Quando a Primeira Série NÃO é a melhor

Samuel · 28 Mar 2017

Eu acho que esta questão nota-se mais no caso dos restylings, porque no caso de modelos novos, o desenho pode-se inspirar no modelo anterior ou noutros modelos. Por isso acho que alguns casos aqui apresentados não se aplica muito esta questão.
Eu por acaso não concordo muito com o Afonso quando diz que a Citroen é um bom exemplo. No caso do Visa, exteriormente sim, quando perdeu os satélites acho discutível. O CX, por exemplo, a atualização dos pára-choques para plástico e interior, trouxe de facto um ar mais actualizado, mas perdeu muito na leveza do desenho e, pior, na qualidade dos materiais. O modelo que me lembro que se pode aplicar esta melhoria para a segunda série é o AX. Exteriormente as alterações foram de pormenor e por dentro teve melhorias enormes na qualidade dos materiais.
Quanto dão DS/ID, de referir que as diferenças apresentadas já são da 1ª para a 3ª série. A distância temporal entre um e outro e o contexto em que são lançados não me permite uma comparação justa. Sinceramente, gosto tanto de um como do outro.
O 2CV é outro exemplo em que se notou uma evolução criativa com algumas desinspirações pelo caminho. Também não consigo ter uma preferência entre um e outro.

HugoSilva · 28 Mar 2017

Iuri Isidoro disse:
Isto é mesmo uma questão de gostos.. Nenhum dos demonstrados eu prefiro as "sequelas", sempre as originais.

Os poucos exemplos para mim de primeiras séries malfadadas:

Fiat 124 Sport coupe mk1
Ver anexo 1072100

mk3
Ver anexo 1072101

Alfa 33 mk1
Ver anexo 1072102

mk2
Ver anexo 1072103

Estes são para mim exemplos curiosos hehe

O 124 porque é um fetiche meu e sinceramente acho a primeira série um pouco deslavada, não parece um carro com pretensões desportivas, a frente é muito inocente. Os interiores são de longe os mais interessantes, mas isso porque sou um perdido por interiores com paineis de madeira falsa hehe
Tanto a série 2 como 3 são-me mais atraentes. Considero a série 2 o melhor de dois mundos e se tivesse mantido os interiores da original nem tinha duvidas. A série 3 é a mais "séria", mais agressiva e portanto mais "desportiva" mas aquela grelha frontal é discutível.

O 33 porque tendo um série 2 que acho bastante bonito, especialmente a simplicidade da traseira (para mim o spoiler é essencial) confesso que série 1 tem um charme muito próprio, e, ainda que digam que os materiais e qualidade de construção da série 2 são muito superiores, adoro alguns detalhes da primeira série e a traseira tem um look muito retro que adoro, o que gosto menos é mesmo a frente.

afonsopatrao · 28 Mar 2017

Samuel disse:
Eu acho que esta questão nota-se mais no caso dos restylings, porque no caso de modelos novos, o desenho pode-se inspirar no modelo anterior ou noutros modelos. Por isso acho que alguns casos aqui apresentados não se aplica muito esta questão.
Eu por acaso não concordo muito com o Afonso quando diz que a Citroen é um bom exemplo. No caso do Visa, exteriormente sim, quando perdeu os satélites acho discutível. O CX, por exemplo, a atualização dos pára-choques para plástico e interior, trouxe de facto um ar mais actualizado, mas perdeu muito na leveza do desenho e, pior, na qualidade dos materiais. O modelo que me lembro que se pode aplicar esta melhoria para a segunda série é o AX. Exteriormente as alterações foram de pormenor e por dentro teve melhorias enormes na qualidade dos materiais.
Quanto dão DS/ID, de referir que as diferenças apresentadas já são da 1ª para a 3ª série. A distância temporal entre um e outro e o contexto em que são lançados não me permite uma comparação justa. Sinceramente, gosto tanto de um como do outro.
O 2CV é outro exemplo em que se notou uma evolução criativa com algumas desinspirações pelo caminho. Também não consigo ter uma preferência entre um e outro.

Calma que eu não falei nos satélites do VISA! Ninguém mos tire!

