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Antes Francisco Lemos Ferreira
JIM LAMBERT
O Mini Moke Portugal
Mini Moke 1980-1989
Moke 1991-1994
Jim Lambert foi o homem que conseguiu dar uma terceira vida ao Moke. Pouco antes de tomar a decisão de se reformar sugeriu que a produção poderia ser transferida para Portugal. Jovem aposentado, foi chamado como consultor para pôr alguma ordem na fábrica instalada na IMA. Muito animado com este projecto, aceitou a tarefa, missão será pesada, porque tem que lidar com aspectos financeiros, qualidade, produção e design, para conseguir tirar dividendos dessa produção.
Após o fracasso da produção do Moke em Inglaterra, Jim Lambert um apaixonado do Mini Moke , fala com a BMC e visiualiza a possibilidade do o produzir em Portugal, em Setúbal na IMA (Industria de Montagem de Automóveis) a mesma que Produzira as famosas carrinhas Mini Ima cujos registos da sua fabricação em Portugal desapareceram no pós 25 de Abril.
Logo que começam os problemas Lambert é enviado para Portugal para resolver tudo. A produção do Moke Português começou com a reforma da produção australiana.
A situação precária da Fábrica IMA levou Lambert a produzir Camiões MAN em Vendas Novas, que ainda hoje existe e onde se podem ver no local os carris de comboio que fazia as unidades produzidas a chegar aos concessionários.
O início foi dificil, diria caótico, o Moke começa a produção em 1980, utilizando kits CKD, SKD da Austrália. Montados a partir do kit Moke , inicialmente, com as especificações da Austrália, Semi Knocked Down kits, para o montar eram precisas poucas ferramentas .
Na época, as tensões sociais eram enormes em Portugal, repetidas greves , sabotagem, avarias provocadas na produção do Mini Moke. A situação tornou-se um problema tão grave que em Dezembro de 1984 a produção parou porque British Leyland Portugal entra em liquidação!
O entusiasmo em Longbridge leva com um balde de água fria pois tinha mais de 260 kits prontos para embarque, e quarenta unidades estavam a ser montadas, Lambert chega a ficar fechado na Fábrica "refém" dos trabalhadores em greve! A oficina de soldagem de Vendas Novas, começava a aparecer no horizonte do Moke.
A situação chegou a tal ponto que faliu, Jim Lambert decidiu transferir a ferramenta de produção. A operação tipo comando foi realizada de noite com camiões, salvando uma “causa” que parecia perdida.
O novo local de produção foi aumentado em Vendas Novas. Em dois dias, enquanto foram transferidos e instalados os meios de produção, e dois meses depois, auxiliado por apenas três funcionários, uma nova equipa é formada e renasce a magia Moke.
A organização de sucesso é muito bem sucedida porque no berço da produção os custos são minimizados e todas as auditorias só levam elogios para Longbridge!
Jim Lambert e três empregados pôs de pé novamente o projecto Moke, iniciando a produção do carro. Jim afirmava “ Os Mokes portugueses são os melhores”, e falava com conhecimento de causa pois conhecia bem as produções anteriores. Este novo Moke tinha mais peças padrão do Mini para reduzir os custos.
Assim renasceu o Moke com um motor 998cc, jantes 12 e com um interior luxuoso. O principal problema encontrado por Jim Lambert eram as especificações de construção Australianas, com peças dispendiosas. Assim, Jim Lambert cria um pacote contendo o máximo de peças mais baratas para o Mini: regresso a compressão do motor 998 cc de baixo, caixa de velocidades com diferencial normal, braços e travões de disco comum ao Mini "sedan". 50% das peças era fabricadas em Portugal, roll-bar, os interiores, o pára-choques…, Jim Lambert recebe o total apoio da Austin Rover, que se reserva o direito de examinar os aspectos de marketing, vendas, bem como os relacionados com a aprovação do Moke. A escolha dos materiais de construção, habilitar o Moke para ir de encontro o mais possível à sua aparência original, assegurando economias de escala sendo aparentemente viável.
No primeiro semestre de 1986 foram produzidas 534 unidades, ultrapassando as 1000 unidades nesse ano, os clientes era países com ilhas, como Espanha, Malta, Grécia, e França e Portugal, com Algarve e Madeira como destinos preferenciais. Grande parte desses Mokes eram destinados a empresas de rent-a-car no Algarve. França chegou a absorver lotes de 345 unidades
Jim Lambert faleceu a 26 de janeiro de 2010 com 82 anos de idade na cidade de Peniche.
Nunca esqueceremos Jim pela sua dedicação enorme ao Mini Moke e o trabalho e esforço que fez para salvar o Moke durante a década de 1980 e restabelecê-lo com uma proposta viável de produção em Portugal.
Obrigado Jim !
D. Salomé Lambert é membro de Mokada -Moke Clube de Portugal o que me honra profundamente.
Francisco Lemos Ferreira
Texto: Francisco Lemos Ferreira
Em Anexo: Fotos da Fábrica de Vendas Novas