A famosa Casal 250 cross que nunca existiu

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Paulo Mota

YoungTimer
Para finalizar esta pesquisa apresento uma página da revista "A Moto", penso que de 1979,

como prova de que a Casal 250 nunca existiu. Ou antes existiu uma fraude, sobre uma das melhores máquinas de cross da Italiana Moto Villa.
Leiam o artigo da página, por favor.

Mudar o nome no motor e o autocolante afinal não deu prestígio, e hoje, passado tantos anos é uma vergonha.

Gostaria de dar por terminada esta pesquisa, e que nunca mais se veja o nome Casal-Villa em lado nenhum, por favor.

Acho despropositado.

Foi uma mentira e uma fraude, que poderia dar prestígio á marca, junto dos compradores, sem na realidade o merecer.

Paulo Mota
 

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nuno granja

petrolhead
Portalista
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julgo que é verdade a engenharia de autocolante

na altura não havia web e nem toda agente sabia

na época só vi a 250 em pista, creio que conduzida pelo Mario Kalssas e nunca nos stands

no stands via à venda uma versão 125 cross, creio que com a mesma origem tendo alguns amigos tido motas dessas (zona gaia/porto) nunca homologadas

tenho pena de não ter fotos e gostava de saber onde param

pormenor curioso..
tenho a ideia de que o motor das 125 trail vendidas nos anos 80 pela Casal (brancas ou vermelhas) era muito parecido em termos de configuração exterior com as motas de cross/competição assim como o quadro

esse quadro com origem na mota de cross desenhado para outras suspenções, quando colocado na trail com forqueta mais baixa e outro braço traseiro originava um varejar da direcção quando em estrada se cortava gaz por volta dos 80/100

sei disso por experiencia própria pois tive uma que modfiquei baixando a traseira
mas subindo o guarda lamas traseiro e o assento para manter o aspecto de traseira alta

resultou e tenho fotos do bicho que poderei postar um destes dias


nuno
 
O motor CASAL de 6 velocidades foi totalmente desenvolvido pela Metalurgia CASAL (ao contrário dos motores anteriores, baseados nos motores alemães Zündapp) em colaboração com os irmãos Villa (Italia) que não tinham capacidade de de produzir o seu próprio motor (de 6 vel). O acordo foi fabricar o motor e ceder-lhes depois o material que eles depois montarem em Itália. (palavras de João do Casal, fundador da Metalurgia CASAL, in revista Motojornal.

Assim é natural que o facto da CASAL produzir motores 50 cc para a VILLA vender em Itália com a sua marca tenha permitido uma troca com a produção de motores VILLA 250 cc para venda com a marca CASAL. De resto, esta é uma prática industrial habitual vulgarmente utilizada pelos diversos fabricantes de todas as áreas, lembro os motores AERMACCHI de 50 a 350 cc utilizados pelas HARLEY-DAVIDSON "lightweight" (SS, SXT, etc) nos anos 50, 60 e 70 - até à venda dessa fábrica à CAGIVA - que continuou a produzir os mesmos modelos e motores com a sua marca... :) Também a FERRARI fez o mesmo com a FIAT nos anos 70 com o modelo DINO.

Lembro que a CASAL desenvolveu em 1975 o modelo K280 de 250 cc de estrada (que foi testado por alguns jornalistas internacionais) com travão de disco e chegou a projectar um motor 500 cc amplamente divulgado pela imprensa especializada internacional - que infelizmente não chegou a ser aplicado em nenhum modelo (pelo menos que eu saiba).

Foi pena que o contexto social e político do nosso país tenha levado esta marca ao que chegou... após o 25 de abril - o instabilidade económica tornou muito dificil a vida às empresa exportadoras e o nosso reduzido mercado, ainda por cima com as colónias "amputadas" não absorvia a produção de uma fábrica com milhares de funcionários. Os projectos visionários do Sr. João do Casal (incluindo o automóvel CASAL que seria produzido em colaboração com a RENAULT e com design de Pininfarina) foram "chumbados" pelos nossos tristes políticos e forçaram esta empresa para o beco sem saída em que acabou...
 