Os satélites são geniais e não é para lhe tocar. Mas os satélites existiram no Visa II até 1984, só tendo desaparecido depois de 85 com a mudança de designações (de Visa SuperE para Visa 11RE e por aí fora).
E sim, não hei-de morrer sem voltar a ter um Visa II, com satélites. Seja um Club ou um SuperE.

Quando disse que a Citroën é bom exemplo é porque é, que me lembre, a única marca em que consigo encontrar dois modelos que fogem à regra e, assim, de que gosto mais na segunda ou terceira versão.
Só por isso, porque na grande maioria aplica-se a regra: gosto mais do primeiro. Quer nos que não são verdadeiros "mk2" (como no AX e no BX, onde as mudanças no interior, apesar de melhorarem a qualidade, apagaram o Citroenesco que lá havia, tendo sido Peugeotzados) como nos demais: o AMI6 é mais incrível que o AMI8; o GS é mais mais charmoso que o GSA; o CX com cromados e via estreita é mais genial que o seguinte.

Talvez no Dyane tenha também havido piorias para a segunda versão. Só muda o vidro no pilar C, é certo, mas é determinante...

nuno granja · 29 Mar 2017

JorgeMonteiro disse:
Só para desviar o assunto para longe da italia...

Eu, pessoalmente acho que o MX5 NB é consideravelmente mais interessante que o NA, aliás, acho que não conseguiria ter um.

Em termos dinâmicos não sei a diferença, só me posso guiar pelo lado estético.

Ver anexo 1072092

Ver anexo 1072091

Ver anexo 1072093

Jorge,

Não podia estar mais em desacordo.
O NA foi carro quase perfeito no contexto da época, as séries seguintes só terão acrescentado items mecânicos e estéticos que acompanharam o desenvolvimento do automóvel em geral, o que em termos objectivos terá sido uma melhoria mas em termos afectivos valerá muito pouco.

Creio que os NAs serão um daqueles casos em que os primeiros dificilmente terão rivais nas séries posteriores.

nuno granja

JorgeMonteiro · 29 Mar 2017

nuno granja disse:
Jorge,

Não podia estar mais de acordo.
O NA foi carro quase perfeito no contexto da época, as séries seguintes só terão acrescentado items mecânicos e estéticos que acompanharam o desenvolvimento do automóvel em geral, o que em termos objectivos terá sido uma melhoria mas em termos afectivos valerá muito pouco.

Creio que os NAs serão um daqueles casos em que os primeiros dificilmente terão rivais nas séries posteriores.

nuno granja

Então não podias estar mais em DESacordo. O que eu quis dizer é que acho que o NB foi uma melhoria estética gigantesca. Para mim o NB conjuga perfeitamente o estilo de um british roadster à qualidade mecânica de um japonês, enquanto o NA me parece um carro de bonecas.

Não consigo nem entender o porquê de tanto culto à volta do NA. E até hoje é único carro em que não gosto dos faróis escamoteáveis. Devo ter algum trauma com esse carro.

A única coisa que se aproveita do NA é o puxador da porta e infelizmente não mantiveram no NB.

nuno granja · 29 Mar 2017

JorgeMonteiro disse:
Então não podias estar mais em DESacordo. O que eu quis dizer é que acho que o NB foi uma melhoria estética gigantesca. Para mim o NB conjuga perfeitamente o estilo de um british roadster à qualidade mecânica de um japonês, enquanto o NA me parece um carro de bonecas.

Não consigo nem entender o porquê de tanto culto à volta do NA. E até hoje é único carro em que não gosto dos faróis escamoteáveis. Devo ter algum trauma com esse carro.

A única coisa que se aproveita do NA é o puxador da porta e infelizmente não mantiveram no NB.

A dislésxia serve de desculpa?

Com ou sem dislexia o desacordo mantém-se

nuno granja

André Santos · 29 Mar 2017

Um grande amigo meu comprou recentemente um MX5 e durante a procura desde logo definiu que tinha de ser um NB.
Durante o processo de busca e falando com outros proprietários fui apanhado de surpresa, porque a opinião era precisamente a de que o NB era muito bem conseguido esteticamente, mais que o NA.
Por isso já percebi que deve ser algo que divide mesmo os apreciadores do modelo, o que é bom: todos têm mercado

HugoSilva · 29 Mar 2017

Será curioso ver como evoluem as cotações das séries porque de todos a NA ainda será a que já vai sendo comprada por apreciadores, os outros ainda não baterem no fundo, é difícil prever se vão ser mais bem sucedidos ou não.
Ainda assim, e pelo que oiço e leio dado que nunca o conduzi, deve ser daqueles carros que menos se compram pela estética mas sim pelo comportamento.

