeO (com "O" no fim) montado em Portugal na Movauto poderá ter um valor obsceno ou não. Tudo depende: para o vendedor é o valor correcto para deixar de ter o carro e o vendedor é que tem sempre a última palavra. Poderá ser obsceno para ti, para outros poderá não ser.

Até te digo mais: prefiro ter um Alfa "vermelho" revenda por, vamos exagerar no valor, 25.000 euros do que um Mercedes 190 SL por quase 200.000. O Alfa Romeo ainda vai ter que subir muito mais, ainda se está a adaptar...
 
Última edição:

Pedro Seixas Palma

Pre-War
Premium
O mercado dos "chaços" como lhes chamaste, é isso mesmo: é o mercado dos "chaços". Estás a concordar em pleno comigo. Lê melhor o que escrevi.
Não, não estou a concordar. Qualquer carro pode ser um chaço, Porsche e Alfa Romeo incluído (fica lá com o O). Simplesmente não existe justificação para o diferencial de preço entre o "nosso mercado" e o mercado internacional. As pessoas estão a pagar/pedir valores loucos por carros que simplesmente não valem. Basta olhar para o site de um stand que por acaso lava os carros antes de os fotografar, e vemos Mercedes "pagode" por 125.000€ ao lado de um Bentley Continental GT por 95.000€.
 
- Não restaurado e bem conservado.
- Projecto de restauro a preço justo.
- Restaurado ao pormenor mesmo que caro. Aqui não se encaixam facilmente os carros populares.~
- Raros ou peças altamente coleccionáveis.

Eu diria aos vendedores e compradores de clássicos que deviam ler estas palavras sabias antes de comprarem um clássico. Ler e reler!! De @João Pereira Bento, não as minhas ;);)

Relativamente ao mercado de clássicos o @Pedro Seixas Palma e o @Pedro Pereira Marques, em género de consenso penso que ambos tem razão, um esta a ver do lado do comprador de clássicos quer comprar barato o que é legitimo, o outro do lado do vendedor que quer realizar mais valias igualmente legitimo.ATENÇÃO não sei se querem comprar ou vender só estou a falar na perspectiva!!

Mas, posso estar enganado, não me parece que estejam a falar do mesmo mercado. Aqui está-se a falar é de "pratical classics" como definem os Ingleses, que são uns mestres do assunto.

O mercado mais acima entre os 10000 e os 50000€ provavelmente o vosso não sei, já não é tão "instável" e o do topo é completamente regulado e super escrutinado.(Mesmo assim é preciso ter cuidado á dias vi um modelo á venda de que sou conhecedor, apanhei dois pequeníssimos detalhes..... nunca o compraria)

O mercado está cheio de carros que valem na sua maioria 300€ 400€ no máximo 700€ e gente a pedir por eles 3500 4000 5000, preços completamente irrealistas, e porquê?
Porque o amigo disse que o que está a dar são os clássicos pá!!!! Porque se o Zé vendeu por X o meu vale X+Y............ porque ainda não houve alguém com cabeça que tenha visto esta área como um MERCADO, como um negocio que deve ser regulado, que deve ter valores de referencia, um portal de venda regulado etc etc etc.....

A laia de desabafo já viram o que os Ingleses inventaram á muitos anos: um negocio que se entrega peças velhas e se recebe "refurbish", pois é grandes Ingleses, mestres no negocio. Á espaço para isso em Portugal!!!!!

Á templos publiquei aqui, penso até ter sido a primeira vez que o fiz neste portal, um site sobre a Hagertys que define o valor dos clássicos e sua classificação no mercado americano, porque para eles a par com os Ingleses "business is business". Dividem-no em quatro categorias, redutoras no meu entender, mas ainda assim uma referencia.E estabelecem valores com base em diversos parâmetros em que um deles é o valor das transacções realizadas.

