Alfa Romeo 33 1.5 IE (1993)

Clássicos Modernos

Alfa Romeo 33 1.5 IE (1993)

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Eduardo Tomas

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Veterano
Olha as velas que o 124 1200 levou :)

É curioso, motores tão diferentes levarem as mesmas velas! Também são as recomendadas pela marca para o 124?

Andei a ler sobre o assunto e o Boxer IE porta-se bem com estas, sendo apenas preciso passar para umas BP7xxx caso se faça uma utilização mais agressiva.

____

Obrigado, pessoal!

Nelson, como não gosto de desiludir ninguém e não quero que isso aconteça se alguém do portal vir o carro ao vivo, tenho de dizer que as bases (o outro 33 e este) não são perfeitas, a carteira não é larga e portanto ainda há alguns problemas.

No entanto, e falando só a nível de aspecto, faço questão de que andem apresentáveis. Este não anda seeempre lavadinho e aspirado, mas mesmo que o faça de mês a mês não custa muito e tudo o que é preciso é usar meia dúzia de métodos e produtos simples do Detalhe. :)
 

Iuri Isidoro

Clássico
O carro está com um aspecto brutal, ,mas isso ja te foi dito.
O falhar quando chove ou passas nas poças não será esse cachimbo que mete agua e isola as velas momentaneamente? Já me aconteceu num carro e era algo tão simples quanto isso.

Abraço!
 
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Eduardo Tomas

Eduardo Tomas

Veterano
Obrigado!

É uma hipótese. Acharia estranho porque é imediato e porque é menos susceptível (pela zona) do que as cablagens debaixo do carro, mas é mais uma coisa a despistar.

___

Preciso da vossa ajuda. O Liqui Moly chegou na segunda-feira e tenho este cárter para substituir o que está no 33 (que está "aldrabado" com silicone). Está a meio da limpeza. Pelas fotos, vêm algum problema? Aquelas falhas na tinta são um entrave?

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De resto, tive-o de molho com água e super pop (depois leva com brake cleaner) um bocado e só pingou um nadinha pelo bujão, provavelmente por estar sem a anilha. Por fora, tem um ou outro arranhão mas não nada de mais.

Já agora, a junta do cárter é de cortiça. Há necessidade de usar algum silicone entre motor/junta ou cárter/junta? Já li vagamente acerca de vaselina...

Obrigado.
 

Anexos

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Eduardo Relvas

fiat124sport
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Eduardo,

A tinta não é, de todo, preocupante. Desde que o cárter esteja em bom estado, sem mossas nem roturas e acima de tudo com a superfície de contacto absolutamente plana, é utilizável.

Quanto ao uso do vedante, eu recomendo sempre que se use, embora em doses moderadas, não é preciso exagerar. E outra coisa importantíssima, num cárter é tão mau apertar muito como apertar pouco. Os parafusos devem ser todos apertados à mão de forma a que se sinta o iniciar da compressão da junta e fiquem justos, mas nada mais que isso. Se o aperto for excessivo esmaga a junta e permite fugas na mesma, além de poder empenar a chapa.

Vê bem essa questão da perda pela zona do bujão, estes modelos levam mesmo anilha? Eu não sei, porque ainda nunca mexi num Boxer destes. Os Fiat não usam anilhas, têm bujões com rosca cónica e vedam sem precisar desses extras.

Um abraço!
 
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Eduardo Tomas

Eduardo Tomas

Veterano
Excelente! Era mesmo o que precisava de ler antes de avançar. :)

Dei-lhe um ligeiro aperto adicional com o roquete (com o cárter fora do carro nem sequer dá para abusar, que ele a dada altura escorrega), meti água a ferver e não pinga rigorosamente nada.

Tirei mais um bocado da junta velha e agora está todo ele de molho para ajudar a tirar os bocadinhos de silicone à volta dos buracos dos parafusos e alguns resíduos que ainda tem.

Obrigado, outro abraço.
 
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Eduardo Tomas

Eduardo Tomas

Veterano
#17 Cárter, junta do cárter, filtro e óleo trocados

Como tinha dito antes, tinha começado a ouvir um ligeiro barulho que me parecia de touches e portanto antecipei a mudança de óleo, que ia fazer daqui a uns 2000 ou 3000 kms. Em vez disso, fiz aos 192 900 kms.

