Andre.Silva
Trapatony
Estávamos em 1981, últimos anos de ouro para as motorizadas portuguesas, um dos principais meios de transporte do povo... Nestes anos, o mercado Japonês tentava já também entrar para o nosso mercado à força, e começavam a ser ajudados até pelo NOSSO governo. Enquanto uns começavam a falir, a AJP fez o oposto.
António Pinto, um jovem com apenas 22 anos, abriu uma oficina de motos. Depois de 4 anos de trabalho (1985) vem a fundar a empresa AJP Motos (António e Jorge Pinto Motos) em conjunto com o seu irmão, sediada em Galegos, Penafiel e dedicava-se exclusivamente à preparação de motos.
Em 1987, a AJP MOTOS já estava mais "madura" e é então que começa a produção do seu primeiro modelo que viria a ser lançada em 1990, a AJP ARIANA 125 (nome atribuído como homenagem à filha do empresário) equipada com motor CASAL de 125cc a 2 tempos.
AJP Ariana
Aqui António Pinto com a sua AJP Ariana, nº92 participando na 4ª Baja Internacional Sagres 500 Portalegre 90.
Aqui António Pinto com a sua AJP Ariana, nº92 participando na 4ª Baja Internacional Sagres 500 Portalegre 90.
Este modelo teve ma produção muito limitada, mas desde cedo apontava os objectivos da empresa no sentido de desenvolver motos para o Enduro e Motocross, com várias inovações a nível mundial. Sendo assim, a AJP começou a investir na participação em eventos de Enduro, e o seu principal piloto era o fundador da empresa, António Pinto, empenhado a mostrar as performances de sua mota.
AJP GALP 50
Cinco anos depois, a AJP apresenta um modelo novo e inovador, a AJP GALP 50, com um motor também Casal a 2 Tempos financiada pela GALP. Este modelo trazia agora soluções nunca vistas, como o primeiro braço oscilante realizado em alumínio fundido, através de um procedimento que permitia a realização do mesmo em uma peça única, reforçando mais a sua resistência. A AJP produziu 500 motos e coloco-as no mercado nacional. O lançamento do modelo foi marcado também marcado pela mudança para novas instalações de 200m2, também em Galegos, Penafiel.
O modelo urbano de uma motorizada de 50cc despertou a atenção do mercado e, finalmente, a Casal, com sede em Aveiro, admitiu fazer uma parceria para produzir a AJP Galp 50. O negócio chegou a estar alinhavado, mas um forte revés deitou por terra todos os sonhos. "Quando começamos a construção do protótipo da Galp 50, propusemos ao Dr. Neves Ferreira, administrador da Casal, se havia interesse da marca em produzir o modelo que estávamos a construir. Ele mostrou-se interessado e, três meses depois, chegámos a um acordo: a Casal produziria a moto, uma vez que a AJP não tinha grande capacidade. Na época, este tipo de modelo vendia milhares de unidades por ano no mercado europeu", relembra António Pinto. "Após o acordo, fomos almoçar e quando regressámos, o dr. Barros Vale, na altura presidente do conselho de administração, simplesmente anulou o negócio. Penso que terá sido por por pressão de pessoas que trabalhavam na Casal e que desconheciam a realidade do mercado e do potencial desta moto."
in:pagina pessoal de gustavo pintoDevido ao modelo ter boa recepção no mercado, a AJP GALP 50 foi renovada em 1998, onde foram introduzidos novos avanços técnicos e um restyling.
Em 2000,quando se preparavam para o mercado internacional, a Casal, até então fornecedora de peças e motor, entrou em falência, levando também ao fim da produção da GALP 50.
A AJP GALP 50 participou durante vários anos em competições de Enduro, vencendo em 5 anos consecutivos na sua classe o Campeonato Nacional de Enduro. Teve também uma participação de relevo nos Seis Dias de Enduro de 1999 (International Six Days of Enduro), sendo a ultima 50cc a terminar esta exigente e famosa prova.
Próxima parte: A AJP e a sua revolução internacional no século XXI