A MECA.
Assim se pode definir esta experiência a que se chama 24 horas de Le Mans.
Como se a corrida já não fosse pequena, ainda existem outros eventos antes da corrida. As visitas às boxes, o desfile de automóveis e pilotos no centro da discreta cidade. É todo um ambiente de certeza único…
Sexta-feira de manhã, ainda na estrada a caminho da cidade (vinha de Paris) já era ultrapassado por máquinas que me faziam palpitar mais forte. O meu alugado Peugeot 107 era abanado por Corvetes, Ferraris, TVRs, Ultima GTR…
No parque, a mesma coisa, existia de tudo um pouco. E o termo “tudo” aqui é literal.
O meu carro estava contornado por infinitos brinquedos e cada um mais caro e exclusivo possível. Este orgasmo automobilístico devia-se principalmente aos ingleses que aderem em massa às 24 horas.
E como é sabido o “parque dos ingleses” é bastante diverso e particular.
Antes da corrida, fomos brindados pela Porsche Super Cup Francesa e uma pequena corrida do grupo C.
Ver o rabo dos GT3 a deslizar na curva Dunlop em travagem é tudo uma escola…
Do Grupo C, de salientar o Sauber Mercedes C11 (claramente o mais rápido) e o jaguar XJR.
O mais importante, a corrida das 24 horas.
O anteceder da corrida é algo extraordinário e que confesso me ter arrepiado a pela.
Os aviões, a música, o silencio dos espectadores… até que, o rolex “marca a hora”, os carros passam a meta, aceleram, as pessoas batem palmas… um espectáculo sem igual.
Ver de perto actores como Tom Kristensen, Allan McNish, Wolfgang Ullrich, Emanuele Pirro e até Pedro Lamy, a quem conseguir dar uma palavra e “sacar” um autógrafo, é algo de extraordinário e provavelmente não repetível. Pelo menos tão cedo…
Com o passar das horas conhecemos os carros de olhos fechados. Sabemos até onde alguns mudam de caixa. É tão matemático e milimétrico que assusta. O barulho dos Corvete e dos Ford. Os V8 continuam brutos.
O silêncio dos V12 Audi R10 da Kolles é perturbador face o V12 da Peugeot bem mais gritantes. E velozes também…
Pena, muita pena por ver o 908 do Lamy a ceder e pena mas orgulho por ver a equipa portuguesa de António Simões a terminar, sim, mas bastante atrasados.
Feliz pela vitória da Audi já que nas 24 horas é o meu Benfica.
Foi com o R8R, R8C e o Pirro que me apaixonei pelas 24 horas.
Às 15:30 locais, ainda deu tempo para um saltinho ao museu.
Um edifício muito bem habitado mas que como solução museológica deixa um pouco a desejar. Principalmente nos dias de hoje onde temos como termos de comparação os novos museus da BMW, Porsche e Mercedes.
A voltar, sem sombra de dúvida.
P.S.
Acho que a malta do portal podia combinar uma “excursão”.
Se for em formato low-cost não é assim tão caro.