Meu caro:
Fez mal em ter tirado a mola da válvula.
Se os engenheiros, colocaram a peça com a mola lá é porque é precisa.
Logo, eu tiro uma foto na integra da válvula completa e coloco aqui.

@Claudio Vilas , meu caro, compreendeu-me mal! Nunca me ocorreria colocar o motor a funcionar sem a mola da válvula, iria gripar em poucos quilómetros! Apenas dei à chave para que a pressão do óleo empurrasse o êmbolo para fora! Se a mola não estiver lá o óleo é descarregado diretamente da bomba para o cárter sem passar pelos elementos móveis do motor. Não é mesmo nada boa ideia!
Como amanhã é dia de passeio, fui fazer uma vistoria ao carro, nomeadamente ao carburador. Se bem se lembram, quando fui à Moita o carro portou-se mal à chegada, e "curei-o" apertando o carburador ao coletor. Fui novamente verificar o aperto e a porca estava solta. Não solta no sentido de pouco apertada, mas solta quase a cair. Começo a apertar, e apertar, e apertar (chave de bocas com pouco espaço, penso que aperta 15º de cada volta) e apertar e apertar e apertar e nada. Uma breve inspeção revela que estou a puxar o perno através da base do carburador...
Não é bonito mas funciona (espero eu...): saco a porca e o perno fora, e coloco um parafuso e uma porca baixa. Vou ter de retomar a reconstrução do meu carburador suplente...
Amanhã logo se vê se volto pelas minhas próprias rodas ou na traseira de um reboque!

...e voltei a rodar! 260km sempre a andar, com paragem em Coruche onde estavam estas jarras:

Almoço, visita guiada, musiquinha e regresso à base sem problemas. Só as minhas costas é que se queixam.

...ora no outro dia aproveitei o bom tempo e fui dar um salto à exposição permanente do CPAA, o Clube Português de Automóveis Antigos, em Oeiras.
Os 1,75€ pagos ao senhor que descansava à entrada deram direito a luzes acesas na sala de exposição. Alguns trecos velhos, muitos carrinhos Planeta Agostini em expositores, e meia dúzia de automóveis mesmo antigos. O meu destaque para o reboque Ford Model A, e para o Fiat 501S Spider (Sportiva?). A emoção foi tanta que não me ocorreu tirar uma fotografia.

A dificuldade quando se tem um chaço, perdão, um clássico, é resistir à tentação de arranjar coisas que não se encontram estritamente avariadas. E por estes dias não resisti e resolvi "arranjar" um clip do friso cromado traseiro, que tinha largado o friso. Podia ter rodado o clip 90º e voltado a encaixar o friso, mas isso não teria graça. Por isso removi o friso e quatro clips, e dediquei-me a desenhá-los e imprimi-los.

Ao fim de três ou quatro iterações tenho clips semelhantes aos originais, resistentes, que encaixam nos furos da carroçaria,... mas confesso que não estou muito certo de como se monta o friso. Estas coisas normalmente vão lá com jeito, mas pela quantidade de mossas que tive de endireitar no friso, a força parece ser o recurso mais utilizado.
Os clips originais são mais moles do que os da impressora, e provavelmente deformam-se quando se faz força no friso. Mas mesmo assim tenho dificuldade em perceber como é que tudo encaixa. Encontrei uma referência a deslizar os clips no friso, mas também me parece estranho...

...e optei pelo deslizamento porque me parece a única forma racional de montar isto. Calculo que originalmente os clips eram introduzidos na extremidade do friso, onde as abas se encontram dobradas para dentro. Nessa altura o friso era uma peça única...
E reparei agora que não fotografei os clips no friso. Mas ainda vou a tempo.

Feito!


Muito razoável! O friso deu alguma luta para se conformar à posição correta, mas depois de encaixar ficou sólido como uma rocha (referência pirosa a uma música pirosa dos anos 80, Ashford & Simpson, se não me engano).
Para aqueles que estão a pensar "Uau!, esta cena da impressão 3D é muita fixe!", nem tudo é uma cama de rosas (ups, mais uma música dos 90). O carro ficou hoje umas horas virado ao sol, e depois de ter escaldado as costas na napa preta, reparei que a manete dos piscas tinha perdido alguma da sua altivez...
Infelizmente o PLA é um plástico com propriedades mecânicas inferiores, para além de biodegradável. Juntando isto à temperatura de um carro com interior preto exposto ao sol, que facilmente atinge os 80 graus, e temos sérios problemas de fluência do material. Mas nada temam, a versão 2 da manete vem a caminho!

