Comer verde - a única opção com futuro?

Luis Cristovao

Portalista
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Tendo a concordar com a maioria dos conceitos apresentados por ti, Relvas.

A carne, em geral, é algo que tem mau gosto. Temos de lhe carregar com tudo o que é especiarias, temperos, vinha-de-alhos e artimanhas para se conseguir tirar prazer do seu consumo.

Por motivos culturais / comodidade continuo a comer carne e tudo sem restrições, mas no fundo sei que tu é que estás bem.

Grande abraço, bom tópico.
 
OP
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Mas por aquilo que leio e ouço é mesmo a falta da vitamina B12, que nos vegetais é praticamente nula.

Sim, particularmente nos de produção comum, os biológicos até poderão ainda conter alguma. Como hoje em dia está tudo coberto de pesticidas, estes microorganismos vão sendo cada vez mais perdidos.

:lol::lol::lol::lol:
Cerveja, tremoços, azeitonas e já sou vegano!

Aí tens uma fonte de nutrientes excelente... o tremoço é das melhores leguminosas, repleto de coisas boas. :)
 
OP
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Tendo a concordar com a maioria dos conceitos apresentados por ti, Relvas.

A carne, em geral, é algo que tem mau gosto. Temos de lhe carregar com tudo o que é especiarias, temperos, vinha-de-alhos e artimanhas para se conseguir tirar prazer do seu consumo.

Por motivos culturais / comodidade continuo a comer carne e tudo sem restrições, mas no fundo sei que tu é que estás bem.

Grande abraço, bom tópico.

Luís, o mal é exactamente esse, estamos a acomodar-nos pensando que temos essa opção, mas infelizmente cada vez mais estamos a chegar a um ponto em que a questão é mesmo a da insustentabilidade.

As práticas de produção intensiva estão a levar as capacidades de produção de rações ao limite, bem como o consumo de água potável. E atrás disto vêm as emissões poluentes, que nos dão o clima completamente alucinado que temos...

E tu que estás no ramo saberás também dos mil e um problemas com a saúde, como a rampante invansão das bactérias multiresistentes, que são já comuns nos EUA e começam a fazer-se notar em números preocupantes deste lado também. Os animais adaptam-se, e os organismos mudam a uma velocidade alucinante, começam a ser cada vez mais os casos de pessoas que morrem nos hospitais sem qualquer hipótese porque não responderam a nenhum tratamento. Não estaria na altura de reconhecermos que estamos a abusar da sorte? Para quê continuar a fazer algo sistematicamente sabendo que é assim tão errado?

Grande abraço!
 

JoaquimMatos

Veterano
Bom tópico, um tema bastante controverso e que certamente dará pano para mangas!

Nós somos aquilo que comemos, tudo aquilo que ingerimos vai-se refletir no nosso organismo, a curto, médio ou longo prazo. Somos seres Heterotroficos, incapazes de produzir a nossa própria energia, por Isso estamos inseridos numa cadeia alimentar, em que muitas das vezes somos consumidores terciarios ou quaternários, Quanto maiores forem as cadeias alimentares, maiores serão as perdas de energia ao longo das mesmas. Porque não uma alimentação baseada nos produtores, plantas frutos e vegetais? Uma forma de ir buscar tudo à fonte, poupa-se energia e o meio ambiente. O negócio da carne, leite e derivados estão demasiado enrraizados na sociedade de forma que para muitos é difícil quebrar a tradição e seguem a maioria. O capitalismo associado à criação de animais, assim que nascem são entupidos de hormonas de crescimento, quanto mais rápido crescerem, melhor! Muitas crianças hoje em dia pensam que os frangainhos nascem no hiper já embalados! Se o comum dos consumidores soubesse as condições em que esses animais são criados e a forma cruel como lhes roubam a vida, desde eletrocutados a escaldados vivos, nunca mais levantariam um garfo sequer!

@Eduardo Relvas , Quanto ao flúor, sim, tem efeitos neurotoxicos a nível sistemico quando ingerido em excesso, o mesmo acontece com outros iões, K, Ca, Fé, Mg. Existem zonas onde a água contém naturalmente um nível de flúor acima da média e alguns países, que juntam flúor nas águas da rede para que este possa chegar a toda a população, a isto somando o flúor obtido através da alimentação, ou através de suplementos, aí sim o risco é substancial. Todos os tratamentos com flúor tópico, através de elixires, géis ou pastas de dentes, não representam qualquer risco a nível sistemico pois não são para engolir. O flúor é um Importante agente anticariogenico que é absorvido pelo esmalte fortalecendo-o, contrariando a desmineralização do mesmo quando em contacto com placa bacteriana. Como profissional da área desaconselho totalmente o uso de pastas que não contenham flúor, não será apenas a acção mecânica da escova em conjunto com detergentes, espessantes, abrasivos, corantes, sabores, edulcorantes, conservantes, que terá uma acção topica mantendo o equilíbrio entre desmineralização/remineralizacao do esmalte. Todas as pastas devem conter flúor, inclusive as pastas para criança contém flúor, por vezes eles comem mais pasta do que escovam os dentes, por isso tem baixas concentrações, cerca de 500 ppm (partes por milhão)

Abraço!
 

JoaoBaleiras

Clássico
Ui... isto é um assunto que me é muito complicado.

Sou apreciador de carne, ponto, e ainda por cima no meio disto tudo detesto legumes e vegetais, não quer dizer que não concorde com o que foi dito e explicado, concordo e felizmente tenho um colega que é maioritariamente ovo-lacto-vegetariano e já tivemos bons debates em relação a este assunto.
Aliás, após vários debates e conversas com ele, cheguei a uma conclusão, desde à 3 semanas para cá que tento fazer sempre 1 ou 2 refeições vegetarianas por semana, o que para mim já é um grande desafio, porque como já disse, deteste vegetais, mas, tenho conseguido e aos poucos o objectivo é aumentar o número de refeições apenas de vegetais.

De qualquer das maneiras, vou continuar a estar atento ao tópico para aprender mais e pode ser que um dia me torne vegano ou nem que seja vegetariano (penso que sei que há diferenças).