Casal 250 estrada

esta foi a K280 que tive a oportunidade de ver ao vivo no início dos anos 90 nas instalações da Metalurgia CASAL em Aveiro.
 

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Paulo Mota

YoungTimer
Eu tambem vi as "Casal" 250 a correr e a ganhar á concorrencia.
Eu fui um dos que pensei ver uma Casal 250 e era afinal a melhor máquina de cross da altura, a VILLA.
No entanto nenhum 31 de boca me convence que a melhor marca de cross Italiana veio a Portugal fazer um acordo do que quer que seja.
Motores 50 para vender em Italia...quem quiser que acredite.
De centenas de fabricantes de topo Italianos vinham buscar motores copiados á Zundap...e logo a nós.
Provem-me o contrário.
De resto o Sr. João Casal deve ter alguma prova que salvou dos documentos queimados, quando foram abandonados...só pode.
E dos esquemas dos motores pensados e concebidos cá em Portugal....esses motores que se fala tanto....
As unicas provas assumidas até agora é que copiavam tudo o que viam nas feiras internacionais, com a conivência do Estado Novo. Nada de patentes nem pagamentos ás marcas.
O que acabou a Casal não foi o 25 de Abril mas sim a impossibilidade de continuar a produzir em cima de cópias do trabalho dos outros.

Acabou porque foi uma vergonha.
Hoje os Chineses estão a fazer a mesma coisa, mas vai acabar.Já é demais evidente, e todos condenamos.

PM
 
Diogo Lisboa disse:
O quadro e restantes peças são da MotoVilla, mas o motor é Casal sem dúvida:D...

O motor mais potente que a Casal fabricou foi o 125cc e esse sim é mesmo Casal e até é parecido aos 50cc, apenas maior.

Esse motor Villa não tem mesmo nada a ver com os motores Casal da época.
 

Mike Silva

O aprendiz
Mais uma vez, dou a mão à palmatória: Produzida pela Casal ou não, não conhecia este modelo. Embora tenha passado os anos oitenta submerso no submundo dos pistões serrados e das agulhas subidas, e perturbando as novelas " O Astro" ou "Dancing Days" com o rúido esganiçado das minhas SACHS e companhia limitada, fazendo riscos na televisão, este modelo passou-me ao lado.

Tive porém uma Casal 125, montada pela J.Amorim. Tinha plásticos da Stilmotor, e suspensão da frente Marzocchi. Devia ser alguma coisa de especial,porque "ratei" uma Casal "normal" na recta da Lisnave, e ganhei 500 paus. Uma fortuna em 1983!

Amandei uns malhos à maneirex com aquela mer..., e imagino se tivesse posto os "garfos" numa 250! Faço ideia! Dezoito anos e uma 250 a dois tempos, era receita certa para ir morar para a Avenida dos Estendidos!

Depois havia uma Casal de cross 50, que parecia uma "DT" ( A mota dos betos,porque os nossos pais pobrezitos não queriam ir ao banco fazer umas "letras" para nos montarmos numa. Por isso era a mota dos betos...), mas tinha um para-lamas da frente do tamanho de um Cacilheiro. Apareceu uma na série "Zé Gato", e claro, era de um dos bandidos.

Agora 250, realmente, nunca conheci. Já poder associar o nome " Casal" a algo que não fosse 50, logo conotado com os velhos de bóina na província, ou pedreiros de manga cava e botas de bico, que terminam cada frase com palavras começadas por Car... e Fo..., já era muito bom. Acabei por trocar a J.Amorim por um barco a remos, porque tinha a pancada da pesca. Ia para a ponta do mato com o barco virado ao contrário em cima de um Renault 10, e um dia perdemos a tampa do radiador, nos piões. ( Com o barco em cima!) MAs isto já é outra história que não tem nada a ver com isto.

Parabens pelo post. Muito didático.
 
olá eu sou de Sintra e tive o prazer e a honra de ver nascer essa famosa casal 125 feita no J. Amorim passava mais horas na oficina a ver as novidades e artilhanços do que na escola ou em casa era até ser corrido, por isso comento com agrado essa casal 125, porque conheci o serralheiro que fazia as alterações no quadro, os mecanicos que as montavam e até quem as esprementava, era um tractor na altura e deu cartas nas primeiras provas de enduro em portugal.

um abraço

Jose carlos serrano
 
Casal 250 K280

mais uma foto da Casal 250 cc K280 - publicada na revista do ACP em 1975 - imagem de Carlos Martins (Old Moped).
 

