Rover - Uma marca icónica desaparecida

Eduardo Tomas

Veterano
Face à concorrência, sim. Há uma lista infindável de carros do segmento C cujos 1.4 ficam para trás em performance: Xsara, 306, Megane, Golf e mesmo outros já na casa dos 90 cv, como o Almera, Astra ou Civic.

O que chegava mais perto talvez fosse o 146 1.4 TS (já o 145/146 1.4 Boxer não anda muito). Por outro lado, tinha piores consumos, precisava de variador de fase para lá chegar e era pior em regimes baixos.

Quanto muito, alguns conseguem aproximar-se ou fazer igual em algumas reprises, por culpa da caixa de velocidades com escalonamento um pouco longo demais que o Rover possui.

Dentro da marca, o carro mais rápido com o 1.4 16v 103 cv tem de ser o 114 GTi, que é uma pequena bomba.

**Um aparte, por falar em regimes baixos...a VW tinha um 1.4 com 100 cv, mas nunca o usou no Golf possivelmente por causa da tal questão do binário. É que o 1.4 da Rover tem 130 Nm/3000 rpm, óptimo para um 1.4 multiválvulas.**
 
Peço desculpa, mas duvido que o 1.4 K fosse superior ao 1.4 Twin Spark em performance...equiparáveis talvez.

O TS fazia 7.000rpm, motor super elástico (como os 1.6, 1.8 e 2.0) que cortava a 5ª (a descer claro) para além dos 220km/h (de ponteiro claro).
Tecnicamente tinha variador de fase (não me parece que fosse um defeito...nos hondas, por exemplo é sempre um elemento de referência), tinha 2 velas por cilindro (outra vantagem técnica)...

Alguém tem os mapas de entrega de potência e binário dos 2 para comparar? :rolleyes:
 

António José Costa

Regularidade=Navegação, condução e cálculo?
Portalista
De 1989 a 1997, acho que o motor K da Rover era sem dúvidas o melhor 1.4 do segmento, em 97 apareceu o 1.4TS da Alfa se não me engano.
O motor 4linha 1.4TS da Alfa era realmente muito bom, talvez melhor (para mim) que o do Rover mas foi desenvolvido e lançado uma década depois.
Apesar de adorar o som dos boxer e o peculiar funcionamento e personalidade, a verdade é que o 1.3 (1351cc se não me falha a memória) não tinha "pernas" para o Rover, o 1500cc sim já tinha e até seria para mim melhor em baixas e talvez um pouco melhor em médias, mas perdia lá em cima para o Rover.

Apenas uma opinião ;).
 

Eduardo Tomas

Veterano
Peço desculpa, mas duvido que o 1.4 K fosse superior ao 1.4 Twin Spark em performance...equiparáveis talvez.

O TS fazia 7.000rpm, motor super elástico (como os 1.6, 1.8 e 2.0) que cortava a 5ª (a descer claro) para além dos 220km/h (de ponteiro claro).
Tecnicamente tinha variador de fase (não me parece que fosse um defeito...nos hondas, por exemplo é sempre um elemento de referência), tinha 2 velas por cilindro (outra vantagem técnica)...

Alguém tem os mapas de entrega de potência e binário dos 2 para comparar? :rolleyes:

Não tens de pedir desculpa por discordares. :)

O K também faz 7000 rpm e também vai para esses 220 de ponteiro a descer penhascos.

É claro que as 2 velas por cilindro e o variador de fase não são desvantagens. O que eu quero dizer é que o motor, mesmo com isso (que encarece a manutenção, embora se possa dizer que o dono de um K vai gastar mais a mudar juntas...), não consegue ter melhor rendimento.

Mantenho o que disse. O K é ainda mais forte em regimes baixos. Em altos talvez seja por ela. Em consumos, o 1.4 TS é um pouco pior.

Posto isto, não era por causa disso que deixava de ter um 146 Junior. Mas bom mesmo...era um 2.0 TS.
 

Eduardo Tomas

Veterano
De 1989 a 1997, acho que o motor K da Rover era sem dúvidas o melhor 1.4 do segmento, em 97 apareceu o 1.4TS da Alfa se não me engano.
O motor 4linha 1.4TS da Alfa era realmente muito bom, talvez melhor (para mim) que o do Rover mas foi desenvolvido e lançado uma década depois.
Apesar de adorar o som dos boxer e o peculiar funcionamento e personalidade, a verdade é que o 1.3 (1351cc se não me falha a memória) não tinha "pernas" para o Rover, o 1500cc sim já tinha e até seria para mim melhor em baixas e talvez um pouco melhor em médias, mas perdia lá em cima para o Rover.