Abraços.
 
OP
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Ui... isto é um assunto que me é muito complicado.

Sou apreciador de carne, ponto, e ainda por cima no meio disto tudo detesto legumes e vegetais, não quer dizer que não concorde com o que foi dito e explicado, concordo e felizmente tenho um colega que é maioritariamente ovo-lacto-vegetariano e já tivemos bons debates em relação a este assunto.
Aliás, após vários debates e conversas com ele, cheguei a uma conclusão, desde à 3 semanas para cá que tento fazer sempre 1 ou 2 refeições vegetarianas por semana, o que para mim já é um grande desafio, porque como já disse, deteste vegetais, mas, tenho conseguido e aos poucos o objectivo é aumentar o número de refeições apenas de vegetais.

De qualquer das maneiras, vou continuar a estar atento ao tópico para aprender mais e pode ser que um dia me torne vegano ou nem que seja vegetariano (penso que sei que há diferenças).

Abraços.

Caro João,

Todos os passos na direcção certa são bons, por pequenos que sejam. E quanto aos vegetais, são muitas vezes mal representados, porque se tem concentrado os esforços nos últimos anos em aperfeiçoar e dar destaque sempre às carnes. Daí se ter cultivado esse quase ódio de estima aos vegetais.

Eu também não ando propriamente por aí a roer cenouras, mas há muitos que aprecio. Ocasionalmente até faço refeições quase inteiramente só de ingredientes crus, que ainda são mais nutritivos e saudáveis. Mas acima de tudo gosto de cozinhar e combinar coisas para fazer comidas agradáveis ao nosso palato. Se podemos comer e ter prazer ao fazê-lo, porquê estar a cozinhar coisas sensaboronas? Claro que ninguém gosta disso.

Posso afirmar que se há coisa de 5 anos atrás me tivessem dito que eu ia ser assim, provavelmente rir-me-ia na cara da pessoa e diria que estava xéxé de todo. Sempre fui um bom garfo e gostava imenso de todo o tipo de comida. Mas quando me apercebi de todo o mal e o impacto inerentes aos ingredientes de origem animal, não pude ignorar mais o assunto e tive de tomar uma atitude. Hoje considero que foi das melhores opções que tomei, e ganhei um ânimo completamente diferente. E acima de tudo, continuo a comer bem e ainda gosto mais de cozinhar.

Descobri ingredientes fantásticos, receitas novas, maneiras diferentes de cozinhar, adaptei receitas que já tinha (há muitos substitutos para os ingredientes do dia-a-dia) e abracei novas, e não me arrependo nem um segundo. Ter a consciência limpa também ajuda, mas acima de tudo é mesmo o simples facto de nos sentirmos bem e percebermos que não precisamos de sustentar o nosso bem-estar no sofrimento de outrem. O equilíbrio é possível.
 

Rafael Isento

Portalista
Membro do staff
Portalista
Um pouco de off-topic (só que não...)

Uma vez tive um trabalho para um matadouro, na altura trabalhava para uma empresa de acústica.
Eu, mais um colega e o nosso ex-patrão deslocámo-nos ao local com o intuito de verificar o problema. O matadouro nasceu numa zona isolada mas, devido ao boom da construção, em poucos anos ficou rodeado de casas e prédios. Os novos vizinhos, incomodados com o ruído, fizeram uma queixa à autarquia e nós entrámos em acção.

Aquilo que me recordo de ver lá foi tão macabro e horripilante que o meu próprio patrão recusou-se a fazer qualquer tipo de trabalho ou recomendação. Nesse dia nenhum de nós almoçou carne.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Eu acho isto tudo muito bonito mas...

Ambientalmente a sustentabilidade do "vegetarianismo" ou "veganismo" é muito, muito discutível.
Basta ir à produção da soja, provavelmente o principal constituinte da alimentação vegana e com ele claro, o tofu, cuja base é soja e até se pode fazer em casa... com soja.
  • a pegada ambiental começa logo na utilização do solo, nas grandes áreas que são necessárias e no facto dos produtores se estarem nas tintas para o recobro da terra, que com a intensiva exploração perde qualidades e os produtos que de lá saem são invariavelmente de inferior qualidade.
  • depois passamos ao facto de estarmos a arrasar áreas brutais de floresta virgem, o tal pulmão do planeta, para arranjarmos aqueles preciosos metros quadrados de terreno útil para plantação, ele tem de vir de algum lado, certo?
  • continuamos com a aniquilação de espécies em vias de extinção que viram a sua casa transformada numa fábrica de cultura intensiva de soja... querendo ajudar as vacas e os porcos e as galinhas acabámos a matar a pantera, o orangotango, rãs, etc. Património da humanidade insubstituível.
  • para terminar temos apenas e só a questão do transporte, infelizmente a nuvem mágica do Son Goku ainda não existe e as energias alternativas não são, neste caso viáveis. Vamos então carregar toneladas de soja "saudável" em barcos que consonem quantidades obscenas de gasóleo... outro tiro no pé!
Se pensarmos bem a coisa da carne até começou bem, os agricultores das pequenas aldeias tinham as suas varas de porcos e manadas de vacas todas biológicas a comerem erva e a viverem descansadas e sem stress, depois descambou. A população mundial explodiu e as necessidades de nutrição aumentaram exponencialmente. Esta questão da soja é apenas um dejá-vu, começou bem, agora está a tornar-se pior a emenda que o soneto.

Em termos de saúde é pegar no Google e parar quando estivermos satisfeitos.
Devem haver tantos estudos num sentido como no outro. Em 30 segundos achei um que me deu a dica: "Olha que o óleo de soja debilita o sistema imunitário, aumenta a suscetibilidade de contrair doenças infecciosas e promove o cancro!"...