Lá atrás sou capaz de ter referido algumas vezes o plano B (ou seria A?), construir um motor para o 850.
Os meus grandes planos de aumentar a cilindrada, modificar o circuito de óleo, instalar um filtro de óleo e um radiador, e mais umas macacadas, implicavam a aquisição de um motor. Se como eu são fãs dos conselhos veiculados pela Internet, talvez já tenham ouvido este: se forem comprar um motor usado, partam do princípio de que é sucata e paguem-no como tal. Na medida do possível...
Portanto lá encontrei um motor à venda e paguei menos do que pediam e mais do que devia. Na pior das hipóteses fico com um cárter, um carburador e umas latas e parafusos, para além de uns pisa-papeis e uma mesinha de apoio fixe e muito pesada e mal cheirosa.
Arrastei o bicho para a arrecadação e comecei a desmantelar. E desmantelar um motor velho de 50 anos é um trabalho porco.
De qualquer forma só parti 3 parafusos da cabeça, e depois de retirar as válvulas e ficar (quase) só com a fundição, resolvi inspecionar. E bolas, bugger, scheisse, merde! Primeiro reparei que alguém com sotaque italiano tinha estampado "70" na parte de cima. Check, penso que seja a altura da cabeça. Depois reparei que alguém estampou "69" na lateral. E por fim medi aquela sucata, que já só tem 68 de altura e os furos das velas mesmo à pele. Portanto a cabeça do motor é lixo. Pelas minhas contas, ficaria com uma compressão superior a 12, o que talvez explique as válvulas lascadas. Sempre a aprender...

Hoje foi dia de mais um Motorclássico. Como tive direito a uma entrada à " borla", cortesia do Museu do Caramulo, o "value for money" tendeu para o infinito. Quase que ignorei os carros lavados com esfregão verde (a iluminação não é muito amigável...)
Destaque para o stand dos Fiatistas, que era maior e melhor do que o do Portal dos Clássicos. E pela simpatia e disponibilidade o stand Morgan e Caterham, onde tinham à venda as fantásticas gravuras do Ricardo Santos (também disponíveis na loja Petrolicious).
O parque de estacionamento tinha alguns carros interessantes, a exposição mais do mesmo. Lá fora estava um Volvo marreco PV444 (544?) que me pareceu a estrela do dia.

Até para o ano.

... e eu que precisava de replicar um pequeno encaixe plástico para o meu 166. Onde faz este tipo de trabalho de impressão Pedro?

Miguel Gomes Dinis disse:

... e eu que precisava de replicar um pequeno encaixe plástico para o meu 166. Onde faz este tipo de trabalho de impressão Pedro?

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Na minha BQ Prusa. A modelação costumo fazer em SketchUp.

Desmanchar um motor é daquelas coisas que me fazem regressar à infância, quando todos os meus brinquedos acabavam em peças.
Neste momento tenho um bloco em cima da bancada, sem cabeça nem cárter. Tive de fazer uma pausa para arranjar uma chave 32 para remover a polia, mas é a única ferramenta esquisita necessária.
O próximo passo é remover os pistons e a distribuição, e mandar retificar com o conjunto de pistons 67,2 que desencantei. Não vai ser assim tão simples porque ainda tenho de comprar um monte de peças e garantir que tudo encaixa, nomeadamente pistons e bielas. E ainda preciso de uma cabeça...
Vou ver se começo a incluir umas fotos para isto não ficar tão seco.

Remover os pistons é a única tarefa fácil...

