Vamos lá sujar as mãos e transformar um patinho feio num lindo cisne ou ferro velho em ferro novo etc... Para acelerar o projecto 718 rsk, decidi aproveitar o chassi que tinha já alinhavado para o projecto do Buggy Texasbug. Optei por este, primeiro por ter IRS e segundo porque ainda só estava com pontos, foi só necessário um pouco de pericia e tornar a separar o tunel.
O trabalho vai incidir em acrescentar 7 cm ao tunel, para tal ainda equacionei utilizar uma parte de um tunel de um 1302, mas isso ia corresponder a colocar um cabeçote no tunel pois é diferente e este até já está sem o cabeçote, mas depois de avaliar o trabalho que ia ter e o perigo de no fim algo ficar desalinhado optei pelo mais prático, acrescentar os 7 cm e para isso aproveitar então esse tunel do 1302 para fazer o enxerto. (ainda não fica por aqui)
mas melhor é algumas imagens para perceberem o que estou para aqui a escrever
O tunel já separado e a distancia que necessito acrescentar
Alguma vantagem por ter IRS,
para quem quizer esta é a peça que permite colocar a IRS
Aqui com ideias de colocar o tal tunel do 1302 mas como mostram as imagens não tem o cabeçote, e com os meios rudimentares que tenho começei a ver que podia dar buraco
Então voltei a pensar e a alinhavar a colocação do tunel que já lá estava e acrescentar os tais 7 cm, assim como aproveitar os fundos,
Agora vou retirar o pedaço para acrescentar e tambem mais agum material para reforços :twisted:
O estudo e apontar faço eu pois é um trabalho muito demorado e que a qualquer altura posso ver uma ou outra alteração ou melhoramento e posso sempre ir mudando e melhorando, só quando atingir o ponto em que fique satisfeito é que dou uns pingos e depois meto na carrinha e vou a um soldador para colar
Dá muito gozo andar a inventar e a estudar os reforços, se necessário ainda vou meter aqui os calculos de resistência do material depois de soldado
No entanto à um banco próprio para estes chassis do carocha para desempeno que era utilizado pela própria VW, tenho para aqui nalguns manuais, mas lá está fazer esse engenho dá tanto ou mais trabalho, para depois utilizar uma vez ou duas.
Um contra tempo, já suspeitava mas a bolha do nível não engana, o cabeçote e a metade do tunel correspondente e o chapeu de napoleão têm desnivel, ou seja está torcido, isto foi de certo devido a alguma cambalhota que deu na juventude
Bem, para não empatar, a solução foi tirar um chassis da sucata, armado de fita métrica, nível, esquadro, e régua, e a escolha recaiu num com muito mau aspecto todo ferrugem com fundos descapotáveis, com um buraco de acesso para mudar o cabo de embreiagem, técnicas dos mecânicos para simplificar o trabalho, a parte traseira muito danificada mas com a virtude de o tunel, a parte inferior e o cabeçote estarem em perfeito estado, e com esta solução vai evitar o tal acrescento de 7cm, pois quando cortar a parte dadora para o chassis do 718 já vai ficar de modo a ficar com a distância entre eixos de 210cm. Com tanto trabalho a máquina das fotos esteve em descanso depois posto uns bonecos.
Fundos retirados, já remendado e nota-se pois não dei muito uso à rebarbadora o que interessa é ficar forte e não retirar muito material.
Já tem alguma limpeza, e já foi todo verificado ao nível de medidas, já está marcado com as medidas para cortar de modo a que junto com a traseira com IRS no final fique com 210cm entre eixos medida igual ao 718 original.
O remendo
Aqui a marcação aonde vai ser cortado
A traseira com IRS à espera do resto
Aqui algo que me têm dado uma trabalheira para no fim bater tudo certo, no chassis do carocha anterior aos 1302 e 1303 os fundos são planos e a forqueta é fácil de alinhar com o resto do túnel, mas nos 1302 e 3 a forqueta não é plana faz um S o que torna o alinhamento do nível da traseira com o túnel complicado, a maneira encontrada foi arranjar pontos de referencia de modo a que depois de cortada seja possível juntar as duas metades sem erros.