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Paulo Mota

YoungTimer
Meus amigos, sem querer ser mal educado, acho que se perdeu o fundamento deste tópico.

Lembram-se da moto da marca Moto Villa250 a que a Casal mudou o autocolante...?

Já se falou aqui nas Sachs, das 125 e dos tralhos antes e depois do barco de pesca passando pela Aermachi e pela Ferrari, e pedidos de fotos de esta e daquela, e já vamos na K280... mas o tópico continua á espera de mais informação/investigação sobre a moto que lhe deu o título.

Se querem conversar sobre outros temas, devem abrir um tópico de cada um de vós e falar a vossa vontade.
Aqui neste já não tem nada a ver...

Qualquer dia, sim meuz amiguz, vamuz acabar a falar dos cazamentuz muzulmanuz, uz, uz. Meuz amiguz, uz...:huh:

Paulo Mota
 
Bem para se falar da Casal ou de outra marca, temos que aprender, que antes de tudo é preciso ter conhecimento do que estamos a falar.
Dizer que a Casal copiava o que produz, só tem cabimento quem nunca fez nada, nem tem capacidade para produzir nada.
A Casal, ou o Sr. João Casal, teve o azar de investir no país errado, mesmo assim o nome dele permaneçerá ligado a história do motociclismo mundial, tudo o resto é conversa!
Dizer que o motor de 250cc é uma mentira pois não era Casal, é a mesma coisa dizer, mas não o dizem por cobardia, que a Honda, Volvo, Susuki, Seat ,entre tantas outras marcas, são fraudulentas quando utilizam ou desenvolvem motores em parceria com outras marcas.
Tive o privilégio de conhecer a Casal e sei o que estou a dizer.
A Casal realmente no incicio baseou-se na tecnologia Alemã, porque alguns dos engenheiros eram alemaes, o que é perfeitamente natural.
Para se ter uma ideia das ditas "cópias", a motorizada que a Casal produziu com o quadro fundido em aluminio, que era parecido com a da Zundapp, não foi autorizada a sua produção. Só depois de muitas alterações conseguiram produzi-la. por isso o comentario referente as cópias não têm nexo.
Quanto ao protecionismo dado pelo Estado Novo, foi um pau de dois bicos, não foi por acaso que o projecto para o carro Casal não avançou, no entanto a Democracia também não deixa de ter grandes responsabilidades!
Quando da venda da maquinaria da Casal após a falencia, comprei algum equipamento em muito bom estado e relativamente avançado.
A sua tecnologia estava realmente "muito atrasada", foi isso que "originou" a venda das máquinas da linha de produção há Derbi de Barcelona ( eu queria comprar algumas máquinas desta produção, mas devido a intervenção de Derbi, não as vendiam separadas), os transfers foram comprados pela Piageo etc. Há ainda a referir, que as instalações foram visitadas demoradamente por Engºs de diverssas marcas, nomeadamente os da Kawasaki, os quais davam nas vistas, porque os documentos pegavam-se as mãos!!!
Pode ainda ver, e era para os comprar se não os tivessem roubado, motores de 250cc, com motor de arranque, refrigerados a agua, tipo dos 125cc (também havia de 180cc).
A Casal produziu desde equipamentos agricolas, motas, motosseras, e motores fora de borda (estes ainda não há muito tempo trabalhavam na ria de Aveiro)
Como nunca há interresse em defender o que é nosso, pois gostamos é ter um nivel de vida baixo e desemprego, para além do encerramento da Casal poucos ou nenhuns se preocuparam com o arquivo e com os prototipos da Casal, em resultado disso tudo, é que se assiste a todo o genero de comentários.
Apesar de tudo nem todos os arquivos foram destruidos, porque o Engº Pedro deu-me alguns e por isso estão na minha posse embora desorganizados.
Uma coisa será certa, tão depressa não aparecerá nenhum Sr. João Casal, porque produzir dá muito trabalho, é bem mais facil comprar e vender, pois isso qualquer ignorante/chico esperto o consegue fazer,.é isso que deferencia os paises que dão boas condições de vida, uns produzem outros compram!
A metalurgia Casal, foi a unica com nome Português, com tecnologia propria que formou gerações, que foram depois aproveitadas pelo projecto Renault em Cacia e para a criação de empresas de moldes.
Por curiosidade, não posso deixar de referir que conheci um funcionario que se tranferiu para a Renault para dar formação, quando a Casal começou a ter problemas em pagar os ordenados. Um dia perguntei-lhe como era as exigências na Renalt em comparação com a Casal.
Respondeu-me que a Renaut não era aquilo que se penssava, a exigencia na Casal era muito superior ao da Renault, qualquer motor tinha tolerancias de contrução mais apertadas, penço que ele deveria saber o que estava a dizer, uma vez que era um quadro superior que ia muitas vezes a Paris.
 

