500 Milhas Acp Opticalia 2013

Dias Gonçalves

Abílio Gonçalves
Pela terceira vez irei participar neste Rally/ maratona, com cerca de 700 Km feitos no mesmo dia. O percurso irá ligar o Porto a Lisboa

Mas .... pela primeira vez irei navegar (apenas tive uma curta experiência num evento do Portal, em Albergaria, em que naveguei o Sinel Martins)

Aqui fica a Lista de Inscritos, sendo 718 o meu número, ou seja, irei partir dos porto no Sábado dia 27 de Abril pelas 7 horas e 18 minutos

Fica igualmente a minha "montada"
 

Anexos

  • Lista Inscritos 500 Milhas ACP Opticalia 2013.pdf
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Dias Gonçalves

Dias Gonçalves

Abílio Gonçalves
Cheguei a casa depois dumas 500 milhas que correram bastante bem

Deixo aqui a classificação geral em que, navegando pela primeira vez, fiquei muito satisfeito com o 8º lugar da Geral e 2º categoria

Mal tenha descansado e digerido os acontecimentos destes 3 dias, irei colocar aqui um relato mais completo desta minha terceira participação nas 500 milhas
 

Anexos

  • FINAL OFICIAL.pdf
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Caro Abílio Dias Gonçalves,

Muitos parabéns por esse magnífico resultado, desta vez no banco do lado direito, nas 500 Milhas 2013!... Para além de condutor, fica provado que temos também navegador!

Eu, de quando em vez também não me importo, aliás até gosto, de andar no banco do lado direito! Mas gosto muito mais de conduzir.

Um abraço,

António Ramos
 
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Dias Gonçalves

Dias Gonçalves

Abílio Gonçalves
Estas foram as minhas terceiras 500 Milhas

Depois de ter participado em 2010 (37º lugar) e em 2011 (13º lugar da geral, 7º da categoria) nas 500 Milhas como piloto, este ano tive o desafio de ser navegador. Foi a primeira vez que fiz um Rallye do lado direito, exceptuando um Rali de Castelo Branco em que levei o meu Triumph 2000 ainda com o volante do lado direito (e conta-milhas em vez de conta-quilómetros).
O piloto, o meu amigo Armando Monteiro, convidou-me para o navegar, apesar da minha ausência de experiência nesse papel.

O carro foi um Opel 1604 S com o seu motor original de 75 cv, que foi para a estrada pela primeira vez no dia 25 de Abril, altura em que fizemos cerca de 40 Km para aferir e testar o Terratrip, para além de tentarmos perceber como poderíamos funcionar como equipa.

Estava assim tudo preparado para participar neste rali-maratona que decorre no mesmo dia e limitado a carros anteriores a 1975. O desenho da prova deste ano era diferente das provas dos anos anteriores: ligar o Porto a Lisboa utilizando preferencialmente a EN 2. Já sabíamos que este ano apenas tínhamos 700 Km para percorrer, dos quais cerca de 100 em PECs. O nosso número foi o 718 (partida pelas 7 horas e 18 minutos) bem superior ao meu número 604 de 2011, apesar da hora de chegada ser previsivelmente a mesma (22:30).

No dia 26 de Abril, pelas 16 horas estávamos a sair da Figueira da Foz, em direcção ao Porto, aproveitando o percurso na autoestrada para ver se tínhamos o Terratrip bem afinado para distância real, o que se veio a verificar. Sabíamos que no Porto teríamos de fazer o Troço de Aferição e reajustar o aparelho … mas afinal não havia Troço de Aferição.

Chegamos ao Hotel no Porto cerca das 17:30, sem incidentes, com o carro a corresponder lindamente. Feitas as verificações técnicas, no parqueamento subterrâneo do Hotel, resolvemos ir meter gasolina, o que se revelou mais difícil que o esperado pois parecia que cada vez estávamos mais longe da bomba de gasolina. Demoramos quase uma hora, que seria evitável se à saída do Hotel tivéssemos virado para a direita (onde havia bombas a cerca de … 100 metros) e não para a esquerda. Com tudo isto já estávamos quase na hora do Jantar, onde encontramos alguns amigos destas andanças e soubemos da “variante” introduzida pelo João Torrado: os tempos de passagem nos Controlos Horários sem Paragem (CHSP) é que passariam a definir o tempo de entrada na PEC seguinte. Ainda bem que não faltamos ao jantar, ao contrário do que fez o meu amigo Seara Cardoso. Ainda antes de dormir, estivemos a ver o Road-Book e as tabelas de tempos para as 8 PECs do dia seguinte, com um aditamento ao Regulamento em que os tempos de passagem passaram a ser ao décimo de segundo e não ao segundo.

No Sábado, cerca das 6 horas da manhã, levantamo-nos para ir buscar o Opel e preparamo-nos para a partida às 7:18. Em direcção a Crestuma, chegamos à primeira PEC, ao Meco como quase todas as PECs, que nos correu bastante bem: 4 pontos de controlo em que penalizamos um total de 5,0 segundos (16º da geral). Passamos o primeiro CHSP sem incidentes e a segunda PEC chegou pouco depois, Montemuro, em que penalizamos 12,7 segundos, graças ao terceiro ponto de controlo (8,3 segundos por avanço), local onde quase toda a gente penalizou 7 a 8 segundos por avanço. Tínhamos feito o 13º melhor tempo nesta PEC. Continuando a pensar que estávamos a controlar bem, entramos na PEC 3 (Lordosa) onde penalizamos 4,1 segundos em 4 controlos (9º melhor desta PEC), quase todos (3.3 segundos) por atraso no primeiro ponto de controlo.