Os anteriores a 71 planos
Os dos 1302/3 nota-se o S
Esta operação depois explico melhor pois futuramente pode ser uma ajuda para outros projectos.
Mais alguns trabalhos
Antes de cortar o chassis que vai ser dador para a parte da frente do túnel e cabeçote, tive o cuidado de colocar este debaixo da traseira com IRS, para tirar pontos comuns que me permitiram o alinhamento perfeito das duas metades, nas imagens são visíveis as diferenças uma delas que sem esta análise se tornava muito difícil é a forqueta pois como já referi não são iguais.
Depois já com o primeiro corte e já as duas metades definitivas na sua futura posição
Antes de soldar as metades tenho o cuidado de prever possíveis problemas, um deles é a futura colocação de travões de disco na traseira, e que para tal posso vir a utilizar umas pinças de Citroen BX e os discos originais da frente do carocha, outra alteração é a modificação do travão de mão com o objectivo de o tornar mais acessível e fácil de substituir ou reparar, dentro do túnel é muito condicionado pelo selector das mudanças então decidi colocar tudo à vista seguindo a filosofia dos carros de competição. Nas fotos vê-se a alavanca do travão de mão que vou utilizar e que é proveniente de um desportivo antigo (não sei qual) mas eu gosto, depois duas peças metálicas que tive de fazer em chapa de 3 mm, uma para fixar a a alavanca e outra para servir de terminal para os cabos. Agora falta idealizar o reforço para o túnel.
E ainda ando a pensar se vou manter os pedais do carocha ou adaptar outros?
Estão a ver, estou sempre a mudar de ideias: gear_grin :
Depois de ver e rever e constatar que o peso das soluções que tinha anteriormente para o travão de mão estava a aumentar hoje decidi voltar à manete de travão de origem e furada para tirar mais umas gramas e é esta que vai ficar, tambem o suporte veio de um antigo sem manetes do aquecimento, e com este faz e desfaz travão foram 3 dias, terei depois de arranjar uns cabos de travão à medida.
Entretanto o chassis já está cortado para os 210 e o proximo passo será a sua soldadura.
Este trabalho de acerto e nivelamento é stressante, para ficar certo ao milímetro necessitei de uns dias e com ajuda, ainda foi necessário utilizar a rebarbadora para acertar o corte e para conseguir as medidas exactas.
Depois de tudo certo à que fixar e para isso utilizei vários grampos e cintas.
Mas finalmente está pronto a pontear para depois ir a um soldador.
Aqui algumas fotos mostrando como foi fixado e nivelado, quanto às medidas foram feitas longitudinalmente e em diagonais até bater tudo 100% certo.
Eu idealizei um visual exterior retro, mas não vou prejudicar a segurança e a funcionalidade assim como não entrar em despesas loucas em busca de material original
Uma réplica tem algumas vantagens podemos colocar material moderno sem sermos acusados de profanar uma obra prima
Os manometros vou optar por VDO da Porsche os que me parecerem mais race, actualmente tenho dois uns em branco e preto dos 911, e uns amarelo e preto, pessoalmente gosto mais dos amarelos, embora mais austeros que os originais VDO da época têm uma componente mais race.
Os espelhos.
Alguns são redondos de metal, estilo torpedo com um pé preso à carroçaria. Outros tem esta forma, possivel de fazer manualmente a partir do nada.
O costume é quase sempre nestes projectos optarem por guiadores da Nardi mas para mim o mais bonito é o "Hellebore" muito utilizado nos carros italianos (Alfa Romeo).
E como até tinha cá por casa um em meu estado, resolvi restaurar para usar neste projecto.