A nível ético muito honestamente acho que é outra questão onde caímos na hipocrisia.
Então a vaquinha, o porquinho, o cavalo e a galinha é de proteger porque são "sencientes" mas quando apanhamos uma aranha lá em casa "mata mas é isso com fogo!!", a bela da barata, um dos animais evolucionariamente mais bem sucedidos de sempre desde que existe planeta terra, e cá andam à muito tempo antes de nós, é esmagar para ver as vísceras branquinhas a dar um novo acabamento ao soalho...
Não seria mais produtivo, em vez de evitarmos produtos de origem animal, irmos prá rua fazer alguma coisa mais produtiva, sei lá, protestar em frente a matadouros, vandalizar casacos de pele da Louis Vuitton?
É impossível sermos coerentes, se é para respeitar os animais é para respeitar os animais, os que sentem e os que supostamente sentem menos ou não estão capacitados de um sistema nervoso e sensorial complexo o suficiente para tal, afinal a evolução trouxe-os até este ponto, tal como às vacas e tal como aos homo sapiens sapiens...

Posto isto. Sim, vivemos na era da desinformação. Qualquer argumento, mesmo quando tendo bases cientificas é "desprovável" com uma rápida pesquisa no Google. Andamos todos às aranhas e no processo vamo-nos tentando convencer que somos um ser mais digno à conta dos atos que praticamos em prol dos animais irracionais que precisam que defendamos os seus direitos. Ok. É válido, mas...

É muito difícil se não impossível fugir à hipocrisia mas respeito quem tem a coragem de tentar. Eu ainda não a arranjei.

Como último ponto era bom desmistificar de uma vez por todas que as doenças que temos hoje não vêm da carne nem do peixe per se.
Quase todos nós devemos ter na família bisavós que passaram a barreira dos 90 anos. 99% desses avós comiam tudo e mais alguma coisa. Ele era entremeada, enchidos, torresmos, peixe, vegetais, etc. Zero preocupações!! Tive uma bisavó que andou cá rija até aos 96!! Acham que ela se preocupava em cozinhar as batatas fritas em água em vez óleo? Comer mais carne branca que vermelha? Evitar de todo a carne?

O problema é a qualidade do que andamos a comer! Porra os maiores consumidores de peixe (também é carne, vem é do mar), nomeadamente atum, são o país com a maior longevidade do planeta, pois, o Japão. Se calhar é do Omega 3!

Este tipo de debate começa a ser clássico, felizmente, mas fico sempre com a sensação que ambas as "equipas" arranjam os seus subterfúgios para simultaneamente justificarem as suas opções e negarem as evidências em contrário...

Adoro animais (menos os insetos, são nojentos!!) mas faz-me muita confusão encontrarmos paz de alma na compra de pacotes de tofu e seitan no Celeiro© e evitarmos o cabedal (vá nos clássicos até gostamos de ter estofos em pele...) mas não nos fazer confusão comprar camisolas de lã na Primark a 3 "mé-reis" o quilo e não pensarmos que para nos sair barato a nós tem de sair caro a alguém e muitas vezes esse ilustre "alguém" devia estar a brincar lá fora em vez de estar numa armazém a fazer sweats quentinhas...
 
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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Eu acho isto tudo muito bonito mas...

Ambientalmente a sustentabilidade do "vegetarianismo" ou "veganismo" é muito, muito discutível.
Basta ir à produção da soja, provavelmente o principal constituinte da alimentação vegana e com ele claro, o tofu, cuja base é soja e até se pode fazer em casa... com soja.
  • a pegada ambiental começa logo na utilização do solo, nas grandes áreas que são necessárias e no facto dos produtores se estarem nas tintas para o recobro da terra, que com a intensiva exploração perde qualidades e os produtos que de lá saem são invariavelmente de inferior qualidade.
  • depois passamos ao facto de estarmos a arrasar áreas brutais de floresta virgem, o tal pulmão do planeta, para arranjarmos aqueles preciosos metros quadrados de terreno útil para plantação, ele tem de vir de algum lado, certo?
  • continuamos com a aniquilação de espécies em vias de extinção que viram a sua casa transformada numa fábrica de cultura intensiva de soja... querendo ajudar as vacas e os porcos e as galinhas acabámos a matar a pantera, o orangotango, rãs, etc. Património da humanidade insubstituível.
  • para terminar temos apenas e só a questão do transporte, infelizmente a nuvem mágica do Son Goku ainda não existe e as energias alternativas não são, neste caso viáveis. Vamos então carregar toneladas de soja "saudável" em barcos que consonem quantidades obscenas de gasóleo... outro tiro no pé!
Se pensarmos bem a coisa da carne até começou bem, os agricultores das pequenas aldeias tinham as suas varas de porcos e manadas de vacas todas biológicas a comerem erva e a viverem descansadas e sem stress, depois descambou. A população mundial explodiu e as necessidades de nutrição aumentaram exponencialmente. Esta questão da soja é apenas um dejá-vu, começou bem, agora está a tornar-se pior a emenda que o soneto.

Em termos de saúde é pegar no Google e parar quando estivermos satisfeitos.
Devem haver tantos estudos num sentido como no outro. Em 30 segundos achei um que me deu a dica: "Olha que o óleo de soja debilita o sistema imunitário, aumenta a suscetibilidade de contrair doenças infecciosas e promove o cancro!"...

A nível ético muito honestamente acho que é outra questão onde caímos na hipocrisia.
Então a vaquinha, o porquinho, o cavalo e a galinha é de proteger porque são "sencientes" mas quando apanhamos uma aranha lá em casa "mata mas é isso com fogo!!", a bela da barata, um dos animais evolucionariamente mais bem sucedidos de sempre desde que existe planeta terra, e cá andam à muito tempo antes de nós, é esmagar para ver as vísceras branquinhas a dar um novo acabamento ao soalho...
Não seria mais produtivo, em vez de evitarmos produtos de origem animal, irmos prá rua fazer alguma coisa mais produtiva, sei lá, protestar em frente a matadouros, vandalizar casacos de pele da Louis Vuitton?
É impossível sermos coerentes, se é para respeitar os animais é para respeitar os animais, os que sentem e os que supostamente sentem menos ou não estão capacitados de um sistema nervoso e sensorial complexo o suficiente para tal, afinal a evolução trouxe-os até este ponto, tal como às vacas e tal como aos homo sapiens sapiens...