O cárter original estava amassado na ponta e tinha silicone à volta do bujão. A junta que lá estava já não parecia ser a de origem, também. Ao retirá-lo, encontrei um bocadinho de arame entalado no chupador de óleo e uns pequenos fragmentos de metal no fundo do cárter, assim como dois pedacitos pequenos de...plástico.

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O outro cárter foi devidamente limpo, entre o cárter e a junta coloquei reinzosil, aquela espécie de silicone da Victor Reinz, e deixei a secar com os parafusos colocados ao contrário, para manter a posição. Na hora de o montar no sítio, meti um pouco de vaselina na parte superior da junta, onde entra em contacto com o fundo do motor.

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O acesso a alguns dos parafusos foi complicado; aliás, para poder trabalhar, acabei por baixar os colectores de escape e desapertei até a barra estabilizadora, o que me permitiu ganhar 3 ou 4 preciosos centímetros. Limpar os restos da anterior junta também foi moroso, porque não queria danificar nada:

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O filtro de óleo que estava montado nem era o correcto, pelo código: era mais largo e achatado do que o que levou agora:

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Posto isto, o carro não perde óleo (até ver) por nenhum dos sítios em que mexi. O cárter está limpinho, tem o filtro de óleo certo e um óleo que teoricamente deixa o motor mais macio. Bom trabalho, certo?

Nem por isso. Desde a muda ficou como se ouve no vídeo. 300 kms (fui ao Porto com ele) e continua:



(se não puderem ver tudo, o barulho está especialmente perceptível e isolado nos últimos 30s...e ignorem o "bater de tachos" do catalisador)

Já expliquei que tinha começado a ouvir um barulho e que essa era a razão de antecipar a muda de óleo (e aproveitar para mexer no cárter), mas não estava tão mal. Tenho uma ideia razoável do que é o problema, mas não quero influenciar e por isso vou limitar-me a constatar algumas coisas que ainda não tinha dito, tirando os bocadinhos de metal no cárter e o facto de ter mexido no escape, cujas juntas estão podres:

-o carro não trabalhou sem óleo ou com o óleo abaixo do mínimo nem andei a dar gazadas a frio;
-dei à chave 3 ou 4 vezes antes de ligar para criar pressão de óleo e a luz do óleo apagou logo;
-concluí o trabalho no dia seguinte, portanto durante a noite o resto de óleo no motor escorreu;
-neste vídeo o som está bastante ampliado;
-apesar de o som piorar à medida que aquece, o carro pega igual a quente ou a frio, anda o mesmo, etc;

Venham as vossas opiniões. Isto não é inesperado vindo de um motor com quase 200 000 kms e cujo historial, para todos os efeitos, desconheço.

Porém, ter um Alfa Romeo a fazer este barulho é a mesma coisa que ter um sofá em pele coberto com um lençol dos chineses.

EDIT: Aquando da ida ao Porto, esta sexta, o som pareceu ter ficado mais abafado ao fim de muitos kms a 3000-3500 rpm; no vídeo é que apareceu logo ao fim de 2 minutos a trabalhar (esteve parado desde sexta à noite, o vídeo foi hoje à hora de almoço).
 

Anexos

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Eduardo Relvas

fiat124sport
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Esses resíduos no cárter não são bom sinal... deve haver aí alguns bronzes a querer a reforma.

No entanto, não consegui perceber muito bem a origem do ruído, a mim acima de tudo soa-me a uma fuga no escape, mas pode ser do som do vídeo.
 

afonsopatrao

Portalista
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Que chatice, Eduardo.
Espero que não seja nada de muito grave. Mas não estou com bom pressentimento...
 
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Eduardo Tomas

Eduardo Tomas

Veterano
IMG_20170329_221014_zpsohwcs4os.jpg

Aqui o cenário ainda é pior.

Portanto, cheguei a pensar que o barulho fosse uma touche, embora ache o barulho demasiado "forte" para tal, mas ao mesmo tempo demasiado "agudo" para ser uma biela. A hipótese que faz mais sentido é precisamente a do escape; não estava à espera de ter de o baixar, não tinha juntas novas comigo e estas não estão boas.