Apenas uma opinião ;).

Nem de propósito, essa referência ao Boxer.

Eu tenho o 33 1.5 IE (1590, 97 cv) e fiz dezenas de milhar de kms no 400 Saloon (1390, 103 cv). É claro que o 33 é um carro mais rápido, pesa menos 200 e tal kg - talvez faça menos 2s de 0-100 km/h e recupera velocidade mais rapidamente, para além de aguentar quase tudo numa mudança acima.

Porém, eu não o puxo acima das 6000 rpm porque literalmente não vale a pena. Estamos a falar de um motor que puxa bem, que é relativamente entusiasmante, mas continua a ser um 8v e não sinto grande "pica" em passar dali.

No 400, que ainda por cima é um carro supostamente mais refinado, requintado, suspensão branda, etc, dá gozo esticar mudanças às 7000 rpm. Não é por andar muito, que não anda - continua a ter só 103 cv para 1200 kg, mas é porque literalmente não se sente quebra de potência. Daí eu dizer que sobe de regime alegremente.

O 1.6, por exemplo, já é mais normal (também fiz muitos kms com uma). O 1.8, pior, acho que a potência máxima até chega antes das 6000 rpm e tudo. Claro que isto se deve às alterações no curso, essencialmente.

PS- Andei bastante em 214 XW (o de 90-95) e, mais coisa menos coisa, é tão rápido como o meu 33. O 214 é um pouco mais pesado.
 
Mantenho o que disse. O K é ainda mais forte em regimes baixos. Em altos talvez seja por ela. Em consumos, o 1.4 TS é um pouco pior.

Mantenho a minha, só fico convencido vendo os mapas...:)

Quanto aos consumos (que é o que menos importa), o tipo de motor condiciona muito o comportamento do condutor. Um motor elástico, pelo gozo que dá, leva sempre a exageros. O TS rola em recta em 5ª a 50km/h sem qualquer tipo de queixume...mas quem faz isso? :D
 

Rafael Isento

Portalista
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Portalista
Dentro da marca, o carro mais rápido com o 1.4 16v 103 cv tem de ser o 114 GTi, que é uma pequena bomba.
Tive um e não o achei propriamente um foguete. Era um motor bastante agradável, muito elástico, ajudado também pelo baixo peso do conjunto, mas não se sentia nenhum colar ao banco.
Comparando com o AX GTi (carros semelhantes, mesma cilindrada, tecnologias diferentes), no 114 não precisava usar tanto a caixa, mas em altas era um mero 1.4 multi-válvulas. A potência estava lá, mas era entregue de forma muito linear. No AX é o oposto, motor muito pontudo (pouco elástico). Até às 4000 pouco tem mas, daí para cima é muito reactivo, não fosse o corte às 7200 e aquele motor não parava de ganhar rotação.
Agora que o 114 tem muita pinta, lá isso tem. Tem uns bancos fabulosos e uma direção bastante informativa, apenas traída pela pouquíssima brecagem.
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Eduardo Tomas

Veterano
Mantenho a minha, só fico convencido vendo os mapas...:)

Quanto aos consumos (que é o que menos importa), o tipo de motor condiciona muito o comportamento do condutor. Um motor elástico, pelo gozo que dá, leva sempre a exageros. O TS rola em recta em 5ª a 50km/h sem qualquer tipo de queixume...mas quem faz isso? :D

Não querendo ser chato, mas o 1.4 da Rover também circula a essa velocidade sem se queixar e pisando o acelerador ele lá se desenvencilha.

O motor do Rover dava gosto de levar às 7000, quer pelo ronco, quer pelo pulmão em regimes altos, e nem por isso era particularmente gastador. Cheguei a fazer 6.4 l/100 kms, ao longo de 800 kms, com mais 2 passageiros e AC ligado parte do tempo.

Em relação a mapas, talvez entretanto tente procurar o do K.
 

