A evolução do Citroën DS

Quando o Citroën DS foi apresentado no Salão de Paris, em Outubro de 1955, era aquilo que hoje se chama "uma verdadeira montra tecnológica":

1. Mantinha a tracção dianteira do anterior "Traction Avant" (Arrastadeira).

2. Apresentava linhas aerodinâmicas e funcionais.

3. A suspensão era hidro-pneumática, de altura regulável e constante ao solo.

4. Tinha a primeira direcção assistida do Mundo. Os travões eram também assistidos, sendo os da frente de disco.

5. No 1º modelo, o DS 19, tinha a primeira caixa semi-automática do Mundo, sem pedal de embraiagem, sistema mais tarde utilizado no Renault Twingo e no Mercedes Classe A.

6. Para mudar um pneu, não era necessário o "macaco". Levantava-se a suspensão e metia-se um suporte do lado em que se queria mudar o pneu. Depois baixava-se a suspensão e as rodas desse lado ficavam no ar.

Antes do lançamento do DS 19, o primeiro modelo do Citroën DS, foram ensaiados três motores pouco usuais: um motor de 6 cilindros compacto, arrefecido a água, com apenas 1805cc, outro também de 6 cilindros boxer, arrefecido a ar e até um quatro cilindros dotado de um compressor. Contudo, os testes efectuados, vieram provar a pouca fiabilidade destes motores.

Foi assim, que se optou pelo desenvolvimento do motor do anterior Traction Avant, vulgo "Arrastadeira", que passou a ser alimentado por carburador Weber de duplo corpo, sendo a cabeça do motor inteiramente nova, em alumínio e dotada de câmaras hemisféricas, o que constituiu a grande evolução face ao motor do modelo anterior, o que permitiu obter uma potência de 75 CV, a qual, para os 1911cc de capacidade, era um resultado notável para a época.

O motor era adequado à época do Pós-Guerra, pois na altura tinham entrado em natural declínio algumas marcas de prestígio, como a Facel Vega, com motores mais potentes e que consequentemente, consumiam mais combustível. Se tivesse sido motorizado por um mais nobre motor V6, não tinha tido o sucesso comercial que teve, apesar de ser mais caro que o anterior Traction Avant, que veio substituir.

Ver anexo 138721
Citroën DS 19 de 1957

Após o ‘restyling’ de 1967, apresentou os primeiros faróis direccionais, uma "novidade" da Mercedes para 2005 (!):

Ver anexo 138722
Citroën DS 21 de 1974

A caixa de velocidades, acompanhou a evolução do motor, tendo nos primeiros modelos 4 velocidades e os últimos modelos dos DS 21 e DS 23, caixas de 5 velocidades, nas versões de caixa mecânica, a partir de 1970.

Em 1970 o DS 21 recebe um novo motor super-quadrado com uma cambota de 5 apoios e vê a sua potência aumentada para 115 CV, na versão de carburador duplo e 139 CV, na versão de injecção electrónica (IE), tendo os últimos modelos do DS 23 IE, 143 CV.
 

Anexos

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Estou a ultimar o restauro de um ID 19 de Setembro de 1962, fabricado (ou montado) na Bélgica. Estou numa dúvida... não sei qual o óleo (LHM - verde)ou LHS! Qual devo colocar no reservatório?
Desde já obrigado por qualquer dica.
 
Se é 1962 originalmente é líquido vermelho LHS - sintético. Pode ter sido transformado para LHM- mineral. Se tem reservatório de líquido a preto, e esferas pretas, será LHS. Se já tem isso a verde é LHM. Houve uns anos em que se utilizou LHS2, mas só em meados dos anos 60. Também nas tubagens poderá verificar isso, as utilizadas para LHM têm sempre um traço verde que acompanha o comprimento do tubo. NUNCA em caso algum substituír líquidos. O líquido errado afecta sempre as tubagens e os vedantes. Ta´nbém estou no processo de restauro dum DS, mas já mais recente, de 1970, logo LHM. Semi automático. La crème de la crème!
Bom restauro
 

Helder Galante

Clássico
E umas fotos desses 2 restauros?
O ID sendo de 1962 é LHS. Deve ter atenção que é um liquido corrosivo e deve evitar que caia em cima de superficies pintadas. Esse óleo, deve ser substituido de 2 em 2 anos, para garantir um melhor desempenho de todo o circuito hidraulico.

Helder Galante
 
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