Em todo o caso, esta situação das capas tem de ser revista. Como o carro já ia para o mecânico para trocar a distribuição e embraiagem (tem elevador e vale a pena nestes carros tirar o motor para fazer isto), será ele a tratar do assunto, mas tenciono ver e, se for possível, ajudar. No entanto, como o dinheiro não estica, coloquei já algumas questões:

1) É viável, após mera inspecção visual da cambota, trocar bronzes sem a rectificar? Ou, à quantidade de fragmentos no cárter, essa hipótese é uma miragem? Eu sei que certezas só com a cambota nas mãos, mas...

2) Pode soar estúpido, e eu devia saber porque já desmontei um motor destes, há meio ano...é possível tirar a cambota fora sem mexer nas cabeças, certo?

3) O motor em 6000 kms mal tocou no óleo e aparenta estar a puxar bem. Será que vale a pena a MO adicional (e as juntas novas...) para tirar as cabeças, tirar os pistões e trocar os segmentos?

Estas perguntas têm uma razão de ser - já que o motor vai estar cá fora e vai, sem correias nem tensores, é uma oportunidade óptima para trocar os bronzes todos e segmentos, fazendo uma semi-reconstrução do motor. Mas tendo de cortar nalgum sítio, cortaria naquilo que parece ainda estar bem - juntas, segmentos - ou que é menos crítico a curto/médio prazo - touches, cames, por exemplo.

Confesso que estou um bocado indeciso. Naturalmente, também não quero gastar centenas de euros para deitar tudo a perder ou poupar numa coisa. Por outro lado, o que não for estritamente necessário no motor pode ir para os amortecedores da frente ou caixa da direcção...

PS- Falei nas touches e cames porque ainda tenho aqui as duas cabeças do motor 1.5 de carburadores que desmontei há tempos.

E...como raio é que um mini arame foi ficar enfiado no chupador de óleo? Como é que ele apareceu ali, de qualquer forma?

Ah, e claro que já estou semi arrependido de ter feito este trabalho ingrato, para agora ter de tirar o cárter e mudar o óleo outra vez.
 

Anexos

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afonsopatrao

Portalista
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O mini-arame só pode ter lá entrado em alguma mudança de óleo, com um mecânico menos cuidadoso...
 

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Eduardo, isso tem mesmo ar de serem restos de um bronze que se está a desfazer.

O motor quando pega apaga a luz da pressão de óleo antes de pegar ou depois? Leva tempo ou é rápido? Isto por vezes é logo um sinal de como as coisas andam nessa parte do motor, porque é onde a pressão é maior e as tolerâncias mais pequenas. Um motor mais cansado leva mais tempo a atingir a pressão mínima para apagar o avisador.

Se o motor tem boa compressão (podes pedir que a meçam), podes evitar mexer nessa parte. Desde que tenha usado óleos de boa qualidade, o desgaste pode não justificar mexer, mas há que ter certezas.

A mudança dos bronzes da cambota e bielas deve poder ser feita sem desmontar muita coisa, desde que a cambota não esteja muito mal, mas só vendo é que se percebe. Essa parte pode ser feita visualmente com a cambota no sítio, mas para o serviço ser bem feito ela deve ser removida, porque ao trocar os bronzes todos os apoios onde eles assentam devem ser despolidos (isto presumindo que não há necessidade de rectificar).

É chato ter de voltar a abrir (num motor desconhecido convém sempre analisar a coisa bem antes de fechar), mas vale a pena fazer bem feito... se resolveres o problema agora bem resolvido, tens motor para mais uns milhares valentes de km.

Um abraço!
 
Um conselho que vale o que vale.
Eu abri no meu punto abri o motor para mudar apenas vedantes de válvulas (dado o consumo de óleo) porque pelo teste de compressão os segmentos pareciam me estar bons.. Hoje arrependo me de não os ter logo mudado porque no médio prazo irei ter de o fazer.
 
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Eduardo Tomas

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Eduardo, isso tem mesmo ar de serem restos de um bronze que se está a desfazer.

O motor quando pega apaga a luz da pressão de óleo antes de pegar ou depois? Leva tempo ou é rápido? Isto por vezes é logo um sinal de como as coisas andam nessa parte do motor, porque é onde a pressão é maior e as tolerâncias mais pequenas. Um motor mais cansado leva mais tempo a atingir a pressão mínima para apagar o avisador.

Se o motor tem boa compressão (podes pedir que a meçam), podes evitar mexer nessa parte. Desde que tenha usado óleos de boa qualidade, o desgaste pode não justificar mexer, mas há que ter certezas.