Carlos Fernandes Martins

Two stroke power
A Casal teve parcerias com diversas marcas internacionais, sendo as mais conhecidas a HuVo e a MotoVilla dos irmãos Walter e Francesco Villa! No entanto houve outras menos conhecidas (ou mesmo desconhecidas) entre nós ,estou a lembrar-me da alemã Solo que fornecia as motosseras e os fora de borda que a Casal comercializava com a própria marca! A Casal, construíu cá pelo menos um modelo Solo (automático) para o mercado estrangeiro!
Outro caso, foi o de modelos Casal, comercializados lá fora com marcas estrangeiras!
Meus amigos, não adianta fazer afirmações peremptórias sobre a Casal, pois provavelmente ninguem sabe ou saberá tudo sobre esta grande marca nacional!
A Casal copiou? E quem não o fez? Os japoneses, provaram ser os melhores a fazê-lo!!! E ainda bem que o fizeram (fazem)!
Os estudiosos destas coisas, sabem o que aconteceu ao reinado das 4 tempos em competição, quando a Suzuki através do piloto Ernst Degner "pôs as mãos" no segrêdo da MZ, descoberto pelo eng. Walter Kaaden (escape de cone e contra cone)? Pois é, graças a isto, em poucos anos os 2 tempos prácticamente irradicaram os 4 tempos de quase todas as competições! A própria Honda (4 tempista ferrênha) se rendeu à evidencia, ganhando campeonatos do mundo com motores 2 tempos!
É um exemplo em que copiar trouxe vantagens ao mundo!
Copiar o melhor melhorando-o, foi o segrêdo dos japoneses!
Copiar piorando, não me parece ser uma boa filosofia dos chineses! O povo, está a ficar "farto"!
 
A Casal copiou? E quem não o fez? Os japoneses, provaram ser os melhores a fazê-lo!!! E ainda bem que o fizeram (fazem)!


Engraçado que ontem em conversa com um amigo no RWDcafé e a propósito de eu ter ido na minha Japonesa, esse amigo todo virado para as marcas europeias acabou a dizer :

"O que me chateia é que os Japoneses copiaram e melhoraram"


é um facto e vemos isso em tudo só que agora dão mais nas vistas com guerras megalonomas nos tribunais caso da Aple e da Samsung...
 
Já agora para os que julgam as marcas estrangeiras superiores ás marcas nacionais, lembrem-se, que parcerias entre marcas sempre existiram. E, qualquer marca iniciada num vão de escada, com uma pitada de sorte consegue prestigio e entra em mercados como o nosso que vê o produto nacional como algo que não presta.
As nossas Marcas só morreram porque infelizmente nós não nos valorizamos e porque os nosso "desgovernos" insistem em complicar e dificultar as iniciativas que nos poderiam estar a ajudar agora... Por isso, quem queria produzir acabava com dificuldades e cortava no design. Este sim um ponto fraco dos nosso produtos até há pouco tempo.
Desde sempre me lembro dos motores casal não ficarem atrás em fiabilidade das marcas italianas e espanholas aqui faladas.
Se virmos bem a historia da grande Ducati, esta começou com grandes problemas de fiabilidade. Se fosse uma marca Portuguesa estava morta porque não tinha conseguido evoluir.
 
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