Eduardo Tomas

Veterano
Tive um e não o achei propriamente um foguete. Era um motor bastante agradável, muito elástico, ajudado também pelo baixo peso do conjunto, mas não se sentia nenhum colar ao banco.
Comparando com o AX GTi (carros semelhantes, mesma cilindrada, tecnologias diferentes), no 114 não precisava usar tanto a caixa, mas em altas era um mero 1.4 multi-válvulas. A potência estava lá, mas era entregue de forma muito linear. No AX é o oposto, motor muito pontudo (pouco elástico). Até às 4000 pouco tem mas, daí para cima é muito reactivo, não fosse o corte às 7200 e aquele motor não parava de ganhar rotação.
Agora que o 114 tem muita pinta, lá isso tem. Tem uns bancos fabulosos e uma direção bastante informativa, apenas traída pela pouquíssima brecagem.
Ver anexo 1080095

Sim, no caso do 114 GTi eu não teci comparações com outros pocket rockets. É natural que o AX seja mais bruto.

Repara que o 1.4 do 114 GTi é exactamente igual ao do 200 e ao do 400 (que é 300 kg mais pesado). Não há truques de tipo algum, como mexidas em cabeças, ou diferentes set ups de carburadores ou seja o que for.

Para além disso, o 1.4 da Rover, especialmente até à passagem para colectores 4-1, bobinas à cabeça e mapa mais castrado para emissões (em finais de 99), não é pontudo, daí também não dar a sensação de andar tanto como o AX: :)

Se anda mais ou não...confio no que dizes, não tenho experiência com esses AX. ;)

PS - O teu não era um monoponto, de 95 cv?
 

Rafael Isento

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Sim, no caso do 114 GTi eu não teci comparações com outros pocket rockets. É natural que o AX seja mais bruto.

Repara que o 1.4 do 114 GTi é exactamente igual ao do 200 e ao do 400 (que é 300 kg mais pesado). Não há truques de tipo algum, como mexidas em cabeças, ou diferentes set ups de carburadores ou seja o que for.

Para além disso, o 1.4 da Rover, especialmente até à passagem para colectores 4-1, bobinas à cabeça e mapa mais castrado para emissões (em finais de 99), não é pontudo, daí também não dar a sensação de andar tanto como o AX: :)

Se anda mais ou não...confio no que dizes, não tenho experiência com esses AX. ;)
Em velocidade de ponta, o Rover tem o handicap da aerodinâmica, no entanto quer o 114 quer o AX são muito idênticos em andamento. Há mais 8 válvulas e 3 cavalos a favor do Rover é há menos 80kg e um Cx mais baixo a favor do AX.
Agora a grande diferença está na forma como a potência é entregue. No 114 é tudo muito suave e linear, no AX é tudo à bruta, ou se circula de forma pacata ou se aponta a agulha do conta-rotações lá para cima e solta-se o bicho que há nele.
De cronómetro na mão, é difícil dizer qual vence.
Para quem quer andamento rápido com estilo, o Rover.
Para quem quer despertar o piloto que há em si, o Citröen.
 

Rafael Isento

Portalista
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Portalista
(...)
PS - O teu não era um monoponto, de 95 cv?
O meu nasceu monoponto (jantes Cross Spoke no SPi), no entanto levou o sistema multiponto herdado dum "irmão".
Agora, os monoponto tinham uma grande vantagem. Ainda eram montados à mão e não davam tantos problemas de juntas, pois por serem montados à mão tinham tolerâncias menos apertadas. No geral eram mais fiáveis.
O meu levou o sistema de injeção multiponto, a tampa das válvulas (a do SPi era diferente devido à tubagem do ar da admissão) e a MEMS do motor dador, não tinha era o catalisador e tinha a Lambda anulada.
Na configuração SPi perdia um pouco em altas mas em baixas tinha melhor resposta.
 
1.4 Twin Spark
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Fui buscar o 146 Junior com o meu Pai em Setembro de 1998 ao concessionário Alfa Romeo em Coimbra. Veio de fábrica a pedido com kit de barras estabilizadoras e suspensão desportiva. Em Julho de 2003 partiu o motor a vir de Portalegre na formatura da minha prima. O meu pai mandou montar um motor 1.8 TS. Ficou um carro completamente diferente! Pena que passava algum tempo parado, porque andávamos mais vezes no 156 2.0 TS, comprado uns meses antes no mesmo local...
 

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Eduardo Tomas

Veterano
Em velocidade de ponta, o Rover tem o handicap da aerodinâmica, no entanto quer o 114 quer o AX são muito idênticos em andamento. Há mais 8 válvulas e 3 cavalos a favor do Rover é há menos 80kg e um Cx mais baixo a favor do AX.
Agora a grande diferença está na forma como a potência é entregue. No 114 é tudo muito suave e linear, no AX é tudo à bruta, ou se circula de forma pacata ou se aponta a agulha do conta-rotações lá para cima e solta-se o bicho que há nele.
De cronómetro na mão, é difícil dizer qual vence.
Para quem quer andamento rápido com estilo, o Rover.
Para quem quer despertar o piloto que há em si, o Citröen.

