Ford Ford Cortina Mk2 1300 Deluxe

Ford Cortina Mk2 1300 Deluxe de 1967. É um série 1 pre-crossflow, com mudanças ao volante e bancos corridos.
Diários de Bordo

Ford Ford Cortina Mk2 1300 Deluxe

Nelson Santos

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Já tinha saudades destes capítulos! Grande aventura, pena o percalço no final, mas mesmo assim o elefante não te deixou apiado e deixou-te em casa :)
 
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Santos António

Santos António

Veterano
Fantástico relato da aventura!
Muito bom.

Mas, numa próxima, se puderes colocar mais umas fotos... os fotodependentes agradecem!
:D

Não tenho muitas, este não é o meu carro (quem me dera), mas aqui fica o que tenho: IMG_20161227_122833.jpg
 

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Santos António

Santos António

Veterano
Capítulo XIV

Hoje foi dia de passeio. Aproveitei o bom tempo, que não dura sempre, e a folga, que é sempre curta, e agarrei no Elefante Branco para ir visitar a serra. Há pouco tempo que o Sr Dr lhe tinha dado alta, depois do último achaque, e agora, com casquilhos de direcção novos e as trancas das portas operacionais, enchi-me de coragem e fiz-me à estrada. Não contei os km, mas foram alguns, metade a subir, outros tantos a descer. Não avariou, nem aqueceu, nem se queixou. Eu também não. Enfim, aqueci um bocadinho, tive que ir parando aqui e ali para beber uma mini, mas como tinha o dia por minha conta, não foi grave.
Escolhi um caminho pouco movimentado, campestre e rural, com um piso original: embora com poucos buracos, é tão deformado que mais parece que vou de barco. Se a polícia andar por ali, pedem-me a carta de patrão de costa... Contudo, o elefante é um espectáculo: oscila um bocadinho, mas nada de safanões bruscos nem pancadas nos batentes, como às vezes acontece com outros carros. Mérito da tecnologia dos anos 60, das jantes de 13 ou dos sofás de espuma? Não sei, nem me importa. Vinha-se tão bem ao solinho e a balançar, que tive que parar para beber uma mini. Aproveitei para tirar uma foto.
IMG_20170106_111433.jpg

Olhando para ela, parece-se muito com as outras fotos que já tenho. Se calhar é por ser o mesmo carro.
Enfim, já um bocadinho mais consolado, voltei à estrada, que entretanto melhorara bastante, e fui andando devagarinho enquanto observava a paisagem. Um verdadeiro condutor de domingo à sexta-feira. Que acto de rebeldia! Mas achei que era o que o carro merecia, que era o seu estilo, e ainda por cima, era assim eu o meu avô fazia. Acho que começo a perceber porquê. Soube-me bem. Soube-me tão bem que parei para beber outra mini e tirar outra foto.
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Até aqui já me tinha cruzado com três carros e outros tantos ciclistas. Não ultrapassara ninguém, nem ninguém me ultrapassara. King of the Road, mas daqui para a frente, começava a subida e estava algo apreensivo acerca da mecânica do bicho. Tinha medo que aquecesse. Para evitar isso, ponderei beber outra mini, mas enchi-me de coragem e fé no trabalho do Sr. Dr. e fui adiante, que para a frente é que é Lisboa. Fui adiante, mas devagarinho, e com um olho no ponteiro da temperatura e outro no da gasolina, não fosse o diabo tecê-las. E outro olho na estrada que tinha curvas, e outro na paisagem que era interessante, toda queimada dos incêndios do último verão. São muitos olhos... Uns quilómetros mais adiante, parei outra vez, com a intenção de beber uma mini e tirar uma fotografia, mas como não havia sítio que vendesse minis, tirei 2 fotografias (eu sei que o pessoal gosta é de fotografias)

IMG_20170106_123919.jpg

Achei graça ao sinal chamuscado, embora me pareça que com tanta sinalização imbecil que há por aí, seja uma pena queimar logo um sinal que dá permissão para ultrapassar. Já são tão poucos...