Samuel · 29 Mar 2017

Eu sei mas provavelmente já havia a intenção de alterar.
A Citroen é boa é nesses mixings entre séries. Só quando se quer devolver a originalidade é que não dá jeito nenhum (então se se juntar as diferentes montagens em função do local onde são feitas....). Por isso, os primeiros DS série 3 (a carburador -1968/69) com o quadrante da série anterior são uma combinação muito boa

afonsopatrao disse:
Calma que eu não falei nos satélites do VISA! Ninguém mos tire!
Os satélites são geniais e não é para lhe tocar. Mas os satélites existiram no Visa II até 1984, só tendo desaparecido depois de 85 com a mudança de designações (de Visa SuperE para Visa 11RE e por aí fora).
E sim, não hei-de morrer sem voltar a ter um Visa II, com satélites. Seja um Club ou um SuperE.
Ver anexo 1072119

Quando disse que a Citroën é bom exemplo é porque é, que me lembre, a única marca em que consigo encontrar dois modelos que fogem à regra e, assim, de que gosto mais na segunda ou terceira versão.
Só por isso, porque na grande maioria aplica-se a regra: gosto mais do primeiro. Quer nos que não são verdadeiros "mk2" (como no AX e no BX, onde as mudanças no interior, apesar de melhorarem a qualidade, apagaram o Citroenesco que lá havia, tendo sido Peugeotzados) como nos demais: o AMI6 é mais incrível que o AMI8; o GS é mais mais charmoso que o GSA; o CX com cromados e via estreita é mais genial que o seguinte.

Talvez no Dyane tenha também havido piorias para a segunda versão. Só muda o vidro no pilar C, é certo, mas é determinante...

Eduardo Correia · 29 Mar 2017

Pessoalmente acho o NA um carro muito bom, não só esteticamente como também a nível do comportamento.
Só peca por não ter sido feito para pessoas com a minha altura. De qualquer forma e daqui a (espero que muitos) anos serei o feliz herdeiro de um

Voltando ao tópico já que se fala dos aspectos estéticos, puxo a brasa à minha sardinha e deixo aqui dois exemplos do outro lado do Atlântico em que a série 2 foi (para mim) claramente melhor do que a série 1 (sendo que ambas apresentam pouca diferença de anos entre elas):

Chevrolet Corvette C1 e C2.
A primeira série traz muitos pormenores de sedans americanos para, a meu ver, se assumir como um verdadeiro desportivo. A segunda série apresenta uma imagem muito mais limpa e musculada, que é o que se pretende num carro destes.

Dodge Charger 66 e 70.
Primeira série demasiado "pesadona" e pouco proporcional, pormenores de carro familiar misturados com desportivo.
Segunda série muito mais fluída, equilibrada e despretensiosa.

Curiosamente no caso dos americanos (não sendo mestres no design, ao contrário dos italianos), existem vários exemplos que se podem dar nos quais a estética evoluiu favoravelmente.

nuno granja · 29 Mar 2017

Eduardo Correia disse:
Pessoalmente acho o NA um carro muito bom, não só esteticamente como também a nível do comportamento.
Só peca por não ter sido feito para pessoas com a minha altura. De qualquer forma e daqui a (espero que muitos) anos serei o feliz herdeiro de um

Voltando ao tópico já que se fala dos aspectos estéticos, puxo a brasa à minha sardinha e deixo aqui dois exemplos do outro lado do Atlântico em que a série 2 foi (para mim) claramente melhor do que a série 1 (sendo que ambas apresentam pouca diferença de anos entre elas):

Chevrolet Corvette C1 e C2.
A primeira série traz muitos pormenores de sedans americanos para, a meu ver, se assumir como um verdadeiro desportivo. A segunda série apresenta uma imagem muito mais limpa e musculada, que é o que se pretende num carro destes.
Ver anexo 1072172 Ver anexo 1072173 Ver anexo 1072174 Ver anexo 1072175

Dodge Charger 66 e 70.
Primeira série demasiado "pesadona" e pouco proporcional, pormenores de carro familiar misturados com desportivo.
Segunda série muito mais fluída, equilibrada e despretensiosa.
Ver anexo 1072182 Ver anexo 1072183 Ver anexo 1072184 Ver anexo 1072185

Curiosamente no caso dos americanos (não sendo mestres no design, ao contrário dos italianos), existem vários exemplos que se podem dar nos quais a estética evoluiu favoravelmente.