Obrigado pelo post. O que dizes parece fazer todo o sentido. :)

Já agora, para quem tiver interesse, em relação à opinião inicial que parece ter gerado alguma controvérsia:

4-3.jpg

digitalizar0010dq3.jpg

Em relação a esse114 GTi ser originalmente monoponto, foi precisamente pelo bocadinho de jante que reconheci. :)

E para responder à foto do ponteiro:



 

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Hugo Albuquerque

Rover Enthusiastic
Bem, eu posso dizer por experiência própria, que com o meu antigo 214 XW (1989-1995) dei 205km/h a descer. Era um multiponto de 103cv (1994).
Acredito que ainda desse mais alguma coisa, mas a falta de travões obrigou-me a tirar o pé, caso contrário não estaria aqui a escrever este post!

Quanto ao 114GTi, é como diz o Eduardo. Literalmente o motor não tem qualquer tipo de alteração, é um puro K-Series numa carroçaria mais leve.
Aliás a Rover, na altura até tinha uma publicidade muito engraçada do 114GTi :)

 
Obrigado pelo post. O que dizes parece fazer todo o sentido. :)

Já agora, para quem tiver interesse, em relação à opinião inicial que parece ter gerado alguma controvérsia:

Ver anexo 1080127

Ver anexo 1080128

Em relação a esse114 GTi ser originalmente monoponto, foi precisamente pelo bocadinho de jante que reconheci. :)

E para responder à foto do ponteiro:





Ora bolas, esse comparativo com o 146 é ainda na versão boxer...as medições de reprises, etc., seriam óptimas para esclarecer dúvidas. Tenho de ver se tenho alguma coisa, do TS, nas dezenas de quilos de revistas que por cá abundam. ;)
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
Não posso dar o meu contributo nos Série K de 1.4L, mas o de 1.6L em que os 200cc são ganhos só pelo alargamento dos cilindros, a cambota é comum ao 1.4L, o corte da injeção até é às 7200rpm.
Tanto nos motores multi-válvulas como nos motores em que a cilindrada é mais obtida pelo diâmetro do que pelo curso, o beneficio vai para as rotações mais elevadas, como o Série K 1.6L tem as duas coisas, quando a injeção corta percebe-se que ainda subiria mais umas 1000rpm!

Esta tendência ainda é mais notória no irmão mais pequeno, o 1.1L 8V, em que os cilindros são iguais aos do 1.4L mas a cambota é de diâmetro curto e bielas longas.
Os meus dois 111SL que tive, ambos a carburador (HIF44) eram económicos até às 4500rpm (cidade) daí para cima eram uns demónios (de 60CV) até às 8000rpm!
 
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Rafael Isento

Portalista
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Portalista
Não posso dar o meu contributo nos Série K de 1.4L, mas o de 1.6L em que os 200cc são ganhos só pelo alargamento dos cilindros, a cambota é comum ao 1.4L, o corte da injeção até é às 7200rpm.
Tanto nos motores multi-válvulas como nos motores em que a cilindrada é mais obtida pelo diâmetro do que pelo curso, o beneficio vai para as rotações mais elevadas, como o Série K 1.6L tem as duas coisas, quando a injeção corta percebe-se que ainda subiria mais umas 1000rpm!

Esta tendência ainda é mais notória no irmão mais pequeno, o 1.1L 8V, em que os cilindros são iguais aos do 1.4L mas a cambota é de bielas curtas, reduzindo o curso.
Os meus dois 111SL que tive, ambos a carburador (HIF44) eram económicos até às 4500rpm (cidade) daí para cima eram uns demónios (de 60CV) até às 8000rpm!
Uma coisa é certa, Lotus e Caterham quiseram os K, não fosse a malfadada junta e ainda hoje os queriam.
Acontece que nestes modelos, onde muitos não se preocupavam em aquecer devidamente o motor nem em deixá-lo arrefecer, a questão da junta era crónica e, devido à construção "sandwich", quase impossível de resolver. Agora, nas mãos de quem conhece estes motores E TEM OS DEVIDOS CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO, são grandes motores. Honestamente o 1.1 e 1.4 dispenso, mas o 1.6 e 1.8 (principalmente o VVC) bem tratados e trabalhados são um caso sério. Basta ver o mercado de kitcars no UK...
 
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