Boas, aqui vou mostrar o trabalho que me deu o guiador que decidi preparar para o meu 718 RSK
Aqui fica como efectuei o restauro:
Todo partido e muito aberto, com imensas camadas de verniz também em mau estado.
Primeiro uma boa limpeza, e inicio da remoção das camadas de verniz para tal utilizei faca raspadores.
Segundo a colagem com cola de madeira e com um pincel de modo a penetrar bem dentro das tiras de madeira, este processo foi feito por 3 fazes e vários dias, sempre muito bem apertado e deixei secar sempre muito bem no mínimo uma semana, este tempo actual também não ajuda.
Depois retirei os restos de verniz e iniciei a lixagem primeiro grão a 80 aqui utilizei também uma lixadeira pequena indicada para este tipo de trabalho, as lixas iniciais a 80, depois 120 seguida de 180 e terminei a 320.
Depois utilizei uma pasta existente no mercado para encher as imperfeições, aqui podia ter sido mais de acordo com a cor original mas não havia, deixei secar e tornei a lixar de 120 a 320, até ficar satisfeito com o resultado.
Seguidamente apliquei um produto para homogeneizar a cor, mais uma lixa a 320 e depois de bem soprado e limpo com diluente celuloso dei a primeira demão de verniz sintético para uso de exteriores e com grande resistência aos raios solares diluído a 50% depois despolir a 320 tornei a dar verniz a 50% de seguida sempre depois de seco mais lixa e mais uma demão a com 30% de diluente, depois de secar mais uma a 320 e para finalizar 3 camadas finais de verniz com de 5% de diluente, primeira demão e cerca de oito horas a segunda
e agora daqui a mais umas 8h vou dar a ultima.
Pois é dá uma trabalheira incrível e uma paciência a toda a prova, mas vale a pena.
Despesas até agora: O guiador em estado de lixo era para ir parar ao contentor portanto custo zero, verniz 3 euros massa de enchimento 5 euros uma trincha 1 euro lixas 3 euros, total 12 euros.
Ainda falta tratar do metal e dar a ultima demão de verniz.
Entretanto como vou dar prioridade à eficácia do carro vou mesmo optar pelos VDO Porsche dos anos setenta mas com um toque nostálgico que depois vou mostrar.
vou colocar aqui alguns manometros antes de sofrerem a intervenção vintage, uma grande vantagem dos VDO da porsche é darem perfeitamente na mecânica dos carochas
Só tenho fotos destes depois edito e coloco do resto.
A primeira réplica que vi em Portugal do 718 rsk foi na Estrada de Benfica em Lisboa nas bombas de gasolina em frente ao Califa para quem conhece, estava nos anos 80 e era de matricula inglesa.
Que segundo reza a história veio para a zona do Alentejo, e que a partir desta é que foram feitos moldes, o que é certo é que realmente tive oportunidade nos finais dos anos 90 numa oficina de um amigo que trabalha com fibras em Vila Franca ver uma carroçaria vinda do Alentejo para ser reparada se era a mesma ou não não sei, mas com o tempo e investigando lá vou sabendo umas coisas.
Um dos problemas neste projecto é a largura das vias pois as originais tinham 128cm o que dava para colocar pneus até 185, no chassis dos VW de 1968 é de 135 situação que pode obrigar a mexer no offset, vamos ver,
A nível de rigidez a fibra é muito forte, a porta deve ser fixa com uma unica dobradiça comprida embora a porta seja muito baixa o que faz com que não deve sofrer qualquer alteração em movimento, tambem por baixo das portas as embaladeiras são curvas o que dá muita rigidez nessa zona, no entanto vou aplicar uma pequena chapa de inox no outro lado e aplicar uma manta 600 por cima. Depois basta furar na zona.