Posto isto. Sim, vivemos na era da desinformação. Qualquer argumento, mesmo quando tendo bases cientificas é "desprovável" com uma rápida pesquisa no Google. Andamos todos às aranhas e no processo vamo-nos tentando convencer que somos um ser mais digno à conta dos atos que praticamos em prol dos animais irracionais que precisam que defendamos os seus direitos. Ok. É válido, mas...

É muito difícil se não impossível fugir à hipocrisia mas respeito quem tem a coragem de tentar. Eu ainda não a arranjei.

Como último ponto era bom desmistificar de uma vez por todas que as doenças que temos hoje não vêm da carne nem do peixe per se.
Quase todos nós devemos ter na família bisavós que passaram a barreira dos 90 anos. 99% desses avós comiam tudo e mais alguma coisa. Ele era entremeada, enchidos, torresmos, peixe, vegetais, etc. Zero preocupações!! Tive uma bisavó que andou cá rija até aos 96!! Acham que ela se preocupava em cozinhar as batatas fritas em água em vez óleo? Comer mais carne branca que vermelha? Evitar de todo a carne?

O problema é a qualidade do que andamos a comer! Porra os maiores consumidores de peixe (também é carne, vem é do mar), nomeadamente atum, são o país com a maior longevidade do planeta, pois, o Japão. Se calhar é do Omega 3!

Este tipo de debate começa a ser clássico, felizmente, mas fico sempre com a sensação que ambas as "equipas" arranjam os seus subterfúgios para simultaneamente justificarem as suas opções e negarem as evidências em contrário...

Adoro animais (menos os insetos, são nojentos!!) mas faz-me muita confusão encontrarmos paz de alma na compra de pacotes de tofu e seitan no Celeiro© e evitarmos o cabedal (vá nos clássicos até gostamos de ter estofos em pele...) mas não nos fazer confusão comprar camisolas de lã na Primark a 3 "mé-reis" o quilo e não pensarmos que para nos sair barato a nós tem de sair caro a alguém e muitas vezes esse ilustre "alguém" devia estar a brincar lá fora em vez de estar numa armazém a fazer sweats quentinhas...


Hugo,

Se analisares bem aquilo que afirmaste, podes ver claramente que não faz sentido. Sabes onde é usada mais de 90% da soja cultivada por todo o mundo? Em rações para animais de produção pecuária intensiva...

A grande maioria dos cereais que estão a ser produzidos de forma desmiolada por todo o lado e a forçar ao desmatamento de grandes zonas de florestas servem exactamente para isso, não é por estarmos a ser invadidos por vegetarianos esfomeados! Era bom, era... antes fosse. O impacto era muito menor. Mas não.

Eu dei-te os números, e podes ir verificá-los se quiseres, os dados estão disponíveis para qualquer um. Alimentar um animal para depois o abater e torná-lo em refeições é um processo extremamente ineficaz do ponto de vista do investimento versus retorno. Isto falando apenas dos nutrientes que se tem de investir e do que se recupera, sem mais nada. Se juntarmos depois o impacto ambiental e as considerações éticas, pior ainda.

Quanto às fantochadas que leste sobre a soja, não passam mesmo disso. Se fores ler artigos científicos como deve ser (eu alertei logo para a ciência da treta), todos dizem o mesmo... uma alimentação saudável tem de ser fundada em diversidade de nutrientes, muitos vegetais e cada vez mais se recomenda que se fuja das carnes. Aliás, quem promove um pH baixo no organismo é mesmo a digestão dos produtos de origem animal. Está provado.

Quanto ao aumento da população, esse não é o problema. E o tempo dos nossos avós também não pode ser comparado com o o actual. Porquê? Porque o verdadeiro descambar foi a total loucura em que se caíu nos últimos anos.

Se ainda tiveres algum avô com quem falar, eles poderão dizer-te como era a alimentação no tempo deles. As comidas eram muito mais ricas em vegetais e produtos de origem animal eram raros. Cada um tinha o seu animal que matava uma vez por acaso e tinha de render para meses e meses. Hoje o porquinho dos avós dava para uma semana na melhor das hipóteses, tal é o apetite sanguinário da maioria da população. Ou achas mesmo que estás a comer da mesma forma que os teus antepassados?

Se fores ainda mais para trás e fores pesquisar receitas do século XIX (como eu já fui), é raro usarem-se ingredientes de origem animal. Sim, tem um ovo aqui e ali, mas pouco. A comida era muito baseada nos produtos locais, e à base de vegetais, cereais e frutas. Infelizmente não havia era os avanços na medicina que temos hoje, mas as pessoas alimentavam-se muito melhor.

Quanto ao Japão, se te deres ao trabalho de ir pesquisar, vais ver que comer uma refeição de carne ou peixe lá é raríssimo. Aliás, sabes qual é a única coisa em comum entre todas as zonas azuis (longevidade acima da média) no mundo? Terem uma dieta fortíssima (senão exclusiva) em produtos vegetais.

Sim, é um facto que a qualidade dos alimentos também faz a diferença, mas achas mesmo que a salvação é comer bifinhos biológicos todos os dias? É insustentável, e mesmo que não fosse, continuas a ter uma dieta desequilibrada, precisas de ir buscar todos os nutrientes que a carne não te dá. Curiosamente, as únicas pessoas que conheci até hoje com deficiências nutritivas são omnívoras...

Quanto à hipocrisia, eu acho que acima de tudo não devemos criticar quem tomou uma opção positiva. Mesmo que haja incoerências, mesmo que haja atitudes certas e erradas, acima de tudo o importante é começar e ter a coragem de dar um passo certo. Se formos a ter medo de fazer coisas positivas por receio de ser julgados, nunca mais saímos da cepa torta, e o mundo precisa desesperadamente que comecemos a ter uma atitude diferente. Devemos aplaudir e encorajar em vez de deitar abaixo, como muitas vezes gostamos tanto de fazer.