IMG_20170106_123352.jpg

É desolador ver a serra assim, tenho muita pena dos eucaliptos, mas confesso que lhe acho também um certo encanto. É diferente.
Aproveitei para tirar uma foto à estrada. Fez-me lembrar os fulanos do Top Gear, que são capazes de atravessar meio mundo com um Ferrari e um Aston Martin para descer uma estrada de montanha e chamar-lhe a melhor do planeta. Se algum deles vier ler o meu diário de bordo há de roer-se de inveja.
IMG_20170106_123758.jpg

Acredito que se tivesse um Ferrari ou um Aston Martin a estrada me teria parecido melhor ainda, mas de Cortina também não se fez nada mal.
Por esta altura é de realçar o facto de que da parte do veículo, não houve nem um queixume. E nem a temperatura subiu, nem a gasolina se gastou. Enfim, gastou alguma, mas ainda chegou para completar o passeio.
Mas o passeio não acabou aqui. Continuei a subir, com tranquilidade, com muita tranquilidade, até parar para almoçar. Com um tempo tão bom e um solzinho tão agradável, adivinhem o que bebi?
Água, porque ia conduzir, e é o indicado para acompanhar o pernil no forno.
E pronto, depois do almoço é sempre a descer, a caminho do fim do dia. Também é verdade que almoços destes não são para ser apressados, nem eu tinha para onde ir, a não ser para baixo, e para baixo todos os santos ajudam e a temperatura não sobe tanto. Nem se gasta tanta gasolina. Tudo vantagens. Senti-me tão bem que parei para tirar outra fotografia.

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Garanto que não tinha reparado na garrafa. Não sei quem a terá posto ali à frente do carro...
E basicamente foi isto, o primeiro teste está feito. Não foi uma road trip nem sequer uma viagem, mas foi um passeio agradável e sem incidentes. O Elefante portou-se admiravelmente bem, como aliás era sua obrigação, depois de todo o dinheiro que gastei nele, e deu-me alguma confiança para me aventurar num percurso mais longo. Talvez ao Tibete. Ou talvez a outro sítio porque não sei se no Tibete vendem minis.
Se tudo continuar a correr bem, qualquer dia meto-lhe gasolina.


PS: Esqueci-me de mencionar que, de acordo com observadores entendidos, o carro foi classificado como "muito engraçado". Podia ser pior...
 

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João Luís Soares

Pre-War
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Capítulo XIV

Hoje foi dia de passeio. Aproveitei o bom tempo, que não dura sempre, e a folga, que é sempre curta, e agarrei no Elefante Branco para ir visitar a serra. Há pouco tempo que o Sr Dr lhe tinha dado alta, depois do último achaque, e agora, com casquilhos de direcção novos e as trancas das portas operacionais, enchi-me de coragem e fiz-me à estrada. Não contei os km, mas foram alguns, metade a subir, outros tantos a descer. Não avariou, nem aqueceu, nem se queixou. Eu também não. Enfim, aqueci um bocadinho, tive que ir parando aqui e ali para beber uma mini, mas como tinha o dia por minha conta, não foi grave.
Escolhi um caminho pouco movimentado, campestre e rural, com um piso original: embora com poucos buracos, é tão deformado que mais parece que vou de barco. Se a polícia andar por ali, pedem-me a carta de patrão de costa... Contudo, o elefante é um espectáculo: oscila um bocadinho, mas nada de safanões bruscos nem pancadas nos batentes, como às vezes acontece com outros carros. Mérito da tecnologia dos anos 60, das jantes de 13 ou dos sofás de espuma? Não sei, nem me importa. Vinha-se tão bem ao solinho e a balançar, que tive que parar para beber uma mini. Aproveitei para tirar uma foto.
Ver anexo 1059310