Em conclusão sabem qual é o nosso problema, é que definimos á uns 20 anos atrás, e bem, legislação que seria o inicio de uma área de negocio de clássicos, com matriculas da época etc etc etc.
Mas isso foi aproveitado sabem para quê??? Para trazer toda a espécie de trambolhos a diesel para o nosso mercado.
Acabaram com ele,e como as partes não se entenderam e nunca perceberam o que estava em jogo, (digo eu sem muito conhecimento de causa mas costuma ser assim em Portugal quintas e quintinhas) acabaram por deixar morrer esta área, que daria emprego a uns tantos (talvez mais do que poderemos pensar)

Falta:
Abertura ao mercado
Nova legislação sobre importação

"tout court"

Obrigado e Cumprimentos

ps:
Hagerty Classic Car Insurance | For People Who Love Cars
Classic Car Insurance | Hagerty UK
 
Última edição:
Sou o único a achar que também nós, sempre que anunciamos algo, estamos a contribuir para esta situação ? :D


Os valores são o que são e cada um avalia o seu bem pelo que bem entender. Por muita capacidade e sagacidade que a gente tenha para avaliar restauros e para opinar sobre o valor de determinado modelo o proprietário terá ciente os custos que teve, o valor que o automóvel tem para ele e, posteriormente, o mercado encarregar-se-á de o chamar à realidade, ou não ;)

Soube recentemente de datsun´s 240 KGT a serem transacionados por 35 mil e, a posteriori, a serem enviados para as terras das tempestades de areia por mais de 100 mil (não lerem mal, é mesmo mais de 100 mil ...). Portanto, e como não sou "santo" nem "pregador" se tivesse um desses modelos também não o ia vender ao desbarato só porque o Porsche 944 do Zé está á venda por 8 mil !

A título de mera curiosidade, acabei recentemente o restauro de uma Vespa 50s e, sem a compra, gastei exatamente 3 286,20 euros ;) Não é para venda, se fosse não faria as coisas assim, mas aviso já que por menos de 4 mil não a vendo. (Posso trocar por um Datsun 240 KGT.... :D:D)
Ainda relativamente aos carros, já fiz bons negócios na net, já fiz menos bons ... mas os melhores foram todos longe da aldeia global.

Cumprimentos,
 

Pedro Pereira Marques

Pre-War
Autor
Não, não estou a concordar. Qualquer carro pode ser um chaço, Porsche e Alfa Romeo incluído (fica lá com o O). Simplesmente não existe justificação para o diferencial de preço entre o "nosso mercado" e o mercado internacional. As pessoas estão a pagar/pedir valores loucos por carros que simplesmente não valem. Basta olhar para o site de um stand que por acaso lava os carros antes de os fotografar, e vemos Mercedes "pagode" por 125.000€ ao lado de um Bentley Continental GT por 95.000€.

Obrigado pelo "O".

Sim, realmente tens razão: existe uma grande diferença entre o nosso mercado e o internacional, porque como todos nós sabemos a grande maioria dos carros bons que temos são vendidos lá para fora!! Sabes porquê? Porque cá chamam malucos aos que pedem os preços, lá fora acham justo... e tenho dito.
 
Obrigado pelo "O".

Sim, realmente tens razão: existe uma grande diferença entre o nosso mercado e o internacional, porque como todos nós sabemos a grande maioria dos carros bons que temos são vendidos lá para fora!! Sabes porquê? Porque cá chamam malucos aos que pedem os preços, lá fora acham justo... e tenho dito.

Nem mais Pedro, quando recentemente vendi 2 dos meus bólidos, nem sequer me dei ao trabalho de os anunciar em Portugal, o primeiro porque me iam chamar "maluco", estava impecável, imaculado, sendo o preço consequente, o segundo porque qualquer Zé que visse um NSU TT naquela ordem de valores ia pedir também mundos e fundos pelo dele, ainda que estivesse todo "enmassado" por cima dos podres.
O mercado português é muito sui-generis e de modas, mas ainda há muitos bons negócios fora dos circuitos comerciais e muita gente que não sabe o que realmente tem, para o bem e mal de todos nós, ainda se enfardam 75 ts.
Quanto à nossa paixão italiana penso que ainda tem, justamente, um grande caminho de progressão pela frente, é preciso é apostar nos cavalos certos.

Abraço
 

Carlos Vaz

Pre-War
Era exactamente a isto que me referia...
Basicamente pedem-se valores muito altos por carros relativamente comuns e de interesse reduzido que efectivamente não se chegam a vender por isso mesmo, têm pouco interesse e são caros.
Depois há os outros que efectivamente como têm interesse se não saírem por aqui acabam (o que acontece na grande maioria dos casos) por saír para o estrangeiro.
 