Falando por mim, eu tento ao mínimo ter um impacto negativo no mundo. Não compro produtos de marcas que sei que têm políticas desmioladas e exploram trabalhadores, não compro produtos de origem animal, não mato insectos (devolvo-os ao jardim) e não uso químicos agressivos. O que é que isto faz de diferença no mundo? Talvez faça pouco vistas as coisas no panorama geral, mas para os insectos que não mato faz toda a diferença, para os meus animais faz toda a diferença, para os animais que não foram mortos para eu ter um casaco ou uma refeição faz toda a diferença.

Mas isto é algo que, no fundo, até o carnista mais devoto sabe. Só que precisam de defender a vossa opção e muitas vezes fazem-no tentando ridicularizar as posições de quem desafia o status quo. Eu não pretendo atacar ninguém, estou apenas a demonstrar aquilo que aprendi. Sempre tem sido esse o meu espírito aqui, e esta é apenas mais uma das muitas aprendizagens que fiz ao longo da vida. Só tenho pena de ter levado tanto tempo a chegar aqui, mas nunca é tarde para começar.
 

Pedro Seixas Palma

Pre-War
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Hoje acordei rabujento e resolvi escrever o que penso sobre este tópico. Mas de alguma forma faltam-me as palavras e a paciência para ler o que já foi dito, e portanto isto vai ser apenas um amontoado de ideias, opiniões e outras coisas sem nexo.
Começando pelo início, eu sei que este fórum tem uma secção "off-topic" para discutir coisas não relacionadas com clássicos, mas acho que juntar este tipo de conversa à infinidade de mensagens a dizer "fixe", "força" , "boa" e afins em nada contribui para a qualidade geral do fórum.
Por outro lado não tenho paciência nenhuma para pessoas que me tentam evangelizar, e aqui é o que se trata. Um convertido a uma moda fundamentalista a tentar converter outros. Na rua eu diria "não, obrigado" e seguiria caminho, mas aqui os meus olhos são atraídos para o precipício sem fundo que constituem estas discussões.
Na minha opinião os argumentos que evocam um passado mítico em que um homem mítico vivia em harmonia com a Natureza alimentando-se do que esta lhe dava são uma treta. A minha reação é ao nível Homer Simpson. Isso nunca existiu, a Natureza sempre fez por eliminar os mais fracos, e nós chegámos onde estamos comendo uma dieta com proteína animal. Os nossos organismos não processam matéria vegetal de forma eficiente, e portanto utilizamos os animais para processarem essa matéria por nós. De resto a generalidade dos vegetais que comemos hoje não existem de todo na Natureza, são cultivares desenvolvidos ao longo de milénios para satisfazer o nosso gosto e o nosso sistema digestivo.
A produção intensiva de animais é uma treta, sim, mas é uma treta necessária para alimentar os 7 biliões de humanos. Podíamos comer menos carne, sim, e desperdiçar menos comida, também, e de uma forma geral ser mais responsáveis e amigos do ambiente. Mas não se esqueçam de que os animais são alimentados com toda a m*rda que nós não queremos/ podemos comer. E isso inclui a soja.
Por fim, ponham uma coisa nessas cabeças: nunca se viveu tão bem nesta Terra como agora. As bisavós rijas, o séc.XIX, as receitas de outros tempos, tudo tretas. A irmã da minha avó morreu da gripe de 1919, a minha tia teve poliomielite, eu tive um princípio de tuberculose. Os nossos antepassados morriam que nem tordos com todo o tipo de doenças, subnutrição, envenenamento por coisas que nem sabiam o que eram. Lembram-se do chumbo na gasolina? E nas tintas? Os termómetros de mercúrio?
Eu até gostava que esta conversa ficasse por aqui, mas sei que alguém vai acrescentar mais qualquer coisa, tal como eu fiz. Que treta.
 

JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Portalista
Apesar do tema ter nascido na minha entrevista e eu ter apoiado a criação deste tópico, entrei em negação e andei a evitar vir aqui. No fundo eu já sabia que argumentos não faltarão e que no final só me sentirei mais frustrado por não ter a coragem e determinação para mudar a minha triste realidade. No fundo sinto-me na mesma posição de um fumador que inventa todas a desculpas para não deixar de fumar apesar de não haver um único argumento a favor. E eu até costumo gozar e olhar de cima para esses fumadores. Hipocrisia pura.

Eu tinha consciência (superficial e empírica) de que o meu regime alimentar é completamente insustentável, desumano e prejudicial à minha própria saúde.
Tal como um fumador, eu criei uma série de desculpas para relativizar a impacto do meu hábito:

- Em termos ambientais eu faço tudo o que está ao meu alcance. Reaproveito a água de aquecimento do duche para usar na sanita, faço compostagem, reciclo resíduos, ando diariamente de bicicleta mesmo tendo carro da empresa à disposição, etc, etc.

- Em termos de saúde, faço desporto, evito chocolates, bolachas, refrigerantes, etc, e aos 40 anos não tenho barriga e sinto-me saudável (aqui acho que a genética fez o trabalho quase todo)

- Só em relação à questão animal é que eu estava mais insensível. E esta minha insensibilidade vem precisamente do fenómeno que o Eduardo já explicou atrás. Somos treinados para dissociar o bife no prato do animal amigável numa pastagem. O mais grave disto tudo que eu tenho formação em zoologia e produção agropecuária. Conheço todos os males da industria e já convivi com eles. A própria formação académica nesta áreas não tem qualquer preocupação em humanizar esta questão e apenas ensinam a produzir o mais intensivamente possivel. É vergonhoso e só agora me apercebo disso. Nunca exerci na minha área de formação, e não tenho pena nenhuma.

Todas estas desculpas têm servido para me fazer passar ao lado do problema. A postura é:

"Se eu já faço mais do que a maioria das pessoas. Os outros que façam alguma coisa também"

É pura e simples falta de força de vontade, determinação e coragem. A situação agrava-se porque além da minha cabeça, teria que arrastar comigo mais três elementos. Não sei se é mais difícil mudar a mentalidade de dois adultos com 40 anos ou duas crianças que desde que aprenderam a comer estão habituadas a ocupar metade do prato com carne ou peixe. A simples tentativa de introduzir mais legumes na alimentação tem tido altos e baixos e eu próprio tenho desanimado por não ter quem me acompanhe.