A mudança dos bronzes da cambota e bielas deve poder ser feita sem desmontar muita coisa, desde que a cambota não esteja muito mal, mas só vendo é que se percebe. Essa parte pode ser feita visualmente com a cambota no sítio, mas para o serviço ser bem feito ela deve ser removida, porque ao trocar os bronzes todos os apoios onde eles assentam devem ser despolidos (isto presumindo que não há necessidade de rectificar).

É chato ter de voltar a abrir (num motor desconhecido convém sempre analisar a coisa bem antes de fechar), mas vale a pena fazer bem feito... se resolveres o problema agora bem resolvido, tens motor para mais uns milhares valentes de km.

Um abraço!

Obrigado pelo post, uma vez mais.

A luz do óleo apaga no momento em que se dá à chave. Tive hoje de sair com ele e reparei nisso.

A entrada no bloco operatório ficou marcada para daqui a uma semana. Portanto, o carro vai andar assim nem 100 kms. Com alguma sorte, a cambota nem tem de ser rectificada. :)

João, eu gostava (bom, uma pessoa pode sonhar) de daqui a poucos anos poder abrir o motor para deixar tudo impecável (ou até de fazer o upgrade para um 1.7 8v), portanto se os segmentos durarem só mais 20 000, 30 000, 50 000 kms, o que for, não fico chateado. Neste momento, trocá-los implicaria meter mais umas valentes dezenas de euros em cima da conta final, dinheiro que como disse pode ser usado para coisas que são necessárias já.

Mas percebo o que dizes. Se não estivesse confortável com a ideia de abrir novamente o motor a médio prazo e se não tivesse andado alguns milhares de kms com o carro e comparado até ao outro 33 que tive, não ia ficar de consciência tranquila ao deixar os segmentos.

Naturalmente, a minha opinião pode mudar daqui a uns dias, se no teste de compressão os valores não forem ideais ou deixarem dúvidas. :)
 
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Eduardo Tomas

Eduardo Tomas

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#18 Mudança da distribuição, embraiagem e outros

Duas semanas depois, o 33 já deu entrada no mecânico e já saiu, este Sábado. :)

Depois de alguns dias de espera, lá fui eu na esperança de que não fosse preciso rectificar a cambota, trocando apenas os bronzes:

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Antes disso, o mecânico ouviu-o a trabalhar. Aquele barulho agudo já não estava lá, porque entretanto a fuga ficou maior, a performance estava como quando o conduziu, há 2 meses (boa) e o carro quase não consumiu óleo nos 5000 kms que fez comigo, pelo que se abdicou do teste de compressão.

Hora de começar a desmontar coisas. A primeira foi o capot. A bateria foi desligada, as rodas da frente aliviadas e a seguir foi levantado no elevador, para que se começasse por baixo, por onde o motor iria sair. Já não sei precisar a ordem, mas sei que as rodas da frente foram então retiradas e o óleo e água choca que andava no circuito, o charriot (junto com a barra estabilizadora) e o apoio traseiro (da caixa) tiveram de sair.

A secção dos colectores de escape até ao catalisador foi igualmente retirada, assim como um apoio lateral, e as transmissões foram desapertadas da caixa (ao serem retiradas a caixa não baba óleo, apesar de este também ter sido retirado).

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Baixou-se então o carro e começou a trabalhar-se por cima. Foi retirada a caixa do filtro de ar e tubagem até ao colector de admissão, retirei o vaso de expansão para ser limpo (mas não era necessário para retirar o motor). Desligaram-se as fichas do colector de admissão, o cabo do acelerador, tubos de vácuo, duas tubos do circuito de refrigeração que ligam lá, retiraram-se 3 porcas de cada lado a segurar o colector e este veio cá para fora.

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As tubagens que ligam ao radiador (do motor) e ao da chauffage foram desligadas. O pouco gás que havia no AC foi retirado. Cabos de massa foram desligados, tal como as ligações do alternador e motor de arranque. A bicha do odómetro teve de sair e os injectores tiveram de ser levantados, do lado do passageiro, para que se passasse a cablagem para cima para o motor poder descer.

Não me recordo de faltar muito mais para finalmente se poder ir buscar um suporte para o motor e descer o carro, apoiando-o lá para de desapertar o derradeiro apoio. Por esta altura já o motor oscilava livremente de um lado para o outro.