Gomes Miguel

Clássico
Ontem, em conversa com um amigo que tem um Mini Clubman de 74 para venda há mais de ano e meio, dizia-me ele (que tem mais experiência do que eu nestas coisas) que apesar de haver mais feiras, exposições, encontros, passeios etc de viaturas clássicas, tal não parece corresponder a um aumento de interessados em adquirir carros clássicos e que nestes eventos, basicamente são sempre os mesmos. No caso dele, como complemento à actividade principal (pneus e derivados) faz o restauro de viaturas, com qualidade e cuidado (não será da A a Z mas de A a U...), sendo que o carro ficará com vida nova. Talvez por vantagem da profissão, consegue adquirir viaturas a um preço baixo, que não exigem restauros morosos e todos os anos conseguia vender pelo menos 1 carro, com um lucro simpático.
Porém, este Mini parece que está embruxado, não há meio de sair...apesar de já ter baixado de preço por 2 vezes e agora ter o preço que cobre apenas as despesas.

Por curiosidade, fui ver quantos carros clássicos (até 1980) estão para venda nos principais sites...
Custo Justo regista 1500 carros. No OLX, tirando os repetidos do Custo Justo, serão talvez mais uns 750..e faltam todos aqueles que aparecem noutros sites ou que nem sequer são anunciados na net.

Da vossa experiência, há compradores que justifique esta oferta? Quanto dos membros deste forum compraram carro clássico nos últimos 24 meses ? Será que foi uma moda, o entusiasmo pelos Mini, os Renault 4, os 2 CV, os Carocha ,etc, etc e que se esgotou?

Comprei um o ano passado e conto em comprar 2 este ano.
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Leio com interesse as flutuações e tendências do mercado nas publicações de referência, mas não ligo muito aos preços excepto quando penso em comprar,.

No entanto assino por baixo dos comentários do Carlos Vaz, do Eduardo Relvas e do Pedro Marques, salientando deste último a frase;

"Os BONS carros vendem-se bem, os não tão bons nem por isso."

As excepções serão a confirmação desta frase.


nuno granja
 

Camacho Cêrcas

Pre-War
Autor
Um tópico com importância em que todos têm uma opinião distinta de acordo com a experiência vivida em compra e vendas ou com percepções diferentes do mercado que acompanham (leia-se carros populares, desportivos, etc.), quer seja através da consulta de sites e imprensa nacional ou, os que querem ter uma visão mais abrangente, através da informação que vem do estrangeiro onde supostamente, os entendidos têm a opinião que conta. Mas aqui também temos opiniões bem formadas e argumentadas, basta ler os comentários acima.

Não sei se é possível quantificar quantos carros velhos/clássicos foram efectivamente vendidos para o mercado exterior, no entanto, também sei de muitos automóveis históricos, de valor avultado e cobiçados em todo o mundo que foram vendidos em território nacional nos últimos anos, quer sejam por restaurar ou restaurados e por valores a roçar o “inacreditável”, na opinião de alguns. Nem tudo o que é bom ou excepcional foi para fora.

Todos têm razão, uns mais que outros mas ao que parece, é unânime que comprar um carro “interessante” ficou mais caro e complicado, ou seja, aqueles negócios de Alfas GT Junior vermelhos montados na Movauto todos podres e adulterados a 500 euros como o Pedro Seixas Palma refere já terminaram. Já agora, caro portalista Pedro S. Palma, se tiver um destes Alfa Rome”u”, avise-me, pois pelos vistos, será dos poucos a desvalorizar este modelo e este mercado.

Portugal é um país de “tesos”, infelizmente. A percentagem de entusiastas que pode pagar 50.000/100.000/200.000euros ou mais é bastante reduzida. Resta-nos os “outros” e mesmo estes, os que de facto estão compradores, sabem o que pretendem, quanto querem gastar e acima de tudo, estão informados e dentro do possível, limitam este mercado a vários níveis, seja monetariamente como selecionam o que interessa e deixam os restos para trás. Mas… e “aqueles”? Sim, “aqueles” que estão pouco atentos, que quando querem vender, inflacionam o valor e quando querem comprar, querem oferecido. “Aqueles” que continuam a descurar a história automóvel e limitaram-se aos carros populares, os Minis, Carochas, Datsuns, Anglias, Kadetts, 2CVs , 600 e afins. Esta sim, foi a tal “bolha” que finalmente rebentou e estabilizou valores, dividiu o bom do muito bom, o podre do irrecuperável. A única bolha que não rebentou foi mesmo a que está dentro da cabeça/mentalidade de alguns entusiastas porque, ou nunca venderam nada, compraram um clássico através do jornal Ocasião em 1991 e ainda o usam para comparar valores, não devem ter net , são casmurros, orgulhosos e estão completamente desactualizados da realidade. “Aqueles” existem por aí e não são assim tão poucos.