Estávamos quase a chegar a Viseu, onde teríamos o pequeno almoço no Hotel Montebelo, quando não me apercebi que estávamos atrasados … e apanhamos 12,4 segundos no Controlo Horário. Os vinte minutos para o pequeno almoço pareceram-me insuficientes, pelo que partimos quase de seguida para chegar ao segundo CHSP, quase na hora devida, vendo passar o Seara Cardoso atrasado. Neste CHSP tivemos uma penalização de 0,1 segundos, nossa única penalização nos 7 CHSP.

Depois da PEC 4, Góis, onde penalizamos mais 3,7 segundos, chegamos ao Cabril, onde voltamos a penalizar 2,7 segundos no Controle de Chegada, por não termos conseguido entregar a Carta de Controlo com outro concorrente na zona de controlo. Estava feita a primeira secção com um total de 40,7 segundos de penalização: não sabíamos mas estávamos no 10º lugar da classificação geral; apenas tivemos acesso à classificação até Viseu, com um bom 16º lugar da Geral.
 

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Dias Gonçalves

Dias Gonçalves

Abílio Gonçalves
Depois duma manhã com ligações algo apertadas, tínhamos pela frente uma tarde em que já foi possível maior convívio com os outros concorrentes, que começou com uma PEC de sectores consecutivos, Centro Geodésico Nacional, que correu … francamente mal: com 14,2 segundos de penalização fizemos o 29º tempo. As PEC 6 (Abrantes com 1,9 segundos de penalização) e PEC 7 (Escoural com 0,8 segundos) foram as nossa melhores PECs, seguindo-se uma regularidade à figura, Casebres, com 7,2 segundos de penalização por atraso de 4,4 segundos na última figura, que identificamos demasiado tardiamente. Durante todo este tempo, íamos atrasando as entradas nos CHSP (com tolerância de 2 segundos por atraso) de forma a distanciarmo-nos do carro da frente e não voltarmos a penalizar nos controles de chegada, estratégia que nos permitiu entrar mesmo a tempo no controle de Alcácer.

Estavam completas todas as PECs. Num total de 30 postos de controlo nas PECs, tínhamos penalizado 49,6 segundos, bem melhor que os 475 segundos nos 87 postos das 500 milhas de 2011. Já só faltava fazer cerca de 130 quilómetros para chegar ao Hotel em Cascais, a última ligação com muito tempo disponível e onde só se penalizava por atraso, sem contas para fazer, com a noite a cair …

… e nisto acende-se uma luz vermelha no tablier: “deve ser o óleo” diz-me o Armando, pois tinha verificado o nível na hora de almoço e a meio da tarde verificou que tinha colocado mal a vareta e que estava a perder óleo. Parámos o carro e a vareta do óleo saiu completamente seca ! Com grandes cautelas voltamos 1700 metros atrás, até a uma bomba de gasolina, comprámos o óleo e colocamos quase 2 litros, para verificarmos que já estava no nível certo. Vareta bem colocada e … a luz permaneceu acesa. Seria a bomba do óleo que tinha gripado ? Decidimos andar a ver se o carro começaria a aquecer, hesitantes em chamar a assistência e penalizar na chegada ou a avariar o carro de vez, quando a luz se apagou. Afinal parecia que o problema estava resolvido … quando a luz se reacendeu. Com a lanterna iluminamos o tablier para descobrir que não era a luz do óleo mas sim da bateria. Afinal era o alternador que não dava carga suficiente, o que só agora constatávamos na primeira viagem nocturna do Opel. Decididos a chegar a horas, já com contas feitas, tínhamos mais de 100 Km para fazer em pouco mais de uma hora. E foi sempre a andar, à espera de ficar encravados algures antes do final, o que não veio a acontecer por pouco: logo após chegar ao controle, já de luzes apagadas, sem piscas, com o Terratrip já sem conseguir ficar acesso, a bateria ficou sem carga nenhuma. Foi mesmo a tempo.

Fomos finalmente jantar, com a sensação que estaríamos entre os 15 primeiros, a contar as aventuras do dia aos nossos companheiros de prova, a ouvir histórias pela noite dentro. De manhã soubemos que tínhamos conseguido um excelente 8º lugar da Geral, sendo os segundos classificados da categoria G. Desta forma ainda recebemos, das mãos do Tiago Gouveia, a respectiva taça.

A bateria … essa ficou a carregar durante a noite e o Opel cumpriu os últimos 200 Km de ligação à Figueira da Foz sem outros incidentes. Para a sua viagem de estreia, com cerca de 1000 Km, portou-se como um herói.

Temos ainda de agradecer ao nosso patrocinador, que nos permitiu viver mais uma aventura das 500 milhas. Até à edição de 2014.
 

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