Todo o ser humano tem uma natural resistência à mudança. Deixar como está é muito mais prático.

Para além da desinformação e dos argumentos ridículos que pululam na internet e andam de boca em boca a justificar a nossa falta de coragem, temos também as nossas limitações pessoais. Temos já tantas coisas com que nos preocuparmos no nosso dia-a-dia pessoal e profissional, para que é que havemos de arranjar mais um problema para resolver?

Realmente o problema parece muito maior do que o que o nosso impacto parece provocar. Como disse o Eduardo, não é a aranha que eu devolvo ao jardim que vai mudar o mundo, ou pelo menos, não conseguimos medir o impacto que isso terá, mas na verdade, se eu devolvesse a aranha ao jardim, certamente o meus dois filhos teriam aprendido a fazer o mesmo em vez de virem chamar por mim com um chinelo na mão quando encontram alguma dentro de casa.


Uma mudança radical não está nos meus planos, mas gradualmente vou tentar mudar mais umas coisas cá em casa.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
@Eduardo Relvas, eu estou aqui a ladrar mas na verdade só tentei fazer o papel de advogado do Diabo porque como utilizador intensivo da internet bem sei que é possível encontrar desculpas e contra-desculpas para mandar abaixo ou fortalecer todo e qualquer ponto de vista.

Os teus estudos cientificos que não são "treta" se calhar um dia vão ser ridicularizados pela comunidade cientifica, e essa é a beleza da ciência, não há dogmas, mas isso era outro assunto completamente diferente.

Ainda o ano passado no mais recente evento de nuticionismo, que salvo erro, aconteceu em Portugal, concluiu-se que os cereais são meramente dispensáveis (ler aqui), tudo o que nos dão está presente noutros alimentos.

Queres ver o quão dificil é de esgrimir argumentos neste tema? Pesquisa no Google "is meat natural for humans"... primeiros dois resultados:

Shattering The Meat Myth: Humans Are Natural Vegetarians, 2009, HuffingtonP ost
Sorry Vegans: Here's How Meat-Eating Made Us Human, 2016, TIME

Portanto... onde é que ficamos mesmo? Espera se calhar se andamos mais para baixo os próximos resultados vão ajudar!

Are Humans Supposed to Eat Meat?, artigo da PETA
Carnivores have short intestinal tracts that allow meat to pass quickly through their digestive system. Humans’ intestinal tracts are much longer, like those of plant-eaters. This gives the body more time to break down fiber and absorb the nutrients from plant-based foods.

Should Humans Eat Meat?, excerto na Scientific American
Our digestive tract is not one of obligatory herbivores; our enzymes evolved to digest meat whose consumption aided higher encephalization and better physical growth. Cooperative hunting promoted the development

Ou seja... mas afinal em que hei-de acreditar?...

Confesso que já tive várias vezes esta discussão e para mim o problema começa sempre na impossibilidade de se ser coerente quando toca a respeitar a vida animal porque a próxima vez que andares a acelerar com a tua Familiare não podes passar dos 50 kilómetros horários, segundo dizem é a partir daí que os exoesqueletos dos insetos se estilhaçam contra a carroçaria hehe

Agora vou ser um bocado niilista...

... o problema, o problema verdadeiro desta questão, é termos de viver com um cérebro grande demais, sim, grande demais porque não passamos de macacos. Símios com inteligência a mais para a nossa pura e dura realidade da vida. Somos macacos que evoluímos demais, um erro genético, um bug Y2K que nunca devia ter acontecido, mas aconteceu e agora temos de viver com a maldição de acharmos que somos muito importantes e que, de entre outras coisas, temos de proteger as lagartas das couves, os elefantes do Masai Mara, as rãs venenosas das florestas tropicais, etc.

Bad news, não, não há sentido para a vida e não, nunca vamos salvar planeta nenhum, anmais nenhuns, isso é irrelevante. Somos uma flatulência cósmica. Se a idade do Universo fosse colocada dentro dos 365 dias de um ano, nós só aparecíamos às 23:54 do dia 31 de Dezembro.Não somos nada. Uma irrelevância. Uma ausência de tudo. Não temos lugar em qualquer que seja a big picture. Um sopro do vento, vai e vem e acabou.

Só temos de nos mentalizar disto :thumbs up:
 
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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

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(...) Por outro lado não tenho paciência nenhuma para pessoas que me tentam evangelizar, e aqui é o que se trata. Um convertido a uma moda fundamentalista a tentar converter outros. Na rua eu diria "não, obrigado" e seguiria caminho, mas aqui os meus olhos são atraídos para o precipício sem fundo que constituem estas discussões. (...)

Pedro,

Lamento imenso que penses assim, mas talvez devas esperar por um dia em que acordes bem humorado e tenhas paciência para ler tudo o que está para trás. Eu não sou fundamentalista, e não estou aqui para "converter" ninguém. Simplesmente apresentei os factos que me levaram a tomar a decisão que tomei, e partilhei os resultados que tive. Mais nada.

Eu tenho muitos amigos que, na sua maioria, continuam impávidos e serenos fazendo a sua alimentação de sempre. Mesmo na minha família isso acontece, e eu não ando a martelar-lhes a cabeça por isso. Cada um faz as suas escolhas. Apesar de ter a certeza que essas opções possam ser erradas, nada mais posso fazer do que informar e dar o exemplo. Aliás, sempre achei que educar pelo exemplo é uma boa estratégia.

(...) Os nossos organismos não processam matéria vegetal de forma eficiente, e portanto utilizamos os animais para processarem essa matéria por nós. De resto a generalidade dos vegetais que comemos hoje não existem de todo na Natureza, são cultivares desenvolvidos ao longo de milénios para satisfazer o nosso gosto e o nosso sistema digestivo. (...)