Olhando para ela, parece-se muito com as outras fotos que já tenho. Se calhar é por ser o mesmo carro.
Enfim, já um bocadinho mais consolado, voltei à estrada, que entretanto melhorara bastante, e fui andando devagarinho enquanto observava a paisagem. Um verdadeiro condutor de domingo à sexta-feira. Que acto de rebeldia! Mas achei que era o que o carro merecia, que era o seu estilo, e ainda por cima, era assim eu o meu avô fazia. Acho que começo a perceber porquê. Soube-me bem. Soube-me tão bem que parei para beber outra mini e tirar outra foto.
Ver anexo 1059311
Até aqui já me tinha cruzado com três carros e outros tantos ciclistas. Não ultrapassara ninguém, nem ninguém me ultrapassara. King of the Road, mas daqui para a frente, começava a subida e estava algo apreensivo acerca da mecânica do bicho. Tinha medo que aquecesse. Para evitar isso, ponderei beber outra mini, mas enchi-me de coragem e fé no trabalho do Sr. Dr. e fui adiante, que para a frente é que é Lisboa. Fui adiante, mas devagarinho, e com um olho no ponteiro da temperatura e outro no da gasolina, não fosse o diabo tecê-las. E outro olho na estrada que tinha curvas, e outro na paisagem que era interessante, toda queimada dos incêndios do último verão. São muitos olhos... Uns quilómetros mais adiante, parei outra vez, com a intenção de beber uma mini e tirar uma fotografia, mas como não havia sítio que vendesse minis, tirei 2 fotografias (eu sei que o pessoal gosta é de fotografias)

Ver anexo 1059320

Achei graça ao sinal chamuscado, embora me pareça que com tanta sinalização imbecil que há por aí, seja uma pena queimar logo um sinal que dá permissão para ultrapassar. Já são tão poucos...

Ver anexo 1059314

É desolador ver a serra assim, tenho muita pena dos eucaliptos, mas confesso que lhe acho também um certo encanto. É diferente.
Aproveitei para tirar uma foto à estrada. Fez-me lembrar os fulanos do Top Gear, que são capazes de atravessar meio mundo com um Ferrari e um Aston Martin para descer uma estrada de montanha e chamar-lhe a melhor do planeta. Se algum deles vier ler o meu diário de bordo há de roer-se de inveja.
Ver anexo 1059315

Acredito que se tivesse um Ferrari ou um Aston Martin a estrada me teria parecido melhor ainda, mas de Cortina também não se fez nada mal.
Por esta altura é de realçar o facto de que da parte do veículo, não houve nem um queixume. E nem a temperatura subiu, nem a gasolina se gastou. Enfim, gastou alguma, mas ainda chegou para completar o passeio.
Mas o passeio não acabou aqui. Continuei a subir, com tranquilidade, com muita tranquilidade, até parar para almoçar. Com um tempo tão bom e um solzinho tão agradável, adivinhem o que bebi?
Água, porque ia conduzir, e é o indicado para acompanhar o pernil no forno.
E pronto, depois do almoço é sempre a descer, a caminho do fim do dia. Também é verdade que almoços destes não são para ser apressados, nem eu tinha para onde ir, a não ser para baixo, e para baixo todos os santos ajudam e a temperatura não sobe tanto. Nem se gasta tanta gasolina. Tudo vantagens. Senti-me tão bem que parei para tirar outra fotografia.

Ver anexo 1059316

Garanto que não tinha reparado na garrafa. Não sei quem a terá posto ali à frente do carro...
E basicamente foi isto, o primeiro teste está feito. Não foi uma road trip nem sequer uma viagem, mas foi um passeio agradável e sem incidentes. O Elefante portou-se admiravelmente bem, como aliás era sua obrigação, depois de todo o dinheiro que gastei nele, e deu-me alguma confiança para me aventurar num percurso mais longo. Talvez ao Tibete. Ou talvez a outro sítio porque não sei se no Tibete vendem minis.
Se tudo continuar a correr bem, qualquer dia meto-lhe gasolina.

Uma descrição fantástica, bem pontuada e com doses bem equilibradas de realismo e humor.
Que texto delicioso de ler!
Adorei!
Agora não comento mais porque tive uma ideia. Não sei de onde me veio essa ideia, mas vou beber uma mini.
 
OP
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Santos António

Santos António

Veterano
Agora não comento mais porque tive uma ideia. Não sei de onde me veio essa ideia, mas vou beber uma mini.