Portugal demora a assimilar algumas modas ou tendências, é cultural. E aqui foi o mesmo, os carros clássicos subiram de valor, criaram-se novos nichos de mercado (os pré-clássicos), um carro velho já não é visto só do ponto de vista do usufruto directo na estrada ou do colecionismo mas tornou-se irremediavelmente um produto de investimento, trazendo novos actores a que este mercado não estava acostumado. Sempre estiveram presentes mas nunca tivemos tantos especuladores como agora. Eu também o sou, não tenho problemas em admitir (aliás, acho que somos todos, uns mais que outros), mas antes de tudo, sou amante da condução, de carros e de investir em algo que compreendo e que está na minha zona de conforto, algo que muitos não o são, apenas levaram a sério a recomendação de alguém que tirou os euros do antigo BES, comprou um carro “velho” e vendeu passado 1 ano com lucro de 20/30% ou mais, quando a taxa do banco rondava os 2%. Estão a entender?

Falo com alguma experiência na compra e venda de “chaços”, carros em estado mediano, alguns em fraca condição geral mas também já tive máquinas muito interessantes e em bom estado. Por norma, os carros que vendi, estavam a circular o que permite uma avaliação diferente da que se pode fazer a um carro imobilizado. O estado geral, historial, proveniência e o factor interesse pelo modelo reflecte-se no valor final.

Por norma, algumas semanas chegam para vender pelo valor que EU quero, mas ultimamente, tenho vendido os carros em poucos dias e também pelo valor que EU quero! Mas já aconteceu o contrário, tive um VW Corrado G60 para venda durante quase um ano. Estava em excelente estado e obviamente com preço a condizer. Tive de esperar pelo comprador certo, com poder de compra, exigente e entendido no modelo. E foi pelo valor que EU pretendia.

Algumas marcas e modelos têm tanta procura que o pouco stock existente em Portugal não chega para a procura. Um caso recente: não faz ainda 2 meses que vendi um dos GT´s Juniores que tenho. Bastou fazer uns telefonemas a “anunciar” que estava vendedor do GT e os interessados começaram a aparecer. Dias depois, venda concluída por um valor justo para ambas as partes. Foi justo porque ambos sabiam/sabem o que tinham/têm, estão informados, o vendedor quer vender e o comprador quer comprar.

Já vendi para Espanha e Brasil. A maioria dos carros que vendi foram a comerciantes e/ou novamente revendidos por valores bem acima do que estava a pedir.
Sempre soube escolher os carros que comprei e consequentemente, defendi-me na hora de vender, ou seja, sabia de antemão que iria ter mais interessados que os modelos semelhantes. Por exemplo, também tive um Carocha, neste caso, um raro 1302 Jubileu, ou uma já rara Renault 4L de 1971, diferente no “oceano” de 4L´s que “navegam” nos sites de venda.

E provavelmente é aqui que muitos falham, não são… originais na escolha. Esta é uma opinião muito pessoal e pode ter uma interpretação diferente para quem a está a ler, mas quem compra um carro popular, onde o leque de escolha é imenso e para todos os gostos e carteiras, arrisca-se a que na hora da venda, possa até eventualmente, perder alguns euros, derivado a uma oferta generosa.

Andamos todos ao mesmo: ter o melhor possível com o menor custo pessoal e financeiro. Se um Lancia Fulvia 1300S em bom estado poderá atingir valores a rondar os 15mil euros, o tipo que é “teso”, sonhador e que tem a ambição de possuir este modelo, se tiver a oportunidade de comprar um Fulvia para restauro por 1500 euros nem pensa duas vezes em comprá-lo. Mas comprou um Lancia. Um Fulvia! E não um Mini! E se tiver de o vender algum dia na mesma condição que o comprou, não vai perder euros e até poderá, eventualmente, ter algum lucro.

Já aqui foi referido mas nunca é demais salientar este aspecto: qualquer um de nós quando quer vender, ou melhor, abordar o mercado, começamos por valores claramente inflacionados e quando vamos comprar, tentamos desvalorizar. Excepção para os carros que estão bem mantidos ou restaurados. Aqui, temos de valorizar para também ficarmos a ganhar no futuro.