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Está tudo? Não. Ainda falta desligar uma ficha, o tubo de retorno de combustível...e antes já se haviam retirado os dois foles do selector da caixa, que sai agarrado a esta. Agora sim:

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4 parafusos e a caixa separa-se do resto. Logo de seguida, pensa-se: "se calhar é mais fácil ver dos bronzes se o motor ainda estiver levantado". Assim se fez. Cárter fora, desmontar um dos apoios de cambota e...alguns momentos de confusão. Então mas não havia limalhas no cárter? Mas estes bronzes estão quase novos. Todos.

As limalhas são claramente de bronzes, portanto chega-se a uma hipótese: o carro já os levou antes de eu o comprar. Mas apareceram mais algumas limalhas neste cárter, que limpei recentemente e veio de outro motor. Certo, mas o motor de onde veio este novo cárter tinha os bronzes arruinadíssimos, imensa porcaria no fundo e é possível que eu não tenha conseguido limpar tudinho, nas zonas mais escondidas. Para além disso, também poderia ainda haver limalhas dentro deste motor, algures.

Pelo sim pelo não, na próxima muda tiro o cárter e confirmo. O mecânico também não viu folga nenhuma estranha nas bielas/bronzes e as entranhas estão com boa cor.

Siga então para a distribuição. As correias de acessórios estão mais do que gretadas e vão fora. Retiradas as tampas frontais da distribuição, vê-se muita porcaria depositada no fundo das tampas traseiras, por baixo das polias - sinal de que os vedantes das árvores de cames já viram melhores dias. As correias estão também com muita folga e o risco de saltarem dentes é grande. Tiram-se as polias e esta é a vista:

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Um tanto feia, é verdade. Mas antes de limpar um pouco, a bomba de água também tem que sair e quem vai montar a nova sou eu. Depois de muita martelada e de se desfazer em vários bocados, esta bomba que já andará aqui há muito tempo finalmente sai. Tira-se os restos de junta, passa-se ao de leve a lixa e, com tudo bem limpo, mete-se a bomba e junta nova no lugar, com um pouco de silicone entre estas duas.

Agora sim, insisto na cabeça, com um esfregão de aço e líquido de limpeza de travões. Ficou melhor:

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Claro que com mais tempo e com tudo desmontado seria possível fazer muito melhor, mas a ideia era aproveitar e fazer qualquer coisa já que estava cá fora.

Os vedantes foram trocados, as tampas traseiras foram limpas com gasóleo e montadas e a seguir segue a distribuição:

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Deste lado já pouco faltava, só a polie da bomba de água e as correias (a do AC para já foi reutilizada, visto que a que veio é demasiado comprida). Vamos então à embraiagem?

Quando se retirou, viu-se que o disco estava no fim e que devia faltar pouco para começar a patinar. A prensa também demonstrava já desgaste. O volante do motor apenas foi lixado muito ao de leve, visto não haver necessidade de fazer mais do que isso. É a hora de experimentar o disco do novo kit da Luk.

Aqui, as coisas correm mal. O disco não está a ir até ao "fundo", embarrando antes em alguma coisa. O meu mecânico confirmou e há dois part numbers diferentes para as embraiagens dos 33 e esta embraiagem que me foi oferecida tem o número errado. Na hora, consegue-se arranjar um kit da Valeo, uma opção segura, mas a 210 euros mais iva.

Nem pensar. Num instante ligo para 5 ou 6 casas de peças mais ou menos perto. Se tiver que fazer 60 kms para ir buscar a embraiagem, faço. Ao fim de uns bons minutos, finalmente encontro uma Valeo a 160 euros já com o IVA e têm para as 9h30 do dia seguinte. Lá estou e, depois de ter a certeza de que era a embraiagem certa, compro e sigo para o mecânico. Ainda fiquei na dúvida, porque o design é ligeiramente diferente:

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Ao menos o C3 que me emprestaram foi, durante estes dias a fazer os kms de casa para a oficina, um companheiro fiel, confortável, silencioso e económico. Nesta foto, por alguma razão, só aparecem dois, mas com estes kms ainda tinha 3 traços de combustível. Trata-se de um 1.4i Exclusive e, não sendo um carro particularmente especial ou bom, é um carro do qual aprendi a gostar.