Ora aqui está uma grande ideia. É com ideias destas que o mundo pula e avança. Se não temos cuidado a moda ainda pega. Mas a verdade é que todo o passeio tem que ter um objectivo, não pode ser só andar por aí a contribuir para o aquecimento global e para os cofres do estado.
 
OP
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Santos António

Santos António

Veterano
Um Elefante Branco numa serra queimada, já não me falta ver mais nada! O Cortina do stand não parece estar muito diferente do teu. As linhas da tua escrita são como as Minis num dia de passeio com sol, bebem-se bem...
O Cortina do stand até parece melhor do que o meu. Por fora... Por dentro sabe-se lá. Apeteceu-me trazer umas peças, mas acho que não era possível.
É verdade que num diário de um Cortina não devia falar tanto de Minis, mas há coisas que são como os impostos : inevitáveis.
 
OP
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Santos António

Santos António

Veterano
É só para dizer que fui dar de beber ao bicho. Tal como temia, bebe como um elefante, seja qual for a cor. Embora o ponteiro não rode até ao fim, imagino que o depósito esteja cheio, porque o gatilho disparou várias vezes. A verdade é que ou ainda tinha muita gasolina, ou o depósito é muito pequeno. Um depósito mal me dá para 400km, o que me deixa, de acordo com a minha aplicação de telemóvel, com a média de cerca de 8,5 lt aos 100. E nem sequer é aos 100 à hora, que ando sempre devagarinho para não gastar muito. De pouco me serviu. Enfim, também não é nada de completamente inesperado, nem eu tinha planos para andar com ele diariamente. Quanto gastam os vossos? Sei que até aos anos 70 o consumo de combustível não era uma prioridade dos construtores, mas dever-se-á isto à idade do carro, ou estará desafinado?
É que nem o dono bebe tanto...
 

nuno granja

petrolhead
Portalista
Autor
Parabéns por teres colmatado a primeira parte de via sacra, obrigado pela partilha da excelente prosa e fotos,

Que serra é essa? (sou dislexia o, mas creio que não consegui ver qualquer refª)


Bons kms.


nuno granja
 
Última edição:
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Santos António

Santos António

Veterano
Com o meu cortina, ainda não peguei nele, está sem IPO, folga enorme na direção e no seletor de mudanças.. coloquei uma bateria e 5l de 95 e dei uma voltinha, mas nada mais.. mas intenção é mesmo circular e ir arranjando..

Ruy Roberto

O meu também teve uma folga enorme na direcção, já nem conseguia andar com ele. Com uns casquilhos novos, resolveu. A folga nas mudanças ainda tem, algum dia terá que ser arranjado também
 
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OP
Santos António

Santos António

Veterano
Capítulo XV

Estive fora uma semana. Mal voltei, fui ver o Elefante, que estava cuidadosamente guardado no estábulo. Ficou tão contente por me ver que até fez xixi no chão. Sei o que estão a pensar, mas não era óleo, era mesmo xixi. Vejam:
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Ali, aquela mancha amarela, o que é? Eu achei que era de contentamento, por isso levei-o a dar uma voltinha, para arejar, e quando voltámos fez xixi outra vez, por isso desconfiei que afinal não fosse apenas contentamento, mas algum problema de incontinência (afinal está quase a fazer 50 anos), e depois de espreitar cuidadosamente lá para dentro, vi que não vi nada. Aparentemente estava tudo sequinho. Passei as mãos pelos diversos tubos, e vieram mascarradas mas secas, não estava nenhum roto nem mal apertado. Vi o óleo (não fosse ele ter mudado de cor, outra vez) mas felizmente continuava escuro, e o radiador também estava cheio, pelo que não tive outro remédio senão deitar-me debaixo do bicho e espreitar-lhe as entranhas de um ângulo diferente. Só assim consegui ver que era mesmo do radiador: pingava. Ora acontece que o radiador foi uma das peças que foi revista / arranjada, pelo que não devia pingar. Nada devia pingar, depois de todo este tempo e despesa, mas já percebi que se calhar estou a ser demasiado optimista ou exigente. Enfim, lá agarrei nele e fui visitar o Sr. Dr,, que me confirmou que era mesmo do radiador, que aquilo não devia ter acontecido, porque nunca lhe tinha acontecido, mas aconteceu-me a mim. E a ele, porque o Elefante ficou logo lá para solucionar o problema e eu voltei para casa a pé. Muito agradável. Enfim, isto foi na 5ª feira à noite, e eu disse-lhe que pretendia usá-lo no Domingo (sou condutor de domingo), portanto vou agora buscá-lo, para amanhã ir dar o meu passeio, se não chover.
Acho que desta vez é que é e ele NUNCA MAIS vai avariar...
 