Aqui, vais-me perdoar, mas tenho mesmo de te corrigir. Então a morfologia do nosso sistema digestivo vem de onde? Deixemos a ciência responder:

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Não preciso de inventar nada, está aqui. O nosso sistema digestivo é naturalmente frugívoro. O que o nosso sistema digestivo criou foi defesas para se permitir digerir a carne, que não é um nosso alimento natural, para que pudéssemos sobreviver a esse processo. Ainda assim, conseguimos porque somos o único ser vivo que cozinha a carne antes de a comer. Isto para não falar de beber o leite destinado a crianças de outras espécies (e continuar a fazê-lo muito para lá da sua fase de amamentação) e comer as menstruações de outras (sim, é isso que são os ovos).

Se fores procurar entre os atletas de alta competição, cada vez é mais marcada a presença da alimentação inteiramente à base de plantas. Neste momento alguns dos recordistas mundiais em categorias como o levantamento de pesos são veganos. Até o Schwarzenegger já se converteu, depois de ver que os rivais que tinham essa alimentação o começaram a superar. E não é só ele. Ao longo da história, vemos que muitas das personagens mais inteligentes foram vegetarianos. Pessoas como o Einstein e Tesla, entre outros. E cada vez há mais pessoas informadas a fazer esta escolha.

E receio que muito em breve tenhamos mesmo que começar a enfrentar o peso ambiental de não o fazer, porque já estamos a pagar as favas disso... Aliás, o próprio fórum económico internacional prevê que até 2030 tenha mesmo de haver uma viragem forçada nestes hábitos alimentares que, diga-se de passagem, não são unânimes a nível mundial, felizmente... há muitas culturas fundadas no vegetarianismo, e são as mais antigas de todas.
 

Anexos

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Eduardo Relvas

Eduardo Relvas

fiat124sport
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(...) Os teus estudos cientificos que não são "treta" se calhar um dia vão ser ridicularizados pela comunidade cientifica, e essa é a beleza da ciência, não há dogmas, mas isso era outro assunto completamente diferente.

Ainda o ano passado no mais recente evento de nuticionismo, que salvo erro, aconteceu em Portugal, concluiu-se que os cereais são meramente dispensáveis (ler aqui), tudo o que nos dão está presente noutros alimentos.

Queres ver o quão dificil é de esgrimir argumentos neste tema? Pesquisa no Google "is meat natural for humans"... primeiros dois resultados:

Shattering The Meat Myth: Humans Are Natural Vegetarians, 2009, HuffingtonP ost
Sorry Vegans: Here's How Meat-Eating Made Us Human, 2016, TIME

Portanto... onde é que ficamos mesmo? Espera se calhar se andamos mais para baixo os próximos resultados vão ajudar!

Are Humans Supposed to Eat Meat?, artigo da PETA

Should Humans Eat Meat?, excerto na Scientific American

Ou seja... mas afinal em que hei-de acreditar?... (...)

Hugo,

Sabes perfeitamente que a internet te dá tudo aquilo que tu quiseres. Por isso é que eu alertei para a qualidade do que lemos. Eu também leio muito disparate, e alguns até custam a descortinar, mas quando olhamos com atenção percebemos de onde vêm e tudo faz sentido.

Por exemplo, sabes quem são os grandes patrocinadores da Associação Portuguesa de Nutricionistas? Vai ver o cartaz do último encontro deles e confirma: Coca-cola, Nestlé, Danone, e por aí fora... tudo alimentos do melhor! Achas que com esta malta a encher-lhes os bolsos eles vão dizer coisa com coisa?

É preciso abrirmos os olhos... e o mesmo se passa com as organizações ambientais. Até a GreenPeace recebe forte e feio dos lobbys da indústria da carne para olhar para o outro lado. Por isso é que nos últimos anos temos andado a ser massacrados com as lampadinhas economizadoras, os híbridos e outras coisas que tais. Não podem apontar o dedo ao poluidor-mor, toca de chagar os pequeninos. Mas os resultados estão aí... não há medida ambiental que cure os males gerados por algo tão impactante, e apesar de andarmos todos a reciclar, a usar os transportes públicos, e já ninguém usar lâmpadas de incandescência, as emissões poluentes continuam a subir, e o clima está cada vez mais marado. Andamos a tapar o sol com a peneira... até quando?

Sabes que há previsões que dizem que estamos à beira da extinção? Há cientistas que dizem que temos menos de 100 anos enquanto espécie, e alguns apontam mesmo para os 50. Entre os massacres às populações de abelhas causados pelo uso desmiolado de agroquímicos e a poluição dos oceanos que já causou extensões de milhares de km quadrados de zonas mortas (Fukushima também não ajuda, continua a verter radiação todos os dias), estamos a assinar a nossa sentença. Mas isto não passa nas notícias, claro que não... o que interessa é manter a malta a dormir de olhos abertos e a consumir.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Tudo isso faz sentido @Eduardo Relvas, mas o meu subconsciente está a tentar arranjar justificações para continuar a deleitar-se com o bacon grelhado do McDonalds... :rolleyes:

Eu apresento argumentos contraditórios apenas para tentar enriquecer o debate porque se fosses abrir a porta do meu frigorifico ias lá encontrar uma peça de Seitan.... AINDA ASSIM... como é que aquilo pode ser (mais) saudável se eu tenho até Junho para abrir a embalagem sem aquela porra se estragar?!...

Hugo (...) Sabes que há previsões que dizem que estamos à beira da extinção? (...)

Há teóricos que afirmam que a evolução das espécies pode bem ser paradoxal dado que permite que uma dada espécie evolua até ao ponto em que a sua própria condição "superior" lhe permite ter meios de auto-destruição, que mais cedo ou mais tarde vão ser usados. Arsenal nuclear, doenças criadas em laboratório, sobre-população, etc.

Quiçá isto não seja apenas um ciclo milenar que leva várias dezenas de milhar de anos a acontecer e que se reinicia a ele mesmo? Se calhar já exisitiram várias espécies racionais no planeta terra que se auto-extinguiram, ou se calhar somos a primeira e estamos a chegar a esse ponto apenas para dar lugar a outra daqui a vários milhares de anos...