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Posto este agradecimento ao cangalho, ainda há uma embraiagem para montar, um motor para meter no sítio e mais uns ajustes a fazer:

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Antes de ir para o carro, há que aproveitar o espaço disponível. Este:

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Dá-se uma limpeza na zona inferior e, o mais importante, ajusta-se a caixa da direcção. Já me preparava para comprar uma recondicionada. Será que isto vai funcionar?

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Já disse que entretanto o óleo da caixa foi trocado, com outro 75w90 a ir lá para dentro? Não. Também não disse que o fio da sonda lambda estava todo torcido e que isso foi resolvido e o fio isolado, que o vaso foi limpo com ácido e areia, nem que colector também levou uma limpeza rápida:

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Enquanto isto:

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É hora de seguir para o berço novamente. Foram curtas, as férias cá fora. Tanto retirar como colocar no sítio foi um processo relativamente simples, sem grandes ajustes a serem feitos e sem que tenha demorado muito tempo. Novamente preso o motor pelo apoio, segue-se a lavagem do charriot, que estava cheio de gordura...mas aqui já não:

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A montagem foi...o oposto da desmontagem, como se costuma dizer, mas sujando um pouco menos as mãos e perdendo mais tempo com alguns detalhes.

Eu sabia que me estava a esquecer de mais alguma coisa! Apesar de ter ficado na dúvida em relação ao meu sangramento dos travões, o mecânico conferiu e ficou bem. O carro só não trava melhor (a frio) por causa do tipo de pastilhas que tem.

O líquido da DA estava absolutamente horrível e foi trocado por um Dexron III que levei, da Castrol. Já agora, depois de tudo montado o carro levou um anticongelante verde da Motul, que ficou diluído a uns 40%, e óleo sintético 10w60. O outro fez 500 kms, mas enfim, não o podia reaproveitar.

Está pronto? Está pronto!

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E já andou? É claro que sim!

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Então, o que mudou?

Pouca coisa, mas que faz uma grande diferença. O motor parece ter ficado muito ligeiramente mais macio e estável, ainda que volta e meia sinta um ligeiro poço que já explicarei entretanto.

A caixa, depois de o óleo circular por lá, ficou um pouco mais macia. Não era habitual arranhar 2ª, mas agora está ainda menos "arranhável". A embraiagem está leve mas não demasiado, está progressiva e pega bem em baixo. Conseguem-se fazer pontos de embraiagem muito mais precisos e passagens de caixa menos brutas.

Sem a batida da DA em empedrado ou em buracos, o carro está bem mais agradável. Curiosamente, é capaz de ser o mais marcante e nem foi por isso que o carro foi para o bloco operatório! Claro que o resto tinha de ser feito, de qualquer forma.

Antes disto já havia trocado os rolamentos traseiros, acabando-se aquele barulho grave que tanto me chateava ao fim de uns kms.

O pior, neste momento? Os amortecedores frontais estão horrivelmente maus. Vi também para dentro do catalisador, quando a linha saiu, e quando se bate há um grande bocado de cerâmica lá a chocalhar. Perigoso para a saúde do motor, pode ser a explicação do poço pontual e estraga um bocado o som do Boxer - parece que tenho sempre alguém a bater com os testos debaixo do carro.

A sonda lambda também não me convence, é das universais, estava toda torcida e por isolar, e os pneus da frente ainda safam (em termos de piso) mas quando puder vão embora, não me convencem.

E é tudo. Resta desfrutar até que a próxima coisa avarie ou peça atenção urgente.


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PS- Esqueci-me de deixar um agradecimento especial ao meu mecânico, que me aturou por lá e pôs-me à vontade para sujar (e limpar) as mãos, e à minha namorada, que não só se ofereceu para ir comigo no primeiro dia como, não suficiente o sadismo, foi nos dias seguintes.
 

Anexos

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Última edição:

afonsopatrao

Portalista
Portalista
Inebriante, o teu relato! Muitos parabéns e muito obrigado.
Então o mistério do som metálico e das limalhas manteve-se, certo? Não há ainda qualquer explicação irredutível, pois não?
 
OP
OP
Eduardo Tomas

Eduardo Tomas

Veterano
Obrigado! :)

O som era mesmo de fuga de escape. Já não o faz. De qualquer forma, não deixa de ser estranho e, portanto, na próxima muda vou ver outra vez. Assim fico mais descansado!
 
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