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JorgeMonteiro

...o do "Boguinhas"
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Portalista
Isto não estava nos meus planos. Estava na garagem a fazer mais umas intervenções no meu boguinhas e precisei de vir ao pc ver a cábula. Como é habitual, o primeiro clique é sempre na lista de novas mensagens do portal. Desta vez deu-me para espreitar o tal "elefante branco" que tantas vezes me apareceu na lista e nunca me tinha despertado o interesse. Deixa lá ver que bicho é este...

Pumba!! Já não voltei para a garagem! Tive que devorar as 8 páginas. A tua prosa é viciante e as histórias são idênticas ás minhas. Revejo-me em quase todos os capítulos. A única diferença é que eu meti as mãos na massa e fui fazendo em casa tudo o que conseguia, mas quando tive necessidade de o levar ao Sr. Dr., pensei que ficaria sem ele um mês e rapidamente se transformou numa estadia de quatro meses. Imaginei que teria o carro a rolar em 6 meses, e daqui a nada faz um ano que ando de volta dele. Já risquei do meu vocabulário as palavras "pronto", "concluído", "terminado". Aprendi a não definir prazos.

Essa voltinha pela Serra de Monchique deve ter sido como entrar noutra dimensão. Imagino o misto de sensações que deve despertar. Por um lado a felicidade de estar a rolar em liberdade, e por outro, a espetativa de ver o que vai rebentar a seguir. Quem se mete com clássicos tem que estar preparado para isso. Faz parte do encanto.

Fiquei viciado no tópico. Venham mais capítulos cheios de fotos.

Parabéns!!
 
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OP
Santos António

Santos António

Veterano
... as histórias são idênticas ás minhas. Revejo-me em quase todos os capítulos. A única diferença é que eu meti as mãos na massa e fui fazendo em casa tudo o que conseguia, mas quando tive necessidade de o levar ao Sr. Dr., pensei que ficaria sem ele um mês e rapidamente se transformou numa estadia de quatro meses. Imaginei que teria o carro a rolar em 6 meses, e daqui a nada faz um ano que ando de volta dele. Já risquei do meu vocabulário as palavras "pronto", "concluído", "terminado". Aprendi a não definir prazos.

Essa voltinha pela Serra de Monchique deve ter sido como entrar noutra dimensão. Imagino o misto de sensações que deve despertar. Por um lado a felicidade de estar a rolar em liberdade, e por outro, a espetativa de ver o que vai rebentar a seguir. Quem se mete com clássicos tem que estar preparado para isso. Faz parte do encanto

Parabéns!!

Está coisa de carros velhos é nova para mim. Todos estes percalços são uma experiência nova. Vou tomando notas aqui, porque um dia gostarei me lembrar do que fiz, das intervenções que o carro teve e do que senti. É uma espécie de memória futura. Ao que parece é um percurso semelhante a muitos outros, com a diferença que eu nunca meto as mãos na massa, embora gostasse de ter essa coragem. Pareço ser dos poucos que não o faz. Quando toco na massa é só para a fazer mudar de mãos, o que acontece com mais frequência do que gostaria. E algumas dessas palavras também vão desaparecendo do meu vocabulário... Contudo, gosto de sentir que ainda há coisas para melhorar, que o trabalho não está terminado. Acho que se tudo estivesse perfeito perderia bastante do interesse e entusiasmo. Assim ainda há objectivos parciais a atingir.

A voltinha pela serra foi mesmo muito agradável. Bom tempo, boa companhia, boa comida e a estrada só para mim. Foi estranho ir dar um passeio e não avariar nada.
 
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