Outro pormenor curioso é a azia que alguns amantes de carros velhos têm quando se fala sobre este assunto. Além de alguma “dor de cotovelo” por verem os outros a ter um clássico de valorizou e com isso obter um lucro legítimo, pelos vistos, estavam (e ainda estão) a dormir e deixaram passar este fenómeno, consequentemente deixando por concretizar o sonho em adquirir o tal almejado clássico. Se antes consideravam caro, agora parece-lhes desproporcionado. Mas estão enganados, alguns carros velhos/clássicos estão finalmente a ter o merecido reconhecimento que faltava.

Ah, e respondendo á pergunta do tópico: sim, existem ainda bastantes vendas pois os carros velhos/clássicos e históricos em bom estado em Portugal ainda se compram a preços minimamente realistas.
 
@Camacho Cêrcas concordo em quase tudo contigo, nada como palavras baseadas em experiência!!

No entanto continuo a pensar que um mercado aberto ao exterior com base em nova legislação, mais aberta e inteligente, é essencial. No mesmo pressuposto que a anterior tinha, a qual considerava a viatura clássica uma mais valia patrimonial para o País, faz toda a diferença!

Quem quisesse comprar um clássico, podia fazê-lo em Portugal ou no estrangeiro (sem qualquer restrição, inclusive a países fora da UE).
Para isso teria um guia de referencia dos vários modelos definido por autoridade competente para o apoiar. Fora dos quais não seria possível importar (leia-se pouco vantajoso). E estou a falar de todos os segmentos!!!

Consequência: Nivelar o mercado para valores realistas, para cima e para baixo.

Para além disso informação, e partilha de informação!!!!! só assim é possível um mercado saudável e regulado!!

Cumprimentos
 
Última edição:

João Paulo Ferreira

Portalista
Portalista
A eterna discussão sobre o sexo dos anjos.:ph34r:

Por um lado aqueles que queriam ter um Porsche 911 e não chegam lá, do outro os que têm um Fiat 600 e acham que tem que valer uma fortuna porque também tem motor atrás. E ainda há os que que têm um carro popular de que sobrou só aquele deste lado da Galáxia.:D

O facto de os preços terem subido tem duas vantagens, ninguém vai deitar fora nada que julgue ter valor e mais carros vão ser restaurados porque o diferencial entre o que se gastou e o que vai valer será menor.

Os profissionais terão sempre a sua margem de lucro a acrescentar mas têm a responsabilidade de garantir o produto.

No fim o preço será ser sempre um compromisso entre a vontade de comprar e a necessidade de vender.

E a propósito de Carochas........... o do Seinfeld foi vendido por............106000 Dolars !!!!!!!!!!!!!!!:eek::eek::eek:

Já estou a ouvir por aí as campainhas a tocar e o pessoal a correr para os telefones...........;):lol:
 

Pedro Seixas Palma

Pre-War
Premium
Já agora, caro portalista Pedro S. Palma, se tiver um destes Alfa Rome”u”, avise-me, pois pelos vistos, será dos poucos a desvalorizar este modelo e este mercado.
Lamento, mas não sou acumulador compulsivo nem vendedor de carros em segunda mão. Gosto dos carros que gosto, ofereço o valor que acho justo, se não quiserem vender fiquem com eles. Custa-me ver carros parados, mas não perco sono por isso.
 

Ora ai esta o que quis dizer quando referi a questão do Fulvia a 1500€. Ha que ter noçao da realidade e do que se tem para vender antes de pedir preços absurdos.
Penso que se esta a discutir aqui o que eu considero 2 mercados completamente diferentes. Primeiro, o grande grosso dos classicos que temos em Portugal, são classicos populares. Os alfas, os mercedes pagodes,o porsches, etc, esses terão sempre mercado, mas estão fora do alcance da maior parte das pessoas que gostam e tem classicos.

Agora falando dos classicos populares no mercado portugues, eu tenho sempre a maxima que eles valem o que querem pagar por eles, um comprador quando quer um produto e olha para ele e ve que tem qualidade ate acaba por pagar o valor justo. Agora o que se ve é que ha a tendencia por parte da maior parte dos vendedores em valorizar produtos que não tem a qualidade suficiente para serem vendidos pelos preços que pedem. E em comparação aos outros mercados la fora, quer queira-mos quer não a mentalidade terá que mudar se quiser-mos continuar a que o mercado se mexa....
 
Topo