Os 60 anos do Fiat 600

João Luís Soares

Pre-War
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Delegado Regional
Portalista
Esta semana passaram 60 anos sobre a apresentação do Fiat 600, a 9 de Março de 1955, no Salão de Genebra.

São 60 anos de um dos carros que, juntamente com o Fiat 500, ajudou a motorizar a Itália!
Além disso, foi um dos carros mais populares também cá em Portugal nos anos 50, 60 e 70.

Para já ficam apenas umas fotos de dois Fiat 600 da primeira série.
Depois vamos continuando o tópico com informação, fotos e afins sobre esta fantástico carro.

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João P Silva

Veterano
O Fiat 600, tanto se pode falar sobre ele.

Um pequeno automóvel com 3,21 metros de comprimento e 1,38 metros de largura.
O brilhante desenhador do "600" tem por nome Dante Giacosa, cuja carreira na fabrica da Fiat durou cerca de meio século.

O pequeno carro nas suas primeiras versões alcançava 90km/h e um tinha um reduzido consumo de combustível. Era alimentado com um motor de 633cc que debitava uns 21,5 cv de potência e era arrefecido a "agua".

Na sua versão D (outubro 1960), recebe um novo carburador Webber e uma nova e mais eficiente bomba de água. Também foram modificados os travões. Com tudo isto o novo carro atingia os 115 km/h com um novo motor mais robusto de 767 cc que debitava uns 29cv de potência.
Ao longo dos anos o carro foi sendo alvo de modificações,inversão da abertura das portas(1964), ópticas dianteiras maiores e nova grelha(1965).

O sucesso do Fiat 600 foi tão grande que teve vários locais de produção:
Itália entre 1955/1969 vendido como Fiat.
Foi produzido na Alemanha entre 1956/1967 e era designado NSU-Fiat e Neckar.
Em Espanha que ficou conhecido pelo "Umbigo" foi produzido entre 1957/1973 designado Seat.
Foi também produzido como Zastava na Jugoslávia entre 1959/1986. Por fim na Argentina entre 1960/1982 designado por Fiat.

Fica um video do prototipo :



Há mais para falar..
 
Lindo protótipo!
Pena a Fiat não o ter bem conservado... As Marcas Automóveis deviam ser sempre as primeiras a zelar pela sua história e em preservar sua memória.
 

João P Silva

Veterano
A meu ver este exemplar está bem conservado. Este vídeo mostra isso mesmo.
Tem marcas do tempo claro mas até acentam bem.
Eu percebo a perspectiva do Ricardo.
 
Cá em casa existe um Fiat 600D de 1966, que tanto estimo e adoro. Como muitos de vocês tiveram conhecimento através do meu diário de bordo, o motor foi rectificado e conduzo o carro frequentemente. Este ano fez cerca de 3500 quilómetros sendo que até à data tivemos pouquíssimos problemas.
O que mais me fascina neste carro são os consumos, o carro gasta mesmo pouquinho, sendo que uma vez atestei o depósito e consegui fazer uma média de 5 litros e meio (contas feitas por alto claro!). Outra das coisas que gosto no 600 é que por ser pequeno e leve, se conduz de uma forma muito simples e então se for no centro do Porto...que maravilha! (estou habituado a conduzir um carro com cerca de 4,7 metros de comprimento).
O conforto do 600 também não é mau, é um carro que se conduz por 100 ou 150 quilómetros seguidos sem grandes problemas...sendo que é um projecto com 60 anos...não é mau de todo! E é um carro com luz de cortesia, sistema de aquecimento (bem rudimentar, mas funciona!), etc.
Onde se nota de facto a idade do 600 é na travagem, é preciso de facto conhecer bem o carro para o conduzir com confiança e (pelo menos) tentar parar antes do próximo muro ou traseira...e conduzir um 600 rápido também é um bocado complicado, mas é sem dúvida divertido. Um bom exercício para quem valoriza uma condução directa, sem que haja grande filtragem entre os comandos do carro e a própria estrada. Eu gosto.
Tivemos um problema relacionado com o sistema de refrigeração do carro, que ficou resolvido com as ajudas que me deram aqui no portal, que só tenho a agradecer por elas.
Participei activamente no restauro de mecânica do nosso 600, foi bom para aprender não só sobre a mecânica do carro, mas também sobre mecânica no geral. Por isso se alguém eventualmente precisar de algum esclarecimento sobre o carro em si estou cá para isso (embora volto a repetir, haja aqui quem perceba muito mais do que eu!).

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João P Silva

Veterano

Obrigado pela partilha!


