Com as fotos tiradas desde Junho e o post muitas vezes adiado, ai vai para evitar que se transforme em notícia da "ano passado";
Durante uma deslocação a Espanha (Galiza) na primavera de 2012, deparei-me com este edifício por mero acaso;
Paro, entro dirijo-me a um dos chapeiros, pergunto se posso ver e fotografar.
Como resposta obtenho um "esteja à vontade" e voltou ao trabalho como se nada fosse.
Assim para início de conversa estavam a trabalhar numa carroçaria "superleggera", o que convenhamos não é para qualquer um;
Habituado a olhares desconfiados e a negas, por exemplo, ainda no mês passado quando fotografava um Panda 4x4 perto de Vila Verde fui interpelado agressivamente por uma senhora mais ao menos nestes termos; "não sei e que está pr'ai a fazer mas se fosse o meu caro não tirava fotos", na Juan Lumbreras, circulei pela divisão do andar de baixo a ver tudo e a tirar fotos com total liberdade. De modo a não abusar da hospitalidade, não passei dessa divisão, no fim agradeci, despedi-me e vim embora impressionado com a qualidade do trabalho.
Coloco as fotos online aqui no Portal e no Facebook e passado algum tempo sou contactado por um amigo a perguntar se alguém da Juan Lumbreras me podia ligar.
Pouco depois estava a falar ao telefone com um português colaborador próximo do Juan Lumbreras, que me perguntou porque é que só tinha ficado por aquela divisão do andar de baixo ao que eu respondi não ter querido abusar da hospitalidade.
Respondeu-me que entusiastas são sempre bem vindos, o que na perspectiva da Juan Lumbreras só pode ser positivo para a empresa, convidando-me de seguida para uma visita guiada às 3 instalações. Agradeci e fiquei de avisar com antecedência quando passa-se na zona. Deixei também bem claro que não sou o cliente alvo da Juan Lumbreras.
Entretanto o tempo foi passando sem que aparecesse uma oportunidade, até que em Junho deste ano decidi passar lá durante uma ida a Vila Verde ver os trabalhos do UNO. Confirmei se o convite se mantinha de pé e ainda perguntei se podia ir com outra pessoa.
Com a resposta afirmativa às duas perguntas, pouco depois estava a caminho no Scirocco, acompanhado pelo António F. Carvalho.
Foram 4 horas de quality time entre petrolheads. Quando vejo o Jay Leno fico com a impressão que a paixão é a mesma, a única diferença é a escala. Com o Nuno da Juan Lumbreras passou-se algo idêntico. Jogando numa liga completamente diferente da minha e da do António, trabalhando todos os dias com clássicos e tendo que gerir um "barco" considerável em termos de dimensão, investimentos e espectativas de clientes muito próximos do topo da cadeia alimentar deste meio, a paixão de base é a mesma.
Foi um previlégio ver o trabalho por dentro e trocar impressões com alguém qualificado, sobre a diferença da condução entre um Bugatti 35 e um Pegaso, ou entre um Jaguar E e um Corvette. Outro aspecto interessante foi um genuíno interesse pelas histórias associadas a cada carro, começamos pelo BMW 503 do filme "The last run" e fomos por ai fora. Priceless.
"The last run" de Richard Fleischer e John Huston, com o grande George C Scott, é um road movie rodado em grande parte em Portugal no ano de 1971. Tem como "estrela" de 4 rodas um BMW 503. O Nuno já viu um dos carros utilizados;
Na Lumbreras começamos pela divisão onde já tinha estado, chapeiro e ao lado a pintura, mas a conversa foi tanta que nessa zona só tirei 3 fotos, um 356 a ser reconstruido e o chassis de um Bentley "Chinese Eyes", o nivel de qualidade do trabalho era elevado, do melhor que já vi ao vivo;
Ainda nesse edifício fomos ver as reservas. Tal como cada um de nós gosta de ter uma reserva de peças para o nosso carro, ou até uma carro inteiro para peças ou futuro projecto, aqui é a mesma coisa, a diferença é a escala;
Motores, a primeira foto é uma colaça de Bugatti e a segunda um Jaguar V12 (havia vários);
Material NOS Jaguar, algum comprado aquando do fecho do Osório Trindade no Porto;
Subimos ao primeiro andar onde estão guardados futuros projectos e outros em fase final;
Alguns podem não gostar, mas uma réplica construida conforme o original é uma boa opção para quem não pode comprar o original ou este é tão valioso que não convém por exemplo ser usado em competição. Jaguar D type;
Fomos almoçar, mais uns kms de conversa e depois fomos ver mais 2 instalações da empresa.
Acabamento e montagem final, onde começamos por outra "réplica" desta vez de um Jaguar E "Low drag", creio que só foi construído um e este irá fazer felicidade de um cliente suiço, que por motivos óbvios não pôde comprar o original;
Nunca tinha visto uma carroçaria de fibra de vido tão perfeita, acho que nem saiam assim de Dieppe;
BMW 327, que segundo o Nuno, juntamente com o 328 e um dos poucos carros anteriores à 2ª Guerra com um comportamento em estrada que poderemos classificar de "moderno";
E por ai fora;
Mecânica;
Este carro tem cintas por fora dos cubos, parece que é caso ùnico;
Lancia Integralle;
Jaguar V12;
Seria muito difical referir aqui todos os assuntos abordados e tudo o que vimos, mas sem dúvida foi "quality time among petrol heads" do melhor.
O fato de nem eu nem o António sermos potênciais clientes da Juan Lumbreras valoriza ainda mais a forma aberta e calorosa como fomos recebidos. A qualidade do trabalho deixou-nos estupefactos e à saída só podiamos agradecer.