O cheiro a óleo velho impregna-se em tudo e limita o tempo disponível para trabalhar (é mesmo preciso tomar banho a seguir).
De resto é interessante observar alguns aspetos de engenharia. A Fiat usa parafusos M9, que para todos os efeitos não existem. Cabeças sextavadas 16, passos de rosca finos... só coisas que tornam a mais vulgar peça num inferno.
O bloco parece estar recuperável e já tenho duas cabeças em vista. Lá para o Natal...

Com estes pingos que têm caído, e com a data do IPO a aproximar-se (setembro), lembrei-me que o limpa para brisas está incrivelmente lento. E estou na dúvida sobre o que fazer.
A solução mais radical ( e para a qual estou tentado...) é substituir o motor e pronto. As escovas devem estar gastas até ao tutano, qualquer lubrificante deve estar sólido, e o isolamento da bobinagem deve estar degradado. Os motores ainda se compram novos, magneti marelli, por 45€ no sítio do costume.
O que me chateia é estar a gastar dinheiro sem saber se o problema está mesmo no motor. Todo o circuito elétrico tem a idade do motor, e sofreu horrores nas mãos de gerações de eletricistas/ mecânicos. Ainda este fim de semana comecei a seguir uns fios e acabei a remover um novelo que não estava ligado a nada.
Consequentemente, a segunda hipótese consiste no problema ser uma má ligação à terra, o que posso despistar ligando um fio à bateria, ou resistência a mais no circuito, o que também posso despistar ligando um fio à bateria...
Ok, está decidido, vamos brincar com fios!
Dependendo dos resultados, talvez coloque um relé no sistema. Darei notícias.

Grandes planos e depois nada corre como se espera.
Arranjei dois fios todos pipi (um vermelho e um preto), cravei uns terminais e dispus-me a fazer uma ligação direta ao motor, conforme planeado.
De pernas para o ar no banco do pendura enfio a cabeça debaixo do painel e localizo a ficha (é um choque quando se passa de um Fiat dos anos sessenta para um inglês dos setenta, a Fiat estava a anos-luz em sofisticação do sistema elétrico). Separo as duas metades e torna-se de imediato óbvio porque é que o motor não anda...

Quatro fios de um lado, três do outro. Salto de imediato para a opção radical, arranco o painel, tiro o motor (deixando a pele em troca), aproveito e tiro também o aplique que deveria ser em madeira.

O culpado:

Assim de repente é um motor Femsa de três fios, talvez de um 850N

Já tenho identificação: trata-se do motor de um Seat 850.
O curioso é que este tipo de motores, com campo magnético induzido em vez de permanente, já estavam ultrapassados nos anos sessenta por serem mais caros de produzir.

"Já agora" que tirei o painel de instrumentos e consigo bisbilhotar lá atrás, resolvi tirar a caixa de fusíveis para uma boa limpeza e para avaliar as malfeitorias que por lá foram praticadas.

Apesar da minha propensão para por defeitos e soprar como o lobo, até nem estava muito mau. As posições dos médios e dos máximos estavam trocadas, um fio estava curto demais, um ou outro terminal fraquito, mas no geral, depois de limpo e organizado, não ficou mal.

O único ponto que ficou em aberto é o interruptor dos quatro piscas que está um bocado trapalhão, com metros de fio a mais de um lado e falta de fio do outro. Ainda vou ter de pensar como é que o vou ligar (estava no canhão de ignição, mas perdeu o lugar quando reverti para a configuração correta).
As opções são duas: ou atrás do circuito protegido do fusível 2, com a buzina e luz interior, ou à frente do circuito protegido, junto ao relé dos máximos. A opção três é adicionar um circuito para o relé dos médios...

Nenhum 850, vem de origem com botão de 4 piscas nem circuito para isso.
~~

Claudio Vilas disse:

Nenhum 850, vem de origem com botão de 4 piscas nem circuito para isso.
~~

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Se viesse seria muito mais simples. Mas de qualquer forma penso que são obrigatórias mesmo em veículos que não as tinham de origem. Alguém confirma esta ideia?

Pedro Seixas Palma disse:

Se viesse seria muito mais simples. Mas de qualquer forma penso que são obrigatórias mesmo em veículos que não as tinham de origem. Alguém confirma esta ideia?

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Não são. O 1500 do meu pai passa nem inspecção sem problemas e não tem disso.