Como proprietário dos melhores Ferraris da altura, Ferruccio Lamborghini decidiu que poderia fazer um carro melhor que os veículos do Commendatore. E possuindo uma considerável fortuna, ganha a construir tratores especiais e aquecedores domésticos, ele certamente tinha os recursos para tentar.
Mas Ferruccio não estava para brincadeira. Investiu em uma novíssima fábrica em Santa Agata, próximo a Bolonha ― ou Modena ― no coração da terra dos supercarros italianos.
Lamborghini sabia o que queria mas não conseguiria projetá-lo sozinho e, para isso, contratou Giotto Bizzarrini, o respeitado engenheiro freelancer que já tinha deixado sua marca na Ferrari e estava a trabalhar em novos projetos para a Iso em Milão. O sonho de Ferruccio era um coupe de dois lugares com o maior número possível de componentes exclusivos. Em particular, estava determinado a construir os seus próprios motores, desprezando o facto de a Iso utilizar motores Chevrolet prontos.
Bizzarrini rapidamente desenvolveu um motor V12 com quatro comandos de válvulas e ângulo de 60 graus, um projecto pessoal já com algum tempo, e também começou a desenvolver um chassi de motor dianteiro com suspensão totalmente independente através de braços triangulares superpostos e molas helicoidais em cada canto. Travões de disco Girling servoassistidos seriam usados em todas as rodas. A direção seria da ZF, do tipo sector e sem–fim com esferas recirculantes.
No início de 1963, Lamborghini contratou o jovem Giampaolo Dallara para supervisionar a construção do protótipo ― e para ser presidente da Automobili Ferruccio Lamborghini S.p.A. Foi uma excelente escolha, pois Dallara não era apenas um “ex-Ferrari”, mas também um “ex-Maserati”, portanto as suas credenciais ― e credibilidade ― em supercarros eram excelentes.
O primeiro motor estava pronto em meados de 1963. Foi então montado com uma caixa ZF de 5 velocidades e instalado em um protótipo chamado 350 GTV, apresentado no salão de Turim em Novembro desse ano. Projetado pelo ex-Bertone Franco Scaglione e construído pela Carrozzeria Sargiotto, de Turim, parecia meio espalhafatoso (mesmo com os faróis retráteis) e era aparentemente inspirado no Aston Martin DB4GT Zagato e no Jaguar E-Type coupe.
Quando a produção começou em março de 1964, a Touring de Milão tinha arredondado as linhas angulares do protótipo, simplificado imensamente a traseira e trocado os faróis retráteis e “boca” da entrada de ar por faróis ovais “olho de sapo” expostos. O resultado apareceu no Salão de Genebra naquele mesmo mês como 350 GT. O V12 foi equipado com seis carburadores Weber horizontais (o GTV tinha Webers verticais) debitando 280 cv, e a nova fábrica estava pronta para produzir os dois motores e o chassis tubulares de aço.
O interior de toda a linha Lamborghini GT é similar, com um volante de três raios e um formidável painel de instrumentos
Somente 13 Lamborghinis foram construídos em 1964, mas os pedidos cresceram rapidamente com os rumores do excelente motor do Lamborghini 350 GT, excelentes handling e estabilidade e altíssimo desempenho (mais de 240 km/h de velocidade máxima). Nos dois anos seguintes, o volume aumentou para 120 unidades, todas coupes excepto algumas descapotáveis construídas pela Touring e uma especial com estilo da Zagato.
Em 1966, o Lamborghini 350 GT ganhou um irmão chamado Lamborghini 400 GT. Tinha motor V12 de 4 litros, como o nome sugeria, e 320 cv, o suficiente para aumentar a velocidade máxima para quase 260 km/h. Também possuía a caixa e diferencial projetados por Dallara. Ferruccio ficou conhecido.
A Touring mudou a aparência para que o Lamborghini 400 GT fosse um pouco diferente do Lamborghini 350 GT. Para facilitar a identificação externa havia quatro faróis circulares, um vidro traseiro menor e o aumento da altura do tecto para garantir mais espaço interior.
Como antes, havia um par de pequenos bancos individuais na parte de trás, e os catálogos referiam o 400 GT como um 2 + 2 . Por baixo, um único tanque de combustível grande substituiu o par de tanques menores dos 350. Só para complicar as coisas, nesse intervalo houve também um 350 GT com motor 4-litros em fins de 1965 e inicio de 1966 (23 unidades produzidas).
Esta primeira geração de Lamborghinis representou um começo promissor para uma nova marca. Conforme a revista Road & Track escreveu na época: “Cuidado, Ferrari!”. O 350 GT continuou a ser produzido em 1967 e os 400 GT continuaram até 1968, quando foram substituídos por uma versão remodelada chamada de Islero. O volume de produção estava bastante abaixo da Ferrari, mas Ferruccio tinha menos modelos e seus gastos não eram altos.
Na verdade, a Lamborghini veio do nada incrivelmente rápido para ameaçar verdadeiramente o desempenho e prestígio do “ cavalinho rampante”. Para piorar as coisas para Maranello, novos modelos estavam a chegar para tornar esta ameaça ainda mais séria. O touro bravo tinha chegado.
Mas Ferruccio não estava para brincadeira. Investiu em uma novíssima fábrica em Santa Agata, próximo a Bolonha ― ou Modena ― no coração da terra dos supercarros italianos.
Lamborghini sabia o que queria mas não conseguiria projetá-lo sozinho e, para isso, contratou Giotto Bizzarrini, o respeitado engenheiro freelancer que já tinha deixado sua marca na Ferrari e estava a trabalhar em novos projetos para a Iso em Milão. O sonho de Ferruccio era um coupe de dois lugares com o maior número possível de componentes exclusivos. Em particular, estava determinado a construir os seus próprios motores, desprezando o facto de a Iso utilizar motores Chevrolet prontos.