Cá em casa existe um Fiat 600D de 1966, que tanto estimo e adoro. Como muitos de vocês tiveram conhecimento através do meu diário de bordo, o motor foi rectificado e conduzo o carro frequentemente. Este ano fez cerca de 3500 quilómetros sendo que até à data tivemos pouquíssimos problemas.
O que mais me fascina neste carro são os consumos, o carro gasta mesmo pouquinho, sendo que uma vez atestei o depósito e consegui fazer uma média de 5 litros e meio (contas feitas por alto claro!). Outra das coisas que gosto no 600 é que por ser pequeno e leve, se conduz de uma forma muito simples e então se for no centro do Porto...que maravilha! (estou habituado a conduzir um carro com cerca de 4,7 metros de comprimento).
O conforto do 600 também não é mau, é um carro que se conduz por 100 ou 150 quilómetros seguidos sem grandes problemas...sendo que é um projecto com 60 anos...não é mau de todo! E é um carro com luz de cortesia, sistema de aquecimento (bem rudimentar, mas funciona!), etc.
Onde se nota de facto a idade do 600 é na travagem, é preciso de facto conhecer bem o carro para o conduzir com confiança e (pelo menos) tentar parar antes do próximo muro ou traseira...e conduzir um 600 rápido também é um bocado complicado, mas é sem dúvida divertido. Um bom exercício para quem valoriza uma condução directa, sem que haja grande filtragem entre os comandos do carro e a própria estrada. Eu gosto.
Tivemos um problema relacionado com o sistema de refrigeração do carro, que ficou resolvido com as ajudas que me deram aqui no portal, que só tenho a agradecer por elas.
Participei activamente no restauro de mecânica do nosso 600, foi bom para aprender não só sobre a mecânica do carro, mas também sobre mecânica no geral. Por isso se alguém eventualmente precisar de algum esclarecimento sobre o carro em si estou cá para isso (embora volto a repetir, haja aqui quem perceba muito mais do que eu!).

Obrigado pelo testemunho. Uma maravilha claro :)
 

Claudio Vilas

Veterano
Dar um testemunho sobre o Fiat 600, para mim é um pouco difícil, uma vez que o contacto que tive com este carro a nível de condução foi nulo.
No entanto, devo referi que na altura da minha juventude e adolescência, estes e outros carros faziam parte da vida das pessoas.
O Fiat 600, tal como a maioria dos Fiats da década de 60 70 e 80, eram carros muito fiáveis e resistentes.
Toda a gente com 50 anos ou mais de idade nao esquece esta viatura.
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
Que protótipo interessante! As linhas estão lá, mas os faróis e os farolins alteraram bastante. Percebe-se que não passou de uma plataforma de desenvolvimento para o modelo de produção, o motor de 2 cilindros com o distribuidor de 4 cilindros só com 3 fios... até a alavanca das velocidades não tinha a 'moca'.
Voltando aos farolins de trás, são engraçados, terão vindo de algum modelo anterior? Não se croma os farolins de um protótipo!
 

João P Silva

Veterano
O fiat 600 apresentado em Março de 1955 apresentado no salão de Genebra, um automóvel que acabaria por fazer história tendo sido considerado para os italianos o "milagre económico" do pós guerra que se converteu rapidamente num dos maiores mitos da industria automóvel mundial . A fiat aproveitou esse facto e fez circular durante todo o dia da apresentação mais de três dezenas de 600 pela cidade.

Outras características que este pequeno carro apresentava não habituais na época na fabrica Italiana era a sua carroçaria monobloco. O seu propulsor era situado na parte traseira, a tração efectuada as rodas de trás e a suspensão independente às 4 rodas.

Uma curiosidade sobre este modelo da fiat, foi um dos automóveis que mais "admiradores" ganhou durante a sua vasta produção e utilização, fez mudar alguns costumes principalmente no sexo feminino em que muitas mulheres na época aprenderam a conduzir e também muitos jovens o adoptavam como o seu primeiro carro pela sua maneabilidade e pelo seu custo.
 

João P Silva

Veterano
Dar um testemunho sobre o Fiat 600, para mim é um pouco difícil, uma vez que o contacto que tive com este carro a nível de condução foi nulo.
No entanto, devo referi que na altura da minha juventude e adolescência, estes e outros carros faziam parte da vida das pessoas.
O Fiat 600, tal como a maioria dos Fiats da década de 60 70 e 80, eram carros muito fiáveis e resistentes.
Toda a gente com 50 anos ou mais de idade nao esquece esta viatura.


É nulo mas pode deixar de ser. Está feito o convite..
 
OP
OP
João Luís Soares

João Luís Soares

Pre-War
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Portalista
(...)
Voltando aos farolins de trás, são engraçados, terão vindo de algum modelo anterior? Não se croma os farolins de um protótipo!

É alumínio... além de embelezamento do farolim, tinham a função de canalizar o ar para o vão do motor. Têm um espaço entre eles e a chapa e têm umas grelhas. Podes ver a partir dos 1:33 do vídeo.
 

António Barbosa

Red Line
Portalista
É alumínio... além de embelezamento do farolim, tinham a função de canalizar o ar para o vão do motor. Têm um espaço entre eles e a chapa e têm umas grelhas. Podes ver a partir dos 1:33 do vídeo.
Exactamente! Foi mais um pormenor que não passou para a produção. Não sei que queixas é que os utilizadores do 600 tiveram/têm do sistema de arrefecimento do motor, mas sei que é sofisticado/rebuscado. Assisti a uma explicação do sistema num dos encontros de Arcozelo e acabei por não perceber grande coisa. Se este for o local apropriado para uma explicação simples, fico à espera.
 
OP
OP
João Luís Soares

João Luís Soares

Pre-War
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Portalista
Exactamente! Foi mais um pormenor que não passou para a produção. Não sei que queixas é que os utilizadores do 600 tiveram/têm do sistema de arrefecimento do motor, mas sei que é sofisticado/rebuscado. Assisti a uma explicação do sistema num dos encontros de Arcozelo e acabei por não perceber grande coisa. Se este for o local apropriado para uma explicação simples, fico à espera.

A esta hora não... Mas posso adiantar-te que muitos dos problemas que eles tinham/têm são causados pela ausência dos resguardos em chapa no fundo do vão do motor. Depois explico porquê. O ideal será na Senhora da Hora, com um exemplar por perto.
 
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