E depois lá vem a excepção à regra;

Qualquer um dos outros ficava bem muito bem na minha garagem, mas este é o meu favorito,;

Até aqui tudo bem, podemos gostar mais deste ou daquele, mas são carros fabulosos, mas a partir dai foi sempre a descer...

Parece que nos últimos anos, a coisa melhorou significativamente.

nuno granja

JorgeMonteiro · 29 Mar 2017

Não sou grande fã dos americanos, mas design é coisa que não lhes faltava nessa altura (50's 60's). Havia uma atenção ao detalhe que não ficava atrás dos italianos, na minha opinião. Depois descambou.

nuno granja · 30 Mar 2017

JorgeMonteiro disse:
Não sou grande fã dos americanos, mas design é coisa que não lhes faltava nessa altura (50's 60's). Havia uma atenção ao detalhe que não ficava atrás dos italianos, nas minha opinião. Depois descambou.

Escolas diferentes em tudo mas o mesmo cuidado e investimento criativo.

nuno granja

Pedro Pereira Marques · 30 Mar 2017

Tópico bem interessante, apenas quero acrescentar o seguinte para não haver confusão:

No que diz respeito ao Alfa Romeo 33 existiram 3 séries (e não duas).

Primeira série:

Pedro Pereira Marques · 30 Mar 2017

segunda séire:

Pedro Pereira Marques · 30 Mar 2017

Tereceira e última série:

HugoSilva · 30 Mar 2017

nuno granja disse:
Escolas diferentes em tudo mas o mesmo cuidado e investimento criativo.

nuno granja

JorgeMonteiro disse:
Não sou grande fã dos americanos, mas design é coisa que não lhes faltava nessa altura (50's 60's). Havia uma atenção ao detalhe que não ficava atrás dos italianos, na minha opinião. Depois descambou.

Sem dúvida. Até podemos não gostar das (des) proporções porque no mínimo costumam ser carros grandes e largos, agora que há N carros deslumbrantes especialmente até aos anos 70, lá isso há!!

Iuri Isidoro · 30 Mar 2017

Pedro Pereira Marques disse:
Ver anexo 1072219 Ver anexo 1072220 Tópico bem interessante, apenas quero acrescentar o seguinte para não haver confusão:

No que diz respeito ao Alfa Romeo 33 existiram 3 séries (e não duas).

Primeira série:

É verdade Pedro, sei que na verdade são 3 séries mas a primeira e segunda são de muita semelhança, quase de um restyling se tratou ,mas correctamente sim, são as 3 séries sendo na minha opinião a ultima a mais bem conseguida.

Abraço!

Eduardo Correia · 3 Abr 2017

nuno granja disse:
E depois lá vem a excepção à regra;
Ver anexo 1072209
Ver anexo 1072210

Qualquer um dos outros ficava bem muito bem na minha garagem, mas este é o meu favorito,;
Ver anexo 1072211

Ver anexo 1072212
Ver anexo 1072213

Até aqui tudo bem, podemos gostar mais deste ou daquele, mas são carros fabulosos, mas a partir dai foi sempre a descer...
Ver anexo 1072214
Ver anexo 1072215

Parece que nos últimos anos, a coisa melhorou significativamente.

nuno granja

Absolutamente de acordo

A segunda série do Mustang (a partir de 1974) é daqueles casos em só falta o sticker no vidro a dizer "parido da crise petrolífera de 1973..."

Tiago Spranger · 6 Abr 2017

O meu 33 favorito... Para mim vai por ordem decrescente, se bem que entre a primeira e a segunda série poderia ter dúvidas na escolha ;-)

Quando a Primeira Série NÃO é a melhor

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...o do "Boguinhas"

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