Foi o que fizemos.
nuno granja
Durante uma deslocação a Espanha (Galiza) na primavera de 2012, deparei-me com este edifício por mero acaso;
Paro, entro dirijo-me a um dos chapeiros, pergunto se posso ver e fotografar.
Como resposta obtenho um "esteja à vontade" e voltou ao trabalho como se nada fosse.
Assim para início de conversa estavam a trabalhar numa carroçaria "superleggera", o que convenhamos não é para qualquer um;
Habituado a olhares desconfiados e a negas, por exemplo, ainda no mês passado quando fotografava um Panda 4x4 perto de Vila Verde fui interpelado agressivamente por uma senhora mais ao menos nestes termos; "não sei e que está pr'ai a fazer mas se fosse o meu caro não tirava fotos", na Juan Lumbreras, circulei pela divisão do andar de baixo a ver tudo e a tirar fotos com total liberdade. De modo a não abusar da hospitalidade, não passei dessa divisão, no fim agradeci, despedi-me e vim embora impressionado com a qualidade do trabalho.
Coloco as fotos online aqui no Portal e no Facebook e passado algum tempo sou contactado por um amigo a perguntar se alguém da Juan Lumbreras me podia ligar.
Pouco depois estava a falar ao telefone com um português colaborador próximo do Juan Lumbreras, que me perguntou porque é que só tinha ficado por aquela divisão do andar de baixo ao que eu respondi não ter querido abusar da hospitalidade.
Respondeu-me que entusiastas são sempre bem vindos, o que na perspectiva da Juan Lumbreras só pode ser positivo para a empresa, convidando-me de seguida para uma visita guiada às 3 instalações. Agradeci e fiquei de avisar com antecedência quando passa-se na zona. Deixei também bem claro que não sou o cliente alvo da Juan Lumbreras.
Entretanto o tempo foi passando sem que aparecesse uma oportunidade, até que em Junho deste ano decidi passar lá durante uma ida a Vila Verde ver os trabalhos do UNO. Confirmei se o convite se mantinha de pé e ainda perguntei se podia ir com outra pessoa.
Com a resposta afirmativa às duas perguntas, pouco depois estava a caminho no Scirocco, acompanhado pelo António F. Carvalho.
Foram 4 horas de quality time entre petrolheads. Quando vejo o Jay Leno fico com a impressão que a paixão é a mesma, a única diferença é a escala. Com o Nuno da Juan Lumbreras passou-se algo idêntico. Jogando numa liga completamente diferente da minha e da do António, trabalhando todos os dias com clássicos e tendo que gerir um "barco" considerável em termos de dimensão, investimentos e espectativas de clientes muito próximos do topo da cadeia alimentar deste meio, a paixão de base é a mesma.
Foi um previlégio ver o trabalho por dentro e trocar impressões com alguém qualificado, sobre a diferença da condução entre um Bugatti 35 e um Pegaso, ou entre um Jaguar E e um Corvette. Outro aspecto interessante foi um genuíno interesse pelas histórias associadas a cada carro, começamos pelo BMW 503 do filme "The last run" e fomos por ai fora. Priceless.
"The last run" de Richard Fleischer e John Huston, com o grande George C Scott, é um road movie rodado em grande parte em Portugal no ano de 1971. Tem como "estrela" de 4 rodas um BMW 503. O Nuno já viu um dos carros utilizados;
Na Lumbreras começamos pela divisão onde já tinha estado, chapeiro e ao lado a pintura, mas a conversa foi tanta que nessa zona só tirei 3 fotos, um 356 a ser reconstruido e o chassis de um Bentley "Chinese Eyes", o nivel de qualidade do trabalho era elevado, do melhor que já vi ao vivo;
Ainda nesse edifício fomos ver as reservas. Tal como cada um de nós gosta de ter uma reserva de peças para o nosso carro, ou até uma carro inteiro para peças ou futuro projecto, aqui é a mesma coisa, a diferença é a escala;
Motores, a primeira foto é uma colaça de Bugatti e a segunda um Jaguar V12 (havia vários);
Material NOS Jaguar, algum comprado aquando do fecho do Osório Trindade no Porto;
Subimos ao primeiro andar onde estão guardados futuros projectos e outros em fase final;
Alguns podem não gostar, mas uma réplica construida conforme o original é uma boa opção para quem não pode comprar o original ou este é tão valioso que não convém por exemplo ser usado em competição. Jaguar D type;
Fomos almoçar, mais uns kms de conversa e depois fomos ver mais 2 instalações da empresa.
Acabamento e montagem final, onde começamos por outra "réplica" desta vez de um Jaguar E "Low drag", creio que só foi construído um e este irá fazer felicidade de um cliente suiço, que por motivos óbvios não pôde comprar o original;
Nunca tinha visto uma carroçaria de fibra de vido tão perfeita, acho que nem saiam assim de Dieppe;
BMW 327, que segundo o Nuno, juntamente com o 328 e um dos poucos carros anteriores à 2ª Guerra com um comportamento em estrada que poderemos classificar de "moderno";
E por ai fora;
Mecânica;
Este carro tem cintas por fora dos cubos, parece que é caso ùnico;
Lancia Integralle;
Jaguar V12;
Seria muito difical referir aqui todos os assuntos abordados e tudo o que vimos, mas sem dúvida foi "quality time among petrol heads" do melhor.
O fato de nem eu nem o António sermos potênciais clientes da Juan Lumbreras valoriza ainda mais a forma aberta e calorosa como fomos recebidos. A qualidade do trabalho deixou-nos estupefactos e à saída só podiamos agradecer.
Foi o que fizemos.
nuno granja
Anexos
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