... pronto lá estou em a arranjar desculpas para não largar os meus Robalos e as minhas Douradas... :rolleyes:

... ou então estou certo e vamos todos desta para melhor... :ph34r:
 

Rafael S Marques

Pre-War
Membro do staff
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Delegado Regional
Portalista
Por outro lado não tenho paciência nenhuma para pessoas que me tentam evangelizar, e aqui é o que se trata. Um convertido a uma moda fundamentalista a tentar converter outros.

Pedro, o Relvas não vem para aqui converter ninguém, se o fizesse eu era o 1º a baixar-lhe o macaco quando ele estivesse debaixo dum carro, ele tem uma ideologia e apenas a quer partilhar com quem ele considera, se ele não está aqui a julgar ninguém, não o faças tu a ele.

Na rua eu diria "não, obrigado" e seguiria caminho,

Aqui podes fazer o mesmo, não gostas, não comes, há mais ementas na carta, é só escolher outra.;)

Abraço.
 

Pedro Seixas Palma

Pre-War
Premium
Não sei se estou a acordar rabugento, se a ficar rabugento com estas coisas que leio.
Claro que há previsões de que estamos à beira da extinção. Até não era mau, acabava-se logo a conversa do ambiente e da sustentabilidade. Mas quem tem um par de neurónios do tipo "memória" lembra-se que há cinquenta anos que existem previsões catastrofistas, e que continuamos todos aqui. O arrefecimento global não se concretizou, o petróleo não acabou, a fome não grassou e a doença não proliferou. O buraco no ozono fechou e agora estamos a pensar no aquecimento global e na sustentabilidade do modelo de desenvolvimento. É a chamada "vida".
A história das abelhas também é engraçada: apesar de se martelar por todo o lado que estão a morrer a torto e a direito, as estatísticas da FAO e dos grandes países mostram que cada vez há mais abelhas e a produção de mel tem aumentado de forma sustentada nas últimas décadas.
Quanto a Fukushima, a generalidade dos organismos está-se nas tintas para a radiação, os únicos que se preocupam são os humanos. Chernobyl está transformado num paraíso na terra.
Já agora, e voltando ao nosso sistema digestivo, que não são só os nossos dentes, como é que um "frugívoro/ granívoro" sobrevive com dentes que não crescem ao longo da vida, com um só estômago incapaz de digerir fibras e matéria vegetal e com um cérebro que exige 2.000 calorias por dia? Eu respondo, com essa coisa naturalíssima que é cozinhar, vulgus processar comida para ser digerível. Se comermos uma cenoura crua, que diga-se não existe na natureza, aproveitamos apenas 15% dos nutrientes. Isto é um sistema digestivo de um frugívoro? Não me parece. Por isso inventámos formas de processar cenoura, e se a fizermos em puré ou sopa conseguimos aproveitar 85% dos nutrientes. O poder do cérebro! Em contrapartida estamos perfeitamente à vontade a comer sushi e bife tártaro.
E a tabela dos dentes tem coisas escritas absolutamente ridículas. Basta atentar na ênfase dada ao pH para se ver que se trata de mais uma daquelas tretas do corpo humano ser naturalmente alcalino.
E que história é aquela do Schwarzneger? Parece que o homem é algum atleta, em vez de um político nos seus "entas".
Sabem que mais? Expliquem-me como é que se sai deste fórum porque não encontro a saída e estou sem paciência para isto.
 

HugoSilva

"It’s gasoline, honey. It’s not cheap perfume."
Eventos Team
Não sei se estou a acordar rabugento, se a ficar rabugento com estas coisas que leio.
Claro que há previsões de que estamos à beira da extinção. Até não era mau, acabava-se logo a conversa do ambiente e da sustentabilidade. Mas quem tem um par de neurónios do tipo "memória" lembra-se que há cinquenta anos que existem previsões catastrofistas, e que continuamos todos aqui. O arrefecimento global não se concretizou, o petróleo não acabou, a fome não grassou e a doença não proliferou. O buraco no ozono fechou e agora estamos a pensar no aquecimento global e na sustentabilidade do modelo de desenvolvimento. É a chamada "vida".
A história das abelhas também é engraçada: apesar de se martelar por todo o lado que estão a morrer a torto e a direito, as estatísticas da FAO e dos grandes países mostram que cada vez há mais abelhas e a produção de mel tem aumentado de forma sustentada nas últimas décadas.
Quanto a Fukushima, a generalidade dos organismos está-se nas tintas para a radiação, os únicos que se preocupam são os humanos. Chernobyl está transformado num paraíso na terra.
Já agora, e voltando ao nosso sistema digestivo, que não são só os nossos dentes, como é que um "frugívoro/ granívoro" sobrevive com dentes que não crescem ao longo da vida, com um só estômago incapaz de digerir fibras e matéria vegetal e com um cérebro que exige 2.000 calorias por dia? Eu respondo, com essa coisa naturalíssima que é cozinhar, vulgus processar comida para ser digerível. Se comermos uma cenoura crua, que diga-se não existe na natureza, aproveitamos apenas 15% dos nutrientes. Isto é um sistema digestivo de um frugívoro? Não me parece. Por isso inventámos formas de processar cenoura, e se a fizermos em puré ou sopa conseguimos aproveitar 85% dos nutrientes. O poder do cérebro! Em contrapartida estamos perfeitamente à vontade a comer sushi e bife tártaro.
E a tabela dos dentes tem coisas escritas absolutamente ridículas. Basta atentar na ênfase dada ao pH para se ver que se trata de mais uma daquelas tretas do corpo humano ser naturalmente alcalino.
E que história é aquela do Schwarzneger? Parece que o homem é algum atleta, em vez de um político nos seus "entas".
Sabem que mais? Expliquem-me como é que se sai deste fórum porque não encontro a saída e estou sem paciência para isto.

Gostei destes contra-argumentos, parecem-me fazer sentido... tal como os do @Eduardo Relvas... estamos tramados com isto!

O Schwarzenegger não me parece exemplo para ninguém, o gajo com 18 anos já tinha injetado mais químicos na veia que muitos drogados, é claro que com a idade que ele já tem as coisas tendem a piorar e os atuais "atletas" têm químicos ainda muito mais eficazes que os que ele tinha hehe
 
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