Bizzarrini rapidamente desenvolveu um motor V12 com quatro comandos de válvulas e ângulo de 60 graus, um projecto pessoal já com algum tempo, e também começou a desenvolver um chassi de motor dianteiro com suspensão totalmente independente através de braços triangulares superpostos e molas helicoidais em cada canto. Travões de disco Girling servoassistidos seriam usados em todas as rodas. A direção seria da ZF, do tipo sector e sem–fim com esferas recirculantes.
No início de 1963, Lamborghini contratou o jovem Giampaolo Dallara para supervisionar a construção do protótipo ― e para ser presidente da Automobili Ferruccio Lamborghini S.p.A. Foi uma excelente escolha, pois Dallara não era apenas um “ex-Ferrari”, mas também um “ex-Maserati”, portanto as suas credenciais ― e credibilidade ― em supercarros eram excelentes.
O primeiro motor estava pronto em meados de 1963. Foi então montado com uma caixa ZF de 5 velocidades e instalado em um protótipo chamado 350 GTV, apresentado no salão de Turim em Novembro desse ano. Projetado pelo ex-Bertone Franco Scaglione e construído pela Carrozzeria Sargiotto, de Turim, parecia meio espalhafatoso (mesmo com os faróis retráteis) e era aparentemente inspirado no Aston Martin DB4GT Zagato e no Jaguar E-Type coupe.
Quando a produção começou em março de 1964, a Touring de Milão tinha arredondado as linhas angulares do protótipo, simplificado imensamente a traseira e trocado os faróis retráteis e “boca” da entrada de ar por faróis ovais “olho de sapo” expostos. O resultado apareceu no Salão de Genebra naquele mesmo mês como 350 GT. O V12 foi equipado com seis carburadores Weber horizontais (o GTV tinha Webers verticais) debitando 280 cv, e a nova fábrica estava pronta para produzir os dois motores e o chassis tubulares de aço.
O interior de toda a linha Lamborghini GT é similar, com um volante de três raios e um formidável painel de instrumentos
Somente 13 Lamborghinis foram construídos em 1964, mas os pedidos cresceram rapidamente com os rumores do excelente motor do Lamborghini 350 GT, excelentes handling e estabilidade e altíssimo desempenho (mais de 240 km/h de velocidade máxima). Nos dois anos seguintes, o volume aumentou para 120 unidades, todas coupes excepto algumas descapotáveis construídas pela Touring e uma especial com estilo da Zagato.
Em 1966, o Lamborghini 350 GT ganhou um irmão chamado Lamborghini 400 GT. Tinha motor V12 de 4 litros, como o nome sugeria, e 320 cv, o suficiente para aumentar a velocidade máxima para quase 260 km/h. Também possuía a caixa e diferencial projetados por Dallara. Ferruccio ficou conhecido.
A Touring mudou a aparência para que o Lamborghini 400 GT fosse um pouco diferente do Lamborghini 350 GT. Para facilitar a identificação externa havia quatro faróis circulares, um vidro traseiro menor e o aumento da altura do tecto para garantir mais espaço interior.
Como antes, havia um par de pequenos bancos individuais na parte de trás, e os catálogos referiam o 400 GT como um 2 + 2 . Por baixo, um único tanque de combustível grande substituiu o par de tanques menores dos 350. Só para complicar as coisas, nesse intervalo houve também um 350 GT com motor 4-litros em fins de 1965 e inicio de 1966 (23 unidades produzidas).
Esta primeira geração de Lamborghinis representou um começo promissor para uma nova marca. Conforme a revista Road & Track escreveu na época: “Cuidado, Ferrari!”. O 350 GT continuou a ser produzido em 1967 e os 400 GT continuaram até 1968, quando foram substituídos por uma versão remodelada chamada de Islero. O volume de produção estava bastante abaixo da Ferrari, mas Ferruccio tinha menos modelos e seus gastos não eram altos.
Na verdade, a Lamborghini veio do nada incrivelmente rápido para ameaçar verdadeiramente o desempenho e prestígio do “ cavalinho rampante”. Para piorar as coisas para Maranello, novos modelos estavam a chegar para tornar esta ameaça ainda mais séria. O touro bravo tinha chegado.
Anexos
-
QA.jpg24.1 KB · Vistos: 6
-
HBQnK83a_Pxgen_r_1100xA.jpg64 KB · Vistos: 7
-
HBsXm0RO_Pxgen_r_1100xA.jpg67.1 KB · Vistos: 6
-
HB4dxcRE_Pxgen_r_1100xA.jpg75.7 KB · Vistos: 6
-
HBbpFtwh_Pxgen_r_1100xA.jpg50.3 KB · Vistos: 6
-
HBbpoliK_Pxgen_r_1100xA.jpg61.4 KB · Vistos: 7
-
HBFWtndy_Pxgen_r_1100xA.jpg47.8 KB · Vistos: 7
-
lamborghini_400gt_fabuleuse_v12.jpg55.9 KB · Vistos: 7
-
16893326.028lo.jpg67.8 KB · Vistos: 6
-
16893334.029lo.jpg18.5 KB · Vistos: 6
-
conit01-11.jpg201.4 KB · Vistos: 8
-
lamborghini-sports-cars1-2.jpg21 KB · Vistos: 0
-
lamborghini-sports-cars1-2.jpg21 KB · Vistos: 0
-
lamborghini_350gtv_profile_.jpg93.9 KB · Vistos: 0
-
lamborghini_350gtv_profile_.jpg93.9 KB · Vistos: 0