Tambem para tornar todo o conjunto mais forte alem da carroçaria deve levar um sub-chassis.
uma coisa é a carroçaria e outra é o chassis, o chassis é independente da carroçaria e a rigidez da carroçaria depende apenas da qualidade e da quantidade de fibra aplicada na zona. A verdadeira rigidez vem do chassis, esse é que vai ser reforçado para melhorar a segurança activa e passiva da réplica.
Não adianta reforçar ao máximo a fibra de vidro, mas sim o chassis em aço que está por detrás, isto porque a fibra é apenas a casca que fica por fora, como um painel de um carro e isso pouco importa na segurança e na resistência do carro.
No caso dos painéis em fibra destas réplicas é mais difícil de fazer uma mossa que um de chapa, e se fizer, caso a pancada seja forte só fica marcado no local exacto do toque, e o peso é muito menor. Quem já viu o filme Le Mans com o Steve McQueen, e observou bem os Porsches 917 da Gulf nota-se que a espessura da fibra é mínima.
Os verdadeiros reforços devem ser feitos por detrás ou por baixo da fibra.
Aqui um exemplo de reforço na zona assinalada.
Como curiosidade aqui fica uma pequena amostra da resistencia da fibra de vidro apesar de ser muito fina e leve.
Aquilo que está por baixo é a porta da réplica, em cima um amigo a fazer testes de resistência, tentem fazer o mesmo com uma de metal com todo o peso do corpo concentrado só num pé.
Aqui um original que original que reside em Espanha
e aqui a réplica feita pela GP em Inglaterra possivelmente o primeiro fabricante da réplica do 718 rsk com o para-brisas e vidros laterais que possibilitam a utilização da capota
O problema é que com o vidro de competição vai obrigar a usar oculos e capacete, pois não é agradável levar com uma pedrita a cento e tal ou até uma abbelha , quem anda ou andou de mota sabe bem o que isso é
Se colocar o vidro baixo vou mesmo andar de capacete.
O para brisas da réplica era o original usado no R60 pois o 718 rsk nunca teve este para brisas de origem, no entanto houve alguns proprietários que colocaram o do R60 no 718, assim como as luzes trazeiras são todas adaptadas na época até utilizavam as dos 356.
já agora aqui o desenho rudimentar do 718 rsk de 1958.
As luzes originais se não me engano são SWF por vezes aparecem a vender no eBay. Algumas, "hella", também podem ser usadas. Entretanto procurei e vou colocar a ignição com chave do 356 que é Bosch e ainda hoje usada em tractores.
Devido á humidade tive de lixar e dar conversor de ferrugem da Robialac (não tenho patrocínio mas o empregado aqui em Viseu é um bacano e ajuda nas escolhas e dá boas dicas)
Aqui o modo como tapei os buracos da passagem dos cabos do aquecimento.
As aberturas
Duas peças feitas com a tesoura de chapa e rebarbadora
Soldadas
A seguir a fixação do travão de mão, note-se que é dos mais antigos.
Soldado forte e feio. Era para rebarbar mas fai ficar para o fim
Antes tratamento da parte que vai ficar entre as chapas do reforço, foi pintado mas não tirei foto.
O reforço da soldadura do chassis.
Apontar e colocar grampos
Ponteado e pronto para ir ao chapeiro para soldar com mais potência, pois a Mig de fio fluxado não têm potência para o Chassis e a eléctrodos faz um grande estrilho
Agora as peças para reforço lateral, tubo quadrado de 3cm, tive de cortar e soldar para tomar a forma da cava dos fundos.
Ensaio dos fundos com os reforços.
Ensaio do banco e aqui uma duvida se é ou não necessário rebaixar e modificar a forma do fundo no sitio aonde vou colocar as calhas, pois o problema é que consoante a altura do utilizador do 718 no final pode ficar inestético, pois o original é de 1958 em que a média de altura dos pilotos era de 170cm a 180cm, embora eu tenha 183 corro o risco de ficar muito fora do bólide, se rebaixar mais 3 cm é o suficiente para ficar mais abrigado.
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