Não é preciso uma bela máquina mas convém que tenha uma veia de desportividade, caso contrário passa a ideia que estamos a levar a avózinha a passear à beira mar.
Os eventos com grandes desportivos não me cativam, os que têm clássicos sim. Nem é pelos carros, pois aprecio um pouco de tudo, é mesmo pela atmosfera e camaradagem. É um hobbie caro mas com a dose certa de juízo dá para experimentar 1 ou 2 vezes por ano sem ir à falência.
Claro que quem se entusiasma e começa logo a pensar em alterações, ou tem bolsos fundos ou gasta o dinheiro em melhoramentos e depois falta para as inscrições e para a gasolina.
Das vezes em que participei foi com carros em estado original, da última vez foi no Rover 114 GTi 16v, tinha "apenas" 95cv e uns pneus em fim de vida. Foi e voltou pelos próprios meios e ainda me levou na semana seguinte todos os dias para o trabalho.
É isto que exijo dos meus carros, tanto levam os miúdos à escola como dão umas voltas no autódromo. Não me interessam carros focados num determinado uso que só posso dar 2 vezes ao ano.
Eu, no momento em que estava a escrever "bela máquina", estava a pensar em algo mais do que o meu plástico do dia-a-dia. Não que eu não goste dele mas se o estragar até ao ponto, por exemplo, de imobilização,terei de andar a pé ou de autocarro. Por isso, não o levaria para uma corrida. Necessitaria sempre de uma alternativa, de algo mais que pudesse juntar o melhor dos dois mundos: um uso diário, substituindo o moderno, caso fosse necessário
e um carro que fosse meu companheiro, por exemplo, em encontros de clássicos ou num
track day. E, para tal, a escolha tem de recair sempre num clássico ou neoclássico.
E nisso concordo com o que disse. Os carros são feitos para serem usados. Não devem ser negligenciados, bem pelo contrário, mas também não devem estar numa redoma. Devem estar sempre prontos para qualquer eventualidade, seja uma corrida ou uma ida às compras. E estar a investir num carro, tudo do bom e do melhor com o propósito de o usar somente em meia dúzia de dias por ano, num determinado evento e depois cobri-lo com uma capa e sair com ele no ano seguinte, julgo, no meu ponto de vista, que não é bom negócio. Não critico quem o faz. Nem é esse o meu objectivo.
Em relação ao eventos, eu prefiro também aqueles em que o convívio se sobrepõe a qualquer resultado desportivo. Pois, se um dia participar (e um dia não são dias), irei de forma descontraída, usufruir daquele momento pelo qual tanto aguardei e tentar interagir com os participantes, sabendo que atrás do volante respeitarei quem na pista circular e "exagerando" quando for o momento certo. Não aprecio aqueles que se armam em Sennas ou Fittipaldis só porque têm o carro mais XPTO da festa e andam com uma fita ao pescoço e depois são uma nulidade. E por aqui me fico.