Mercado em Portugal - Investir?

Tenho algumas dúvidas em relação ao mercado Português de Clássicos.
Uma pessoa que tenha umas coroas e um tempo e arranje um Clássico (karmann, bmw 2002, capri, Cortina, Boca de sapo) em médio estado e o repare totalmente, depois consegue vende-lo bem?

Diguemos, de modo a não perder dinheiro!

Ou vai ter que pagar para lhe ficarem com o carro?

Desconheço 100% a situação. Sei que os outros mercados e negócios estão de corda ao pescoço, mas ouço falar que para mansões e carros de luxo, o dinheiro circula!

Cumprimentos

O problema nem é bem o mercado nacional, na pior das hipóteses vender-se-ia para fora porque os entusiastas estrangeiros pagam o valor justo. O pior é mesmo o custo do restauro que para ser bem feito excede facilmente os 5 dígitos. Estamos a falar de refazer o carro tal como aconteceu originalmente na linha de montagem. Desmanchar o puzzle e voltar a montar. Estamos a falar de levar ao jatp de areia. Reparar chapa. Pintar. Montar interiores. Parte elétrica. Parte mecânica. Etc.

A maior parte das pessoas não acredita mas restauros à letra, os tais "de A a Z" ficam muito, muito caros e raramente os vemos nos classificados.
Para 90% das pessoas restaurar é aspirar os bancos, polir ou pintar de novo, comprar pneus novos, mudar líquidos, reparar falhas elétricas e fazer a IPO. Pois!

"Ah mas dinheiro arranja-se!", claro, mais ao menos ano, as coisas dentro de valores antes de chegar ao obsceno (eu sei, é relativo...), fazem-se, mas depois a questão é que a esmagadora maioria dos carros não vale o valor do restauro e depois quando se vai para os classificados tentar recuperar o dinheiro ou se apanha um maluquinho que tem sonhos molhados com aquele modelo, naquela série, cor, número de portas, etc, ou se põe as mãos à cabeça e se encara a realidade dura onde os €15.000 investidos valem no mercado €5000, ou menos.

Sendo menos pessimista, se for uma coisa feita dentro de portas, sem ter de pagar mão-de-obra a chapeiros, pintores, mecânicos e eletricista, escolhendo bem o modelo até poderá ser racional, de outra forma...

Fazer dinheiro com carros é, na minha opinião, uma ilusão. Regra geral quem vive disso é porque tem o dinheiro suficiente na altura certa para comprar um achado de que alguém se quis livrar rapidamente sem chatices. Negócios de ocasião. Carros comprados a alguns milhares de euros abaixo da média onde há espaço para orçamentar a tal "lavagem de cara" onde no final se fica com um carro funcional e minimamente apresentável.

Pois, eu também acho e, resumindo, creio, o que disse o @HugoSilva ou é uma ultra-pechincha, minimamente em condições (a circular ou prestes disso) e com valor de mercado, ou se apanha um dos que têm sonhos molhados e que ainda lhe foi alguma coisas para os olhos, ou então é para esquecer...

Para além de que, restaurar um carro em condições, vai muito para além desse trabalho de chaparia e mecânica que lhe está associado (e que por ser na maioria especializado, se cobra bem).
Há também um trabalho de investigação profundo sobre o modelo em causa, as especificidades do mercado local, etc.; é um trabalho de tempo e paciência que, por ser quase incalculável, fica muitas vezes na prateleira. Se não fica na prateleira (e bem), quando chega a altura da venda, o valor nunca compensará esse esforço realizado - por isso, muita gente acaba por não vender, ou então, vende por necessidade e, digo eu, tão cedo não se mete noutra.

Um restauro a 100% compensa quando não se quer vender o carro.
Larga-se a nota, vendem-se a tralhas supérfluas da garagem, a coleção de vinil dos Pink Floyd, a sogra e até mesmo um rim, mas no fim ficamos com o carro a gosto, quer dizer, se fosse hoje tinhamos pintado de outra forma, tinha ido à decapagem, tinha levado um banho de zinco...

Raios partam estes malucos, podiam arranjar coisa melhor onde gastar o dinheiro